Retribuições
Yaoi
1x2
by Yoru no Yami
Duo estava em pé na porta do escritório, aborrecido, olhando Heero que respondia o e-mail que recebera a alguns minutos. Ele ainda não acreditava no que lera e no Heero lhe dissera. Eles haviam planejado tanto ontem à noite, tinha conseguido trocar sua folga com Charles para esse dia. Para que ele e Heero pudessem sair e passear. E agora... Heero lhe dizia que teria que ir até a filial da empresa onde estagiava, pois haveria uma reunião de sua equipe e deveria estar presente.
Heero podia ver o olhar magoado de Duo. O amante falara tanto no dia anterior sobre sua folga e o que fariam juntos; também estava animado, pois seria a primeira folga de Duo desde que a loja em que trabalhava decidira conceder um "day-off" quinzenal aos funcionários. E agora ele recebera um e-mail informando sobre uma reunião e não poderia faltar, mas convencer Duo de que não tinha culpa estava sendo difícil.
- Duo...eu não posso faltar a reunião.
- Mas por quê logo hoje, Heero...era para ser o "nosso" dia juntos.
- Eu sei, amor, mas eu não tenho culpa...acha que eu prefiro ir a uma reunião chata do que ficar aqui com você? Do que mantê-lo, bem aquecido, em nossa cama?
Duo fez bico ignorando a insinuação nas palavras de Heero e deixou o escritório furioso, fazendo com que sua trança batesse com força contra a porta, enquanto ia para a sala. Ele sentou-se no sofá agarrando o travesseiro, cheio de raiva dos imprevistos, porém sabia que Heero não tinha culpa por receber o e-mail. Sabia que ele também estava animado pelo dia que passariam juntos, afinal fora ele mesmo que propusera lugares ótimos para irem juntos. Mas era difícil abrir mão assim tão fácil, já que o dia estava lindo e perfeito. Havia sol, mas o clima estava agradável. Eles haviam levanto cedo e tinham começado a preparar as coisas para fazerem um piquenique no parque e agora... Duo olhou para a bancada da cozinha que estava com a comida do piquenique. Ele teria que congelar tudo, pois não tinha ânimo para comer nada e nem sabia se teria mais tarde.
Heero deixou o escritório encontrando Duo sentado no sofá, agarrado a almofada e olhando a bancada. Seus olhos se encontraram, mas Duo logo desviou, se controlando para não chorar de raiva, pois não queria ouvir Heero chamá-lo de mimado. Ele não tinha culpa se Heero o mimava, adorava ficar na companhia do japonês, não estava mais acostumado a fazer programas sozinho, tudo em sua vida agora girava em torno do amante de cabelos rebeldes e olhos azul cobalto que o encarava com carinho.
Heero tentava pensar em alguma coisa que pudesse remediar a situação, pois não queria sair e deixar Duo chateado. O dia havia começado tão bem: eles levantaram cedo, depois de uma sessão maravilhosa de amor, tinham tomado um café da manhã maravilhoso e terminavam de preparar a comida para o piquenique, quando a coisa começou a esquentar novamente entre eles. Mas tiveram que parar antes que seus planos de saída se voltassem para a cama do quarto, quando ouviram o sinal de mensagem em seu laptop.
Alguns minutos antes:
- Heero, me passa o papel alumínio.
- Toma.
Heero estendeu o rolo de papel alumínio para Duo que estendeu o braço para pegar, mas suas mãos nunca alçaram o rolo, pois assim que estendeu o braço foi puxado de encontro a Heero, que o beijou ardentemente. Duo segurou-se nos braços do amante, correspondendo ao beijo com a mesma vontade. O beijo estava se tornando quente e ambos sentiam a excitação crescer novamente entres eles.
Duo segurou as mãos de Heero quando as mesmas começaram a se dirigir para suas nádegas. Eles haviam feito amor há pouco tempo, mas a necessidade de se entregarem novamente ainda era forte. E se eles o fizessem não sairiam de casa, e os planos para o dia estariam arruinados. Não que passar o dia inteiro na cama não fosse uma forma agradável de passar o seu dia de folga, mas sair na companhia do japonês para um programa que não envolvia a união de seus corpos também era um passatempo delicioso. E já tinha um certo tempo que não saiam juntos para fazerem um programa, como namorados.
- Mmmmmm Heero....amor...mmmmm a gente tem um programa...aaahhh...para fazer, lembra?
- Lembro, mas tem certeza...mmmmm....que não prefere passar o dia em casa, descansando?
- Hummm, engraçadinho. Eu sei o tipo de descanso que você tem em mente. E por mais que a proposta me agrade, a gente prometeu que sairíamos de casa no dia da minha folga.
- Tudo bem, amor...
Heero mordeu levemente o ombro de Duo e o soltou, entregando o rolo de papel alumínio. Duo sorriu e beijou o rosto do namorado, vagando seus olhos pelas formas perfeitas do amante e se detendo no volume no meio de suas pernas. Heero seguiu o olhar de seu amante e sorriu se preparando para dizer alguma coisa, quando ouviu o som de recebimento de mensagem de seu laptop no escritório. Ele sorriu e beijou Duo antes de ir verificar.
- Você escapou por pouco.
- Escapei de quê?
O sorriso malicioso de Duo, fez Heero voltar e agarra-lo novamente, esfregando sua excitação contra a do amante, que ofegou e abriu os lábios diante do prazer e da surpresa. Heero aproveitou e tomou-lhe os lábios, invadindo a boca com a língua. Duo segurou-se em Heero, aproveitando para se esfregar nele e arrancar gemidos do japonês, que intensificou o beijo. Eles separaram-se quando o ar se tornou escasso, ambos com os olhos nublados pelo prazer; quando Heero fez menção de ir até Duo novamente, o som do laptop se fez ouvir novamente.
- Eu volto para terminarmos nossa conversa.
Duo sorriu maliciosamente antes de responder e passar por Heero em direção a cozinha novamente - nem se lembrava de terem saído dela.
- Nós não estamos conversando.
- Estávamos sim, amor, mas eu farei uma tradução de nossa conversa mais tarde em nossa cama.
Duo riu enquanto empacotava e arrumava a comida dentro da cesta. Heero sorriu passando a mão pelos cabelos e indo até o escritório verificar a mensagem que recebera. Ele sentou-se cuidadosamente na cadeira, uma vez que se encontrava excitado e a calça se tornara apertada demais para seu gosto, sendo que a leve fricção do tecido contra seu membro o fez ofegar momentaneamente. Ele abriu a mensagem e sentiu sua excitação diminuir consideravelmente ao ler seu conteúdo: era o que faltava para estragar o dia!! Sem querer praguejou alto o suficiente para que Duo ouvisse na cozinha.
- Droga!
Duo estava terminando de embalar os sanduíches quando ouviu Heero praguejar, e franziu o cenho, deixando de o que estava fazendo para ver o que havia feito Heero reclamar. Ele sorriu ao lembrar da conversa que teoricamente eles teriam na cama em alguns instantes. Duo ainda se encontrava excitado e uma louca vontade de esquecer a saída ou adia-la por algumas horas estava começando a ganhar força dentro de si. Ele entrou no escritório e encontrou Heero de braços cruzados e uma expressão aborrecida no belo rosto. Duo sorriu diante do pensamento de como o japonês ficava ainda mais lindo aborrecido. Ele se aproximou e tocou-lhe o ombro.
- Heero, o que houve?
Heero se voltou para Duo tentando imaginar como daria a notícia de que não poderiam sair para passear, pois teria que ir até o escritório da empresa de engenharia, onde estagiava, para uma reunião. Duo estava estranhando o silêncio do amante, quando seus olhos se voltaram para a tela do laptop e a mensagem aberta na tela. Seus olhos se abriram e voltaram-se novamente para Heero, que se levantou e tentou abraça-lo. Duo se afastou parando na porta e olhando para o amante.
- Diz que é mentira, Heero.
- Eu sinto muito, Duo, mas eu tenho que ir a empresa hoje...e...não vamos poder sair como planejamos.
- Não...nós fizemos tantos planos.
- Eu sei, amor, mas podemos fazer tudo amanhã...
- Eu trabalho amanhã, Heero.
Duo fechou o rosto aborrecido e Heero ficou alguns instantes observando-o antes de se voltar para responder o e-mail, dizendo que estaria em duas horas no escritório. Até lá esperava conseguir fazer Duo não ficar tão aborrecido, mas pela expressão deste, sabia que seria uma tarefa difícil. Ele ouviu o amante sair do escritório, batendo a longa trança contra a porta, o que indicava o quanto estava aborrecido. Enviou o e-mail confirmando sua presença antes de segui-lo e tentar animar a fera.
Heero sentou-se às costas de Duo e o abraçou. Sentiu que ele estava tenso e beijou na curva do pescoço, pois sabia que isso o acalmava e o faria esquecer momentaneamente a tristeza de ter seus planos frustrados. Duo tentou resistir ao carinho, mas era quase impossível, Heero era maravilhoso quando o assunto era faze-lo esquecer alguma coisa, sua habilidade em minar sua resistência através dos lábios em seu pescoço era impressionante. Ele se ouviu gemendo o nome de Heero e teve que sorrir.
- Heero....
Heero sorriu ao ouvir o namorado a gemer seu nome e vê-lo sorrir. Ele puxou Duo para seu colo e acariciou o rosto que olhava-o com tristeza. Beijou os olhos violeta com cuidado e estreitou-o em seu peito enquanto afagava-lhe os cabelos.
- Vamos fazer o seguinte...
- O quê?
- Eu vou a reunião e volto antes das seis. A gente sai para comer alguma coisa e fazer o que você quiser.
- Dançar?
- Se você quiser.
Duo sorriu e levantou o rosto para Heero. Sabia o quanto o japonês detestava sair para dançar, pois tinha que manter sempre um olhar atento nele e evitar que algum engraçadinho tentasse passar a mão no que dizia ser seu. Heero relaxou ao ver os olhos de Duo brilharem e o sorriso em seu rosto se alargar; sabia que Duo gostava de sair para dançar na boate voltada para pessoas que como eles, que mantinham um relacionamento homossexual ou procuravam por novos parceiros.
Eles raramente faziam esse tipo de programa, pois não se sentia bem no meio de tanta gente. E tinha sempre que tomar cuidado para que ninguém tocasse em Duo, assim como tinha que se defender de alguns elementos mais ousados que insistiam em querer toca-lo. Mas faria isso por Duo, pelo menos essa noite. Ele tentaria chegar às seis, jantariam em um restaurante agradável e sairiam para dançar um pouco, retornariam e teriam a conversa que foi interrompida pela chegada do e-mail.
- Você promete, Heero?
- Sim, amor, nós sairemos a noite para dançar.
- Então eu deixo você ir a essa reunião.
- Obrigado, amor.
Heero beijou Duo que se entregou ao contato. Sentiu as mãos do amante deslizarem por suas pernas e as afastou, sentindo Heero sorrir contra seu pescoço, antes de começar a mordê-lo. Duo arqueou as costas, dando melhor acesso a Heero sobre seu pescoço. Suas mãos começaram a abrir a camisa do japonês alcançado os mamilos que já se encontravam levemente endurecidos. Começou a belisca-los com as mãos, fazendo com que Heero levantasse a cabeça e gemesse suavemente seu nome.
- Duo...
Duo sorriu e brincou com os botões endurecidos, passando sua língua ao redor deles, sugando-os e mordendo levemente. Sentir as mãos de Heero adentrarem seu short e massagear seu membro o fez gemer o nome do amante contra o peito dele.
- Heero...
Heero sorriu observando as reações no corpo de seu amante: a leve camada de suor que começava a cobrir suas mãos, os quadris a começarem a acompanhar o movimento do membro quente, que já começava apresentar uma umidade na ponta.
- Aaahhhhhh, Heero!!!
Duo começava a respirar descompassadamente à medida que Heero aumentava a manipulação em seu membro. Ele sentia a umidade e a excitação se elevarem com os dedos na glande, massageando, descendo até a base e voltando. Ele mordeu o lábio inferior e decidiu que deveria atormentar Heero da mesma forma maravilhosa que estava sendo torturado. Reunindo o que restava ainda de sua consciência, Duo começou a descer seus lábios pelo abdômen de Heero, seguindo com a língua a linha invisível até o cós da calça que ele usava.
Heero sabia que deveria estar se arrumando para ir a empresa, mas não podia ignorar o corpo quente e arfante junto a si. Ao sentir a língua de Duo descer por seu abdômen, afundar em seu umbigo e correr pelo cós de sua calça, não pode evitar arfar pesadamente. Ele abandonou o membro quente de Duo e rapidamente o carregou em seus braços na direção ao quarto. Estava disposto a adiantar a conversa deles para o exato momento.
Alguns minutos depois:
Heero olhava para Duo que dormia placidamente na cama. Ele havia adormecido quase que imediatamente após terem terminado de se amar e o japonês não imaginava que Duo estivesse tão cansado. Mas não era para menos, o americano havia dormido tarde e acordado muito cedo, o que não era muito comum na rotina dele. Ele acariciou os fios soltos, dando-lhe um beijo no alto da cabeça antes de sair, ir para o escritório e a maldita reunião.
Duo acordou se espreguiçando e olhando ao redor. Estava satisfeito, mas triste, pois sabia que Heero não estava em casa. Olhou para o relógio de cabeceira e viu que ainda eram onze horas da manhã, então deitou a cabeça no travesseiro novamente olhando para o teto, tentando imaginar o que poderia fazer para o tempo passar mais rápido.
"Arrumar o apartamento? Não. Passar o dia vendo Tv? Não. Sair e comer alguma coisa... Já sei!!! Ir ao shopping e comprar uma roupa nova para sair com o Heero a noite."
Duo sorriu e se levantou da cama, caminhando até o banheiro para tomar uma ducha rápida. Vestiu um jeans velho e uma camiseta surrada. Deixou o quarto e viu que Heero havia arrumado a cozinha e a bancada antes de sair, deixando um bilhete preso na porta da geladeira.
"Duo,
Já arrumei a cozinha, coloquei os sanduíches e o suco na geladeira. Vou tentar sair cedo e voltar antes das seis, esteja pronto quando eu chegar. Vou fazer as reservas no restaurante e depois vamos a boate dançar. Vou estar pensando em você.
Com amor, Heero. "
Duo sorriu pegando as chaves do apartamento na entrada e saindo. Ele estava disposto a comprar algo bem interessante para a noite, algo que deixasse o japonês completamente aceso e a noite quente.
Heero olhou para o relógio, ainda eram exatamente duas horas da tarde, e ele estava aborrecido. A reunião era para ser na parte da manhã, mas acabara sendo transferida para a parte da tarde, o que significava que não estaria em casa às seis como prometera. Ele estava tentando falar com Duo, mas ninguém atendia ao telefone, o que indicava que o americano havia saído, mas para onde era um completo mistério para si.
Duo voltou para casa repleto de sacolas, havia comprado mais do que planejara, mas tinha valido a pena. Ele colocou as sacolas no chão e foi até o lavabo lavar as mãos e o rosto. Porém, antes de beber um pouco de água, ele viu a secretária piscando, indicando que havia mensagens. Pegou uma garrafa na geladeira e acionou o aparelho, ouvindo as mensagens gravadas. Descartou as duas primeiras que eram engano, a terceira que era Hilde que queria saber se poderia ligar para ela mais tarde e se a teve as três últimas, que eram de um Heero preocupado, que queria saber onde estava. Ele havia esquecido o celular desligado em casa e deveria ter lembrado de avisar ao amante que iria dar uma volta.
Duo sorriu e pegou as sacolas indo para o quarto, tomaria um banho e ligaria depois para Heero, para avisa-lo que estava tudo bem. Duo tomou um banho frio para refrescar o corpo e foi para o quarto. Caminhando até a cama, deitou e pegou o telefone, discando para o celular de Heero. Ele aguardou que completasse a ligação e Heero atendesse, quando viu seu reflexo no espelho do armário, que se encontrava aberto, e desejou que o amante estivesse com ele. Heero sentiu seu celular vibrar e o pegou, estava a ponto de ligar novamente para o apartamento quando viu o número no visor do aparelho. Dando um suspiro de alívio atendeu o celular.
- Oi, amor.
- Duo, onde você estava?
- Eu sai para comprar umas coisas para a noite e esqueci de levar o celular, desculpa. E então como foi a reunião?
- Esse foi um dos motivos por que liguei.
- O que houve?
- Ainda não teve reunião, Duo.
- Mas ela não estava marcada para às 11h?
- Houve um atraso, amor.
- Atraso de que!? Três horas de atraso!!!
- O responsável pela reunião perdeu o vôo e se atrasou.
- Isso significa que você não vai chegar antes das 18h?
- Eu acho que não.
Heero pode sentir o tom de tristeza na voz de Duo. Novamente eles não iriam poder sair como tinham planejado, parecia que hoje não era o dia deles. Duo ficou calado do outro lado da linha pensando que isso não era nada justo; já era a segunda vez que tinham que mudar os planos de saírem. Será que era algum tipo de complô do destino que queria mantê-los no apartamento a todo custo? Ele tinha saído e comprado roupas novas, feito planos novos e agora isso. Olhou para o relógio e o mesmo marcava aproximadamente quinze para as três da tarde. Ele deitou na cama sentindo o perfume de Heero nos lençóis, fechou os olhos deixando que ela vagasse pelas lembranças da manhã e um sorriso se formou em seu rosto diante da idéia que se formara em sua mente.
Heero estava preocupado com o silêncio de Duo, sabia que ele deveria estar novamente chateado e já pensava em algo que pudesse alegra-lo, até que o ouviu novamente, com a voz que estava longe de parecer aborrecida ou chateada. Ela parecia, na verdade, altamente maliciosa.
- Heero.
- Que foi, Duo?
- Para que horas está marcada a reunião?
- Para daqui à uma hora ou menos, porquê?
- Faça amor comigo.
- Duo...eu...
- Por favor, amor...eu preciso de você.
Não sabia o que Duo pretendia, mas ouvi-lo pedir para fazer amor com ele acabara por aquece-lo e acordar uma parte específica de seu corpo e isso não era nada bom, pelo menos não para o local onde se encontrava no momento.
- Duo, não faça isso.
- Por favor.. Heero...eu ..preciso de você…eu posso sentir suas mãos acariciarem meu corpo, arrepiando minha pele. Eu sinto teus lábios em meu pescoço, beijando-me...aaahhhhhh....você é tão bom nisso, amor.
Heero começou a ter imagens eróticas de Duo, baseado nas palavras e na voz rouca do amante. Ele realmente se viu fazendo o que Duo estava dizendo.
- Heero...você pode ver como...estou.
- Duo...não..
- Você não deveria retirar...minha toalha...senão vai...fazer amor comigo.
- Duo...
- Feche os olhos...me sinta...sinta o que você...faz comigo. Meus cabelos ainda estão úmidos... você me ajudou a lavá-los a poucos minutos...sente o cheiro deles, Heero?
- Sim...flores e laranja.
Duo sorriu e Heero se viu fechando os olhos, podia sentir o perfume do xampu usado pelo americano. Podia sentir a maciez dos fios soltos, espalhados sobre a cama. Podia ver o corpo do amante deitado na cama, nu esperando por ele, aguardando que se amassem. Ele abriu os dois primeiros botões da camisa, começando a sentir calor, embora a sala estivesse fria pelo ar-condicionado. A voz de Duo o estava excitando, e ele sentiu a contração no meio de suas pernas - era doloroso e ao mesmo tempo prazeroso. Olhando para o meio das pernas, viu a protuberância entre elas e afagou suavemente, por cima do tecido da calça, o volume quente que aumentava à medida que as palavras de Duo penetravam por seu ouvido.
- Aaaahhh Heero...eu posso sentir....mmmm.... suas mãos afastarem minhas pernas...se dirigindo pelo meio delas.....aaahhhh...seu dedo acariciando minha entrada, instigando-a... aaaahhhhh...eu me empurro para trás desejando que você me penetre com ele...mas você me impede. Ah Deus, Heero...por favor.
- Aahhh Duo...o que você quer de mim?
- Me ame...me...possua.... você pode sentir? Eu te puxando...o meu corpo sugando seu dedo....desejando que ele vá mais fundo...mais...aaaahhhh....
- Aahhhh....Deus...eu vou matar você...
- Aaahhhhh.....sim mate... me.... me possua... eu... sinto..... mmmmm.... seus dedos estão me estirando... me alargando... aaaaahhh.... alargando minha entrada... me preparando... para aaahhhh...mmmmm recebe-lo....aahhhh...Heero.
Heero não sabia o que fazer. Sempre imaginara com funcionava as pessoas que fazem sexo por telefone e agora sabia, e por Deus, ele se encontrava tão duro que chegava a ser doloroso. Ouvir Duo dizendo ao telefone o que "ele" estava fazendo com o próprio o estava deixando quente... muito quente.
- Heero...o , amor?
- Isso não.....aaahhh..... é justo, amor.
- Aaahhhh....a vida nem sempre é justa... querido... aaahhhhh.... eu...sinto a cabeça de seu pênis....em minha entrada... tocando-a.. insinuando... aahhh... sua presença.... eu me empurro... desejando que... você.. aaahh.. me tome... me possua.... aaaahhhh
Duo ficou em silêncio, perdido na situação que ele mesmo criara. Sentia-se excitado... muito excitado, na verdade, e sabia que teria que encontrar o alívio sozinho, pois Heero não se encontrava perto dele para realmente enterrar sua carne dura e quente dentro dele. Mas o fato de saber que Heero deveria se encontrar em uma situação semelhante e até mesmo pior, pois seu amado estava em um escritório no centro da cidade com o risco de alguém entrar em sua sala a qualquer momento, deveria ser bastante angustiante.
Duo ligou a viva-voz, pois precisaria de suas duas mãos para acariciar a si mesmo. Levou sua mão direita ao membro manipulando-o, imaginando que era Heero quem o tocava, enquanto levou a outra mão a boca, sugando os próprios dedos. Duo começou a ofegar pesadamente e a suspirar, devido ao prazer que se intensificava com a masturbação.
Heero ficou ouvindo o silêncio de Duo, se bem que não era exatamente um silêncio. Ele podia ouvir a respiração descompassada do amante, os suaves suspiros. Podia imagina-lo deitado na cama, os cabelos soltos, grudados no corpo suado e excitado. Podia sentir o cheiro dele, o cheiro da excitação de seu corpo...o peito largo subindo e descendo acompanhando a respiração irregular. Se Duo não estivesse tão longe, ele o tomaria em seus braços e enterraria sua carne em seu corpo quente e o faria implorar por mais.
Sabia que Duo deveria estar se vingando pelo que costumava fazer a ele a caminho da faculdade, mas ele havia exagerado, não que estivesse detestando. Pelo contrário, mas alguém poderia entrar em sua sala e pegá-lo em uma posição nada favorável. Heero se encontrava suado, com a blusa e calça abertas e sua mão esquerda se encontrava sobre seu membro inchado. Se por um acaso alguém o visse assim tinha quase certeza de que perderia o estágio, mas no momento a única coisa que queria era que Duo continuasse a falar ao telefone. E precisava fazer seu amante falar novamente, esse jogo iniciado por ele poderia ser jogado por dois.
- Duo...eu quero chupar...você...
- Aaaahhhhh...Heero...
Heero sorriu ao ouvir a voz rouca de Duo e sabia como ele se sentia quando era chupado. Duo era tão ardente quanto sensível; ele poderia descrever de olhos fechados a localização de todos os pontos erógenos no corpo do amado e todas as reações que causavam em seu amante. Duo sentiu seu membro pulsar ao ouvir a voz rouca e anasalada de Heero dizendo que queria chupa-lo. Sim, ele também desejava isso, sentir a boca quente e úmida de Heero em seu membro era capaz de leva-lo a loucura; e para seu desespero, Heero tinha conhecimento disso, mas se ele pensava que iria virar o jogo, estava muito enganado.
- Sim...amor....eu quero... aaaaahhhhh.... você é mau... muito mau... sabe o quanto... preciso de você dentro de mim...mas você não me penetra....você deseja que eu implore...a você....não é.....você não se move... aaahhhhhhh... ao contrário... mantém a cabeça de seu membro em minha entrada...... mas você se inclina.... e... Aaaaahhhhh.... toma meu membro em seus lábios.... aaahhhhhh..... Deus.....
- Duo....aaahhhh...eu...preciso...de...você...
- Eu... estou aqui... amor... me... ame... me possua.... me chupe.... eu... sou seu.
- Aahhha.... merda....
Duo sorriu e sentiu a umidade se intensificar na cabeça de seu membro, indicando um pré-gozo. Adorava ouvir Heero falar certas palavras durante o sexo, isso o excitava. Ele mordeu o lábio inferior, dirigindo as duas mãos para seu membro, acariciando a cabeça com os dedos e depois provando-se. Começou a imaginar os lábios de Heero ao redor de sua carne o chupando, sugando, deslizando a língua pelo seu membro e sabia que não duraria muito tempo, precisava gozar logo, mas desejava que Heero também o fizesse.
- Aaaahhhhhh... Heero... eu.... não.... eu vou..... aaahhhh... você... me.... aaaahhhh..... suga tão forte... tão... aahhhh... rápido... sua língua corre por todo o meu membro... eu sinto sua... mão deslizar sobre meu abdômen, buscando meus mamilos.... você brinca com eles... deixando-os excitados.
- Cristo.... aaaaahhhh... sim... Duo....
Heero mordeu a mão para se impedir de gemer enquanto acariciava o próprio membro, manipulando-o, perdido na voz de Duo, ao mesmo tempo em que podia sentir a carne dura e pulsante do amante em sua boca, o gosto, o cheiro. Ele colocou o celular sobre a mesa e descansou a cabeça ao lado do aparelho, enquanto aumentava o ritmo de sua mão em seu membro. Ele estava suado e excitado, se encontrava tão perdido na voz de Duo, que gemia chamando seu nome, que não ouviu quando a porta de sua sala foi aberta. O japonês teve apenas tempo de refrear um gemido, quando ouviu seu nome ser chamado e o reflexo de desligar o celular antes que a pessoa a sua frente ouvisse Duo gemendo.
- Heero, você está bem?
Heero balançou a cabeça em negativa sem levanta-la, sabia que se falasse alguma coisa se denunciaria terrivelmente. Fez um esforço sobre-humano para fechar suas calças e ignorar a dor e o desconforto que isso causou, mordendo os lábios para se impedir de gemer. Ele respirou fundo e olhou para Sam, seu chefe de seção. Sam olhou para o jovem a sua frente, que tinha o rosto corado e suado, e parecia estar sentindo alguma espécie de dor, o que o preocupou, pois ele parecia muito bem na parte da manhã, mas agora parecia estar sofrendo, uma vez que tremia levemente.
- Tem certeza, Heero? Você não me parece muito bem.
- Sim, é... eu estou bem... preciso apenas... respirar um pouco.
Heero conseguiu encontrar sua voz, mas ela não estava tão firme quanto gostaria. Viu Sam estreitar os olhos, mas balançar a cabeça em acordo, quando olhou para o relógio e viu que marcava três e meia da tarde. Surpreendeu-se ao notar que ficara quase duas horas com Duo ao telefone e não vira o tempo passar. Olhou para o meio de suas pernas e sabia que não poderia se levantar no momento, ou seu chefe teria a mesma visão que ele.
Sam notou a direção do olhar de Heero e estranhou. O jovem parecia esconder alguma coisa. Lembrou-se que Heero desligara o celular imediatamente, assim que notara sua presença na sala, o que demorou alguns instantes para acontecer. Parecia que o jovem japonês estava em um mundo que não tinha nada a ver com a sala atual. Heero, ao seu ver, era um jovem brilhante e promissor, por isso que ele havia sido convocado para a reunião também, e esse era o motivo por ter ido procura-lo, a reunião iria começar e ele parecia não atender ao telefone. Por um momento achou que ele não estivesse na sala, pois batera na porta por duas vezes e ninguém atendera, mas ao ouvir um gemido soube que havia alguém nela, então abriu a porta e estranhou vê-lo com a testa sobre o tampo da mesa e o celular ligado ao lado de seu ouvido.
- A reunião já vai começar?
Sam olhou para Heero e balançou a cabeça em acordo.
- Sim, por isso vim chamá-lo. Você não atendia ao telefone.
- Ah... eu... não... eu... estava...
Sam notou o embaraço no rosto de Heero e o vermelho que gradativamente cobria sua face, e sorriu, pois nunca vira o jovem tão embaraçado antes. Não sabia o que havia acontecido, mas tinha que dar os parabéns seja lá o quem quer que fosse que tinha a capacidade de desconcerta-lo dessa forma.
- Estamos esperando por você na sala de reunião, não demore.
- Já estou indo.
Sam sorriu e deixou a sala, para a felicidade de Heero, que aguardou que seu chefe saísse para olhar sua ereção escondida na calça e depois para a pequena geladeira, torcendo para que a cumbuca de gelo ainda estivesse lá. Ele torceu o nariz diante da idéia, mas era a única coisa em que conseguia pensar no momento e sabia que ela não seria nada agradável.
Duo ouviu o celular desligando e encontrou seu alívio clamando o nome de Heero. O gozo veio forte e ele levou algum tempo até conseguir se mover e se dirigir ao banheiro para um novo banho. Enquanto a água lavava a prova de seu orgasmo, ele sorriu imaginando o que teria acontecido para Heero desligar o celular, e como o amante havia se arranjado, pois sabia que tinha sido cruel e que Heero não deixaria de retribuir a brincadeira.
"Mal posso esperar por isso".
Heero chegou ao apartamento por volta das sete horas da noite. Havia se demorado um pouco, pois parara para comprar uma garrafa de Petit Chablis 1 para comemorar com Duo sua efetivação na empresa de Engenharia Naval M & K. Ele abriu a porta do apartamento, sendo saudado apenas pelo silêncio. Chamou por Duo, mas não obteve resposta. Colocou o vinho no balde com gelo, sob a bancada da cozinha, e caminhou pelo apartamento procurando o amante. Ainda tinha que ter uma conversa séria com ele a respeito do telefonema, do estado que ficara e na situação em que o metera.
Foi até o quarto que tinha a porta fechada, estranhando, pois nunca fechavam a porta. Ao entrar encontrou o quarto iluminado por velas e Duo deitado na cama, os cabelos soltos e apenas o lençol a cobrir a parte debaixo do corpo. Heero sentiu seu baixo ventre doer diante da visão de Duo: a pele acetinada que parecia reluzir a luz das velas, os olhos maliciosos e o sorriso predatório.
Duo sorriu levantando-se da cama, deixando que o lençol caísse e revelasse sua nudez; viu os olhos de Heero se escurecerem a medida em que se aproximava. Rodeou o corpo do amante, o livrando de suas roupas sem que pronunciasse nenhuma palavra. Heero se deixou ser despido, em silêncio, pois não havia necessidade de palavras, o desejo entre ambos era evidente em seus olhos e corpos.
Ele se deixou ser guiado até a cama, onde Duo deixou-se de costas o puxando sobre seu corpo. Sem desviar os olhos das ametistas que brilhavam, Heero deslizou as mãos pelo corpo macio e perfumado, sentindo Duo ofegar e se render ao seu toque. A união foi lenta, mas ardente, o que resultou em um gozo longo que os deixou sem reação por algum tempo, desfrutando as sensações do orgasmo maravilhoso que tiveram.
- Eu não esqueci o que fez, Duo.
- O que eu fiz, amor?
Duo sorriu maliciosamente, mas ofegou ao sentir as mãos de Heero acariciando suavemente seu membro. O japonês sorriu ao ver Duo fechar os olhos e ofegar, mesmo depois de terem desfrutado de um prazer maravilhoso. Mas estava na hora de retribuir o maravilhoso telefonema, afinal não queria ser acusado depois de se desatencioso, ou não retribuir devidamente suas ligações.
Owari
Ai, mais um saído do forno.
Agradecimentos a todos os que comentaram os capítulos anteriores do arco.
Agradecimentos a sis Lien pela betagem.
A Mami
E toda a família.
A Dhandara pelas idéias.
1 Petit Chablis Vinho francês com 12,5 de teor alcoólico. As uvas utilizadas para a fabricação desse vinho são as Chardonnay originaria da Borgonha, que dá uma coloração amarelo pálido, com tons esverdeados. Aroma fresco e frutado que demonstra grande complexidade quando envelhecido. Seco, mostra um paladar equilibrado com um perfeito balanço entre aromas frutados e acidez, o que possibilita envelhecimento por períodos de até cinco anos, excepcional em se tratando de um vinho branco. Sua acidez permite uma ampla gama de harmonização com pratos leves. Perfeito para ser usado com lagostas ao cognac, ostras, frutos do mar, filé de linguado.
