Kazoku 1

Parte II

Yaoi

1x2

by Yoru no Yami

Duo despertou lentamente ao som do alarme do relógio, aguardou que Heero desligasse o despertador, como costumava fazer todas as manhãs, mas por algum motivo o despertador continuou a tocar sem que ninguém o desligasse. Duo esticou o braço para cutucar o namorado, a fim de faze-lo desligar o despertador, no entanto seu braço não encontrou o corpo quentinho do outro ao seu lado, mas apenas o vazio. Abrindo os olhos devagar Duo se virou para confirmar que Heero não estava na cama, e pela temperatura fria do lençol, o lugar estava vazio a um certo tempo. Ele esticou-se até o outro lado da cama desligando o despertador, antes que decidisse joga-lo contra a parede, espreguiçou-se levantando para procurar o amante, chamando seu nome, mas sem obter resposta.

- Heero!!!!

Com os cabelos soltos a cobrir-lhe o corpo nu, Duo caminhou sonolento por todo o apartamento, a procura de Heero, mas o apartamento estava no mais completo silêncio, quebrado apenas pelo tique-taque do relógio na estante da sala. Dois fatos estranhos no mesmo dia em sua opinião, o fez despertar quase que imediatamente, primeiro que Heero não costumava deixa-lo sozinho na cama, não depois de uma noite maravilhosa de amor, pelo menos não se lembrava da ultima vez que isso acontecera desde que haviam assumido o relacionamento. Segundo o japonês nunca saia, sem antes avisa-lo ou deixar algum recado, e não encontrou nenhum recado nos lugares que costumavam deixar: a porta da geladeira e o travesseiro do parceiro no quarto.

Duo ficou preocupado, mas sabia que Heero deveria ter um bom motivo para isso, pelo menos era o que achava. Resolveu preparar-se para ir ao trabalho, e fazer o próprio café da manhã, algo que normalmente era feito pelo japonês nos últimos oito meses. Talvez o japonês aparecesse depois. Duo tomou banho, trocou de roupa e separou a roupa que usaria logo mais à noite durante a formatura, preparou um pouco de suco, para beber com as torradas, sentando-se no sofá e olhando para o relógio na estante, esperando que a qualquer momento o japonês entrasse pela porta do apartamento.

"Bem ele comprou pão essa manhã, então ele saiu e voltou. Será que ele teve que ir a algum lugar urgente? Acho que o telefone tocou de manhã, mas não tenho certeza. Mas ele me avisaria se tivesse acontecido alguma coisa, ainda mais hoje que é a formatura dele. Droga Heero onde você se meteu".

Duo olhou para o relógio já eram quase nove horas da manhã e nada de Heero. Jogou o restante do suco fora e foi para o banheiro fazer sua higiene bucal, olhou novamente para o relógio no pulso e decidiu ligar para o namorado pelo celular antes de sair. No entanto não conseguiu falar com Heero, suas ligações estavam sendo direcionadas, a caixa postal, deixou dois recados e decidiu sair para o trabalho, deixando um recado na geladeira para que ligasse para ele assim que chegasse. Como trabalharia até as cinco da tarde, não veria Heero, até a hora em que o mesmo fosse busca-lo para a formatura, a menos que o japonês fosse do horário previsto a loja.

Duo trancou o apartamento, um tanto apreensivo, não gostava de sentir-se assim, alguma coisa havia tirado o japonês cedo de casa, mas não conseguia pensar em nada no momento. Sabia que Heero tinha o péssimo habito de correr pela manhã, mas ele sempre estava em casa quando acordava, com os cabelos secos e perfumados, como se ele não soubesse que o japonês saia cedo para se exercitar. Ele acionou o elevador e se virou mais uma vez, para olhar a porta do apartamento no final do corredor, alguma coisa o estava incomodando, uma sensação estranha de que algo estava para acontecer ou estava acontecendo.

Duo sentiu uma vontade estranha de chorar, temia que tivesse acontecido algo com Heero, a vontade de voltar para o apartamento e esperar sua chegada estava aumentando, mas não podia faltar ao trabalho apenas por que alguma coisa o estava incomodando.

"Não é nada Duo...Heero está bem. ele deve apenas ter...ter perdido a noção do tempo..é isso. Apenas isso."

O som do elevador chegando, tirou Duo de seus pensamentos, ele abriu a porta e olhou mais uma vez para trás antes de entrar e descer até o térreo, se continuasse ali, sabia que voltaria para o apartamento e aguardaria o japonês. Tinha certeza que Heero o chamaria de baka, por ficar preocupado a toa, ainda mais se faltasse ao trabalho, apenas por causa de não encontra-lo quando acordou.

No parque a alguns metros do condomínio:

Heero se encontrava deitado no parque, os olhos fechados tentando descobrir o que fazer. Ele acordara cedo como sempre, mesmo tendo dormido muito pouco, saiu para comprar pão e quando retornou seu celular estava tocando no escritório.

Algumas horas antes:

Heero levantou não havia conseguido dormir muito preocupado, olhou para o relógio e o mesmo marcava seis da manhã, decidiu que iria comprar pão na padaria e depois daria uma corrida e voltaria antes do despertador soar as sete e meia da manhã. Sabia que o exercício físico o ajudaria a relaxar um pouco, beijou Duo no alto da cabeça e deixou o apartamento, não pretendia se demorar, mas havia algumas pessoas a mais na padaria essa manhã e por isso acabou se demorando mais do que pretendia. Quando retornou ao apartamento o relógio marcava seis e meia da manhã.

Assim que abriu a porta do apartamento, ouviu o som de seu celular tocando. Deixou o pão sobre a bancada e foi até o escritório onde deixara o aparelho na noite anterior, assustou-se ao ver que o número era da casa de seus pais, mas o que eles iriam querer a essa hora.

- Alô!

- Heero meu filho.

- Mãe aconteceu alguma coisa?

- Não querido, estou ligando para saber como você está?

- Estou bem mãe, mas não precisava ter ligado a essa hora não acha.

- Mas você não costuma levantar cedo Heero!? Não é a primeira vez que eu ligo para você nesse horário.

A voz de sua mãe parecia levemente surpresa, não era a primeira vez que ligava nesse horário para o filho, sabia que ele costumava se levantar em cedo, ele sempre fora assim. Era verdade que não ligava para ele a algum tempo, e os escassos contatos telefônicos geralmente se davam na parte da tarde. Mas era a primeira vez que ele parecia, incomodado pela ligação tão matutina, alem do fato de que ele parecia falar baixo demais, como se temesse que alguém o ouvisse. Heero sabia que não deveria parecer tão aborrecido pela ligação, mas não pode refrear-se a tempo, porque sua ame tinha que ligar hoje tão cedo, logo hoje.

- Eu sei mãe, mas é que eu não quero acordar o Du...

- Acordar quem?

Heero praguejou mentalmente, por pouco não dissera o nome de Duo e se o fizesse teria que dizer quem ele era, não poderia mentir dizendo ser uma garota, pois o nome de Duo era um nome impossível de ser usado por uma garota. Heero decidiu desconversar e voltar a conversa para o motivo da ligação e foi o que fez.

- Nada mãe, era apenas isso que queria? Eu tenho que fazer umas coisas.

A mãe de Heero achou estranha a atitude do filho, se não o conhecesse diria que ele estava querendo desconversar e faze-la esquecer a pergunta que fizera. Será a pessoa com quem seu filho mantinha um relacionamento, estava ao lado dele dormindo e ele não desejava incomoda-la? O silêncio do outro lado da linha indicava a Heero que sua mãe estava pensando, e isso não era nada bom, ele precisava faze-la falar, antes que os pensamentos dela se completassem, ou ela começasse a expor suas reflexões

- .....

- Mãe!?

- Hã...não vou tomar mais do seu tempo querido, eu liguei também para dizer que eu e seu pai estaremos presentes na sua formatura hoje a noite.

- "timo.

A voz de Heero soou levemente sarcástica, ao ouvir que seus pais iriam a formatura, ele viu morrer suas esperanças de que não teria que apresentar Duo a seus pais passou as mãos pelos fios escuros num gesto nervoso. Era o que faltava seus pais confirmarem a presença a noite, agora teria que impedir de qualquer forma que se encontrassem. Heero estava tanto perdido em seus pensamentos que se esquecera completamente de que sua mãe ainda se encontrava ao telefone, apenas despertou ao ouvir sua mãe o chamando, o que deveria estar fazendo já há algum tempo.

- Heero...Heero

- Desculpe mãe...o que a senhora dizia?

- Você esta bem querido?

- Sim mãe eu estou bem...não é nada, estava apenas pensando.

- Ansioso por causa de hoje não é querido.

- De certa forma.

- Seu pai queria saber se poderia nos pegar para irmos juntos, o carro dele está no conserto.

- Pegar vocês!?

Heero retirou o celular do ouvido, abaixando a cabeça exasperado, mordeu a mão para não soltar um imprecação e levou o aparelho novamente ao ouvido para responder a sua mãe.

- Sim...algum problema?

- Não mãe nenhum problema.

- "timo...Sua namoradora vai estar presente não é querido?

- Eu....

- Eu e seu pai queremos muito conhece-la.

- Mãe eu os pego mais tarde está bem...agora eu tenho que desligar. Adeus.

- Hee...

Heero não esperou que sua mãe terminasse de falar antes de desligar o celular, ele sentou-se um pouco, tentando ordenar os pensamentos, o que ele iria fazer? Ele tinha que pegar Duo no trabalho, para irem juntos a formatura, mas agora teria que buscar os pais e inventar uma desculpa para não ir buscar o americano. Ele precisava sair para ordenar os pensamentos e não tinha coragem de encarar Duo nesse momento, sabia que o americano acordaria em breve e sentiria a sua falta, mas não conseguiria olhar para o namorado e dizer que não poderia pegá-lo na loja.

Heero foi até o quarto e olhou para Duo, que ainda dormia placidamente agarrado ao travesseiro. Queria toca-lo, mas temia despertá-lo. Desligou o celular e colocou-o dentro da gaveta, olhando para o relógio que marcava cinco para as sete da manhã, deixou o quarto silenciosamente e saiu para correr no parque, ficaria lá até que passasse a hora de Duo ir para o trabalho. Sabia que Duo ficaria preocupado, afinal sempre estava ao seu lado quando o americano despertava pela manhã, mesmo quando saia para correr, sempre voltava antes do despertador tocar, apenas para ver o namorado despertar, esse era um hábito que se habituara a ter e de que jamais se cansaria.

"E eu perdi seu despertar essa manhã, pela primeira vez em dois anos, eu não te vi acordar Duo."

Heero olhou para o relógio que marcava nove horas, estava com fome e esgotado, não conseguira pensar em nada até o momento e o tempo continuava a correr. Ele se levantou e limpou sua roupa, caminhando lentamente para o apartamento, sentia-se a pior das criaturas por não estar ao lado de Duo quando ele acordou, por não tê-lo beijado e amado como faziam todas as manhãs, por não....

"Droga...eu esqueci de deixar um recado. Ele deve estar morrendo de preocupação, se não tiver ficado em casa para me esperar".

Heero começou a correr em direção ao apartamento, mas ao chegar o encontrou vazio, foi até a geladeira e encontrou um bilhete com a caligrafia delineada e firme do americano, nas poucas linhas era perceptível a preocupação do outro pelo seu paradeiro.

"Amor.

Onde você se meteu está manhã? Você não me deixou uma única linha, que pudesse justificar a sua ausência, o aguardei o máximo que pude, mas tive que sair para o trabalho. Vou chegar atrasado novamente (dando um sorriso triste), embora o atraso de hoje, não seja pelo mesmo motivo, de todos os dias. Me liga para dizer que esta bem ok.

Com amor Duo"

Heero caminhou até o telefone, a fim de ligar para a loja, precisava tranqüilizar o amante.

Duo andava de um lado para o outro nervoso, já havia errado o pedido dos cliente umas três vezes, e cada vez que o telefone tocava, olhava ansioso para o aparelho, para depois ficar triste e abatido ao saber que não era para ele a ligação. Hilde olhava para o amigo, preocupada era a primeira vez que o via dessa forma, nem mesmo quando Duo tivera com problemas de moradia ficara tão abatido e preocupado.

Duo havia chegado atrasado como sempre, mas sem a expressão alegre e descontraída, de todos os dias, alguma coisa tinha acontecido, algo que deixara o amigo preocupado e apreensivo. Quando perguntara o que tinha acontecido, Duo apenas balançou a cabeça e não disse nada, mas era visível que alguma coisa havia acontecido e estava disposta a descobrir o que era. O telefone tocou novamente, e Duo olhou para o aparelho como quem olha para um pedaço de doce que deseja muito provar, mas não pode.

- Duo telefone para você.

Duo correu para o aparelho, assim que pegou o telefone disse o nome do japonês.

- Heero!

Todos na loja podia ver as lágrimas correrem pelo rosto do americano, ao ouvir a voz do outro lado da linha, ao falar sua voz estava carregada de alivio e felicidade.

- Você está bem?

- Sim Duo...me desculpe eu esqueci de deixar um bilhete e eu acabei perdendo a noção do tempo essa manhã.

- Deus Heero eu fiquei tão preocupado.

- Estou bem amor não se preocupe.

Heero sentiu-se mal por ter causado tanta preocupação a Duo, sabia o quanto ele era emotivo, e ouvir a voz dele carregada de alivio, apenas o fazia sentir pior ainda. Sabia que Duo estava chorando, pois sua voz estava meio embargada, procurou aliviar a preocupação do namorado, mas estava ciente de que o fato não seria totalmente esquecido para Duo.

Duo sentiu um imenso alivio ao ouvir a voz de Heero, e não pode evitar chorar. O japonês se desculpara pelo ocorrido, mas ele podia sentir que alguma coisa havia acontecido, pois sentia que ele não explicara totalmente a razão de ter perdido a noção do tempo. Se tinha uma coisa irritante no namorado, era o censo de pontualidade do japonês, nunca se adiantava ou se atrasava para nada, era sempre metódico e preciso em tudo.

Heero sabia que deveria avisar Duo que não poderia pegá-lo na loja, mas não sabia como fazer, ele respirou fundo e decidiu que seria melhor contar uma parte da verdade, assim não se sentiria tão mal.

- Duo eu não vou poder busca-lo na loja.

- Porque?

- Minha mãe ligou essa manhã e perguntou se poderia busca-los.

- Seus pais vão a formatura?

- Vão..mas eles moram do outro lado da cidade e acaba ficando contra-mão...

- Tudo bem Heero eu posso ir sozinho.

- Tem certeza?

- Claro...hei eu já andava sozinho por ai antes de conhece-lo sabia.

O tom brincalhão de Duo ao telefone, serviu para descontrair a conversa, sabia que Duo entenderia, uma das qualidades do americano era ser compreensivo. Tinha conhecimento de que Duo poderia muito bem se virar sozinho, mas isso não quer dizer que se sentia mais confortável com isso. E sabia que isso era sua possessividade falando.

- Está bem, mas me ligue quando estiver saindo da loja.

- Sim mamãe.

- Duo...

- Eu ligo Heero..não se preocupe. Acho que o Zechs deve ir a formatura, uma vez que Treize e ele são amigos, e o Treize também vai a formatura. Vou ver se ele pode me dar uma carona, em ultimo caso eu pego um táxi.

- Está bem, eu vou desligar para você poder trabalhar. Eu te amo Duo.

- Também te amo Heero.

Duo desligou o telefone com um sorriso brilhante nos lábios, Hilde e os outros sorriram diante disso, esse era o Duo que conheciam.

Algumas horas mais tarde:

Heero estava dirigindo a caminho do local, onde seria realizada a formatura, seus pais estavam falando com ele sobre a conquista alcançada mediante a graduação na cadeira escolhida, mas a mente de Heero se encontrava pensando em um americano que até o momento não havia ligado para ele. Estava preocupado, não sabia como Duo chegaria ao local da formatura, se iria sozinho ou pegara carona com Zechs, olhou para o relógio no pulso, segurando o volante com uma das mãos, faltava trinta minutos para as sete da noite.

"Droga Duo...porque você não liga".

Dee Yuy olhava para seu filho que parecia um tanto preocupado, era a primeira vez que via esse lado do filho, ele não costumava demonstrar abertamente suas emoções e no momento ele se mostrava distante e preocupado. Tinha quase certeza de que não era pelo evento para o qual se dirigiam, apesar de seu filho ter afirmado que o nervosismo se devia a isso, mas se fosse realmente verdade ele não ficaria olhando para o celular a cada 10 minutos como se esperasse uma ligação.

Heero tinha ciência do olhar de sua mãe sobre si, ela o estava analisando tinha certeza disso, em outra época seria capaz de controlar suas emoções, mas agora não era capaz de fazê-lo, não quando elas giravam em torno de um rapaz com uma longa trança e um sorriso capaz de clarear sua alma. Estavam quase se aproximando do clube onde seria a formatura, quando o celular tocou, imediatamente pegou o aparelho, desligando-o da viva-voz ao notar o número do visor, tentou soar calmo ao falar, mas sabia que havia falhado terrivelmente.

- Alô!

- Heero!?

- Onde você está?

Duo estava sentado no carro esporte de Zechs a caminho da formatura, deveria ter ligado para Heero assim que saiu, mas tivera que passar em casa para pegar o celular que esquecera pela manhã e a câmera para filmar o evento. Eles ainda estavam longe do clube, e levariam meia hora ainda para chegarem.

- Desculpe amor, eu estou a caminho do clube com o Zechs, eu tive que passar em casa para pegar o celular e outra coisinha.

Heero bufou, mas deu um meio sorriso que foi percebido pelos pais, e ignorado pelo japonês, ficou aliviado em ouvir Duo e saber que estava a caminho, era tudo que precisava para acalmar-se.

- Tudo bem então, nos vemos lá. Me ligue assim que chegar.

- Está bem amor...e seus pais?

Heero demorou alguns segundos para responder, olhando para o lado onde sua mãe estava sentada e pelo espelho retrovisor, observando o pai que o encarava com o olhar altivo que lhe era comum.

- Sim...nos falamos depois ok.

- Tá.

Duo desligou o celular e ficou encarando o aparelho por algum tempo, Heero não havia dito nenhuma palavra carinhosa, a preocupação era evidente em seu tom de voz, mas ele parecia distante. Zechs olhou para o amigo de rabo de olho, ele parecia pensativo e melancólico e foram raras as vezes que o vira assim.

- Duo você esta bem?

- Hã!?...sim Zechs estou...não é nada não.

Duo deu um sorriso e ficou olhando pela janela, a mesma sensação incomoda de manhã havia voltado, e ele estava procurando ignorar a sensação, mas não estava conseguindo, de alguma maneira sabia que ela tinha relação ao evento da noite, apenas esperava que não acontecesse nada de tão terrível.

Algumas horas depois:

Heero tentou encontrar Duo, mas até o momento não o localizara, sabia que o americano havia chegado, pois o namorado ligara e acabara de encontrar Zechs que confirmara que Duo veio com ele, mas o americano havia sumido após a parte de colação de grau. Sabia que o americano havia assistido e filmado, pois o vira em alguns momentos. Sorrindo e dando tchauzinho, enquanto filmava a cerimônia. Ele ficara excitado ao vê-lo vestindo uma calça social preta, um blazer da mesma cor e uma camisa vermelha aberta no peito, revelando o pingente que ele também possuía ao redor do pescoço.

"Duo onde você se enfiou?"

Heero queria saber onde Duo estava, pois o americano deveria sentar-se na mesa com ele e os pais, mas queria falar com Duo antes. Viu seus pais se aproximarem e teve que dar atenção a eles, pois sabia que os havia negligenciado desde que chegara.

- Meus parabéns querido.

- Obrigado mãe.

- Sua mãe tem razão Heero, você falou muito bem, me sinto feliz por você.

- Obrigado pai.

- Heero!!!

Heero sentiu um frio no estômago ao ouvir seu nome ser pronunciado alto, por uma voz que conhecia tão bem, se virou a tempo de ver Duo se aproximando e se jogando em seus braços, e não pode evitar abraça-lo. Teve que se controlar, para não beija-lo, diante da onda de reconhecimento que sentia com aquele corpo junto ao seu, no entanto não pode impedir de deslizar as mãos sutilmente pelo corpo do namorado, o fazendo sorrir.

Quando se afastaram Heero pode sentir o olhar de seu pai e sua mãe e ele não era nada agradável, Duo sentiu-se incomodado pelo olhar deles, conhecia esse olhar. Seu pai costumava faze-lo sempre que encontrava alguém que não o agradava socialmente, Duo procurou ignorar o olhar e sorriu como sempre fazia, mas seu sorriso dessa vez não foi capaz de amenizar o clima. Heero respirou fundo, preparando-se para apresenta-lo, mas seu pai o interrompeu.

- Heero o que significa isso?

- Duo este é Daichi e Dee Yuy meus pais.

- Muito prazer.

- Pai, mãe este é Duo Maxwell...ele...

Duo ficou olhando para Heero, esperando que ele os apresenta-se, podia notar a dificuldade que o japonês tinha, sabia que deveria ter se policiado quando o encontrara, mas o japonês estava tão bonito no smoking que não pudera evitar e se jogara em seus braços assim que o vira. Tentando amenizar a situação, Duo resolver ele mesmo se apresentar.

- Eu sou Duo Maxwell amigo do se filho.

- Amigo? Sei...

- Pai.

A forma como o pai de Heero olhava para Duo e a forma como sua voz soou ao repetir suas palavras indicava claramente que não acreditara no que dissera e pior que não aprovava sua presença. Heero sabia que seu pai não havia acreditado em Duo, e a forma como o olhava como se Duo fosse alguém desprezível o estava incomodando, não perdoaria seus pais se eles ofendessem Duo. Mas pelo andar das coisas era o que estava para acontecer.

- Ele não age como amigo, mas como um garoto de programa.

- Pai!!!

Duo sentiu um baque no coração, ao ouvir o que o pai de Heero dissera sobre si, nunca ninguém o ofendera dessa forma, olhou para Heero que ficara completamente transtornado pelo que ouvira. O japonês tinha os olhos escurecidos pela raiva e parecia se conter para não desrespeitar o pai.

- Eu acho melhor eu ir...embora Heero.

- Não!!!

- Mas...

Heero segurou o braço de Duo, que o olhava apreensivo, não queria causar um mal estar entre Heero e os pais. Heero não queria que Duo fosse, podia ver que o americano estava triste e não queria criar problemas, mas não permitiria que ele fosse dessa forma, não até que seu pai se desculpasse. Ouvir o pai falar que Duo parecia um garoto de programa o inervara, e tivera que se conter para não desrespeitar o pai. Mas talvez deve ter deixado Duo partir, assim o amante não seria obrigado a continuar a ouvir as palavras rudes que seu pai proferia.

- Você acha que vai conseguir alguma coisa com meu filho rapaz?

Duo olhou para o pai de Heero confuso, não sabia do que ele falava, não bastava tê-lo acusado de vender o corpo, e ainda lhe acusava de interesseiro, mas porque? Seria ele alguém tão desprezível demais aos olhos do japonês, para não poder estar com Heero. Controlando-se para não chorar, Duo procurou manter-se calmo, mas apenas pelo japonês que ainda segurava seu braço, e o olhava com carinho.

- Não entendi.

- Entendeu sim...eu conheço o seu tipo de gente.

- Pai pare com isso.

A voz de Heero soou baixa e perigosa, mas o senhor não pareceu se importar com isso, ele continuava a olhar para Duo como se ele fosse o ser mais desprezível que já encontrara antes. Heero podia sentir através de sua mão, Duo tremer tentando se controlar, ele segurou a mão do americano que estava fria e tremia. A mãe de Heero acompanhou o gesto do filho e segurou no braço do marido, para que ele se acalmasse e procurasse pensar em suas palavras antes que ofendesse ainda mais o outro rapaz.

- Sua aparência exótica, não nego que seja bonito, mas quantos você já não enganou com essa aparência frágil, esse cabelo comprido, esse sorriso. Você deve ser muito bom para ter conseguido conquistar o meu filho. O que faz? Dorme com ele não é. Faz tudo que precisar, achando que Heero ira lhe oferecer uma boa vida. Que pelo fato dele ser rico, você acha que vai conseguir arrancar algo dele. Que terá dinheiro e estabilidade.

Duo olhou surpreso para Heero, não sabia que ele era rico, nunca imaginara isso do japonês, era certo que nenhum dos dois sabia nada um da família do outro, e não continuaria a ser acusado injustamente, não precisava do dinheiro de Heero ou da família dele, não precisava de ninguém, nem mesmo de sua própria família. Duo tentou a todo custo refrear as lágrimas, mas elas caiam mesmo contra sua vontade, ele soltou-se de Heero encarando os pais do japonês, o pai de Heero continuava a olha-lo de cima em baixo com desdém, mas a mulher já não o olhava da mesma forma, havia dúvida em seu olhar.

Duo levantou a cabeça, não seria desrespeitado, ele não passara por tantas coisas depois que saiu de casa, para ser desrespeitado dessa forma, ele era alguém e mostraria isso aos pais do namorado. Mesmo que se sentindo ferido por dentro, não iria dar aos pais do japonês o gosto de vê-lo arrasado, Duo enxugou as lágrimas e em seus olhos reluzia um brilho diferente. Havia altivez, determinação e ironia, tentou dar a sua voz segurança, mas falhara terrivelmente, despejou toda sua raiva e indignação através das palavras, não se importando quando ela se elevou.

- Desculpe-me senhor Yuy, mas se eu quisesse dinheiro ou estabilidade, eu voltaria para casa, porque eu não nascia na rua, e também não vendo meu corpo para conseguir dinheiro como parece ser o seu pensamento. Minha família possui tantos bens quanto os Yuy até mesmo mais.

Depois disso Duo virou-se, saindo correndo, ouviu Heero gritar seu nome, mas não voltaria para ser humilhado. Duo saiu empurrando varias pessoas até conseguir deixar o clube, nem ao menos viu em que direção seguia, tudo que desejava era ir o mais longe possível dali. Heero tentou seguir Duo, mas foi impedido por seu pai que segurava seu braço, ele olhou ao redor e varias pessoas olhavam para eles, estava ciente de que muitos ali nem ao menos desconfiavam de seu relacionamento com Duo, enquanto outros tinham uma ligeira desconfiança que agora era uma certeza.

- Heero eu não acredito que você envolveu-se com esse tipo de gente.

Heero puxou o braço que era seguro por seu pai, o encarando com raiva, ele já não pensava em mais nada, e nem ao menos notou que havia elevado a voz e que berrava chamando a atenção das pessoas ao redor.

- Tipo de gente!? Vocês não sabem de nada.

- Sabemos o suficiente para saber, que ele...

- Calem-se!!!

A mãe de Heero olhou-o espantada, era a primeira vez que ele elevava a voz contra eles, e o fazia por causa do rapaz que deixara sua presença em prantos. Será que ele gostava tanto assim do rapaz? Todos ao redor olharam para o japonês, que passava a mão pelos fios desordenados do cabelo, Heero abaixou a cabeça por um instante e depois se virou para os pais, já era hora deles saberem a verdade que deveria ter dito logo de inicio.

- Vou dizer uma única vez. Duo e eu estávamos namorando...nós moramos juntos e dormimos juntos.

No momento em que Heero dizia aos pais seu relacionamento com Duo, o som foi desligado e sua confissão foi ouvida por boa parte de seus colegas ao redor, uma vez que tinha a voz elevada pela raiva. Os pais de Heero olharam ao redor envergonhados diante dos olhares chocados, surpresos e sorrisos de consentimento de alguns. Uma jovem de cabelos compridos que se encontrava por perto, desmaiou sendo amparada pelos colegas, ela era uma das muitas admiradoras do japonês e saber que o mesmo era gay foi demais para ela.

Heero ignorou os olhares ao redor e até mesmo a surpresa dos pais diante de sua confissão, sentiu-se mais leve após ter confessado a verdade a eles, mas não havia terminado ainda e se todos ao redor estavam dispostos a saber de tudo que assim fosse, não ligava para nenhum deles, tudo que lhe importava era Duo e precisava terminar logo com isso antes de ir atrás dele.

- Eu pretendo viver minha vida com ele, e se vocês não podem aceitar o fato de que eu o amo, a partir de hoje eu vou esquecer que vocês existem e vocês podem fazer o mesmo.

- Você vai trocar sua família, por um...

- Não se atreva a repetir isso meu pai, ou eu juro que esqueço quem é, e agirei da mesma forma com quem o ofende.

- Você não teria coragem.

- Teria sim mãe. Duo é minha vida....ele nunca soube até agora, que minha família era rica, por isso ele não esta interessado em seu dinheiro pai. Você o julgou precipitadamente.

O pai de Heero abaixou a cabeça envergonhado, havia julgado mal o outro rapaz, baseado apenas em sua aparência, sabia que não obteria o perdão do filho tão cedo, pois Heero não costumava perdoar facilmente quem machucava as pessoas que ama. E ele amava o rapaz que ofendera deliberadamente. Heero não esperou, por uma resposta dos pais, simplesmente os deixou ali parados e foi atrás de Duo, precisava encontra-lo de algum jeito. Ele correu para o lado de fora, encontrando Treize e Zechs conversando, ambos o olharam e sorriram eles eram um dos poucos que já sabiam do relacionamento dele e de Duo, por isso se aproximou perguntando pelo americano.

- Vocês viram Duo?

- Ele correu para a rua Heero, tentamos ir atrás dele, mas simplesmente sumiu, quando virou a esquina.

- Droga...

Treize colocou a mão no ombro de Heero, dando-lhe um sorriso. Heero ouviu a voz de sua mãe o chamando, mas não estava disposto a falar com seus pais novamente, pelo menos não até encontrar Duo. Ele virou-se para Treize para pedir-lhe um favor.

- Treize posso pedir um favor?

- Claro Heero o que quiser.

- Você poderia levar meus pais para casa?

- Perfeitamente.

- Obrigado.

Heero curvou a cabeça em agradecimento e correu até o carro, sem virar-se para olhar para os pais, precisava ir procurar Duo pelas redondezas. Treize falou com Zechs que voltaria logo e se aproximou dos pais de Heero, que tinham uma expressão triste e arrependida, ele se apresentou e os guiou até seu carro, para leva-los embora.

Heero procurou de carro durante duas horas e nada de encontrar Duo. Olhou para o relógio e viu que já era quase meia-noite, há essa hora o americano deveria estar no apartamento, ligou para lá, mas ninguém atendeu. Decidiu por voltar para casa e verificar se o americano estava lá e simplesmente não queria atender ao telefone, ou se ele não voltara para casa, mas não conseguia pensar nessa possibilidade.

Ao chegar encontrou o apartamento mergulhado na escuridão e no silêncio, mesmo sabendo que Duo não estava não pode deixar de ansiar que o americano respondesse a seu chamado, mas ninguém o respondeu. Heero se deixou cair no meio da sala, deixando que pela primeira vez lágrimas de incerteza e dor caíssem de seus olhos e banhassem seu rosto.

Heero não sabia mais o que fazer, Duo não voltaria para casa ou havia acontecido alguma coisa com ele, era a única justificativa pela demora dele. O desespero estava tomando conta de si, ele já havia ligado para todos os conhecidos de Duo, o procurando, tomara uma decisão se o americano não aparecesse em no máximo uma hora, sairia a procura dele novamente. Sentou-se no sofá aguardando, não tivera coragem de ligar as luzes ou fazer outra coisa a não ser ficar no escuro esperando, foi com alivio que ouviu o som da chave na fechadura, se levantou aguardando que Duo chegasse na sala.

Assim que o viu, o cabelo quase soltos da trança, os olhos ainda úmidos, respirou aliviado por saber que o outro estava vivo e que voltara, mesmo sabendo que não era o melhor momento tinha que saber onde Duo estivera até aquela hora, pois ele deixara o clube perto das dez da noite e já eram quase duas da manhã.

- Duo onde você esteve?

- Por ai...

- Como por ai Duo, você já viu que horas são? Já são quase duas horas da manhã...eu pensei que tivesse acontecido alguma coisa com você.

Duo sentiu-se mal por ter preocupado Heero, mas não notara a direção que tomara ao deixar o local da formatura, simplesmente saíra correndo e depois ficara andando a esmo e quando percebera estava em um lugar completamente desconhecido e deserto. Tivera certa dificuldade em encontrar um táxi para voltar para casa, aliado ao medo, que o fizera demorar a decidir-se a voltar ou não, pois não sabia se ainda encontraria o japonês no apartamento e não queria ser abandonado por ele.

Quando entrou e viu que o apartamento estava mergulhado na escuridão, temeu que isso houvesse acontecido, mas ao ouvir a voz monocórdia, e encontrar Heero parado no meio da sala, ainda vestindo o smoking e com o rosto preocupado, o encheu de uma momentânea alegria. Mesmo sabendo que deveria dar uma explicação, por ter chegado depois do japonês, mesmo tendo saído antes, sentia-se cansado demais para faze-lo no momento.

- Desculpe..eu estou...bem...quero apenas tomar um banho e dormir...estou cansado.

- Duo....

Heero viu as lágrimas caiam dos olhos de Duo e se aproximou do americano que se afastou não querendo que o outro o tocasse. Heero parou ao ver Duo se afastar dele, isso o machucou profundamente, não queria que Duo sofresse, mas as lágrimas, manchando seu rosto era prova de seu sofrimento. Sabia que as palavras de seus pais haviam machucado Duo, mas ouvir a confirmação através dos lábios do americano parecia que alguma coisa dentro de si estava sendo, sendo feito em pedaços.

- Desculpe-me... por não... ser...a pessoa...que seus..pais...

- Não!!!!

Heero se aproximou rapidamente, puxando Duo para seus braços o impedindo de continuar, ele estreitou o corpo que sacudia pelo choro em seus braços, acariciando as costas lentamente procurando acalma-lo. Ele passou os braços por baixo das pernas de Duo o erguendo do chão, Duo escondeu o rosto na curva do pescoço de Heero passando os braços por trás do pescoço desde.

Heero caminhou para o sofá sentando-se e acomodando Duo em seu colo, eles ficaram em silêncio até que Duo parasse de chorar. Duo sentia as mãos de Heero a suas costas o acalmando, os braços fortes o embalando como uma criança indefesa, o apartamento estava mergulhado no escuro, e silêncio da madrugada era quebrado apenas pelo tique-taque do relógio e som de seu pranto.

Heero sentiu Duo mais calmo, e se inclinou para observar-lhe o rosto inchado, as feições marcadas pela tristeza. Ele acariciou com a ponta dos dedos, o contorno dos olhos, o nariz fino, as maçãs do rosto, os lábios vermelhos e macios, se deteve neste ultimo por alguns instantes antes de começar a falar, olhando dentro das ametistas brilhantes e melancólicas.

- Você lembra quando conversamos ontem, e eu disse que depois de conhece-lo, preferiria você a uma garota.

Duo sacudiu a cabeça mordendo o lábio, para impedi-lo de tremer, Heero falava suavemente e baixo, quase como um sussurro, sentiu o japonês deslizar o dedo sobre seus lábios e os olhos pousarem sobre ele por alguns instantes antes de volta a encara-lo.

- Eu continuo a pensar da mesma forma. Nada mudou entre ontem e hoje e nunca mudara Duo...e com você que eu escolhi partilhar minha vida.

- Mas...seus pais...eles não...não gostaram de...mim...disseram...

- Esqueça o que eles disseram...sei que é difícil esquecer, mas eles não podem entender o que não sabem. Eles ainda não o conhecem como eu, não sabem a pessoa maravilhosa que você é, não imaginam a dádiva que é estar com você....partilhar os momentos ao seu lado...viver você a cada dia.

- Heero...

- Eu sei que quando eles tiverem a chance de ver o que eu vejo em você...irão se apaixonar e ama-lo como eu.

Duo afundou o rosto no peito de Heero, sentindo seu coração bater violentamente no peito, as palavras de Heero o estava curando das palavras proferidas pelos pais do japonês, podia sentir o amor dele em cada uma das palavras ditas com carinho.

- Nada do que eles digam mudara minha opinião, quanto ao que eu penso e sinto por você Duo Maxwell. Eu te amo, como jamais amei alguém em minha vida, e eu fui um tolo em não ter dito a eles antes. Mas nunca é tarde para reparar nossos erros, e agora eles já sabem como me sinto em relação a você, embora o que eles acham ou deixam de achar já não tem importância para mim...e sabe porque?

Duo sentia dificuldade de continuar a olhar dentro dos olhos de Heero, havia tanta profundidade em seus olhos, tanto carinho que sentia-se tonto, sua resposta a pergunta de Heero, não passou de um sussurro em meio ao silêncio da madrugada.

- Não...

- Porque você é muito mais importante que tudo...que o resto do mundo se afogue em sua ignorância... a sua felicidade...você... é o que me importa e nada mais.

- Heero.

Duo começou a chorar, mas sorriu puxando a cabeça de Heero de forma que se beijassem, seus lábios se tocaram suavemente transmitindo todo o amor e carinho que sentiam um pelo outro. Não havia pressa, apenas tranqüilidade. Ao afastarem-se, continuaram abraçados desfrutando da companhia um do outro, ouvindo o som de seus corações que batiam como um só. Depois de algum tempo Duo sentiu-se incomodado, ele havia gritado com os pais do japonês durante o nervosismo e sentia-se mal por tê-lo feito, mesmo que eles tivessem pedido pela grosseria. Heero sentiu Duo se remexer em seus braços e olhou para o amante.

- Que foi?

- Eu não queria gritar com eles.

Heero sorriu e abraçou Duo olhando a noite estrelada, pela janela aberta.

- Se serve de consolo eu também gritei com eles, mas não se preocupe eles superam isso, se o choque de saber a verdade na frente de todos não os matou, o fato de temos gritado com eles, não fará tanto mal.

- Mesmo assim...eu não queria ter gritado com eles.

- Eu sei meu amor.

- Duo.

- O que?

- O que você quis dizer sobre sua família ser ...

Heero sentiu imediatamente que o corpo de Duo ficou tenso, e o apertou fortemente. Duo não queria falar sobre sua família, ou sobre seu passado antes de conhecer o japonês, ele afundou o rosto no peito de Heero novamente absorvendo o perfume que emanava do namorado.

- Se não se importa Heero...eu não gostaria de falar sobre isso.

- Tudo bem Duo.

Duo levantou o rosto sorrindo para Heero, acariciou o rosto do japonês com os dedos e estava prestes a dizer alguma coisa quando seu estômago roncou alto, fazendo com que ficasse vermelho imediatamente. Ele não comera quase nada a tarde, pois sabia que haveria um jantar depois da formatura. Heero sorriu diante disso, pois lembrara de que não comera nada e também estava faminto.

- Porque a gente não toma um banho, troca de roupa e come alguma coisa. Eu também estou com fome.

- Acho que não tem nada pronto na geladeira.

- Tem o resto da carne assada no freezer, não é?

- Tem, mas....

- A gente coloca no microondas, corta umas fatias e faz um sanduíche de carne assada e toma com um pouco de champanhe.

- Champanhe?

- É lembra que tem uma garrafa no bar?

- Lembro, mas não era para abrirmos em uma ocasião especial!?

- Há ocasião melhor que a de estar com você, comendo um delicioso e suculento sanduíche de carne assada.

Duo riu balançando a cabeça, não ele não conseguia pensar em uma ocasião melhor para abrir a garrafa do que a de estar simplesmente na companhia de Heero.

- Não amor, acho que não há ocasião melhor do que está.

Heero sorriu e beijou Duo lentamente, deixando que suas mãos vagassem pelos contornos de seu corpo, antes de se levantar e seguir em direção ao quarto com Duo em seus braços. Tudo ficaria bem, tinha certeza disso, assim como tinha certeza de um certo americano não iria ao trabalho no dia seguinte, pois não conseguiria levantar da cama tão cedo.

Owari

Acabei!!!!!!!!!!!

Agradecimentos especiais a sis Lien pelas idéias, a Mami pela força, e também pelo apoio e idéias que me ajudaram a escrever e terminar o capitulo.

Ao restante da família, que apesar de não lerem nem comentarem minha fic, ainda assim tem um cantinho especial no meu coração.

Agradecimentos a todos que me enviaram comentários pelos capítulos anteriores, muitíssimo obrigado, e desculpem por não ter respondido os email, saibam que adorei cada um deles.

Até a próxima.

1Kazoku família ou membros de uma familia