Para sempre ao seu Lado
Yaoi/Lemon
1x2
by Yoru no Yami
- Falta alguma coisa?
Duo olhou para as bolsas no chão tentando se lembrar do conteúdo de cada uma delas, havia exatamente duas sacolas de viagem e uma mala grande, que na opinião do japonês eram malas e roupas demais para apenas dois dias fora. Mas Duo não queria saber disso, afinal eles poderiam vir a precisar delas e nunca se sabe o que poderia acontecer e era preferível terem roupas a mais do que a menos, não que a idéia de passar algum tempo sem roupa na companhia do noivo não o agradasse. Noivo...Duo pensou momentaneamente na palavra e olhou para a aliança em seu dedo, ainda era estranho pensar em Heero dessa forma, como alguém que significava mais do que um simples namorado. O fato de o japonês ter demonstrado querer partilhar consigo como um casal o resto de sua vida o alegrara imensamente, tanto que às vezes custava a acreditar que a aliança em seu dedo realmente existia.
Heero ficou aguardando a resposta de Duo, mas ao vê-lo novamente olhando para o anel no dedo e um sorriso brilhando em seu lindo rosto, sabia que era inútil. Ele olhou para a própria mão e deu um meio sorriso, estavam noivos a menos de uma semana, mas a sensação que tinha era de que não havia passado nem um dia desde que fizera o pedido e Duo aceitara era tão estranho e ao mesmo tempo reconfortante. Quer dizer eles finalmente haviam assumido um compromisso como um casal, apenas colocando um elo de ouro trançado em seus dedos, ainda assim era como se tudo houvesse mudado, o que ficara bem claro quando chegaram em casa na manhã de Natal, eles haviam feito amor pela primeira vez como noivos e não mais como namorados.
A entrega entre eles havia sido diferente das outras vezes em que haviam se amado, ela fora especial, não que todas elas não fossem, mas havia sido como a primeira vez deles, os toques tímidos, receosos, quase inexperientes, a exploração lenta como se quisessem guardar cada detalhe. Havia sido mágico, eles retornaram para casa ansiosos para caírem nos braços um do outro e mal tivera tempo de trancar a porta antes de se abraçado por Duo e ter seus lábios tomados pelo noivo. Ele tomara o americano nos braços afim de leva-lo ao quarto, mas Duo pediu que o deitasse no chão da sala, junto ao pinheiro. Heero sorriu e colocara deitado no chão da sala, sob o tapete e junto do pinheiro que haviam comprado e decorado durante à tarde, na véspera de natal, o americano ligara as lâmpadas do pinheiro, as fazendo iluminar parcialmente a sala na penumbra.
Duo sorriu ao notar que o leite e os biscoitos haviam sumido, olhou para Heero dizendo que papai Noel havia comido tudo, o japonês apenas sorrira dizendo que papai Noel não existia, mas ele não pôde contestar quando ouvira seu amante disser que o velhinho lhe havia trazido o japonês de presente para sua vida. Haviam amado-se junto ao pinheiro, com a luz da manhã penetrando pelas cortinas ainda fechadas, e as luzes da árvore iluminando seus corpos saciados. Duo suspirou e se virou encontrando Heero o encarando, mas sem realmente vê-lo, ele parecia mergulhado em lembranças e se aproximou tocando-lhe o rosto e chamando seu nome.
- Heero!?
- Hã!?
- Pensando amor?
Heero abraçou Duo o puxando para seus braços, e aspirou o perfume adocicado e envolvente do pescoço do americano sentindo-o ofegar e se arrepiar ao roçar seu nariz pela pele clara e sedosa.
- Estava pensando em nossa manhã de natal, quando chegamos da casa do Charles.
- Huumm....sim...quase derrubamos o pinheiro no processo lembra?
- Como poderia esquecer...eu te avisei sobre segurar no tapete.
- Não pude evitar...
Duo sorriu maliciosamente e esfregou-se contra o noivo, seus olhos piscaram sedutores e ele se afastou levando sua mão a blusa que vestia, os olhos de Heero escureceram ao imaginar o que mesmo faria, imediatamente sentiu que a roupa que vestia não era mais tão confortável. Ela havia diminuído consideravelmente alguns números em poucos segundos, apenas ao imaginar o que viria a seguir.
- Duo nós vamos nos atrasar para o trabalho.
- Vamos brincar apenas um pouquinho amor. Além do mais eu sempre chego atrasado mesmo.
Com um sorriso ainda mais malicioso Duo levou sua mão direita a boca mordendo levemente o dedo, enquanto a esquerda deslizava por seu peito alcançando os botões da roupa de trabalho. Ele abriu os primeiros botões da blusa, alcançando os mamilos dentro dela, ofegou o nome de Heero, ao puxar os mamilos excitados, inclinando sua cabeça para trás deslizando sua mão direita por sobre o volume que se apresentava na frente de suas calças.
Duo sorriu ao ver Heero inconscientemente levar a mão ao próprio membro acompanhando seus gestos, fazia tanto tempo que não faziam isso se tocar na frente do parceiro, sabia que era uma hora um tanto quanto imprópria e que certamente ambos se atrasariam, mas não consiga impedir de tocar-se e desejar que Heero fizesse o mesmo na sua frente. Duo escorregou sua mão por dentro da calça e apertou o membro que já se encontrava úmido e excitado, ele mordeu os lábios e fechou os olhos, perdido na sensação de sua própria mão a estimula-lo. Podia ouvir os gemidos de Heero e não precisava abrir os olhos para saber que ele fazia o mesmo. Duo abriu o zíper e puxou o membro para fora para estimular-se melhor, e assustou-se ao sentir uma língua o tocar no queixo, e suas mãos serem afastadas delicadamente.
Ele abriu os olhos, surpreso por Heero estar a sua frente os olhos escurecidos pelo desejo, podia sentir a mão do amante espalmada em seu abdômen, havia uma pergunta silenciosa em seu olhar e que foi respondida pelo japonês com um meio sorriso, antes do mesmo o erguer nos braços e carrega-lo para o quarto. Eles se despiram de suas roupas em meio a beijos, caricias e palavras inteligíveis, seus gemidos ecoaram pelo apartamento falando por eles, ao se deitarem na cama que havia sido feita há poucos instantes, se deixaram carregar pelo ardor da paixão que sentiam um pelo outro. Nada mais importava a não ser a sensação da certeza de que se pertenciam.
Três horas depois:
Heero dirigia o mais rápido que podia para o trabalho, balançou a cabeça ao lembrar do porque de estar atrasado e um sorriso figurou em seu rosto. Eles haviam levantado cedo para prepararem tudo para a viagem ao final da tarde, haviam decidido em cima da hora viajar e passar o final de ano a sós e longe de tudo. Não fora muito fácil encontrar um lugar para alugar tão em cima da hora, mas felizmente Hilde comentara com o noivo a respeito e o mesmo lhes havia oferecido sua casa de praia na Califórnia para passarem a passagem de ano, assim teriam que pegar o vôo das 18:00 hs para chegarem a Califórnia às 22:00hs. Apesar de saberem que ficariam cansados, Hilde lhes havia garantido que valeria a pena, pois a casa era linda e em lugar deserto o suficiente para que pudesse ficar a vontade na areia. Heero olhou para o relógio de pulso que marcava aproximadamente 10:00 hs da manhã, ele deveria ter chegado ao trabalho as 08:00hs, mas ele e Duo acabaram voltando para a cama as 07:00 hs quando deveriam estar saindo de casa.
Bem ele não podia reclamar, havia sido incrivelmente prazeroso e apenas lembrar do fato já sentia a excitação se aproximar, decidiu mudar o rumo de seus pensamentos antes que não pudesse refreá-los. Heero estava manobrando o carro para entrar na garagem da empresa, quando seu celular tocou, reconheceu o número como sendo de um dos ramais da empresa, o colocou no viva voz para atender, enquanto entrava na garagem.
- Alo!
- Heero é o Sam, onde você está?
- Estou na garagem.
Heero parou o carro e pegou o celular junto com sua pasta, trancou o carro caminhando para os elevadores, enquanto ouvia Sam dizendo que o aguardava em sua sala, pois havia marcado uma reunião para as dez e meia e precisava discutir alguns assuntos com ele antes. Heero entrou no elevador cumprimentando com um aceno de cabeça o ascensorista, informou a Sam que já estava subindo e passaria rapidamente em sua sala para pegar um esboço do projeto que andava trabalhando nos últimos dias. Ele desligou o celular e se encostou à parede de espelho assim que as portas se fecharam, após a entrada de um outro funcionário, o ascensorista apertou os andares respectivos de cada um deles. Assim que deixou o elevador Heero seguiu para sua sala, cumprimentando sua secretária, pegou os desenhos e seguiu para a sala de Sam que o aguardava sentado atrás da grande mesa.
- Desculpe pelo atraso.
- Tudo bem Heero, essa é a primeira vez em quase quatro anos que você chega atrasado, eu apenas fiquei preocupado que tivesse acontecido algo grave.
- Na verdade não...eu acabei perdendo a hora.
Pelo desconforto e colorido avermelhado em seu rosto Sam deduziu que o atraso de Heero se devia ao seu noivo, ele apenas sorriu e sinalizou para que o japonês se sentasse, precisava passar algumas informações importantes a ele, antes de sair para uma outra reunião da qual acabara de ser comunicado.
Enquanto isso em uma outra parte da cidade:
Duo corria pela rua tentando chegar ao shopping pelo menos antes das onze, mas já eram dez e cinqüenta e cinco, e sabia que seria impossível, ele estava muito, mais muito atrasado, se houvesse aceitado a carona de Heero, já estaria no shopping. Mas recusara a carona uma vez que o trabalho do japonês fica do lado oposto do seu e não queria atrasar o noivo mais do que ele já estava atrasado. Assim que os sinais fecharam Duo atravessou a rua correndo, entrando apressado no shopping, certo de que levaria a maior bronca de sua vida, ele não havia tomado café da manhã direito e decidiu passar pela praça de alimentação e comprar algo para beliscar, ao passar correndo ouviu a voz de Hilde chamando seu nome e parou vasculhando o lugar, encontrou-a acenando em uma das mesas da praça juntamente com Charles e Carl. Todos eles estavam sentados tranqüilamente e ele se perguntava o que faziam ali àquela hora do dia sentados despreocupadamente. Ele caminhou até eles sentando-se um pouco, Hil estendeu o copo com suco para o amigo que parecia sem fôlego, Duo sorriu agradecido e bebeu o suco, assim que se sentiu recuperado perguntou o que todos faziam ali.
- Hoje não tem trabalho não é?
- Você ainda não soube não é Duo.
Duo olhou para Carl sem entender, o que ele não sabia? Hilde sorriu e levantou-se puxando Duo com ela, enroscou seu braço no do amigo, e pegou dois pães de batata recheados de dentro da cestinha sobre a mesa, entregando um ao americano que a seguiu respirando calmamente enquanto a ouvia perguntar se tudo estava certo para a viagem.
- Então Duo tudo pronto para a viagem?
- Sim, eu e Heero terminamos de arrumar as coisas hoje pela manhã.
- Então foi por isso que se atrasou tanto não foi?
O sorriso malicioso da amiga indicava claramente que ela sabia o motivo de seu atraso, e que ele não envolvia em nada os preparativos para a viagem, sabia que também não havia como negar, pois todos os seus atrasos tinham um único motivo e nome: Heero Yuy. Eles estavam entretidos conversando, mas Duo repentinamente ficou sem fala ao ver o estado em que a loja se encontrava, Hilde apenas sorriu para o amigo, explicando o que havia acontecido durante a madrugada.
Centro Empresarial, lado leste da cidade de Boston:
Duo chegou a 10th Avenida e parou em frente ao edifício da M & K Naval Engenharia, levantou a cabeça e assobiou diante da magnitude do edifício a sua frente, era a primeira vez que o via tão de perto e ele era realmente impressionante em seus 30 andares de vidro, concreto e mármore. Ele entrou no edifício passando por um detector de metais na entrada, e seguiu até a recepção aguardando em uma pequena fila para ser atendido por uma das belas recepcionistas. Assim que chegou sua vez de ser atendido sorriu para recepcionista que ficou encantada por sua beleza, o único rapaz que conhecia com uma beleza tão chamativa era o japonês do 20º andar e o um outro do 30º, mas o japonês era o favorito dela e das outras meninas, afinal ele era sempre tão sério, nunca sorria ou tentava canta-las que era impossível não admirá-lo.
- Bom dia senhor.
- Bom dia. Eu gostaria de falar com Heero Yuy, ele trabalha na área de planejamento.
- Ele o está aguardando senhor?
- Na verdade não...é uma surpresa.
- O senhor poderia me fornecer sua identidade.
- Claro.
Duo abriu a bolsa atrás da carteira e pegou sua identidade entregando-a a jovem loira que lhe sorria sedutoramente, podia notar o olhar mal disfarçado das outras três e sorriu para elas as fazendo corar. Ele desviou sua atenção para o hall, notando os olhares sobre si, detestava quando isso acontecia, notou admirado que quase todo o hall era de mármore negro, deveria ter custado uma fortuna. Duo voltou sua atenção a recepcionista ao ouvi-la chamar seu sobrenome.
- Senhor Maxwell, eu liguei para o ramal do senhor Yuy e ele não se encontra em sua sala no momento, e infelizmente não posso deixá-lo subir sem o consentimento dele.
- Ah eu entendo...
Duo ficou em silêncio por alguns segundos, pensando no que fazer, ele voltou seu olhar para a jovem e deu seu melhor sorriso.
- Você poderia me dizer se ele esta no edifício ou tentar encontra-lo?
A jovem sentiu seu coração bater mais forte diante do sorriso dele, ela faria qualquer coisa que ele lhe pedisse, sorrindo de volta ela balançou a cabeça e respondeu com sua voz mais doce.
- Certamente senhor, mas pode demorar um pouco.
- Ele deve estar na sala de reuniões do 16º andar com o pessoal de desenvolvimento, pelo menos ele tinha uma reunião marcada lá.
Duo olhou para o lado ao ouvir a voz de um homem dizendo o paradeiro de Heero, reconheceu-o como sendo o mesmo senhor que acompanhara o japonês a San Diego na semana passada. Duo sorriu e estendeu a mão para cumprimentar o senhor que retribuiu o gesto apertando a mão do jovem.
- Senhor Jéferson é um prazer vê-lo.
- O prazer é meu Duo. Veio falar com Heero?
Duo sorriu e balançou a cabeça, mesmo nunca tendo falado com o chefe de Heero simpatizara com ele a primeira vista, ainda mais com o japonês sempre falando tão bem dele e por considera-lo como um amigo, mas sua simpatia cresceu ainda mais depois que o noivo lhe contara sobre a reação e o apoio que Samuel Jéferson oferecera ao confidenciar-lhe sobre o seu relacionamento com ele. Duo ficara feliz em saber que o chefe do japonês não agira de forma preconceituosa como a maioria das pessoas, mas que apoiara sem restrição.
- Vim, e que houve um incidente n a loja onde trabalho, como o gerente me dispensou e ela vai ficar interditada até depois do feriado, eu achei que seria uma boa convidar o Heero para almoçar e visitar o lugar onde ele trabalha.
- Uma ótima idéia sem dúvida, já esta quase na hora do almoço mesmo.
Sam virou-se para a recepcionista que assistia calada e admirada a conversa dos dois, o que parecia o rapaz com a longa trança e os olhos mais lindos que já vira em um homem, era amigo do lindo japonês do 20º andar. Ela olhou para a mão do rapaz sobre o balcão e notou a aliança ficando momentaneamente triste, a jóia era linda de ouro branco e amarelo entrelaçados o que deveria ter custado uma pequena fortuna, ela franziu a testa, tentando se lembrar onde vira aquela aliança antes. Se não estava enganada ouvira Margareth do 20º andar comentar que o japonês usava uma aliança de ouro branco e amarelo entrelaçados muito bonita, então os dois possuíam a mesma aliança, a jovem entrou em choque ao imaginar o que isso significava.
"Não é apenas uma coincidência nada demais".
Ela balançou a cabeça e se obrigou a prestar a atenção ao que o senhor Jéferson lhe falava.
- Delphine o senhor Maxwell subira comigo, eu me responsabilizo pela entrada dele.
- Perfeitamente senhor Jéferson.
Duo se voltou para Sam e meneou a cabeça em agradecimento.
- Obrigado.
- Não há de que meu rapaz. Seria desagradável você ter tido todo esse trabalho em vir até aqui e não poder fazer o que se propôs.
Duo sorriu e voltou sua atenção a recepcionista que lhe devolveu a identidade juntamente com um crachá de visitante, ele prendeu a identificação na blusa assim que passou pela roleta. Eles caminharam para os elevadores com o olhar das recepcionistas sobre eles, ou especificamente nele. Sam virou a cabeça ligeiramente, enquanto Duo olhava para a estátua de granito junto aos elevadores, ele sorriu ao ver o olhar de cobiça das jovens sobre o rapaz que parecia alheio a reação que provocara nelas, ele certamente tinha olhos apenas para Heero. Eles entraram no elevador e Duo se voltou para o chefe de Heero conversando com ele, sentia-se um pouco estranho, pois era a primeira vez que conversavam, afinal nunca haviam sido apresentados.
Sam notou o nervosismo do jovem companheiro de Heero, ele sorriu procurando deixa-lo à vontade, sabia que era estranho para o jovem conversarem uma vez que não haviam tido uma oportunidade de serem devidamente apresentados e a única coisa que os ligava era de que conheciam Heero Yuy. Ainda assim podia notar que o jovem era extremamente simpático e apesar do acanhamento ele se expressava com alegria, ficava bem claro os motivos pelos quais Heero havia se apaixonado pelo rapaz ao seu lado, o mesmo era simpático, belo e inteligente. Certamente uma companhia muito mais agradável que muitas mulheres.
- O senhor e sua esposa deveriam vir jantar conosco algum dia. Ficaríamos felizes em recebe-los.
- Por favor me chame de Sam, posso chamá-lo de Duo?
- Claro.
- Bem ele já me convidou e tenha certeza de que eu e Sâmara ficaremos mais do que felizes em aceitar o convite de vocês, ouvir dizer que é um verdadeiro chéf na cozinha.
Duo ficou vermelho imaginando o que Heero havia dito sobre seus dotes culinários, ele desviou o olhar para o ascensorista notando o olhar de repulsa em seu rosto, envergonhado abaixou a cabeça sentindo-se desconfortável. Sam percebeu que o rapaz ficou tenso e abaixou a cabeça ao encarar o ascensorista, olhou para Taylor notando a forma preconceituosa com que o mesmo encarava o jovem ao seu lado, ouvira rumores de que ele não gostava de homossexuais e tinha conhecimento de que ele já havia sido rude com outros visitantes no edifício, mas não permitiria que desrespeitassem o jovem ao seu lado, apenas porque tinha a mente estreita demais para aceitar as decisões sexuais de outras pessoas.
- Algum problema Taylor?
O ascensorista pulou ligeiramente ao ouvir a voz do senhor Jéferson falar com ele friamente, podia ver pelo olhar a repreensão pela forma como encarou o outro jovem ao deduzir que o mesmo era gay. Obrigou-se a abaixar a cabeça e responder como quem não entende a pergunta.
- Não senhor Jéferson.
- Espero mesmo que não.
Duo levantou a cabeça ao ouvir o chefe de Heero se dirigir ao ascensorista de forma fria, não imaginava que ele houvesse notado a forma com que o outro o olhara. Quando Sam voltou sua atenção a Duo ele simplesmente lhe sorriu fazendo com que seu sorriso fosse retribuído. As portas do elevador se abriram no vigésimo andar e eles desceram no hall daquele andar, Sam virou-se para Duo que observava tudo com atenção, e sorriu para a jovem recepcionista sentada atrás de uma mesa de mármore branco.
- O que acha de fazer um tour pela empresa?
- Eu não quero atrapalha-lo.
- E não vai de forma alguma me atrapalhar, eu geralmente faço um tour com os funcionários novos ou os estagiários da empresa.
Sam sorriu e se aproximou de Duo olhando para os lados como se fosse confidenciar-lhe um segredo.
- Dessa forma eu enrolo um pouco até a hora do almoço.
Duo sorriu e balançou a cabeça em acordo, o senhor Jefferson cumprimentou a jovem recepcionista e o segurança, e sinalizou para que Duo o acompanhasse até sua sala para que deixasse sua bolsa. Sam guardou alguns papéis que trouxera e saiu com o jovem americano para mostrar-lhe o edifício e como funcionavam as coisas na empresa de Engenharia Naval, antes porém deixou um recado com sua secretária para que Heero viesse falar com ele tão logo saísse da reunião. Não queria correr o risco do japonês sair para o almoço sem saber que Duo viera procura-lo. Sam mostrara toda a empresa, explicando o que cada departamento fazia e se relacionava, fora bastante divertido, muito mais do que costumava ser, Duo perguntava e mostrava interesse em tudo o que geralmente não acontecia com os novos funcionários e estagiários. Quando retornaram já havia passado vinte e cinco minutos do meio-dia, assim que chegaram Sam foi avisado de que Heero já o estivera procurando e que no momento se encontrava em sua própria sala aguardando-o.
- Senhor Jéferson o senhor Yuy, esteve aqui a pouco mais de meia hora e pediu que o avisasse assim que chegasse. Devo avisar de que está em sua sala?
- Não senhorita Craft nós iremos até lá, depois eu sairei para o almoço, você já pode ir também se quiser.
- Sim senhor.
Duo pegou sua bolsa na sala de Sam e seguiram para a sala de Heero que ficava a apenas poucos metros, do outro lado do prédio, mas no mesmo andar assim que se aproximaram Sam perguntou a secretária de Heero se ele estava na sala.
- Boa tarde senhorita Philld's.
- Boa tarde, senhor Jéferson.
- Heero está?
- Sim ele o estava aguardando, vou avisa-lo....
- Obrigado, mas não é necessário.
A jovem morena sorriu e olhou para Duo devorando-lhe com os olhos, o americano simplesmente sorriu envergonhado e olhou para Sam que bateu na porta, ele pediu com as mãos que Duo ficasse esperando do outro lado onde Heero não o veria quando abrisse a porta. Assim que ouvira a batida na porta, Heero levantou a cabeça, desligando o telefone, estava ligando para Duo para saber se o mesmo chegara bem ao trabalho, mas não conseguira contato através do número da loja que estava dando ocupado. Ele viu Sam abrir a porta e permanecer onde estava, sem esboçar qualquer movimento que indicasse que iria entrar, na verdade parecia que ele queria esconder alguma coisa atrás dela.
- Olá Heero eu tenho de resolver algumas coisas agora e queria saber se você poderia ir almoçar com um possível cliente no meu lugar.
- Perfeitamente. Onde devo encontrar o cliente?
- Na verdade ele já está aqui há alguns minutos, eu estava mostrando a empresa a ele.
Sam abriu totalmente a porta e sinalizou para que o cliente o acompanhasse, assim que viu quem seguia seu chefe Heero demonstrou surpresa e se levantou caminhando até eles. Sam fechou a porta atrás de si e observou os dois por alguns instantes, viu quando os olhos de Heero adquiriram um certo brilho e ele ergueu levemente a mão para tocar a mão de Duo em um gesto suave, quase imperceptível, o olhar entre estava repleto de carinho e amor. Tinha pelo conhecimento de que eles haviam se esquecido completamente de sua presença e resolveu se retirar para deixa-los a sós. Pigarreando chamou-lhes a atenção quanto a sua presença.
- Aham....
Heero piscou e se afastou um pouco, estava tão surpreso por ver Duo ali, que se esquecera de seu chefe, tudo que via era o americano. Ele procurou espantar a surpresar e descobrir o motivo que o levara até ali tão longe de seu emprego e durante o expediente dele, teria sido ele despedido pelo atraso dessa manhã?
"Não se ele houvesse sido mandado embora não estaria sorrindo. Duo gosta de trabalhar e ser independente. Então outro motivo o levara até ali".
- Duo o que faz aqui? Você deveria estar na loja.
Duo corou ao notar que esquecera completamente onde se encontrava, na sala de Heero com seu chefe a observa-los, ele olhou momentaneamente para o senhor e depois se virou sorrindo para o japonês, antes de responder-lhe a pergunta.
- É uma longa historia Heero, mas eu te conto se me levar para almoçar.
Heero olhou para o relógio, realmente já estava na hora do almoço, mas não sabia se seria uma boa idéia sair com Duo para almoçar, ainda mais depois de ter chegado atrasado ao trabalho, ele ainda tinha muitas coisas para fazer e adiantar e pretendia faze-lo durante o almoço. Sam olhou para Heero que parecia ponderar se saia ou não com o noivo para o almoço, sabia muito bem que o japonês deveria estar pensando sobre seu atraso pela manhã, mas era primeira vez que isso acontecia e ao seu ver não via problema algum dele sair para almoçar com seu companheiro. Encaminhando se para a porta Sam sorriu e o mandou ir e não voltar, afinal não havia muito a fazer, estavam adiantados no projeto e sabia muito bem o quanto o japonês era responsável em suas funções. Não havia mal algum ele sair mais cedo.
- Não vejo porque não deva ir almoçar Heero. Vão e eu entenderei se a reunião se estender demais, por isso não se preocupe se tiver que discutir mais profundamente os "assuntos em pauta" e acabar não retornando após o almoço. Isso é muito comum.
- Mas nós ainda temos que discutir alguns assuntos referentes ao projeto.
- Não há muito a ser feito no momento e o projeto já está bastante adiantado, além do mais não devemos inicia-lo antes da terceira semana de Fevereiro.
Sam piscou e voltou-se para apertar a mão de Duo antes de sair.
- Foi um prazer conversar e conhece-lo melhor Duo.
- O prazer foi inteiramente meu Sam.
Ele abriu a porta e parou voltando-se para Heero, como se lembrasse de algo.
- Heero eu espero um resumo da reunião da manhã em minha caixa de correio, até o final do dia. Tenham um bom final de ano
- Mas....
- Heero não desejo vê-lo antes de completada uma semana a contar de hoje.
Heero ficou surpreso e tentara dizer algo, mas Sam saíra fechando a porta antes que pudesse perguntar o porque disso, mesmo que o fato não o desagradasse. Ele olhou para Duo que ergueu os ombros também sem entender, embora a noticia o tivesse deixado feliz. Dessa forma eles poderiam estender mais um pouco a estadia deles na Califórnia e não precisariam voltar correndo, depois do ano novo aproveitando melhor a viagem. Heero decidiu parar de esquentar a cabeça com o assunto e deu um beijo rápido nos lábios de Duo o puxando pela mão, retornando a sua mesa, ele puxou uma das cadeiras em frente a mesa fazendo o americano sentar-se e depois sentou-se em sua própria poltrona, para terminar algumas coisas.
- Eu preciso apenas salvar e despachar alguns documentos, depois nós saímos ok.
- Tudo bem amor.
Duo se levantou e ficou observando a decoração da sala de Heero, ele abriu as gavetas, o frigobar e as persianas olhando para a cidade através da janela, Heero balançou a cabeça simplesmente ouvindo o noivo tagarelar, e respondendo por monossílabos uma vez ou outra. Em pouco mais de vinte minutos ele terminou tudo que achava necessário para que pudesse se ausentar pelo tempo que Sam dissera, sem que alguém precisasse contata-lo por celular ou e-mail. Eles deixaram o edifício, mas decidiram comprar algo e almoçarem em casa, onde poderiam ficar mais à vontade. Duo contou ao noivo porque fora visitá-lo aquele horário e Heero ficou surpreso em saber que a loja onde Duo trabalhava ficara parcialmente destruída pelo incêndio provocado por um curto-circuito na loja vizinha. Após o almoço eles descansaram um pouco levantando uma hora antes do horário que deveriam sair para o aeroporto, o táxi chegou no horário marcado e eles embaraçaram no avião no horário previsto. Em pouco mais de quatro horas chegaram na Califórnia, para passarem o ano novo.
Heero chegou da loja de bebidas carregando algumas sacolas, assim que abriu a porta da casa onde estavam pode sentir um aroma delicioso de comida. Ele trancou a porta e colocou as chaves no porta-chaves da parede, Duo havia pedido que ele comprasse licor de cacau, pois haviam esquecido de comprá-lo pela manhã quando foram ao supermercado providenciar as provisões necessárias para passarem uma semana e prepararem a ceia de ano novo. Heero seguiu em direção a cozinha onde sabia que encontraria seu noivo, assim que o viu deu um meio sorriso, colocando as sacolas de compra sobre a bancada, pegou um pano na gaveta e se aproximou do americano limpando suavemente seu rosto. Duo havia acabado de colocar uma fornada de biscoitos de nozes e chocolate no forno quando ouviu a porta da frente abrir, ouviu os passos em direção a cozinha e se virou para encontrar Heero. Ele viu o japonês entrar e sorrir, colocando duas sacolas sobre a bancada, para depois pegar um pano limpo em uma das gavetas e vir em sua direção, passando o pano suavemente em seu rosto, sabia que deveria estar todo sujo de farinha e chocolate dos biscoitos que tinha acabado de colocar no forno.
- Obrigado amor...eu estou todo imundo e a cozinha esta uma zona. Ainda não me habituei a mudança, e tão difícil encontrar as coisas.
Heero sorriu continuando a limpar o rosto de Duo, embora ele estivesse incrivelmente sexy coberto de farinha. A cozinha não estava assim tão desarrumada, mas era verdade que encontrar as coisas dentro dela, havia sido um tanto complicado pela manhã.
- Você está encantador..sujo é verdade, mas incrivelmente encantador ou eu deveria dizer...sexy.
Duo arqueou as sobrancelhas e se aconchegou ainda mais ao noivo perguntando sedutoramente se era verdade, embora o olhar de Heero já lhe dissesse tudo que precisava saber.
- Sério?
- Huummm....você está cheirando a chocolate,
Heero fechou os olhos e fingiu que sentia o cheiro do americano que sorriu diante da brincadeira, sabia muito bem que ele não estava sentindo cheirou algum de comida vindo dele e sim do forno e das panelas.
- Deixe-me ver do que mais, ah sim nozes, castanhas e pernil.
- Ahahahah...bobo você esta descrevendo a ceia e não a mim.
- Uma coisa vocês tem em comum amor.
- O que?
- Os dois são maravilhosamente deliciosos e ficarei feliz em devorar ambos, embora você seja ainda mais prazeroso de se devorar.
- Huummmm Heero, já lhe disse o quanto você é tarado?
- Milhões de vezes amor. Mas não tenho culpe se você cozinha tão bem e seja tão...
Heero mordeu levemente a bochecha de Duo, o que provocou um ligeiro estremecimento no americano, assim como uma familiar excitação.
- Gostoso, cheiroso, macio e suculento.
Duo gargalhou e Heero o abraçou pela cintura limpando com a mão o nariz do americano, que o havia sujado novamente ao passar as costas das mãos no rosto. Heero sabia muito bem como enlouquece-lo apenas com palavras, embora não fosse de falar muito, Duo sorriu e passou a mão suja de farinha no rosto de Heero que estreitou os olhos ao ter a bochecha suja de farinha. Mas logo depois ele sorriu maliciosamente antes de beija-lo com luxúria deslizando suas mãos pelas costas comprimindo-o junto a seu corpo e apertando-lhe as nádegas por sobre o short de malha que o americano usava. Segundos depois Heero se afastou e deixando para trás a cozinha e um Duo completamente atordoado e excitado.
Por volta das 23:45hs de 31/12/2004:
Heero estava acendendo a fogueira que arrumara durante à tarde, olhou para Duo que colocava as coisas sobre uma pequena mesa que haviam improvisado. Haviam levado um tapete, lençóis e algumas almofadas para a areia, planejando cear sob o céu estrelado, dessa forma poderiam assistir a queima de fogos que descobriram a tarde ao irem a mercearia, acontecia todo o final de ano ao longe no outro extremo da praia. Como a maioria das pessoas da região costumava ir ao evento sabiam que teriam certa privacidade, mesmo Hilde tendo lhes garantido que ninguém os incomodaria e de certa forma era verdade, pois durante toda a manhã e parte da tarde não encontraram ninguém. Apenas umas poucas pessoas que estavam caminhando pela areia, em direção ao local da queima de fogos.
Um vento suave típico do inverno soprou, mas felizmente não estava tão frio apesar de ainda ser inverno não estava ventando muito, o que garantia que a comida não ficaria cheia de areia. Assim que Duo dispôs tudo sobre a mesa se juntou a Heero o braçando por trás, a fogueira havia sido acessa e era o suficiente para iluminar o lugar onde estavam. Heero se virou olhando para o amante que suspirava e tentava manter os fios do cabelo longe do rosto. Duo deixara os cabelos soltos, e estava usando uma calça branca e folgada confeccionada de um tecido leve, um colete branco do mesmo tecido da calça, com alguns fios prateados cobriam o tronco, revelando um pouco do tórax. Heero tomou a mão de Duo e levou seus dedos aos lábios, beijando cada um deles.
Duo corou ao sentir Heero beijar a ponta de seus dedos, mesmo depois de tanto tempo, ainda era capaz de corar com gestos tão simples do amante, ele se afastou ligeiramente para observar melhor o japonês de cima embaixo demonstrando com um sorriso sua apreciação quanto ao que via. Heero usava uma bermuda branca, um pouco acima dos joelhos e uma camisa social de mangas curtas da mesma cor, e com alguns botões abertos. Nenhum dos dois usava sapatos, haviam decidido deixa-los próximo a casa, pois era mais fácil andar sem eles pela areia. Duo olhou para o relógio faltava pouco para meia-noite ele puxou Heero para sentarem-se no tapete branco que havia insistido em comprar pela manhã ao passarem por uma loja de tapetes.
Heero sentou-se e fez com que Duo sentasse entre suas pernas apoiando as costas em seu peito, o abraçou e Duo segurou os pulsos de Heero com as mãos, fincando ambos em silêncio desfrutando da paz do lugar. Eles assistiram um rastro de fogo cortar o céu, segundos depois a explosão de cores dos fogos de artifício que dariam inicio a chegada de um novo ano. Um novo ano juntos, novos sonhos e projetos que ele desejava partilhar com o noivo, Heero beijou a ponta da orelha de Duo, que sentiu os pelos da nuca se arrepiarem ao gesto e ao hálito quente do japonês em seu ouvido.
- Duo o que você deseja para 2005?
- Você.
- Você já me tem...para sempre meu amor.
- Então eu não preciso de mais nada nesse mundo. E você Heero o que você deseja para 2005?
- Nada além da sua felicidade.
- Minha felicidade é você meu amor.
- E você a minha.
Ambos sorriram e Duo apertou as mãos de Heero falando divertido.
- Então devemos esperar uma continuação de nossa felicidade em 2005.
- No que depender de mim você será feliz os 365 dias do ano.
- No que depender de mim, você também será meu amor.
Eles voltaram a ficar em silêncio até que Heero voltou a falar, vendo uma estrela dentro de um coração explodir no céu.
- Duo.
- Hã.
- Quando você quer se casar?
Duo suspirou pensando qual seria a melhor data para se casarem, nunca estivera tão ansioso para se casar, mas sabia que tinham que esperar algum tempo até que conseguissem arrumassem os papeis e encontrassem um estado onde pudessem se casar e ter o casamento reconhecido perante a lei. Não existiam muitos lugares e juizes dispostos a realizar um casamento homossexual, por isso não podiam se casar de uma hora para outra, ainda sim tinha sonhos e planos para seu casamento com Heero, mesmo que isso significasse se casarem apenas simbolicamente.
- Na primavera...quando as flores estiverem florescendo. E você?
- Hoje....mas eu espero até a primavera.
Duo sorriu e encostou-se mais em Heero beijando-lhe o braço. Uma explosão de fogos coloriu o céu, anunciando um novo ano, Duo olhou para o relógio que marcava meia-noite, ele se virou dentro do abraço de Heero olhando o japonês nos olhos.
- Feliz ano novo amor.
- Feliz ano novo amor.
Heero acariciou o rosto de Duo suavemente antes de beija-lo nos lábios, suas línguas se tocaram suavemente em uma dança lenta e familiar. Heero se levantou parcialmente o suficiente para que pudesse deitar Duo no chão, sem ter que apartar o beijo. Duo sentiu que era deitado contra o tapete e não protestou, alguns minutos depois apartaram o beijo, ambos com o rosto corado, a respiração ofegante, e o brilho do fogo irradiando em seus olhos. Duo fechou os olhos diante da caricia suave de Heero em seu rosto, a mão do japonês desceu por seu pescoço, enquanto a outra deslizava por sua perna, até se encontrarem em seu tórax o despindo do colete. Duo se ergueu levemente ajudando Heero a despi-lo, os fios longos caíram como um manto sobre seus ombros, mas logo foram afastados pelos lábios de Heero em seu pescoço exposto.
Duo segurou no braço de Heero inclinando a cabeça um pouco para trás para que ele pudesse explorar melhor seu pescoço, a língua do japonês penetrou sua orelha, enquanto as mãos dele o mantinha seguro pelas costas. Duo ofegou ao sentir o calor molhado da língua dele em sua orelha, do mesmo modo quando Heero mordiscou o nódulo para depois suga-lo, enquanto a língua brincava com ele.
- Heero.
Eles estavam alheios as explosões de cores que iluminava o céu ao longe, tinham ciência apenas do corpo quente e desejável do seu parceiro junto a si. Heero continuou sua exploração descendo os lábios pela clavícula de Duo, ora sugando a pele já em chamas, ora mordiscando, lambendo ou simplesmente aspirando o cheiro inebriante da pele quente e desejável do amante. Heero sustentou o peso do corpo de Duo com os braços a medida em que este se inclinava para trás, cada vez que seus lábios desciam pelo corpo dele. Ao alcançar o umbigo de Duo um pouco acima do cós da calça que o americano vestia, pode ouvir o pedido sussurrado roucamente.
- Heero...por favor...deixe-me toca-lo.
Heero sorriu e puxou Duo de encontrou ao seu corpo, fazendo o americano segurar-se em seus ombros, os fios longos vieram para frente cobrindo-os como um manto devido ao movimento. Duo podia ver na íris escurecida de Heero a aceitação muda de seu pedido, ele deixou que suas mãos deslizassem dos ombros para frente da camisa, ele desejava tocar a pele dourada, senti-la quente debaixo de seus dedos. Ele desabotoou a camisa de Heero por completo, a retirando parcialmente, a deixando na altura dos cotovelos e ainda por dentro da bermuda branca que o japonês usava. Dessa forma teria o abdômen e tórax de Heero exposto a seus olhos, mãos e lábios, dando-l;he o acesso que desejava e restringindo ao mesmo tempo os movimentos das mãos do amante sobre seu corpo.
Duo se inclinou abocanhando de imediato os mamilos de Heero, que já se encontravam endurecidos pela excitação. Suas mãos deslizaram pelo abdômen definido, de cima para baixo até se deter no cós da bermuda, sem retirar seus lábios dos mamilos de Heero, os quais ele alternava as caricias de lamber, sugar e prender entre os dentes antes de puxar, ele abriu a bermuda, fazendo suas mãos encontrar seu prêmio, ele apertou e acariciou o membro forte e vigoroso de Heero por sob a peça de roupa branca, fazendo o japonês respirar ainda mais rápido. Duo ajudou-o a retirar a camisa o empurrando levemente de encontro ao tapete, para depois se sentar sobre seus quadris e esfregar seu traseiro contra o membro que logo o preencheria.
- Duo....
Heero levantou o tronco tomando os lábios de Duo induzindo-o a abrir os lábios a ele, fazendo com que o calor paralisante, úmido e inebriante de sua língua lhe encheusse a boca, seus dedos enterraram-se nos cabelos de Duo, acariciando-os enquanto a busca em seu corpo prosseguia. Sua outra mão pressionou-lhe as costas, mantendo-o junto a seu corpo, estavam tão próximos que Duo podia sentir o pulsar do corpo de Heero, a dureza e virilidade de seu membro pressionado ainda contra suas nádegas, deixando-o mole e a mercê de seus desejos a medida que Heero apertava sem membro contra essa região. Ele sentiu as mãos de Heero desamarrando o cadarço que segurava sua calça e ergueu-se ajudando o japonês a livra-lo dela, a brisa marítima acariciou o seu corpo nu, e Heero o deitou novamente sobre o tapete.
O japonês se afastou e fitou por alguns instantes o corpo maravilhoso exposto a seus olhos, inclinou-se e beijou Duo sofregamente, com beijos curtos, quentes e repletos de um desejo já conhecido entre os dois. O beijo se aprofundou, alongando-se até terminar em um longo e inebriante que lhes cortou o ar os fazendo afastar-se. As mãos de Heero passeavam pela forma exposta, percorrendo em caricias que pareciam acender fagulhas em sua pele, os lábios desceram pelo pescoço desejável, sugando-o, mordendo-o e clamando-o. Ele se ajoelhou e continuou a toca-lo apaixonadamente, o fazendo virar-se de bruços, Duo mal conteve um gemido ao sentir a língua quente e macia na base de sua espinha, subindo levemente e descendo de novo até o meio de suas nádegas. Ele gritou ao sentir os dentes de Heero se fecharem contra sua carne, e enterrou os dedos na almofada, procurando manter sua sanidade, enquanto a excitação ameaçava-o leva-lo ao êxtase.
- Heero!!!!
Heero lambeu a marca avermelhada que se formou na nádega carnuda de Duo, sentindo-o ofegar ligeiramente, virou-o novamente de frente, fazendo o mesmo que fizera com as costas do americano. Beijou-lhe o abdômen, o peito e a prova do desejo dele, engolfando-o de uma única vez, subindo e descendo sobre a carne quente e pulsante, uma vez após a outra, cada vez mais e mais rápido. Ate que o sentiu explodir em seus lábios, o fazendo sorver deliciado todo o seu gozo, sem que uma única gota se perdesse. Ele tomou novamente os lábios de Duo o fazendo provar-se, após se afastarem Heero notou que o membro de Duo ganhara vida novamente e ele desviou sua atenção por um segundo para a mesa exposta ao seu lado. Heero se levantou e pegou o balde com o champanhe retornando a seu amante, retirou sua bermuda sob o olhar de Duo que pegou um cubo de gelo de dentro do balde.
Duo levou o gelo a boca fechando os olhos a medida que deslizava o cubo por seu corpo quente, Heero tomou o cubo em sua mão deslizando-o sobre os mamilos de Duo o fazendo se retrair ao contato e depois gemer ao sentir os lábios quentes de Heero sobre ele. O contraste do frio do gelo e do calor de seus lábios em seu corpo o fazia gemer cada vez mais, e ele já não conseguia mais pensar em mais nada que não fosse ser possuído por Heero.
- Aaaahhhhh....me....possua...aaahhhhhh....Heero.
- Aahhh Duo....
Duo empurrou Heero contra o tapete e pegou a garrafa de champanhe, a abriu a fazendo derramar seu liquido sobre o corpo deitado, ele lamber o corpo de Heero, procurando beber o líquido que o banhara. Virou a garrafa na boca, engolindo uma parte do champanhe, se inclinou sob o amante despejando o restante em seus lábios, ao beijar-lhe uma parte escorreu pelo canto da boca e foi imediatamente sugado por Heero, que lhes puxou os cabelos o trazendo para mais perto a fim de falar-lhe ao ouvido.
- Eu o quero...agora.
Duo gemeu e se afastou balançando a cabeça, também o queria, ele pegou o champanhe e despejou um pouco sobre o membro de Heero o fazendo gemer pelo frio para logo em seguida gemer ao sentir seu membro ser pressionado contra a caverna quente e acolhedora que conhecia tão bem. Heero segurou a cintura de Duo o ajudando à medida que ele descia sobre seu membro, pode ver o desconforto em seu rosto pela penetração, e deslizou suavemente seus dedos em sua cintura o assegurando que estava tudo bem. Duo olhou nos olhos de Heero esquecendo-se do desconforto e da ligeira dor por não ter sido preparado, ao sentir-se completamente preenchido, inclinou-se sobre Heero, escondendo seu rosto na curva de seu pescoço, dando-se um tempo para acostumar-se à invasão.
Heero deslizavam suas mãos pelas costas de Duo procurando acalma-lo, ao sentir-se pronto ele colocou as mãos nos ombros de Heero e ondulou os quadris iniciando um movimento. Ambos gemeram pelo prazer da fricção. Os movimentos se iniciaram vagarosos e aumentaram à medida que o desconforto se transformava em prazer, a penetração era cada vez mais rápida e profunda, auxiliada pelas mãos de Heero que o estimulava. O prazer explodiu forte e Duo caiu sem forças sobre Heero que o abraçou fortemente distribuindo beijos sobre o rosto corado e suado, ele virou Duo contra o tapete retirando-se suavemente dele. Afastou as mechas grudadas em seu rosto, observando os olhos nublados pelo prazer que haviam compartilhado, sentia-se tão abençoado por tê-lo ao seu lado, que não pode impedir que uma lágrima solitária rolasse de seus olhos. Preocupado Duo enxugou a lágrima o puxando contra si, o ouvindo sussurrar contra seu pescoço o fazendo chorar e compartilhar de sua alegria.
- Eu te amo Duo, mas do que as estrelas podem imaginar. Deus...eu nunca imaginei que me sentiria assim tão completo.
Heero se afastou ao ouvir os soluços e limpou as lágrimas que caiam dos olhos de Duo, ele sorriu se deitando, o puxando e fazendo-o descansar a cabeça sobre seu peito, acariciou os fios longos e macios. E deixou que seu coração falasse por ele.
- Sei que vivemos juntos há muito tempo e que o nosso casamento não vai mudar a felicidade que sinto. Mais eu desejo do fundo de minha alma faze-lo ainda mais feliz. Eu quero estar sempre a seu lado e aprender ainda mais sobre você Duo.
Duo sorriu contra o peito de Heero, observando as estrelas no céu, havia tanta coisa que desejava contar a Heero, mas não sabia como faze-lo, ele tinha tantos segredos guardados, coisas que nunca partilhara com ninguém. Tinha conhecimento de que Heero desejava saber mais sobre ele e que sempre se recusara a falar sobre seu passado, afinal que importava o passado, o futuro era o que importava, um futuro juntos, ainda assim sabia que tinha que contar seu passado a ele.
- Eu sei que tem muitas coisas que não sabe sobre mim, e talvez quando eu estiver mais preparado eu revele o que você deseja saber, mas meu passado não muda e nunca mudará o que eu sinto por você. Eu sou seu e serei para sempre, porque apenas a sua presença já ilumina meu dia, eu não seria quem sou hoje se não fosse por seu amor e sua paciência.
Heero afastou-se, sentando e fazendo Duo fazer o mesmo, ele ficou olhando para Duo, e retirou sua aliança colocando-a no tapete entre eles e retirando também a de Duo, ele tomando-lhe a mão esquerda sem desviar seus olhos das ametistas que o olhava sem entender.
- Duo Maxwell diante desse céu, tendo apenas o mar, a lua e as estrelas por testemunha, você me aceita para amá-lo e respeitá-lo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe.
Duo ofegou e sentiu que as lágrimas estavam caindo de seus olhos, ele olhou para o céu estrelado, para o mar calmo e a escuridão que os cercava, sorrindo não conseguiu imaginar um cenário melhor para seu casamento do que o que tinha ao seu redor. Ele fungou e sorrindo responder ao homem que mudara completamente sua vida.
- Sim eu aceito.
Heero colocou a aliança no dedo anelar da mão esquerda de Duo, o fazendo chorar ainda mais. Duo pegou a aliança de Heero e tomou-lhe a mão esquerda tal qual ele o fizera.
- Heero Yuy diante desse céu, tendo apenas o mar, a lua e as estrelas por testemunha, você me aceita para amá-lo e respeitá-lo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, mesmo depois que a morte nos separe.
Heero sorriu, diante da mudança das ultimas palavras, sim eles se amariam mesmo depois de suas mortes.
- Eu aceito.
Duo colocou a aliança no dedo anelar da mão esquerda de Heero, e fechou os olhos. Heero se inclinou e beijou seu marido, pois diante do universo e em seus corações estavam casados e não havia nada que mudaria isso. O beijo se aprofundou e Duo se viu novamente deitado contra o tapete, quando Heero apartou o beijo e seus olhos se perderam um no outro, ele sorriu, afinal eles estavam casados, e nada mais natural do que consumarem o casamento, como por mágica a fogueira apagou-se e eles se amaram apenas sobre a luz das estrelas e do luar.
Uma semana depois em Boston:
Duo e Heero haviam chegado a quase duas horas de viagem e não se surpreenderam em encontrar a secretária eletrônica repleta de mensagens de ano novo, enquanto arrumavam as coisas que trouxeram, eles ouviram as mensagens deixadas por amigos e pelos pais de Heero que os convidava para jantarem com eles a noite para retribuírem o almoço de natal. Duo concordou com o convite e Heero ficara de ligar para os pais após o banho confirmando a ida deles. Ele trocara de roupa e enxugava os cabelos quando ouviu a campainha tocar. Duo que colocava a roupa ergueu os ombros, não imaginando quem poderia ser, uma vez que tinham acabado de chegar de viagem e até o momento não tinham avisado ninguém sobre o regresso deles.
Heero colocou a toalha sobre os ombros e foi atender a porta, enquanto Duo procurava outra toalha para enxugar os cabelos. Heero olhou pelo visor mais não reconheceu as pessoas à porta, estava decidido a ignorar, mas sabia que Duo acabaria atendendo. Ele abriu a porta e se viu diante de um casal muito bem vestido, a mulher corou ao ver o jovem sem camisa, os cabelos pingando e o olhar frio. O homem que a acompanhava estreitou os olhos e Heero sentiu-se analisado, o que não lhe agradou nem um pouco, estava a ponto de perguntar o que desejavam até que ouviu a voz de Duo.
- Amor quem é?
Duo enrolou a toalha nos cabelos e foi ver quem era, afinal não estavam esperando ninguém e a portaria não havia os avisado da chegada de ninguém os procurando. Ele gritou a Heero quem era, antes de chegar no inicio do corredor da entrada, assim que chegou e avistou quem se encontrava parado a porta, seu rosto perdeu a cor e seus lábios tremeram ao falar.
- Pai!
Continua.....
Agradecimentos a todos que acompanham a fic.
Mami pelo apoio e idéias maravilhosas, a sis Lien pela revisão (embora ela não tenha podido fazer a revisão desse capítulo, então me perdoem se houver muitos erros)
Agradecimentos a família inteira, sis, tias, mamis, primas e adjacentes.
Agradecimentos a toda nação yaoi.
E a todos aqueles a quem muito estimo.
Um feliz Ano Novo a todos, que 2005 seja repleto de felicidade e realizações a todos.
