Family 1
Parte I
Yaoi/Angst
1x2
by Yoru no Yami
Heero se virou assim que ouviu Duo falar a palavra pai e pelo olhar assustado e o rosto pálido, parecia que ele não estava muito feliz em vê-lo, ou sequer que se dava bem com ele; e podia muito bem imaginar o porquê. O japonês ficou incerto sobre dar passagem ao casal ou simplesmente fechar a porta. Continuou olhando para Duo, aguardando uma indicação do que ele queria que fizesse. O americano sabia que Heero estava pronto para fazer o que ele quisesse, até mesmo barrar a entrada de seus pais, mas um dia teria que encara-los, embora desejasse que esse momento nunca chegasse de fato. Ele fez um pequeno movimento de cabeça como que dizendo para deixa-los entrar, o que foi longo entendido pelo esposo.
Entrem.
Os pais de Duo ainda tentavam assimilar o fato do filho ter se dirigido ao outro rapaz de forma tão carinhosa, embora acreditassem que eles haviam ouvido erradamente. Ao ouvirem o jovem na porta os convidar a entrar, não perderam a oportunidade. Pelas reações do jovem asiático poderam notar que ele aguardava apenas um gesto de Duo para permitir-lhes a entrada ou simplesmente fechar-lhes a porta. Foi com alívio que a mãe de Duo viu o filho acenar a cabeça ao outro jovem e deixa-los entrar. Heero afastou-se e convidou-os friamente a entrarem, a mulher entrou curvando a cabeça em agradecimento por deixa-los entrar, o que não foi feito pelo homem que a acompanhava. O homem simplesmente entrou como se fosse seu direito faze-lo, com ou sem consentimento.
A mulher tentou se aproximar de Duo, mas o americano recuou, colocando o máximo de distância que podia. Heero notou que seu esposo estava acuado e assustado como um coelho e o olhar do homem sobre ele não ajudava em nada a situação. O homem alto, de cabelos castanhos claros, era simplesmente reprovador e opressor e procurava deixar bem claro quem deveria ser obedecido e quem deveria obedecer; e neste caso, Duo era quem deveria obedecer a ele. Mas Heero não pretendia deixar que o homem continuasse a fazer Duo sentir-se acuado, o americano era seu marido agora, sua responsabilidade e o defenderia de qualquer coisa, bastava apenas que ele o pedisse.
Sentem-se.
Heero sinalizou ao casal para que se sentassem no sofá, não poderiam conversar se todos permanecessem de pé no meio da sala. O casal sentou-se e observou com atenção o apartamento: a mulher o fazia discretamente, mas o homem não fazia questão alguma de esconder sua avaliação pelo lugar. Ele deixava bem claro, pela expressão em eu rosto, a reprovação pelo que ele julgava ser adequado.
Tábata notou os retratos na estante, a maioria era de seu filho e do rapaz de aparência oriental; o apartamento era aconchegante, para não dizer íntimo. Ela tinha algumas dúvidas quanto a relação de seu filho e o jovem que se sentara próximo a ele. Heero sentou-se no braço da cadeira onde Duo estava sentado, aguardando que alguém iniciasse a conversa, o que não parecia que iria partir de Duo. Após alguns minutos de sufocante silêncio, onde Heero pode avaliar melhor o casal a sua frente, pôde ouvir a voz do homem a quem Duo chamara de pai.
Então foi nesse buraco que você se enfiou? Eu deveria imaginar, você nunca foi capaz de fazer alguma coisa que preste sozinho, não é mesmo?
Heero viu Duo abaixar a cabeça e tremer diante da voz e do homem que o olhava com verdadeiro escárnio. Ele olhou o homem e sustentou seu olhar, estava bem claro que o que quer que ele tivesse vindo fazer em sua casa, não tinha nada a ver com o fato de querer saber se o filho estava bem.
Quem são vocês e o que querem em nossa casa?
Duo levantou os olhos para Heero, que segurou sua mão. Ao voltar seu olhar para o casal pôde ver choque nos olhos da mulher e incredulidade nos do homem, mas ela fora rapidamente substituída por tristeza. Duo foi incapaz de encarar sua mãe, não fazia idéia de como o haviam encontrado; ele tomara tanto cuidado quando foi a Nova York visitá-la. Rapidamente tentou repassar tudo que ocorrera no encontro e que pudesse ter dado uma pista de como encontra-lo, entretanto não conseguiu lembrar-se de nada que pudesse tê-lo entregado. Heero continuou a observa-los aguardando que se apresentassem e fez isso de forma fria e ligeiramente ríspida.
Ainda estou aguardando uma resposta.
O pai de Duo olhou para o jovem ao lado de seu filho, segurando-lhe a mão protetoramente. Os olhos, de um azul nunca visto por ele, não demonstravam medo ou receio de enfrenta-lo, era a primeira vez que sentia isso acontecer. Não estava acostumado com pessoas que enfrentavam seu olhar com tanta frieza e força. A contragosto decidiu que seria melhor responder ao jovem, procurando saber também quem era o rapaz.
Eu sou Lucius Theodor Maxwell, e essa é minha esposa Tábata M. Maxwell. Nós somos os pais de Duo. E você quem é?
Heero não demonstrou qualquer alteração em suas feições ao ouvir a resposta daquele homem e a pergunta feita de maneira pretensiosa, pois não era nenhuma surpresa saber que as pessoas a sua frente eram ao pais de seu esposo. Porém, o nome Lucius Theodor Maxwell não lhe era desconhecido. Se lembrava perfeitamente de ter ouvido um comentário sobre ele em uma revista, mas era uma surpresa saber que eles eram os pais de Duo; agora entendia o que o americano quisera dizer quanto ao fato da família dele possuir tantos bens ou mais que seus pais. Pelo que se lembrava, Lucius Theodor Maxwell, ou simplesmente T. Maxwell como era conhecido no mundo dos negócios, era considerado um dos industriais mais ricos do país, e a renda anual de suas empresas superava a casa dos trilhões de dólares. Nunca em seus sonhos passara por sua cabeça de que Duo fosse assim tão rico.
Heero olhou para Duo com uma certa surpresa e o americano retribuiu o olhar de forma triste. Não desejava que Heero soubesse de sua família dessa forma. Durante o tempo em que ficaram na Califórnia pensara em contar ao marido sobre sua família, a forma dura e fria com que fora criado pelo pai, a ausência de diálogos, a incapacidade de sua mãe em conseguir faze-los se tornarem pai e filho. Notou a surpresa nos olhos de Heero, afinal quem não se surpreenderia? Ele era herdeiro de uma das maiores fortunas do país e tinha que se matar de trabalhar para poder pagar as contas ao final do mês. Sabia que Heero não estava aborrecido, apenas surpreso com a revelação. Duo deu um sorriso ao japonês que retribui-lhe com os olhos.
Tábata olhou para a forma como o filho olhava o outro rapaz e como retribuía seu olhar; em poucos segundos o olhar frio e quase mortal do japonês se transformou num olhar repleto de calor e carinho e eram todos dirigidos a seu filho, que olhava-o da mesma forma. Não era necessário ser um gênio para saber o porquê deles se olharem assim; se a decoração da sala não falasse por si só, os retratos dos dois na estante já eram o suficiente para se ter uma certeza. Ela olhou para as mãos deles, que estavam entrelaçadas, e ofegou ganhando a atenção de seu marido, que ainda parecia tentar entender a ligação entre os dois a sua frente. Lucius se recusava a aceitar a idéia que surgia em sua mente; não era estúpido para desconhecer o que estava acontecendo. Ele notara a estante repleta de fotografias deles, abraçados, sorrindo. Eles eram um casal, não havia dúvidas quanto a isso, mesmo que não quisesse admitir o fato. Mas isso seria muito fácil de se mudar. Foi quando ele ouviu a esposa ofegar assustada e olhara para ela, notando que o olhar era direcionado para o filho e o rapaz. Voltou sua atenção na direção que ela apontava e viu que ambos usavam uma aliança.
- Duo, você quer que eu me apresente como a seus pais? Amigo? Amante ou seu marido?
Heero sentia o olhar dos pais de Duo sobre eles, notou pelo canto dos olhos que eles já haviam notado a aliança em seus dedos e que já haviam chegado a uma conclusão a cerca do relacionamento deles. Ainda assim era necessário, colocar tudo as claras, dessa forma não haveria dúvidas. Ele voltou sua atenção ao esposo, falando-lhe baixo o suficiente para que apenas Duo ouvisse. Pode ver a apreensão em seus olhos e depois a aceitação do inevitável. Duo olhou de esguelha para os pais, não tinha como fugir da verdade, eles já deveriam estar desconfiados mesmo, além do mais Heero era seu marido e não iria mentir sobre isso. O japonês era importante para ele e o fato dele se preocupar e aceitar, ou que querer que ele decidisse, apenas o fez ama-lo mais. E não queria e nem pretendia esconder esse amor. Ele sorriu, respondendo de forma que apenas Heero o ouvisse, apesar de saber que da distância em que se encontravam dos seus pais, certamente eles deveriam ter entendido suas palavras.
Você é meu marido, Heero, não há o que esconder ou mentir. Eles teriam que saber um dia.
Heero balançou a cabeça sorrindo ligeiramente antes de acariciar o rosto de Duo, ignorando completamente os pais de seu esposo ou suas possíveis reações ao gesto.
Tem certeza?
Lucius e Tábata observavam em silêncio a pequena conversa entre os dois; haviam captado algumas de suas palavras e a muito já tinham ciência do grau de relacionamento entre eles, ainda assim ouvir a verdade não os confortou de forma alguma.
Heero olhou nos olhos de Duo buscando alguma dúvida quanto a sua decisão, no entanto, viu apenas certeza reluzindo neles. Deu um meio sorriso ao esposo americano antes de seu olhar voltar a se tornar frio, quando se virou diretamente para o senhor Maxwell.
Eu me chamo Heero Yuy e sou o marido de seu filho.
Lucius Maxwell levantou-se exasperado, não apenas pela verdade, mas também pela maneira quase insolente com que fora dita. Ele iria colocar aquele rapaz em seu devido lugar, ninguém se atrevia a falar dessa maneira com ele. Ignorando por completo que não se encontrava em sua casa, mas sim na de seu filho e suposto marido, ele simplesmente gritou o absurdo da situação, fazendo Heero estreitar os olhos ao sentir que Duo apertava fortemente sua mão ao ouvir o pai levantar-se encolerizado pela descoberta.
ISSO NÃO PODE SER VERDADE! ISSO É UMA MENTIRA SEM TAMANHO!
Heero mirou o pai de Duo como se fosse alguém a ser admoestado, seus olhos se tornaram mais escuros e carregados de frieza nunca vista por Lucius Maxwell, fazendo com que ele repensasse imediatamente sua maneira de agir, ainda mais quando o japonês o advertiu friamente quando ao tom de sua voz.
Modere seu tom, senhor Maxwell, não esqueça que esta é MINHA casa e a de Duo, e não sua, para erguer seu tom de voz.
Duo olhou para a mãe, que se mantinha calada, e sentiu pena dela; via em seus olhos que ela se recusava a aceitar a verdade. Queria ter evitado esse momento, mas não havia volta agora. Ele olhou para o pai e o viu ficar vermelho. Sabia que ele logo começaria a tentar ofender e humilhar Heero, pois não estava acostumado a ser enfrentado. Além disso, sabia muito bem que Heero podia se defender, mas não estava disposto a vê-lo tentar humilhar o homem que amava, então precisava enfrentar seu pai e mostrar a ele que não voltaria nunca para sua vida rica e fútil. Ele se levantou dirigindo-se a mãe que o olhava tristemente.
É verdade...Heero e eu estamos casados. Nós nos amamos e ele é a razão do brilho de felicidade em meu rosto, e minha família agora.
Nas últimas palavras, Duo voltou seu olhar para o pai, deixando bem claro que não voltaria. Heero olhava para Duo, notando que o esposo falava olhando dentro dos olhos do progenitor, por isso não conseguiu registrar a tempo o movimento, assim como ninguém teve tempo de ver direito o que aconteceu. Heero não teve como impedir o tapa que acertou o rosto de Duo, o marcando e fazendo um filete de sangue escorrer pelo canto de seus lábios. O americano colocou a mão no rosto, sentindo as lágrimas quentes caírem de seus olhos, e encarou novamente o pai, vendo-o se preparar para bate-lo novamente; fechou os olhos rapidamente em reflexo, mas o tapa não chegou a toca-lo. Heero viu Lucius se preparar para acertar Duo no rosto novamente e reagiu automaticamente, não pretendia cometer a burrice de ser descuidado uma segunda vez. Ele segurou o pulso do homem, que era vários centímetros mais alto, apertando-o entre os dedos. Em seus olhos ameaças silenciosas brilhavam, embora ele fizesse questão de transforma-las em palavras. O som sibilou baixo, mas ameaçadoramente audíveis, e era visível que ele se controlava para não agredir o homem que o observava com espanto e receio.
Nunca mais se atreva a tocar nele, ou eu juro que não haverá dinheiro que o livre de mim.
T. Maxwell sentiu o pulso doer pela pressão imposta pelo jovem a sua frente; deveria ser um pouco mais velho que seu filho, e ainda assim se mostrava muito mais forte que ele. A mão pressionando seu pulso parecia uma garra que não estava disposta a soltá-lo. Teve que se curvar ligeiramente e foi empurrado de volta ao sofá sem dificuldades. Mesmo sabendo que o rapaz a sua frente não era alguém que deveria ter por inimigo, não estava disposto a dar o braço a torcer, afinal quem ele pensava que era para ameaçar Lucius T. Maxwell? A seu ver, ele não era nada, nem ninguém. Seu filho e o jovem de aparência asiática poderiam estar casado, mas não havia nada que o seu dinheiro não comprasse ou conseguisse. Afinal fora através dele que descobrira onde se encontrava o filho, depois que o mesmo deixara cair um cartão de visitas do lugar onde trabalhara; a partir daí fora fácil contratar um detetive que o localizasse alguns dias após Tábata ter lhe revelado que o filho viera visitá-la. Ele se levantou e falou da mesma forma com que se dirigia aos que se colocavam em seu caminho: de forma fria e firme, procurando demonstrar que não era inteligente desafia-lo.
Não me ameace rapaz, eu poderia destruí-lo com um estalar dos dedos.
Heero deu um meio sorriso sarcástico antes de se pronunciar. Se o pai de Duo achava que poderia subjugá-lo ou tentar fazer o mesmo que fazia com Duo, ele estava redondamente enganado. Se tinha uma coisa que ele não tinha era medo. E ninguém falava com ele dessa forma em sua própria casa e nem tocava em seu marido, mesmo que a pessoa em questão fosse o pai do próprio.
Hn... não pense que é assim tão fácil, senhor Maxwell. Não costumo ameaçar as pessoas, apenas avisa-las e uma única vez. Não sou alguém de meias palavras ou que se amedronta por qualquer coisa. Você diz que pode me destruir com um estalar de dedos!
Heero arqueou as sobrancelhas levemente em sinal de descrença, o sorriso irônico que a poucos segundos pairava em seus lábios fora apagado. Sentiu Duo segurar sua mão, mas não se voltou para o esposo. Não queria ter que tomar esse tipo de atitude, mas sabia que o pai de Duo não era alguém que se devia colocar o rabo entre as pernas e esquecer, sabia que ele tinha poder para fazer o que pretendesse, mas Heero também sabia como jogar e como avaliar o caráter das pessoas de forma a faze-las jogar o seu jogo. E se Lucius T. Maxwell, não sabia fazer outra coisa a não se ameaçar as pessoas, bem ele também sabia como faze-lo.
Bem... eu diria que você precisaria de mãos para isso. Toque em Duo ou se aproxime dele, sem que ele o deseje, e você irá desejar não me ter como inimigo. Eu farei o que estiver ao meu alcance para proteger Duo... de qualquer coisa, mesmo que seja do senhor. Acho que sabem onde fica a saída.
Ora, sei...
Heero sustentou o olhar, segurando a mão de Duo entre a sua; podia sentir que ele tremia levemente diante de suas palavras, mas não estava mentindo sobre nenhuma delas. Estava disposto a ir as últimas conseqüências por Duo.
Tábata ficou assustada diante do tom do rapaz, as ameaças feitas por ele estavam longe de serem meras palavras. Ela jamais imaginou que alguém pudesse enfrentar Lucius de igual para igual, mas no pouco mais de uma hora em que estavam ali, o rapaz o fizera... e muito bem. Nunca antes havia visto seu marido ficar calado e descontrolado dessa forma; sempre que ele falava as pessoas abaixavam a cabeça e acatavam sem pestanejar suas ordens. De alguma forma, em seu íntimo, sentia-se feliz por seu filho, por ele ter encontrado alguém que não se intimidava pelo poder de seu marido e que estava disposto a enfrenta-lo por ele. Tábata se levantou e tocou o ombro do marido, pedindo suavemente que eles fossem embora, antes que o rapaz resolve-se expulsá-los.
Lucius, por favor, vamos embora.
O rosto de T. Maxwell ficou vermelho. Como aquele jovem tinha a audácia de expulsá-lo dali? Nunca em sua vida alguém ousou fazer algo como isso, mas faria o jovem se arrepender. Se levantou, ao sentir sua esposa o puxando, lançou um último olhar ao jovem, que ainda mantinha o olhar frio e inabalável.
Tábata meneou a cabeça, ligeiramente puxando o marido, mas notou quando ele olhou para o jovem que se colocara na frente de seu filho; havia algo no olhar do japonês que parecia desafia-los. Sabia que Lucius não deixaria isso terminar assim, tinha certeza que ele cuidaria do marido de seu filho mais tarde, mas por hora bastava saber onde Duo se encontrava.
Lucius deixou o apartamento na companhia de sua esposa, e no caminho até o elevador um sorriso se formou em seu rosto, em razão dos planos que tinha em mente: encontraria uma forma de ver Duo sozinho, sem a companhia do rapaz que se dizia seu marido, e o faria voltar para Nova York com eles. Ele conhecia o filho, sabia que Duo lhe obedeceria, ele era teimoso, mas não era burro, conhecia seu lugar e sabia que voltaria por bem ou por mal.
Alguns minutos depois:
Eles estavam sentados no sofá da sala, com Heero segurando a bolsa de gelo no rosto avermelhado de Duo. Assim que colocara os pais do americano para fora, ele se preocupara em colocar um pouco de gelo para evitar que o rosto de seu esposo ficasse marcado. Viu o marido resmungar um pouco e não pode evitar se desculpar por não ter previsto que isso pudesse acontecer. Sempre fora um bom avaliador e podia prever as atitudes e reações das pessoas a determinados fatos, mas infelizmente não pudera prever a reação do pai de Duo e se culpava por isso.
Está doendo?
Não muito...a dor não é física.
Eu sei, meu amor... sinto muito não ter percebido.
Tudo bem, Heero. Você fez muito mais do que eu imaginava...obrigado, amor.
Não precisa me agradecer, eu o enfrentaria quantas vezes fosse necessário.
Eu sei...e fico feliz por isso. Não se culpe pelo que aconteceu...eu...deveria ter tomado cuidado e previsto que ele faria isso.
Ele batia em você?
Duo deu um sorriso triste, antes de responder. Já perdera a conta de quantas vezes apanhou por algum motivo ou sem motivo algum.
Ah! Sempre que eu fazia algo que o desagradava ou não estava dentro de seus padrões, o que acontecia sempre. Às vezes eu tenho a impressão de que ele me odeia.
Duo...
Heero podia sentir a dor na voz de Duo. Não podia imaginar o quão difícil havia sido sua infância e adolescência.
Tudo que eu fazia estava errado... ele nunca me elogiou, tudo que eu ouvia dele era apenas criticas e repreensões. "Não é assim que se faz isso... Quantas vezes eu já disse que não é assim... Você é burro...não faz nada direito"
Heero abraçou Duo quando viu as lágrimas caindo de seus olhos; havia tanta dor escondida atrásdisso, como nunca a notara antes? Ao ouvi-lo falar do pai, sentia uma vontade insana de ir atrás daquele homem e faze-lo pagar pelas lágrimas que o americano derramava. Não havia ninguém para protegê-lo? Ninguém para se colocar a seu lado e defendê-lo da tirania do próprio pai?
Sua mãe nunca fez nada?
Ela sempre procurava me proteger, mas ele dava um jeito de me punir depois, longe dos olhos dela.
Duo fechou os olhos, ao lembrar das vezes em que sua mãe tentara encobrir suas falhas, de forma que não fosse punido pelo pai, mas ao final ele sempre acabava descobrindo e a surra era duas vezes pior.
Lucius T. Maxwell tem sempre que ter a última palavra.
Sua voz saiu cansada e derrotada ao pronunciar tais palavras e Heero estreitou os braços ao redor de Duo, procurando conforta-lo. Como alguém não poderia amar um ser maravilhoso como o que tinha em seus braços. O americano era especial, alegre, descontraído, capaz de conversar sobre diferentes assuntos, dava o melhor de si em tudo que fazia, era esforçado, inteligente e se o idiota do pai dele não via isso, não merecia a dádiva de tê-lo como filho. Heero o puxou para seu colo e segurou sua mão, beijando-lhe o alto da cabeça.
Esqueça seu pai, meu amor, estou com você agora e ele não pode fazer nada contra nós ou contra você. Ele não sabe com quem está lidando.
Ele vai tentar alguma coisa, Heero, eu sei que vai. Ele não vai perdoar o fato de você o ter ameaçado. Ele tentara nos separar.
Mas não conseguira a menos que deixemos, amor. Que ele tente o que quiser, somos maiores de idade, independentes e se ele tentar algo vai se arrepender de ter mexido com minha família.
Os olhos de Duo brilharam e ele se aconchegou ao peito de Heero, o abraçando pela cintura. Sim, eles eram uma família agora, se amavam e estavam casados. Seu pai não poderia separa-los, não importava o que tentasse fazer contra eles.
Você se importaria se não fossemos a casa de seus pais, não acho que seria uma boa companhia hoje.
De forma alguma, meu amor, eles vão entender. Quer caminhar um pouco no parque?
Duo olhou para Heero indeciso, não sabia se era uma boa idéia saírem de casa, seu pai podia tentar fazer algo a eles.
Mas e se...
Ele não vai tentar nada contra você se eu puder impedir. Além do mais, vai lhe fazer bem sair um pouco para se distrair.
Está bem, eu vou trocar de roupa.
Duo depositou um beijo no rosto de Heero e se levantou, enquanto o japonês pegava o telefone.
Eu vou ligar pros meus pais e avisa-los.
Heero esperou que Duo fosse para o quarto e ligou para os pais. Contara por alto o que tinha acontecido e prometera falar com Duo sobre o apoio deles; sabia que isso o alegraria muito e ajudaria a amenizar a tristeza que o americano sentia. Decidira que era melhor contar-lhes sobre o casamento deles depois, quando todos estivessem juntos e tivessem a chance de esquecer o acontecido de poucos minutos. Heero desligou o telefone ao sentir a presença de Duo ao seu lado. Abraçou o americano, e logo após vestiu a camisa que ele lhe trouxera; deixaram o apartamento de mãos dadas e seguiram a pé até o parque.
Algumas horas depois:
Duo estava sendo covardemente surrado pelo pai e não conseguia se lembrar o que tinha feito para provocar-lhe a ira dessa vez; em sua opinião não acreditava que precisasse realmente de um motivo para o pai lhe bater. O simples fato de estar no mesmo lugar que Lucius T. Maxwell era o suficiente para aborrece-lo. Duo procurava se defender, mas seu pai era muito mais forte e cada vez que se desviava, mais era agredido com a vara preparada especialmente para isso. A cada toque dela em seu corpo, sua pele era ferida e rasgada, fazendo o sangue manchar seu pijama e sua pele clara. A cada lágrima, grito e pedido para que tudo parasse, mais e mais a vara machucava seu corpo, assim como as palavras frias e duras lhe dizendo que não fazia nada direito, era burro demais, preguiçoso, expansivo ou lerdo demais para fazer alguma coisa sozinho. Tudo machucava seu espírito.
NÃO!
Duo acordou sobressaltado agarrando-se com desespero aos braços que o arrancara do terrível pesadelo. Seu rosto banhado pelas lágrimas, o pijama grudado no corpo, enquanto ele tremia sacudido pelos soluços. Ainda podia ouvir as agressões misturadas as palavras de carinho sussurradas em seu ouvido, procurando acalma-lo, lhe dizendo que estava tudo bem, que fora apenas um sonho ruim, que estava seguro agora. Heero podia sentir as próprias lágrimas caindo em seu rosto, à medida que procurava acalmar Duo do pesadelo. Ouvi-lo repetir em meio à dor para que a pessoa que o machucava parasse, que ele seria um bom menino, o estava machucando por dentro.
Heero acordou ao ouvir um soluço e percebeu que Duo chorava e gritava; sabia que ele estava tendo um pesadelo, pelo sono agitado e a forma como se debatia tentando fugir de alguma coisa. Ao ouvi-lo dizer "Pai", soube instantaneamente o teor do pesadelo e procurou a todo custo arranca-lo de dentro dele, mas apenas depois de muito esforço, em que ele teve que sacudir o americano fortemente pelos braços, é que conseguira fazê-lo acordar. Assim que o fez, sentiu-se fortemente abraçado por Duo, o que lhe causou momentaneamente a ausência de ar.
Ele procurou acalma-lo com palavras de carinho sussurradas suavemente em seu ouvido, o fazendo saber que estava com ele e que nada o atingiria; o embalou nos braços como se fosse uma criança assustada. Pois era o que Duo parecia naquele momento: uma criança assustada por um terrível pesadelo. Sabia que o pesadelo dele deveria ser de alguma das surras que levara quando pequeno e durante boa parte da adolescência. Duo havia lhe contado sobre seu passado, após o leve almoço, uma vez que nenhum dos dois tinha ânimos para realmente apreciar uma boa refeição, depois que voltaram do parque. O americano contara os motivos que o levaram a fugir de casa aos 17 anos, e pelo que percebera, isso de alguma forma ainda o machucava por dentro, mesmo depois de quase sete anos.
As pressões que o pai lhe impunha desde pequeno eram enormes, sempre exigindo o melhor dele em tudo: nos estudos, nas atitudes, nas amizades, mas nada que Duo fazia era bom o suficiente para Lucius T Maxwell. Ele desejava que o filho assumisse seu lugar nos negócios, que estivesse à frente do império que ele construíra ao longo dos anos, que ele se casasse com uma moça de família tão rica e tradicional quanto os Maxwell's . Da mesma forma que se dera o casamento dele com Tábata. No entanto, Duo não desejava isso. Ele tinha sonhos que não eram compartilhados pelo pai; sempre desejara crescer pelo seu próprio esforço, como seu avô o fizera. Queria ser livre para tomar as próprias decisões e se arrepender delas caso dessem erradas.
Queria ter o direito de escolher o que vestir, o que comer, que faculdade fazer, por quem se apaixonar, com quem casar. Queria casar por amor e não por conveniência, embora não duvidasse que seus pais se amassem, mas não queria esperar os anos correrem para aprender a amar a pessoa com quem se casasse. Ele queria aprender a amar tal pessoa antes de decidir se unir para sempre com ela, assim como ocorrera com Heero. Eles haviam descoberto o amor e depois de se conhecerem um pouco melhor, se casaram diante do luar e das estrelas. Ele decidira sua vida e não pretendia abrir mão disso, mesmo que seu pai não se importasse com sua vontade.
Duo se acalmou e se afastou um pouco dos braços de Heero. Podia notar as lágrimas nos olhos avermelhados do esposo; e percebeu que foram poucas às vezes que o vira chorar, mas era a primeira que o via fazer isso porque sofria com ele. Ele sentiu novas lágrimas inundarem seus olhos diante da cumplicidade que tinham, compartilhando juntos sua tristeza e dor. Duo se agarrou novamente ao marido que o recebeu com carinho em seus braços. Heero beijou o alto da cabeça do americano, olhando para o relógio que marcava aproximadamente 03h30 da manhã de sábado.
Você quer conversar?
Duo ficou em silêncio por alguns minutos e Heero achou que talvez ele não desejasse falar no momento, o dia já havia sido repleto de confissões. Se ele não desejava falar sobre o pesadelo, não o pressionaria, mesmo se sentindo incomodado, pois haveria tempo para isso. Entretanto pode ouvi-lo começar, timidamente, a contar o que sentia, a voz enrouquecida pelos gritos e choro de alguns instantes atrás.
Tinha tanto tempo que eu não me lembrava disso, que eles não me atormentavam dessa forma.
Você se refere ao pesadelo?
Sim, eu costumava tê-lo todas as noites depois que fugi de casa. Sempre tinha medo de que a porta iria se abrir e ele me encontraria e arrastaria de volta para casa.
Ele não pode pegá-lo, Duo.
Eu sei, mas eu ainda tenho medo dele, depois de todos esses anos, ainda o temo. Ele estava...me...me batendo novamente, foi a primeira vez que eu o desafiei abertamente...que eu lhe disse que não iria obedecê-lo.
O que ele queria que você fizesse?
Duo?
Que eu fosse a casa de Megan e a pedisse em casamento.
Heero ficou calado procurando absorver a informação, se lembrava de Duo ter comentado o nome da garota que era sua conhecida no passado. Imaginou o que aconteceria se ele não houvesse desafiado o pai naquele dia, talvez nunca viessem a se encontrar, não estariam casados, ele não o estaria consolando e o embalando em seus braços, e sentindo a respiração dele em seu pescoço. Apertou Duo contra si, procurando afastar tal pensamento e dando lugar a outro não menos agradável. Como um pai poderia agredir o filho e obriga-lo a casar com uma pessoa apenas por conveniência? Era estranho pensar que ainda existam pessoas que pensassem dessa forma tão arcaica. Seus pensamentos foram interrompidos pela voz de Duo e se pôs a escutar a voz carregada de tristeza, ao lembrar dos eventos que o fizeram tomar a decisão que mudara sua vida.
Eu achei que ele fosse me matar...era o aniversario de 16 anos da Megan, eu deveria acompanhar meus pais e fazer o pedido aquela noite. Mas eu...recusei-me a tomar parte dos planos dele. Não a amava, mal a conhecia para pedi-la em casamento... Por Deus, eu tinha apenas 17 anos, quem se casa nessa idade hoje em dia, ainda mais sem amor?
Duo fechou as mãos em punho, tentando conter a raiva que a lembrança lhe causava. Sentiu as mãos quentes e acolhedoras de Heero sobre as suas e entrelaçou os dedos com os dele. Encostou-se mais no corpo de seu marido, esfregando o rosto em seu ombro e ganhando um beijou suave sobre a testa, o fazendo sorrir apesar da tristeza que sentia.
Ele me surrou como nunca tinha feito antes, tinha um bom tempo que eu não apanhava assim. Procurava não irritá-lo e obedecer a suas vontades, pois tinha esperanças de escapar de seu controle. Apenas mais um ano e estaria livre. Mas não podia aceitar, não isso. Ele e o pai de Megan haviam acertado tudo, sem falar nada para nós dois, pois eu tinha certeza de que ela não sabia, embora soubesse que ela faria o que o pai mandasse sem descordar.
Como alguém pode concordar viver dessa forma?
Você se acostuma com o tempo ou simplesmente espera uma chance para escapar.
E foi o que você fez, esperou até que não pudesse mais?
Sim...não havia como ficar depois da forma como ele me bateu...depois do que ele disse. Ele não estava preocupado comigo, mas em apenas não ser humilhado pela minha decisão em desobedece-lo. Não queria dizer ao amigo que seu filho não aceitara fazer parte do acordo. E mesmo que eu voltasse atrás, não poderia aparecer na frente deles depois da surra, não pegaria bem eu pedi-la em casamento com o rosto todo arrebentado.
Duo deu um sorriso sarcástico e uma risada ao imaginar a cenaTL1 , e lembrar do seu estado. Lembrou-se da mãe, que inutilmente tentou protege-lo; de como ela foi agarrada pelo braço e colocada para fora do quarto. Se fechasse os olhos ainda podia ouvia-la surrar a porta e gritar para que Lucius não fizesse isso, que o deixasse em paz, que conversasse ao invés de surra-lo.
Seis anos e três meses atrás:
LUCIUS, ABRA ESSA PORTA!
VOCÊ VAI APRENDER A NÃO ME CONTRARIAR!
Aaarrrrrrghhhhhhhhhhhhhhhhhhh...NÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOO...PAPAI! PAAAAAARRRRRRRRRRRRRRRAAAAAAAAAA!
LUCIUS!
Tábata batia sem sucesso na porta do quarto, seu rosto banhado pelas lágrimas, seus punhos doendo de tentar se fazer ouvir pelo marido. Ela viera correndo ao ouvir os gritos de Lucius e sabia muito bem o que aconteceria depois. Ele bateria em Duo por tê-lo desobedecido. Seu coração sangrava ao ouvir os gritos e pedidos do filho e ser incapaz de ajuda-lo. Sentiu o toque em seu ombro e olhou para o empregado, que havia percebido as mãos feridas da senhora, e que certamente ficariam com hematomas e feridas. Ele segurou as mãos dela, ao ver que uma delas já começava a sangrar e a abraçou, procurando conforta-la. Sabia que o patrão não abriria a porta e não que havia meio de derrubá-la apenas com as mãos, para ajudar o menino.
Tempo presente:
Duo?
Heero olhou para Duo após o silêncio se prolongar por quase dez minutos, e notou que ele fechara os olhos, com o rosto contorcido de dor e desalento. Sabia que o americano deveria estar perdido em lembranças dolorosas e não desejava que ele permanecesse nelas sozinho. Duo abriu os olhos ao ouvir a voz preocupada de Heero. Não sabia por quanto tempo estivera mergulhado nas lembranças daquele dia, mas imaginava que deveria ter sido muito tempo para o japonês o chamar. Aquele dia ficara marcado para sempre em sua memória, pois fora quando decidira que nunca mais faria o que lhe mandassem, mas apenas o que desejava e mandava seu coração.
Depois que Alfred, o nosso mordomo, cuidou dos meus ferimentos, eu fiquei sozinho, vendo meu reflexo no espelho do armário e decidi que não suportaria mais viver sobre as agressões, acusações e repreensões dele. Eu era seu filho e se ele não podia me aceitar como era, eu também não podia aceita-lo como meu pai. Decidi que queria uma vida criada pelas minhas próprias mãos e não uma já formada e moldada por ele.Sabia que quando ele voltasse, me bateria novamente e não iria ficar para ser surrado outra vez, não mais.
Heero sorriu diante da determinação na voz de Duo. Sabia que o esposo era capaz de fazer qualquer coisa que se propusesse. Mas ficava imaginando como ele deixara a casa, machucado da forma como estava.
Como você conseguiu fugir?
Eu liguei para Solo, pedindo que me ajudasse a fugir de casa. Ele aceitou imediatamente me ajudar, pois sabia o que eu passava. Ele deu um jeito de pegar um carro do pai e marcamos dele me pegar na esquina. Não queria que ninguém soubesse ou me visse sair, assim demoraria algum tempo até sentirem minha falta e começarem a me procurar. Eu deixei a casa na qual vivi por 17 anos apenas com a roupa do corpo. Assim que Solo me viu ficou assustado e foi difícil convencê-lo a não ir a polícia para denunciar meu pai.
Você deveria ter feito isso, Duo.
Eu não queria ser mais humilhado, Heero. Além do mais, com o dinheiro e a influência que meu pai tinha e ainda tem, dificilmente aconteceria algo com ele e eu simplesmente seria mais ferido do que antes. Infelizmente o dinheiro compra a integridade das pessoas.
Eu sei, meu amor.
Heero sabia muito bem o que dinheiro era capaz de fazer com as pessoas: podia transformá-las na pior espécie de ser humano. Os ricos e poderosos como Lucius T. Maxwell sempre acham que todos estão a venda e que lhe devem respeito e submissão, e infelizmente não são poucos os que realmente se sujeitam a esse tipo de papel. Alguns por medo; outros por ganância, fazendo qualquer coisa por dinheiro. O japonês voltou sua atenção a Duo, que voltara a falar depois de algum tempo.
Solo tinha conseguido pegar algum dinheiro do pai, o que foi suficiente para que pudesse me manter por alguns dias fora da cidade. Logo depois ele conseguiu que um amigo lhe emprestasse uma casa nas montanhas e me levou para lá. Ele teve que voltar para casa em seguida, para que ninguém desconfiasse de que havia me ajudado a fugir. Alguns dias depois Solo retornou e me ajudou a encontrar um lugar bem longe.
Duo sorriu ao lembrar da sensação de liberdade que tivera e o medo que o acometera por saber que estava sozinho para seguir o caminho que desejasse. As dificuldades, as alegrias e a saudade que vivera a cada dia.
Quando eu já estava melhor nós nos separamos e segui meu caminho, mas sempre mantinha contato com ele de vez em quando. Sempre que eu tinha dificuldades, Solo me ajudava a vence-las. Ele foi como um irmão para mim, foi ele quem me ajudou a entrar na faculdade, conseguindo pegar meus documentos na casa de meus pais, como certificados, carteira e outras coisas necessárias para a matrícula. Era Solo quem sempre tomava cuidado para que não me encontrassem, que me avisava quando estavam em meu encalço ou tinham conseguido alguma pista que pudessem ajuda-los a me encontrar. Eu vivia pulando de estado em estado, fugindo dos detetives que colocavam atrás de mim.
Heero não pode deixar de admirar a garra de Duo, a sua vontade de viver sobre suas próprias pernas, construindo um caminho onde pudesse se orgulhar de si mesmo. Ele lutara por aquilo que achava ser o seu ideal de vida, não se incomodando com as adversidades, mas se sobrepondo a elas.
E você se tornou a pessoa que queria? Conseguiu o que buscava?
Sim...e consegui muito mais do que procurava.
Os olhos de Duo se encontraram com os de Heero ao falar as últimas palavras, demonstrando todo o seu amor. Ele se aproximou e o beijou, sendo retribuído. Após se afastarem, Duo encostou sua cabeça novamente no ombro de Heero, ficando em silêncio. Ele havia encontrado o japonês e estavam casados agora, mesmo que perante a lei o enlace deles não existisse. O importante é que para eles, estavam casados. Como Heero mesmo dissera, enquanto estivessem juntos seus pais, ou melhor seu pai, não tocaria nele, pois seu marido não permitiria que o fizesse. No entanto, ele também tinha que ter a coragem do outro e enfrentar Lucius, mostrando a seu pai que não poderia mais interferir em sua vida ou ameaçar Heero. Também estava disposto a ir as últimas conseqüências. Por Heero seria capaz de fazer qualquer coisa.
Continua...
1 Family família em inglês, apenas no caso de alguém não saber.
Gente desculpa a demora, mas é que nos últimos meses eu estava me preparando para mudar de estado (Yoru agora é cidadã curitibana, mas o coração será sempre carioca).
Dedico esse capitulo:
A Mami (te adoro de coração, valeu pela paciência, pelo incentivo e principalmente por me aturar).
A Lien (valeu pela revisão, idéias, sugestões e paciência em revisar os capítulos).
A Dee (sis te adoro de montão e muito obrigada por ser minha fã, mim também é sua fã de carteirinha)
A Misao sumida (sis te adoro)
A Tia Daphne que não vejo a séculos.
A Prima Verena que se encontra na mesma situação.
A todos os que comentam e aguardam ansiosos meus capítulos, não vou colocar nomes, pois seria injusto se eu me esquecesse de alguém.
E como sempre aguardo comentários, criticas e outros.
Obs da Beta: desculpem. Eu estou com esse capítulo para betar a quase um mês, mas infelizmente a vida é complicada e eu andei passando por problemas pessoais, perdas familiares. E revisar esse capítulo, sobre família, se tornou um sofrimento involuntário. Mas agora, as coisas voltam ao eixo. Bjs a todos! Lien
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