Retratação: é claro que Gundam Wing e seus personagens não me pertencem, ora bolas...mas se eles fossem meus... ai ai ai...não faria nada de diferente do que faço agora. LOL
Agradecimentos: a cada uma das pessoas que passou por aqui, mesmo não deixando comentários, mas especialmente à Arsinoe, que tem sido uma amiga daquelas pra se encher a boca e agradecer pela existência. Amiga, nosso encontro VAI sair de qualquer jeito!, à Juzinha, que dispensa comentários por tudo o que representa, à Litha-chan, que compartilha insanidades comigo no MSN, à Anne, porque disse que eu a influenciei a gostar de Mu e Shaka (imagine...sou uma pobre mortal que gosta de escrever com o casal de Anjos!) e que sempre tem um elogio doce e adorável pra fazer (ainda fico vermelha com cada um deles, mas fico muito agradecida mesmo!), e como não poderia deixar de ser, à minha "sócia" Faye por simplesmente ser...a Faye e não me deixar de agradecer à ela sempre que eu publico algo de novo!
Recadinhos: boa leitura a todos e desculpem-me pela demora! Mais coisas sobre essa e outras fics, no meu livejournal, livejournal (ponto) com (barra) users (barra) mscellym
Ato 2 – Conhecendo o território:
Quatre estava parado no topo da escada me observando. Ele não precisava falar nada que eu sabia que ele tinha a intenção de arrancar de mim tudo o que havia acontecido no quarto.
— O casamento é amanhã, ele me falou.
— Amanhã? Mas...você não conseguiu demove-lo dessa idéia? –ele me perguntou, visivelmente incomodado pelo fato de não ter uma resposta adequada para ele.
— Por que iria fazer isso? É isso o que ele quer. –afirmei, ao mesmo tempo que ouvi uma vozinha perguntando-me "será que é isso mesmo o que ele quer?". Balancei a cabeça inconscientemente, como se quisesse espantar aqueles pensamentos.
— Mas...
— Quatre, foi um erro incrível você ter me chamado aqui.
— E o que vai fazer? –ele parecia derrotado. Sorri.
— Fui convidado para essa cerimônia. Se tiver um quarto, eu gostaria de ficar.
Quatre não me respondeu nada, mas aquele suspiro inconformado valia por todas as palavras. Pela milésima vez no dia questionei-me se era uma boa idéia estar ali. E agora, mais do que tudo, aquela pergunta voltava com uma fúria impressionante, que fazia meu estômago revirar.
Agora já era noite e eu estava deitado na enorme cama de um dos vinte quartos da mansão dos Winner. Fazia calor e meus pensamentos não ajudavam em nada, especialmente quando eles me levavam para o casal que compartilhava uma cama não muito longe de mim.
Havia conhecido a noiva de Duo. Melissa não era um modelo de beleza, mas também não era feia. Cabelos cor de mel, cacheados, eram os olhos verdes o que mais chamavam a atenção em seu rosto aristocrático. Tinha que admitir que Maxwell havia feito um bom trabalho em escolher a noiva, mas ainda assim, me sentia incomodado. Talvez fosse pela maneira com a qual ela olhava para mim ou para Quatre, sempre tentando parecer querida, agradável. Talvez ela estivesse tentando demais.
Virei-me de costas na cama, não querendo pensar naquilo. Deixei que meus pensamentos viajassem para um lugar distante, deserto...para os lábios de Duo. Espere um momento. Desde quando pensava daquele jeito nos lábios de Duo? E por que logo agora? Aquela confusão toda, aliada ao calor, não estava me fazendo bem, definitivamente. Por mais que fechasse os olhos, os lábios do baka e suas mãos segurando meus pulsos e logo em seguida desalinhando meus cabelos, apareciam em meu pensamento, fazendo-me formigar estranhamente, uma sensação de calor e entrega que não sentia há muito tempo. Deus, acho que nunca senti isso, mesmo quando casado com Relena.
Descobri-me do fino lençol e decidi sair do quarto. Não conseguiria dormir mesmo, não havia meio de espantar aqueles pensamentos estúpidos sobre o louco do Duo da minha cabeça. Quem sabe não dava a sorte de encontrar Wufei na biblioteca disposto a conversar um pouco? Qualquer coisa seria melhor do que remoer pensamentos desconexos, especialmente aqueles que estava tendo.
Abri a porta do quarto e mal fechei-a atrás de mim, quando senti olhos no escuro me observando. Meus sentidos aguçados de eterno soldado não me traíram e rapidamente virei-me, esquadrinhando o território em busca do inimigo.
Ele estava parado em posição semelhante à minha, vestido apenas com uma leve calça de pijama branca e isso foi a primeira coisa que reparei, à exceção dos cabelos soltos, caindo por seu peito como uma cortina protetora.
Senti minha boca ficar seca e tive a idéia estúpida de voltar para dentro do quarto, não querendo encara-lo naquele momento. No mesmo instante em que aquela idéia apareceu, sumiu do meu cérebro, assim que ouvi a voz de Duo, me chamando.
— Sinto muito pelo que aconteceu mais cedo. Nunca deveria ter feito aquilo.
Será que ele se referia ao beijo? E por quê parecia que meu coração estava sendo estrangulado ao ouvir aquelas palavras? Fiquei tonto por dois segundos, tempo suficiente para que ele cruzasse o curto espaço entre nossas portas. De frente um para o outro, reparei nas pequenas partículas prateadas que o violeta dos olhos de Duo tinham, iluminada suavemente pela luz da lua que entrava pela janela redonda do final do corredor.
— Pensei que não se arrependia de nada do que fazia, Maxwell.
— Não me chame assim. –ele disse, calmo, porém em tom magoado e eu tive vontade de bater com a cabeça na parede. Rapidamente ele se recompôs, pondo-se a falar no mesmo tom firme. — Além do mais, isso é digno de arrependimento, não tinha o direito de invadir sua...
Dane-se o que ele tinha pra falar, não importava. Rudemente toquei os lábios dele com meus dedos, impedindo-o de falar qualquer coisa que pudesse me distrair. A única coisa que queria era repetir as ações de mais cedo, beija-lo sem compromisso.
E foi isso o que fiz.
Duo ainda tentou protestar, mas minha língua ávida pela dele não deixou que qualquer som, a não ser um gemido, saísse daqueles lábios tentadores. Prendi-o como ele havia feito comigo na parede do corredor, as costas dele batendo na superfície de madeira em um baque surdo e ele abriu os olhos, fitando-me assustado.
— Ela não vai acordar. –disse, como se soubesse o motivo da hesitação dele.
Tornei a beija-lo e dessa vez ele me correspondeu avidamente, forçando os pulsos para baixo, soltando-os, para somente me abraçar. Rapidamente as mãos correram para meu peito e ele tentava tirar minha camisa. Opa, ele realmente estava querendo fazer aquilo? Ali? E estaria eu preparado pra isso?
Toda e qualquer dúvida caiu por terra quando, nos olhos dele eu pude ver sentimentos que não eram dirigidos a mim há muito tempo: plenitude, contentamento, paixão. Beijei-o novamente, deixando que ele me acariciasse como bem quisesse, os dedos dele já correndo por dentro da minha camisa, tocando minhas costas. Gemi dentro da boca dele, sugando seu lábio inferior no processo, provocando suas unhas a arranharem minhas costas.
— Droga, o que estamos fazendo? –ele me perguntou, abaixando a cabeça quando eu aproximei-me para beija-lo novamente. Meus lábios pairaram em seus cabelos, enquanto sentia a respiração dele em meu pescoço.
Que tipo de pergunta era aquela? Nada daquilo teria acontecido se ele não me beijasse em uma primeira instância, se não me fizesse gostar dos olhos dele. A quem estou querendo enganar? Duo sempre foi um cara que se destacava diante dos outros, quando não pela trança, pelos olhos, tudo nele era uma combinação letal e só agora eu reparava.
— Por enquanto nada. Isso depende de você.
Não acredito que aquelas palavras saíram da minha boca e provavelmente Duo também não acreditava, porque me olhava estranhamente. Me precipitei para falar algo mais, mas ele me empurrou de encontro a parede oposta a que estávamos. Os olhos dele estavam mais decididos que os meus e eu engoli em seco, esperando que ele colocasse um fim naquilo tudo. Ou continuasse. Curiosamente, meu cérebro pedia que fosse a última opção.
— Você tem noção de que depois disso aqui, tudo vai mudar? –ele perguntou, racional demais, tão diferente do Duo passional.
Ponderei diante do que ele havia acabado de me perguntar e, pros infernos, desde quando eu pensava em tudo o que poderia ser? Desde quando me importava com o amanhã? Viver no limite sempre havia sido a minha filosofia de vida, por que não poderia fazer isso justamente com Duo?
Porque ele é importante demais. Porque essa é uma estrada sem volta. Ouvi aquela maldita voz sussurrando novamente e balancei a cabeça, espantando-a novamente.
— Pro inferno! –eu disse, minha voz saiu prensada entre nossos lábios e eu segurei-o pelos ombros, abrindo a porta do meu quarto com uma das mãos, jogando-nos lá dentro.
O quarto estava escuro e eu segurava Duo pelo pulso, não deixando que ele escapasse. Meus lábios estavam nos dele, também prevenindo-o de dizer qualquer coisa. A cama estava por demais longe e meus pensamentos por demais confusos, então encostei-o em uma das paredes, derrubando os quadros que estavam presos ali, quando as mãos deles foram postas em cima de sua cabeça.
— Sabe mesmo o que está fazendo? –ele perguntou, ao fugir dos meus lábios novamente.
— Não, mas quem se importa? –disse, meus dedos percorrendo o peito dele suavemente, sentindo o coração disparar e os olhos se fecharem pra mim, os dentes brancos mordendo o lábio inferior, quase a ponto de arrancar sangue dele.
Tudo acontecia rápido demais e quando dei por mim já o havia arrastado para a cama e tirava sua única peça de roupa, aquela calça branca opressiva, que não me deixava observa-lo com mais cautela. Ele gemeu com meus toques e eu me deliciei, secretamente achando aquela a melhor coisa que havia saído dos lábios dele, um abafado gemido do meu nome.
— Está me enlouquecendo... –ele disse, levantando-se por um momento da cama para beijar meu pescoço, suas mãos levantando finalmente minha blusa, deixando-me quase no mesmo estado que ele. Deixei que ele seguisse com as carícias, adorando o fato de que Duo parecia estar sempre me reverenciando.
Não escondi meu contentamento quando ele empurrou-me de encontro ao final da cama, ficando por cima de mim, seu corpo nu e quente de encontro ao meu, em movimentos descompassados, porém deliciosos. Enquanto me beijava, distraindo-me, seus dedos desceram minha calça, entrando em contato com meu membro já excitado. Ele gemeu ao toca-lo e tive vontade de sorrir, acreditando que aquele som deveria sair da minha boca.
Nus, rolamos pela cama, lutando por uma nesga de domínio que fosse. Os cabelos cor de mel do Duo nos cobria como uma cortina, escondendo-nos do que poderia acontecer, do que queríamos omitir, de tudo o que poderia nos atingir. Não me preocupei quando ele prendeu-me pelos pulsos e desceu os lábios pelo meu peito, desvendando cada pedaço de pele descoberta. Chegou até o baixo ventre e parou, justamente quando já esperava que ele prosseguisse.
— Isso não está certo. –ele murmurou e eu senti raiva. Aliás, um sentimento assassino tomou conta de mim e aquilo não era bom.
Acho que ele percebeu a saraivada de impropérios que eu estava disposto a discursar, porque no mesmo instante estava no mesmo nível que meus olhos. Tive vontade de sorrir quando o violeta dos olhos dele encontraram os meus e ele tocou a ponta do meu nariz com os dedos. Deus, quão entregue eu estava? Aquilo me aterrorizava, mas não me fazia fugir, muito pelo contrário, tinha vontade de me perder de vez naquela mistura de mel, lilás e creme que era o homem à minha frente.
— Quero que você faça, Heero. Você e somente você. –ele murmurou, a voz quase inaudível. Algo engasgou na minha garganta e tive a ligeira impressão de que era meu coração. Será que poderia morrer caso ele continuasse a falar aquelas coisas?
Não importava, que morresse.
Segurei-o pelos ombros, ajeitando-o sobre mim, colocando cada uma das pernas do lado do meu corpo. Ele me deixava conduzi-lo, como um títere, e eu gostava daquela entrega, a sensação de poder me deixava mais excitado, com vontade de terminar logo. Há quanto tempo não me deitava com alguém que realmente me sentia atraído?
Beijei-o com calma, levantando-o pelos quadris, querendo distrai-lo para o que estava pretendendo fazer. Ele fechou os olhos quando sentiu que uma das minhas mãos descia por suas costas, acariciando sua entrada com cuidado. Ele fechou-se em torno dos dedos que o penetravam, mordendo os lábios e eu não sabia se era de dor ou de prazer. Esperava que fosse a última coisa.
Senti minhas costas sendo arranhadas quando toquei um ponto mais íntimo de Duo e ele mordeu logo em seguida meu pescoço, fazendo-me perder qualquer noção de coerência que ainda podia ter. Ele pediu, aos murmúrios para que eu o tomasse de uma vez e assim o fiz, levantando-o do meu colo, penetrando-o de uma só vez. Percebi, por conta da quase facilidade que aquela não era a primeira vez dele. vi um filete de sangue escapar dos lábios bonitos dele, tornando-os estranhamente mais vermelhos e sedutores. Ele tentava abafar s gemidos mordendo-os e eu fiquei penalizado e irritado com aquilo. De alguma maneira queria Duo gemendo meu nome em alto e bom som. Só assim estaria satisfeito.
Aproximei-o para perto de mim, fazendo com que ele deitasse no meu peito, enquanto esperava que ele pudesse se acostumar com a invasão. Mas Duo sempre me surpreendeu, e daquela vez não fora diferente. Embora recostado no meu peito, suspirando profundamente, seus quadris forçaram-se na direção do meu membro, estrangulando-o propositalmente com firmeza. Gemi em seus ouvidos e ele logo olhou-me, sorridente, desarmando-me pela milésima vez naquele dia.
— Mais baixo, Heero...os outros...
— Danem-se os outros. Você me procurou, me tentou, agora, agüente... –disse, pontuando cada palavra com uma estocada, vendo que ele gargalhara, orgulhoso de seu feito.
Continuamos a nos movimentar lentamente, uma fina camada de suor cobrindo nossos corpos com um aroma delicioso que eu tinha certeza de que vinha de Duo. Em um dado momento, sabia que não mais agüentaria todo aquele ritmo que chegava a ser carinhoso, parecia que estávamos fazendo amor e eu não queria mesmo pensar naquilo naquele momento.
Segurei-o pelos quadris, impondo-me com uma certa força, de encontro ao corpo esguio de Duo. Como sempre ele me deixava guia-lo e não demorou muito para que sentisse a familiar onda de calor e dormência que me atingiam antes de um orgasmo. O lindo ser acima de mim segurou uma de minhas mãos, levando-a até seu membro, ajudando-me a toca-lo. Não que não soubesse como fazer aquilo, mas provavelmente para ele, daquele jeito era mais excitante.
Devo confessar que para mim também.
Os movimentos dentro dele eram rápidos demais, incontroláveis até mesmo para mim e combinavam perfeitamente com minha masturbação no membro dele. Duo sorria, os olhos fechados, a cabeça jogada para trás, deixando-se ser violado docemente e arrebatado com paixão, o que era o que eu queria que ele soubesse que estava acontecendo. Creio que nenhum de nós estava a ponto de discutir sobre a loucura que era tudo aquilo.
Foi exatamente pensando no que aquilo poderia significar, que alcançamos o orgasmo, com uma ligeira diferença de tempo. Duo foi rápido o suficiente para cair por cima de mim antes de chegar ao ápice, mordendo meu pescoço tão fortemente que achei que ele iria arrancar sangue. Tudo para não gemer meu nome. Apesar de frustrado, não pude deixar de sorrir quando encontrei-me nos olhos violeta dele, que me fitavam, especulativos.
— Deus, como isso foi perfeito... –ele deixou escapar, beijando-me suavemente.
Queria responder algo de volta, mas algo entalou em minha garganta ao ver os sentimentos dele, perdidos naquelas duas pedras que eram os olhos dele. Relutante, ele saiu de cima de mim, deitando ao meu lado.
E a coisa mais estranha de todas aconteceu. Não tínhamos palavras, não depois do acontecido. Éramos dois estranhos e aquilo me incomodava.
Mas não seria eu o primeiro a falar qualquer coisa.
Deixei que o silêncio convidativo nos envolvesse. Talvez aquela seria a melhor solução para nós dois.
Silêncio.
Continua...
