O AMOR NÃO É UMA CANÇÃO

Cinco anos se passaram desde que os aventureiros haviam se perdido no platô. Os sonhos de uma vida em meio a civilização iam se esvaindo aos poucos, e as buscas pelo caminho de casa eram cada vez mais raras.

Marguerite e Roxton assumiam um relacionamento intenso. O clima de lua de mel era evidente. O casal estava a cada dia mais apaixonado. Os dois resolveram passar uns dias acampados na praia. Marguerite e Roxton andavam de mãos dadas na areia quente e fofa. A brisa leva e fresca abrandavam o calor.

-sabe Roxton, a vida me trouxe muitas surpresas, mas um momento como esse nunca me passou pela cabeça - Marguerite parou por um momento tentando achar as palavras certas.

-está querendo dizer eu...e você juntos...aqui nessa praia?De mãos dadas- ele parou bem em frente a ela sem largar a mão e sorriu. Ela retribuiu o sorriso.

-claro que isso também. O que estou querendo dizer é que nunca me imaginei com esse sentimento...

-esse sentimento se chama amor Marguerite - ele a interrompeu – por quê você tem tanto medo dessa palavra? Será eu não deixei claro meu amor por você?

-Eu sei rox...

-mas parece que não sabe. Acho que eu tenho que dizer tudo novamente, só pra ficar bem claro, sabe- o sorriso maroto não saia do rosto dele

-eu não me importo de ouvir Lord Roxton. Ela o abraçou

-eu te amo minha Marguerite. E não tenho vergonha. Vamos lá é fácil, repita comigo: EU TE AMO

-pára roxton, que bobagem, você sabe disso. Você sabe que eu te amo - ela beijou seu lord a continuaram a caminhada em direção ao acampamento improvisado. E depois que chegaram passaram o dia todo se amando mais e mais.

Enquanto isso verônica Finn e Challenger procuravam uma erva medicinal, já que os suprimentos de primeiros socorros estavam em baixa.

- Marguerite e roxton devem estar se divertindo na praia enquanto a gente fica aqui caçando folha

- não é folha minha cara finn, são ervas. Ervas que podem ajudar a salvar uma vida – disse challenger irritado com as com as constantes reclamações da jovem.

-calma finn, estamos quase chegando. Iria ficar bem mais fácil se você parasse de reclamar. O challenger tem razão, essas ervas são imprescindíveis. Daqui a pouco nós achamos a tal erva e vamos pra casa, tudo bem?

-ok, verônica, tudo bem...Mas escute só...

Nessa hora ouve-se um barulho vindo do matagal. Verônica, Finn e Challenger ficaram a espreita e alarmados. Esperavam que a coisa aparecesse e os atacasse...

Quando, de repente, perceberam que não se tratava de uma coisa. Era um homem, maltrapilho e muito machucado. Challenger chegou perto e tentou se comunicar com ele.

- meu rapaz, posso ajudá-lo?

-PRECISO COMIDA

O homem não conseguia falar, estava muito ferido...

-vamos garotas, vamos improvisar uma maca e levá-lo para a casa da árvore.

Elas colocaram o homem na maca e o levaram para a casa da árvore. Verônica e Finn estavam impressionadas. Apesar de estar completamente machucado, com barba e várias escoriações o homem era muito bonito. Seus olhos eram claros, o cabelo castanho, nariz afilado, ombros largos e másculos. Definitivamente parecia estar perdido naquele platô.

-Que homem pesado! Mas sabe vê, eu nem ligo porque apesar de super pesado ele é um coroa super lindo também. Quantos anos você acha que ele tem?

-Finn, fica quieta! Vamos logo! Apesar de ainda achar que não seja um boa idéia levar esse homem desconhecido lá pra casa.

-vamos aproveitar que ele tá desmaiado e dar uma olhadinha na mochila dele?

-você está parecendo a Marguerite Finn. Deixem o pobre homem em paz. Com esses ferimentos ele não faria mal a uma mosca – Disse Challenger que estava na frente enquanto as duas carregavam o homem.

Chegando na casa acomodaram o homem em uma cama improvisada e limparam os ferimentos.

As meninas foram dormir. Depois do banho e de comer tudo que conseguiu, Challenger começou a fazer curativos e resolveu puxar assunto já que o homem não dava uma palavra sequer.

-agora que você está seguro, já comeu e relaxou, posso saber o seu nome?

-Meu nome é Jones senhor...Harry Jones.

-ótimo, é bom saber que você fala - challenger riu fazendo com que o homem também soltasse uma gargalhada - o que você faz aqui? Posso saber?

-acho que me perdi nesse lugar. Tentei voltar para casa, mas infelizmente me perdi, e perdi meus homens também. Mas graças a Deus consegui achar o senhor. Nem seu como lhe pagar o que fez por mim, Deus o abençoe. Eu vim procurar a minha esposa. Não a vejo há cinco anos. Já faz dois anos que estou perdido nesse inferno e não tenho notícias dela.

- em primeiro lugar não me chame de senhor e sim de challenger. Em segundo lugar... Quem é a sua esposa? Por coincidência também estamos aqui há uns cinco anos. Pode ser que eu a tenha visto em algum lugar, acho que já percorremos toda região...é possível que a tenhamos encontrado.

-bom Challenger eu tenho uma foto dela, vou te mostrar - o homem pegou a sua mochila e tirou uma foto de lá - essa é a minha mulher senhor Challenger...

Challenger olhou a foto, não podia acreditar...era MARGUERITE!

-não pode ser Sr. Jones. O senhor só deve estar brincando...essa é a Marguerite. Ela nunca mencionou que havia se casado...

-Você sabe onde a minha Marguerite está?Challenger me diga onde a minha mulher está – o homem estava desesperado e seus olhos enchiam de lágrima – eu não posso acreditar que finalmente encontrei a minha esposa. Vocês devem ser da expedição não é?Ela mora com vocês?

-Sim, ela mora conosco. Mas infelizmente ela não está – ou felizmente, pensou – Precisa descansar Jones.

-Não, eu quero ver a minha esposa.

-amanhã ela deve estar de volta. Por quê o senhor não me explica o motivo dela não ter dito que era casada? Tem a ver com o fato de ela ser uma espiã...

O homem olhou desconfiado para Challenger

-ela contou?Tudo?

-claro, afinal de contas a Marguerite e todos nós formamos uma família. Moramos juntos há mais de cinco anos...

-ah!É claro, me desculpe. Eu e Marguerite somos, digamos assim, parceiros. Ela disse que iria custear essa maldita expedição para resolver uns assuntos dela. Eu aceitei, pensei que voltaria em poucos meses, mas os anos foram passando e resolvi procurá-la.

-como o Sr. deixou sua esposa vir sozinha para um lugar desses?

-Eh...bem...o nosso trabalho...quer dizer, o meu e da Marguerite nos deu uma outra forma de ver o casamento. Somos livres para tomarmos nossas decisões. Além do mais eu confio na minha mulher e sei que depois de fazer suas obrigações ela sempre volta pra casa. Além de marido e mulher sempre fomos muito companheiros e amigos inseparáveis. Tenho certeza de que quando nos encontrarmos ela vai ficar radiante. O senhor não acha?

-eh...bem Jones...Acho que é melhor ir dormir. Já está ficando tarde.

-você não respondeu minha pergunta Challenger. Você acha que ela não vai ficar feliz? Está desconversando por acaso?

-bom...Muitas coisas mudam em cinco anos Jones...

-Eu duvido meu caro Challenger - interrompeu o homem irritado com a afirmação do cientista - Você não conhece a minha Madg. Em cinco anos você não conhece a minha mulher... Mas eu já esperava isso, afinal a Marguerite nunca foi de expor sua vida pessoal. Mas tenho certeza de que essa situação vai ficar mais clara amanhã quando ela aparecer. Por falar nisso, com quem ela foi para esse tal passeio?

-hum...bem...eh...não foi bem um passeio, ela foi procurar, ahn..eh...bem...uma saída. Ela sempre faz isso. Sabe como é a Marguerite, sempre querendo ir embora – Challenger deu uma risada sem graça enquanto o homem olhava desconfiado.

-com quem ela foi? – perguntou novamente, com uma alteração na voz

- com o Lord Roxton – respondeu challenger engolindo em seco

-Com o lendário caçador lord John Roxton. Pelo menos ela está em boas mãos. E pela sua cara existe algo a mais do que uma boa amizade entre os dois, não é mesmo Challenger? Não se preocupe, amanhã esclareceremos tudo isso, eu não vou mais perguntar nada a você. Sabe como é, nunca perco a mania de investigar, e sei detectar uma mentira de longe – disse o homem com uma tranqüilidade espantosa - ... Boa noite!

Challenger não podia evitar a cara de surpresa misturada com medo do que poderia acontecer no outro dia quando Marguerite e Roxton chegassem do passeio romântico.

-Boa noite Jones. Durma bem que amanhã será um longo dia. Bota longo nisso – disse bem baixinho.