Retratação: Os personagens de Saint Seiya não me pertencem.
Roda-viva
Por Lola Spixii
Capítulo 2 – Do tempoe da verdade
– Mestre Shion.
– Entre, Camus.
O recém-nomeado Cavaleiro de Aquário entrou na sala íntima do Grande Mestre em silêncio. Parando na frente dele com o olhar baixo.
– Camus, preciso tratar de um assunto muito importante com você... – Shion disse enquanto contornava uma mesa, se aproximando do aquariano – Mas antes, quero me desculpar pelo que aconteceu ainda agora.
O jovem francês, sentindo-se um pouco inquieto pela surpresa daquele comentário, levantou um pouco o olhar, encarando a máscara.
– Mestre... – ele disse sacudindo negativamente a cabeça.
– Aceite minhas desculpas, Camus. Antes de Cavaleiro, você é um homem. Aceite... – colocou a mão sobre o ombro do ruivo.
O aquariano apenas suspirou e Shion percebeu que qualquer comentário, até mesmo os feitos na tentativa de amenizar a dor dele, acabariam por machuca-lo ainda mais. Nesse contexto talvez fosse melhor entrar logo no outro assunto, isso desviaria, momentaneamente que fosse, a atenção do jovem francês para uma questão bastante distante dos seus problemas pessoais. Nesse ponto Shion se reconhecia fortemente nele, já fazia muito, muito tempo que adquirira o hábito de mergulhar nas questões de níveis supra-pessoais para escapar dos seus próprios problemas.
– Vamos, sente-se, nossa conversa será um pouco longa – indicou que Camus se acomodasse em uma cadeira e fez o mesmo.
Depois de alguns instantes de incômodo silêncio, o ariano finalmente começou, com um tom solene na voz.
– Você sabe como foi que o Cavaleiro de Aquário que o antecedeu, e que o deveria ter treinado, morreu, Camus?
O aquariano, mesmo sem compreender o propósito da pergunta, respondeu.
– Segundo vocês – ele disse com uma contrariedade mal-disfarçada na voz – ele não resistiu à uma nevasca na planície siberiana.
– Não me surpreende que você nunca tenha acreditado realmente nessa estória. – Shion constatou com um meio sorriso nos lábios, encoberto pela máscara – Jamais o subestimei. Melhor que qualquer um aqui você sabe que nem a mais poderosa nevasca é capaz de colocar a vida de um Cavaleiro de Ouro em risco, por mais medíocre que ele fosse.
– Sim, eu sei.
– Aurus (1) não era um Cavaleiro fraco, Camus, e também não era mediano, ele era muito poderoso, um homem inteligentíssimo, conhecedor de muitas línguas e culturas. E, acima de tudo, um Cavaleiro dos mais dedicados que já conheci.
– Não foi bem isso que eu ouvi falar dele – Camus respondeu abaixando a cabeça.
– Certamente ouviu dizerem que ele era um... – escolheu a expressão mais forte que poderia usar, tinha pleno conhecimento tanto do julgamento que faziam de Aurus quanto da crueldade com que zombavam de Camus por esse motivo – um peso morto no Santuário, que viajava o mundo às minhas custas, que arrotava arrogância e que não se misturava com os demais.
Conseguiu trazer de volta para o francês as lembranças de um homem que não conheceu mas que aprendeu a odiar. Os olhos azuis não demonstravam quase nada mas os dentes estavam trincados quando respondeu tentando limpar a voz de qualquer emoção.
– Exatamente, Mestre Shion.
– E eu não posso negar que Aurus conheceu todos os recantos desse mundo, ele quase não ficava aqui, não compartilhava conosco as rotinas do Santuário, talvez nem soubesse o nome da maioria dos Cavaleiros...
O aquariano trincou os dentes com mais força, estava com os nervos à flor da pele. Encarou as últimas frases de Shion como provocação e acabou despejando sobre ele uma pequeníssima parcela de sua revolta.
– E por que o senhor, como Mestre do Santuário, admitia esse comportamento? Não compreendo essa admiração...
– Existem muitas coisas que você, e os outros, não sabem, Camus. Por isso eu te chamei aqui, por que esse é o momento de você tomar conhecimento de tudo, agora que é o Cavaleiro de Aquário.
Camus franziu o cenho sem se sentir mais confortável com a promessa de revelações.
– Aurus, na verdade, foi assassinado na Sibéria. Para ser mais preciso, ele foi esquartejado.
– Esquartejado?
Pela primeira vez o semblante do francês demonstrou surpresa em vez de tensão ou raiva.
– E desfigurado... com a clara intenção de nos intimidar. Por isso mantive em segredo as verdadeiras circunstâncias da morte dele. Imagine se espalha a notícia de que um Cavaleiro de Ouro foi esquartejado durante seus treinamentos na Sibéria...? – Shion deu uma pausa, percebendo que Camus ainda se esforçava para digerir aquelas novidades, e ainda teria que ouvir muitas – Eu sei que criei uma situação de morte muito pouco honrosa, mas só o fiz por que tinha certeza que Aurus me apoiaria. Ele nunca se preocupou com o juízo que faziam dele, apenas com a missão que recebeu...
– Quem foi...?
– Quem o assassinou? Eu não sei... não sei. Mas eu lhe asseguro que nem o mais poderoso mortal teria conseguido fazer aquilo.
– Mas, por que...?
– Eu sei muito pouco, Camus, se eu soubesse tanto quanto ele... talvez eu também não estivesse aqui... Leia – entregou um pedaço amarelado de papel para o francês que imediatamente principiou a leitura.
"Das profundezas escuras do céu virá o seu..."
– Não – Shion o interrompeu – eu não devo saber o que está escrito aí.
Camus continuou a leitura em silêncio. As frases lhe pareciam totalmente desconexas e sem sentido, amontoavam-se números e descrições de lugares estranhos, como se cada palavra tivesse sido ali lançada ao acaso. O aquariano, assim que terminou, desviou novamente o olhar para o Mestre.
– O que significa?
– Eu sequer sei o conteúdo dela, Camus.
– De onde surgiu essa carta? – perguntou impaciente com as respostas pouco esclarecedoras de Shion– Parece ser antiga... o papel, o estilo, o desenho das letras...
– Isso eu posso te responder. Chegou às minhas mãos há cerca de 200 anos atrás, acredito que tenha bem mais do que isso. Athena estava à beira da morte, foi na última audiência que tive com ela, deixou-me diversas recomendações, a última dizia respeito à essa carta, que a Deusa me entregou na ocasião.
Camus apenas remexeu-se um pouco na cadeira, esperando pelas seguintes frases de Shion.
– Ordenou-me que entregasse a carta, sem nunca abrí-la, ao próximo Cavaleiro de Aquário. Como apenas eu e o Cavaleiro de Libra sobrevivemos à Guerra Santa, precisei esperar pela geração seguinte de Cavaleiros de Ouro para cumprir os desígnios da Deusa. – Shion suspirou – Desde então essa carta vem sendo passada de Mestre para discípulo da 11a Casa.
Durante todos esses anos eu venho observando de longe o empenho dos Cavaleiros da Casa de Aquário em desvendar essas palavras. Athenaordenou que eu nãome envolvesse com isso, a não ser que fosse absolutamente necessário.
– E, com a morte de Aurus, você se viu na obrigação de fazer com que a carta chegasse até mim.
– Exatamente.
– Mas, que tipo de relação pode haver entre o assassinato de Aurus e esse pedaço de papel?
– Camus, se Athena tinha interesse nela, não me parece absurdo que algum outro Deus também tenha. E apenas um Deus, ou alguém que tenha recebido muitos poderes de um Deus poderia ter feito aquilo com Aurus.
– Sim, isso faz sentido.
– Assim que eu tomei conhecimento das condições em que Aurus morreu eu fui pessoalmente até a 11a Casa e dei uma busca, revirei tudo procurando pela carta. E a encontrei juntamente com esses cadernos. – ele disse empurrando para perto de Camus uma pilha de cadernos empoeirados amarrados com uma fita de cetim amarelo - Eu imagino que esses cadernos contenham referências, anotações sobre possíveis significados dessas palavras, à que Aurus provavelmente deu uma significativa contribuição... Ou talvez não... Isso só você saberá, quando os abrir.
Camus passou os dedos sobre a pilha de cadernos.
– Jamais conte isso para ninguém. Nunca, entendeu? Por mais que você... – Shion ficoualguns poucos instantesmeditando sobre a necessidade de dizer aquela palavra – Por mais que você confie em alguém...
– Eu já compreendi, Mestre Shion.
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Sentada em uma cadeira da sala de jantar, Natassia chorava sem saber muito bem por que, vários sentimentos se confundiam, causando uma sensação geral de mal-estar. Pena, remorso, culpa, solidão, ódio... Talvez fosse muito mais feliz se não tivesse a ambição de ganhar o mundo, se não tivesse a ilusão de que sua felicidade estava fora de São Petesburgo, fora da Rússia.
Foi sacada dos seus devaneios negativistas pela entrada do enfermeiro, Serge, na sala, que apressou-se em falar com ela.
– Eu lhe ministrei um tranqüilizante, já está dormindo.
Natassia lhe dirigiu alguma atenção, exibindo os olhos inchados de choro.
– Quantos meses?
Ela colocou a mão sobre a barriga que já pulava para fora da maioria das suas roupas.
– Quatro.
– Já sabe o sexo?
– Não.
– Ele estava sentado?
– Não, eu não quis saber.
O enfermeiro se sentou em uma cadeira ao lado de Natassia.
– Não pretende mesmo contar para a sua tia?
– Quanto tempo ela ainda tem?
– Certamente não verá o seu bebê nascer.
Natassia abaixou a cabeça e novas lágrimas lhe brotaram dos olhos.
Ainda era uma menina quando fora para o Japão, à convite de uma agência de modelos, em busca do seu sonho, como costumava falar. Não era tão magra e tão alta quanto exigiam as passarelas, mas o rosto de traços refinados e exóticos era perfeito para estampar out-doors, páginas duplas de revistas, catálogos de grifes famosas... Em pouco tempo se tornou uma das modelos mais fotografadas do Japão. Até ganhou algum dinheiro, e deveria até ter ganhado mais, não fossem as porcentagens abusivas acordadas com seus agentes que, percebendo o talento e a ingenuidade dela, aproveitaram para, esses sim, fazerem fortuna.
Mas poderia ter sido eternamente explorada sem reclamar, não tinha a pretensão de ser rica, apenasfeliz... Foi em uma sessão de fotos para uma revista de moda que conheceu o homem que viria a determinar o fim do seu sonho. Ele era um dos editores da revista, homem influente que logo foi tomado de paixão pela jovem russa. Natassia, levada pelos galanteios dele, bastante mais experiente que ela, se deixou também apaixonar.
Iniciaram um romance tórrido e secreto, visto que o homem era casado. Ele a seduzia com promessas que jamais pensara em cumprir mas que satisfaziam a loira em seus sonhos. Algum dia seriam livres da megera que o prendia, seriam felizes, teriam uma família linda, miscigenada, do jeito que ela sonhara por toda a sua adolescência.
E por tempos essa promessa de felicidade lhe foi o suficiente, nem percebeu que o homem começava a lhe impor suas vontades sem a mínima dificuldade. Ela começou a recusar trabalhos, já não lhe empolgava mais conhecer o mundo, pouquíssimo escrevia para a tia na Rússia... Seu dia-a-dia se restringia à esperar que ele tivesse uma brecha para vê-la, não saía de casa, não usava o telefone, solícita.
Foi em um quarto de motel que ela deu-lhe a notícia de que estava grávida, com os olhos brilhando de felicidade. Não fora proposital, pelo contrário, ficara grávida tomando pílula e isso conferia àquela gravidez um status de "expressão da vontade divina", de "milagre", de "destino". Claro que a gravidezinterromperia a sua carreira, mas o que era a carreira perto da felicidade que teria para si, com sua nova família?Porém, o homem a quem entregara a sua vida não entendia daquela forma. Depois de uma longa discussão, em que ele dirigira a Natassia os mais baixos adjetivos, conheceu o peso da mão dele, foi tomada à força e abandonada à própria sorte.
Sozinha e grávida. Além disso as suas economias já estavam no fim, havia perdido os seus contatos como modelo e seria bastante difícil conseguir algum trabalho, ainda mais contando com a promessa do ex-amante de fazer a sua propaganda negativa no meio em que ele era muitíssimo influente. E como se já não fosse o bastante, apenas alguns dias depois do rompimento com ele recebera um telefonema da Rússia que lhe informava o estado de saúde da sua tia. Todo o seu mundo de felicidade estava desabando exatamente sobre a sua cabeça e ela estava perdida, sem saber como agir.
Demorou ainda 2 meses para conseguir vender o seu apartamento no Japão e finalmente voltar para São Petesburgo.
Agora estava novamente sentada naquela sala escura e fria, observando o piano da tia, que ela nunca conseguira aprender à tocar, os porta-retratos e bibelôs que davam um ar exagerado, barroco, à decoração.
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Miro estava sentado no chão de um dos amplos e impessoais salões do 8o Templo, o rosto afundado entre as pernas dobradas, os cachos castanhos claros descendo pelos ombros e costas em desalinho. Pressentiu a chegada de alguém, por um segundo pensou se não seria Camus, mas foi só por um segundo, o tempo suficiente para o seu cérebro lhe informar que aquilo era impossível.
– Ainda está chorando?
– Suma daqui – respondeu sem mover um único músculo, mantendo a cabeça entre os joelhos.
– Ele merece todas essas lágrimas?
– Eu te odeio! Saia!
– Me deixa ficar com você, eu quero te ajudar.
– Quer me ajudar, então me mate! Termine o que você começou... – levantou pela primeira vez a cabeça, ostentando um olhar vermelho de ódio e lágrimas – ou eu mesmo...
– Não diga besteiras.
– Acha que eu não tenho coragem? Acha que não tenho coragem de me entregar para Athropos (2), de tirar minha própria vida por ele?
– Pelo contrário, Miro, tenho certeza que você seria tolo o suficiente.
O escorpiano bufou e crispou os olhos e os punhos de raiva.
– Invejoso, desgraçado.
Afrodite se ajoelhou na frente do escorpiano.
– Pare de chorar...
– Você jamais vai compreender... eu o amo, Afrodite!
– E ele? Será que te ama?
– Não seja ridículo.
– Responda, Miro.
– É óbvio que ele... – a voz, antes ríspida e agressiva, tornou-se melancólica – que ele me amava – lágrimas molharam o rosto levemente moreno.
Afrodite riu e balançou negativamente a cabeça, provocando a ira de Miro.
– Você viu como ele ficou descontrolado ontem, quando ... E ainda agora, na cerimônia... – a lembrança daquelas duas situações doeu como se tivesse sido atingido por uma faca entre as costelas, no peito, direto no coração. Pior do que ter sido flagrado por Camus com Afrodite foi vê-lo completamente desnorteado durante a cerimônia de nomeação, sofrendo a pior das humilhações, acuado entre eles dois. Voltou a pensar em tirar a própria vida, a perseguição de Athropos não seria tão terrível quanto a culpa. Cobriu o rosto com as mãos, soluçando como uma criança.
– Você realmente acha que ele sofre por você?
Miro descobriu levemente a face e encarou Afrodite com olhar furioso.
– Não me olhe desse jeito... Ele está com o orgulho ferido, Miro, por isso sofre. Sofre por ele mesmo, não por você! – o pisciano disse alterando o tom de voz.
– Cala a boca, maldito.
Avançou para Afrodite acertando-lhe um tapa na face esquerda, que quase não o abalou. Sua reação resumiu-se em levar as próprias mãos até a face atingida, logo retomando a discussão com Miro.
– Ele não é como você, Miro. A mãe dele, você sabia que ela era curadora de um Museu de Paris? – perguntou sacudindo o outro pelos ombros – E o pai, escrevia crônicas para um jornal e era romancista e filósofo nas horas vagas. Você sabe quem foi Albert Camus (3)? Sabe?
O escorpiano chorava e Afrodite o largou.
– Claro que você não sabe. – a voz se tornou mais mansa – Ele não é como você... Foi bem-criado, teve família, freqüentou escola, coisas que você nunca conheceu...
Miro fechou os olhos inundados de lágrimas com força e colocou as mãos sobre os ouvidos tentando impedir-se de ouvir o que Afrodite dizia.
O pisciano teve um novo ataque de fúria frente ao gesto infantil de Miro e, sem medir sua força e nem se preocupar se o estava machucando, tratou de afastar as mãos dele dos ouvidos. Quando conseguiu os braços e rosto do escorpiano estavam lanhados pelas unhas não aparadas de Afrodite.
– Você nunca vai entender... você não é digno de nenhum sentimento bom. – Miro disse com a voz falhada.
– Você está cego... – ele se levantou e virou de costas como se fosse embora, como se tivesse desistido da discussão. Ficou uns bons minutos assim, até que, por fim, virou-se de frente novamente, com o rosto encharcado de lágrimas e recomeçou – O que então você foi fazer em Peixes ontem, Miro?
– Você não sabe Afrodite...? Achei que já estivesse acostumado à sua sina, afinal é isso que todos os homens do Santuário vão fazer na 12a Casa... – a voz ainda saia entrecortada pela pesada respiração e mostrou-se irônica aos extremos.
– É um idiota mesmo... quer me convencer que foi atrás de mim por sexo. Você sabe que não foi nada disso, você foi atrás das minhas palavras de carinho, das minhas juras de amor, coisa que nunca ouviu da boca dele e nunca vai ouvir – o pisciano disse aos gritos, profundamente ofendido pelas palavras de Miro.
– Quem foi usado nessa história toda não fui eu, foi você! Sempre foi assim, e nunca vai ser diferente... Ou você acha que ele realmente apreciava a sua companhia? Dentre todos os aprendizes ele te achava o mais simpático e por isso aceitou a sua amizade? Você acredita nisso? Quem era o garoto que tinha mais dificuldade nas aulas de grego, filosofia, astronomia...? Quem era o garoto mais mal-educado? O mais endiabrado? O que recebia mais castigos? Naquela época nem bonito você era... – completou desdenhoso, ficando radiante ao perceber as reações do outro, que chorava e soluçava como uma criança.
– Eu também teria escolhido você se tivesse as pretensões dele. Ficar perto de você apenas ressaltava as qualidades dele próprio, ele ficava mais inteligente, mais bem-educado, mais bonito, mais limpo perto de você...
Afrodite abaixou-se novamente perto de Miro e passou a acariciar uma mecha cacheada dos cabelos claros, dirigindo-se à ele com a voz sensivelmente menos raivosa, em um tom baixo, quase amoroso.
– Só que os anos foram passando, você se tornou um rapaz realmente bonito e isso preocupou o francês. Era exatamente nesse ponto que você poderia fugir do controle dele, e ele foi rápido em perceber. Então o que ele fez? Eu te pergunto. Usou o trunfo que ele tinha, aproveitou toda a admiração que você demonstrava por ele e te tornou cativo da forma mais suja possível. Não foi assim, meu querido?
Afrodite mantinha o semblante distante e sério, enquanto enxugava as lágrimas que desciam ininterruptamente pelas faces de Miro.
– Te dava algumas migalhas de atenção e outras tantas de carinho... foi assim que ele te amarrou, jogando com o seu amor. Claro que acabou descobrindo o quanto você realmente era útil aos hormônios dele... Vê como sempre foi usado por ele, meu querido?
Miro atirou-se nos braços de Afrodite sem conseguir dizer uma única palavra. Acabou pegando no sono enquanto era embalado no colo do homem que quisera ter matado algumas horas antes.
Olá! Depois de um longo e tenebroso período no qual as obrigações quase tragaram essa minha vidinha mais-ou-menos, aqui está o segundo capítulo! Mas vamos às notas antes de qualquer coisa:
1 – Tomei conhecimento da existência de Aurus através da fic Lágrimas Derramadas da Lithos de Lion, e ela o tirou de uma fanart. Na verdade Aurus seria o Cavaleiro de Aquário da geração do Shion. Aqui aproveitei apenas o nome, para que ficasse mais familiar.
2 – Athropos é, entre as Moiras (3 divindades que comandam o destino dos dos homens), aquela que corta o fio da vida. Persegue ferozmente os suicidas.
3 – Albert Camus (1913-1960) foi um escritor francês que, na minha opinião, serviu de inspiração para o Kurumada criar o nosso Camus (por isso eu sempre defendi Camus com C). Aqui, usando a licença que é concedida àqueles que criam, fiz do famoso escritor francês pai do nosso Camyu (com o aval da Verlaine), mas isso será melhor explicado futuramente. Quem quiser conhecer melhor Albert Camus, existem milhares de sites na net sobre ele e, obviamente, os livros que ele escreveu traduzidos para o português.
Agora que tudo está devidamente esclarecido, às reviews:
Carola, minha queridinha, uma coisa posso te prometer, o coraçãozinho de sorvete de morango do Camyu sempre vai ser do Milucho. Quando não for assim pode ficar preocupada, certamente existe algum Deus malévolo utilizando o meu corpinho para tentar dominar a Terra ou algo que o valha. Mas a vida tem muitos percalços e eu NÃO prometo final feliz!
Calíope, agradecidíssima pelos elogios. O Chico é tuuuuudo! Amo esse homem, meu Deus! Quanto à fic, veja que o Milucho também sofre, tadinho. E que cada um dos três encarou a situação de um jeito diferente, criando pra si próprio explicações, justificativas que lhe diminuíam a culpa, isso é bem da natureza humana, não?
Mme. Verlaine, minha amiguinha, eu sei que te deixo em cócegas com a minha ausência virtual mas acho que a minha presença real nos seus almoços de segunda-feira compensam (hehehe). Te adoro!
Agradeço também à Nana pelos elogios via MSN, à popósito, quem quiser me adicionar por qualquer motivo: lola underlined spixii arroba hotmail ponto com.
Bjinhos!
(Abril de 2005)
