Disclaimer: Nem faz sentido falar, mas é bom lembrar: os personagens são da tia Jô, não fui eu que criei eles, até porque eu não teria criatividade para tanto.
Draco
Segunda-feira, 7 de setembro de 1998
Assim que acordei tive aula de Adivinhação. Haha, eu nunca me divirto tanto em uma aula como nessa - talvez nas aulas de Poções, já que eu posso rir com mais liberdade, e em Adivinhação tenho que esconder o riso.
A Prof. Trewlaney - lê-se morcega velha - é indiscutivelmente chata, mas ainda assim é engraçada. Hoje nós voltamos em uma matéria láááá do terceiro ano: leitura das folhas de chá. A morcega velha chegou bem perto de mim, aqueles óculos horrendos quase encostando no meu rosto, e disse:
"Posso ver sua xícara, menino?" Quem disse que eu sou um menino?
"Malfoy" eu falei, sorrindo, e entregando a xícara a ela. Eu e Zanbini trocamos um olhar divertido, enquanto ela olhava horrorizada a xícara
"Sim, eu sei" ela parou um pouco e observou a maldita xícara "Oh, que pena. Seu destino não será dos melhores, pequeno Malfoy"
Ela me devolveu a xícara e eu quase matei a morcega velha com o olhar. Eu? Pequeno Malfoy? Ah, vá pra... esquece.
"Meu destino não será dos melhores" eu disse, rindo desenfreadamente, quando saí da sala. Zanbini ria também, assim como Crabbe e Goyle - mas os dois últimos não haviam entendido nada: riam apenas porque eu ria, são dois estúpidos, e só servem para colocar medo nos grifinórios.
"Essa foi ótima, Malfoy. Ela não tem muita criatividade, não é?" disse Zanbini
"Sim. Ela me disse a mesma coisa semana passada"
Andamos um pouco em direção à aula de Poções. Antes de entrarmos na sala, Zanbini me perguntou:
"E aí, tem conseguido algum progresso com a Weasley?"
"Sim. Quando ela estiver aos meus pés, Zanbini, eu te aviso"
"Eu continuo não acreditando que você vai conseguir"
"Não duvide de um Malfoy"
A aula de Poções transcorreu normalmente. Snape estava com um bom humor incrível hoje - o que, veja bem, é raro. E não aconteceu nada legal na aula. Na verdade, foi quase um tédio. E então fomos almoçar. Depois tivemos Trato das Criaturas Mágicas, e Hagrid - lê-se gorducho gigante - trouxe - de novo - hipógrifos - lê-se galinhas malditas. Tenho trauma de galinhas malditas, mas a aula correu bem - infelizmente, pois eu daria tudo para ver aquele gorducho gigante ser expulso da escola. Jantei e fui esperar pela Virgínia. Pensei que ela realmente não fosse aparecer, quando, duas horas mais tarde, ela chegou.
"Isso não pode continuar assim" eu disse "Duas horas de espera!"
"Estava decidindo se iria vir ou não" ela falou
"Por Merlin, você precisa de duas horas pra decidir?"
"Quando se trata de escolher ficar horas ouvindo Colin Creevey falar sobre Harry Potter ou ter aula de reforço de poções com Draco Malfoy, sim, eu preciso"
"Na verdade, eu acho que você não precisa de aulas de reforço" eu pisquei pra ela.
A reação foi meia estranha. Eu nunca tentarei entender uma Weasley. Só sei que ela me encarou com uma expressão meio interrogativa. E depois ficou me encarando, por um tempo que, sinceramente, por mais que tenha sido muito tempo, pra mim não foi tempo o bastante para analisar todos os traços do rosto dela. Merlin, ela tem muitas sardas!
"O que você quer dizer com isso?" ela voltou à expressão interrogativa
"Você é uma boa aluna em poções. Digo, não uma boa aluna, mas suficientemente boa para passar de ano"
E suficientemente boa para ser minha próxima namorada - pensei. Oh, Draco Malfoy, o que você anda pensando? Você deve fazer ela se apaixonar por você, e não fazer com que ela seja sua namorada.
"Então eu estou dispensada?"
"Não"
"Como assim, Draco?" Ela continua me chamando de Draco!
"Você não está dispensada" eu falei, e sorri.
Segurei ela pela cintura e puxei pra perto de mim. Encostei meus lábios nos lábios dela, e, pra minha surpresa, e felicidade, ela não negou permissão para que minha língua entrasse e explorasse a boca dela. Senti as mãos dela em volta do meu pescoço. Oras, que mania que ela tem de se pendurar no meu pescoço! Acho que é porque estava quase caindo. E ela é mais baixa que eu.
Depois de um minuto que pareceu séculos, nós finalmente nos soltamos. Mas dessa vez ela não me bateu.
"Você não devia ter feito isso"
"E por quê?" Eu sorri
"Não está certo" Oras, o que não está certo?
"O quê?"
"Você é um Malfoy, eu sou uma Weasley"
Ah, era isso? Bem, de certo modo ela estava certa. Mas eu não queria nada sério. Ou queria? Não tem problema. Encontrei uma linda resposta para encantar a linda ruivinha.
"Então eu sou Draco Montecchio, e você é Virgínia Capuleto. Claro, não terminaremos como os dois babacas da história de Shakespeare"
"Shakespeare? O que é isso?" Haha, ela, tendo um pai amante de trouxas, não sabe quem é Shakespeare!
"Quem é ele" corrigi. Oras, chamar Shakespeare de isso é um erro imperdoável "Um grande escritor trouxa. É muito famoso"
"Não sabia que você lia história trouxas"
"Encontrei perdido no chão de uma rua esse livro. E não tinha dono. Então li"
"E como é o nome do livro?"
"Romeu e Julieta" Eu falando sobre Romeu e Julieta para uma Weasley? Isso não está certo. Mas faz parte do plano. Ou não?
Ela me beijou. Merlin, ela me beijou. O que significa isso? A Virgíniaestá perdendo os sentidos. Claro, sou eu o causador de tudo isso.
"Há alguns minutos atrás eu pensei na possibilidade de te dispensar, mas mudei de idéia" sussurei no ouvido dela, e ela estremeceu. Eu poderia ter gargalhado da reação dela - dela não, do corpo dela - mas simplesmente sorri.
Eu beijei de leve os lábios dela. E de repente, como se recuperasse os sentidos, ela saiu correndo. Mas foi um grande avanço, afinal, ela não deixou meu rosto vermelho.
Hoje percebi que a Virgínia é completamente doida. Ou não. Ah, não sei. Talvez seja, talvez não. Vou descobrir isso mais tarde. Mas que ela tem um parafuso solto, ou quase solto, isso tem. Ou será que fui eu desparafusei ela? Muitas perguntas, poucas respostas. Vou conseguir essas respostas depois, com certeza. Um Malfoy sempre consegue tudo o que quer.
Ginny
Segunda-feira, 7 de setembro de 1998
Hoje o dia foi meio maluco. Aliás, o dia não. O dia foi normal demais pro meu gosto. Tive aula de Transfiguração, Trato das Criaturas Mágicas, Feitiços e Defesa Contra as Artes das Trevas. Mas a noite foi meio conturbada - aliás, conturbada é elogio.
Eram oito horas e eu estava ali, na torre da Grifinória, com o Colin do meu lado falando sobre Harry Potter. Nossa, ele não cansa! Fiquei duas horas totalmente alheia ao que Colin falava, decidindo se ia me encontrar com o Draco - droga, não consigo mais chamar ele de Malfoy! - até que a voz dele me encheu e eu disse, com toda a paciência fingida desse mundo:
"Colin, eu adoraria ficar mais duas horas aqui ouvindo você falar sobre o Harry, mas o que você falou estava tão bom que eu até esqueci que tenho aula de reforço de poções. Já estou duas horas atrasada"
Deixa eu traduzir: Colin, sinceramente, você fala tanto do seu heróizinho que eu já cansei de ouvir a sua voz, e eu prefiro aguentar Draco Malfoy por dez anos do que aguentar você falando sobre Harry mais duas horas.
Colin compreendeu. Ele é um menino compreensível. Seria incrivelmente legal e fantástico se deixasse de lado a admiração - não, admiração não, a obsessão - por Harry. E eu respirei fundo e fui me encontrar com Draco.
"Isso não pode continuar assim" ele disse "Duas horas de espera!"
"Estava decidindo se iria vir ou não"
"Por Merlin, você precisa de duas horas pra decidir?"
"Quando se trata de escolher ficar horas ouvindo Colin Creevey falar sobre Harry Potter ou ter aula de reforço de poções com Draco Malfoy, sim, eu preciso"
Traduzindo: Quando se trata de escolher entre ficar ouvindo um garotinho obsessivo por Harry falar do seu heróizinho ou encarar o sujeito que não me deixou nem nos meus sonhos, sim, eu preciso.
"Na verdade, eu acho que você não precisa de aulas de reforço" ele falou
Eu encarei ele, sem saber o que ele queria dizer. E me perdi olhando para os traços perfeitos do rosto dele. Merlin, o que eu estou dizendo? Senti que ele me encarava também, e fazia o mesmo que eu. Pensei no que ele falou e voltei a ficar confusa.
"O que você quer dizer com isso?"
"Você é uma boa aluna em poções. Digo, não uma boa aluna, mas suficientemente boa para passar de ano"
Draco Malfoy falando isso? Oh, não, isso não está certo. Desde ontem nada está certo.
"Então eu estou dispensada?"
"Não"
"Como assim, Draco?"
"Você não está dispensada" ele sorriu. Porque ele tem que sorrir?
Mas aí ele me agarrou! Literalmente. Digo, não agarrou, agarrou, propriamente dito. Me puxou pela cintura, sabe. Ah, você entendeu. Ele encostou os lábios dele nos meus e eu entrei em uma batalha silenciosa com minha mente, a razão versus a vontade: Ginny, ele é um Malfoy. Dane-se, ele é lindo, e beija bem. Mas continua sendo um Malfoy e só quer brincar com você. Mas não tem problema, só quero que ele me beije. O que você está dizendo sua louca? Louca? Eu? Pode ser. Ah, ele beija muito beeem! Quero que ele me beije de novo! Não, não estou dizendo por isso. Estou dizendo que você é louca por falar com você mesma. Eu sei que sou. Pronto, me entrego! Acho que eu, a razão, estou ao lado de você, vontade, agora!
E, bem, eu deixei que ele me beijasse. Minhas mãos, novamente, voaram para o pescoço dele. Droga, mãos malditas! Mas acho que as minhas mãos se seguraram nele porque eu estava com as pernas meio bambas. Até que nós nos soltamos.
"Você não devia ter feito isso"
"E por quê?" Ele sorriu. Por Merlin, porque diabos ele tinha que sorrir?
"Não está certo" Na verdade, acho que ele já sabia disso.
"O quê?"
"Você é um Malfoy, eu sou uma Weasley"
Dããããã! Ai, ai, ai... acho que meus sentidos estavam afetados.
"Então eu sou Draco Montecchio, e você é Virgínia Capuleto. Claro, não terminaremos como os dois babacas da história de Shakespeare"
Que diabos vem a ser Montecchio? E Capuleto? E Shakespeare? Bem, resolvi perguntar o que era Shakespeare.
"Shakespeare? O que é isso?"
"Quem é ele" corrigiu ele, e eu me dei conta de que Shakespeare era uma pessoa "Um grande escritor trouxa. É muito famoso"
Escritor trouxa? Desde quando um bruxo metido lê histórias trouxas?
"Não sabia que você lia história trouxas"
"Encontrei perdido no chão de uma rua esse livro. E não tinha dono. Então li"
"E como é o nome do livro?"
"Romeu e Julieta" Então, ele é o Romeu, e eu a Julieta. Nossa, que sem noção.
Então eu fiz algo que talvez me arrependa, talvez não. Bem, até agora não me arrependi. Beijei ele. Beijei mesmo. Não estava no meu juízo perfeito.
"Há alguns minutos atrás eu pensei na possibilidade de te dispensar, mas mudei de idéia" ele sussurrou no meu ouvido, e eu estremeci.
Ele beijou meus lábios de leve. E eu... eu fugi! Sério, eu fugi! Devo ter voltado a ser a Ginny que sempre fui. Devo ter voltado a ser a Ginny normal.
Mas quando fui para o dormitório feminino vi que foi só a razão manifestando-se novamente. Ainda bem, porque sem a Ginny maluca que não conseguiria beijar o Draco de novo. Ahhhhhhhh! O que eu estou dizendo, o que eu estou dizendo? O que eu estou pensando? Meu cérebro está funcionando de um modo meio esquisito... Salve-me, por favor!
Meus sentidos estão ficando cada vez mais incontroláveis quando eu vejo o Draco. E agora?
N/A: Nossa, eu sentei no pc pra escrever mais um pouco e ele simplesmente saiu, em menos de vinte minutos. Foi uma inspiração momentanea... e tá ficando até engraçada a fic... a Ginny tá ficando completamente maluca xD
Respondendo...
Miaka-ELA: Q bom q está adorando a fic D Realmente, aquela parte do Snape lendo a mente do Draco foi mto boa. Eu acho q, com uma pessoa que é bem próxima dele, como o Draco, ele poderia tomar essa liberdade. Mas a tia Jô só escreve do ponto de vista do Harry(aliás, n do ponto de vista dele, mas só mostra o que acontece em volta dele), e n dá pra saber se o Snape teria ou n essa reação diante do Draco...
Bye, bye!
