Draco
Sábado, 31 de outubro de 1998
Droga, droga, droga! Hoje meu pai me convocou para uma reunião com os malditos amigos dele. Era de manhã quando recebi a maldita carta dele.
"Draco,
Hoje, eu e alguns amigos meus faremos uma reunião, na Floresta Proibida. Todos estarão na festa de Dia das Bruxas, e não sentirão sua falta. Esteja na entrada dela às oito, com sua capa da invisibilidade, e não falte por hipótese ALGUMA.
Lucius Malfoy"
Será que ele não tem medo da carta ser interceptada não? Ah, o fato é que eu tive que ir. Só de pensar que deixei de comer pudim de abóbora por causa disso.
Às oito, coberto com a capa da invisibilidade, lá estava eu, como um babaca, esperando algum sinal. Uma luz piscou lá dentro da floresta e eu fui na direção da luz.
Como eu esperava, cerca de vinte pessoas cobertas em capas pretas estavam ali, em rodinha. Tirei a capa da invisibilidade e me pai me puxou para o lado dele.
Eu poderia gritar se tivesse voz quando vi Voldemort. Não, eu não tenho medo dele. Mas o rosto dele é medonho. A voz dele é medonha. Te dá a sensação de que você foi no inferno e voltou. Horrível.
"Quais são os iniciantes?" perguntou Voldemort, a voz dele parecia o silvo de uma cobra.
Meu pai me empurrou e disse:
"Draco Malfoy"
"Ora, ora, o que temos aqui?" Eu! O que mais poderia ser! "O jovem Malfoy. Se cumprir todas as minhas ordens direitinho, terá a honra de receber a marca assim que terminar o ano" Voldemort parou de me encarar - ainda bem e virou-se para os outros "Mais algum?"
"Sim" respondeu um homem gordão e altão "Vicent Crabbe"
"E Gregory Goyle" disse o outro gordão e altão. Crabbe e Goyle foram empurrados, e Voldemort disse algo a eles que eu não escutei.
"E Blaise Zanbini"
Zanbini também foi empurrado pro meio da rodinha. Ficamos nós quatro: eu, Crabbe, Goyle e Zanbini, ali no meio, enquanto Voldemort falava com os outros.
"E agora" ele virou-se para nós, e eu pude sentir que Crabbe e Goyle estavam morrendo de medo. Zanbini e eu estávamos com medo do que ele mandaria a gente fazer, e não com medo do próprio Voldemort "Vocês precisarão provar sua fidelidade a mim. Sua obediência a mim. E para isso, começarei pedindo coisas simples. Por enquanto os quatro serão espiões. Cada um terá que encontrar um meio de espionar. Vou dar-lhes um tempo para pensar, e até o final dessa reunião me apresentem um plano para sua espionagem"
Eu me sentei num canto, ao lado dos três, e nós ficamos calados. Blaise só conseguiu murmurar uma coisa:
"Estamos ferrados"
E eu assenti. Fechei os olhos e de repente tudo se acendeu. Eu encontrei um modo de escapar dessa vivo, um modo de não virar um servo de Voldemort, e um modo de não mentir para Virgínia. Porque, bem, se eu fosse mesmo fazer algo contra Dumbledore, teria que ser escondido. Mas a idéia que eu tive deixaria claro para o lado de Dumbledore que eu estava do lado dele. E isso não ficaria claro para Voldemort. Na verdade mesmo, eu não estava do lado de Dumbledore. Eu não estava do lado de ninguém. Mas entre um velho caduco e um louco psicopata, prefiro o velho caduco. Pelo menos ele não vai me matar se eu cometer algum erro.
Eu sei que existe um grupo do lado de Dumbledore que é contra Voldemort, e luta contra ele e seus comensais. Eles tinham um espião, Snape, e eu sempre soube disso. Mas agora Voldemort sabe quem é Snape. E ele não é bem-vindo aqui. Precisam de um novo espião. E eu serei esse novo espião, pelo menos até o ano terminar. Se for preciso que eu receba a marca, eu a receberei, mas continuarei espionando. Mas será para proteger a minha vida, e ao mesmo tempo proteger a vida de Virgínia. Porque se Voldemort continuar solto por aí, os Weasleys serão um dos principais alvo, com certeza.
Goyle, Crabbe e Zanbini falaram com Voldemort - a sós, é claro - e apresentaram o plano deles. Que plano Crabbe e Goyle devem ter apresentado? Haha, tenho pena de Voldemort. Mas depois chegou a minha vez. E confesso que o louco psicopata ficou meio impressionado com a minha falsa capacidade de me arriscar. Ele tentou penetrar na minha mente, mas eu pratiquei oclumencia o dia todo. Haha, bobão!
Depois coloquei a capa da invisibilidade e fui para a sala dos monitores. Rabisquei um bilhete paraVirgínia e me deitei no chão.
Admirei o teto por um bom tempo, até que ela chegou. Se sentou no chão ao meu lado e me deu um beijo.
"Você não apareceu na festa de Dia das Bruxas. O que aconteceu?" perguntou ela, analisando minha expressão séria
"Meu pai..." eu comecei, ainda sem ter a certeza se falava ou não. Decidi que uma hora ou outra teria que falar, e seria pior se fosse depois "Virgínia. Eu preciso que você me faça um favor. A minha vida depende disso"
"Depende. O que você quer?"
"Com certeza existe alguma ordem secreta anti-Voldemort que o velho caduco lidera" comecei, e ela ficou olhando estranhamente para mim "Eu quero participar dessa ordem, como espião" parei um pouco "Virgínia, você confia em mim?"
"Claro que confio. Mas por que como espião?"
"Porque eu não tenho mais como sair vivo sem ser espião para um dos dois lados, entende?" fechei os olhos "Eu estive com ele, Virgínia"
Eu sabia que ela ficou com um pouco de medo nessa hora, mas ela fez o máximo para não demonstrar.
"Draco, não vão confiar em você. Digo, você é um Malfoy, filho de Lucius. Será muito fácil desconfiarem de você"
"Mas você confia em mim. E Dumbledore confiou em Snape. Se Dumbledore confiou em Snape, pode confiar em mim. Eu não sou muito diferente do professor de poções, não é?"
"Talvez. Mas o que eu poderia fazer por você, Draco?"
"Fale com Dumbledore. Ele te entenderá. Diga a ele para não dizer pra ninguém que foi você que pediu para ele me dar uma chance. Mas fale com ele. Por mim. Por você. Por nós dois"
"Draco, mesmo se Dumbledore confiar em você, sua aceitação será quase nula"
"E se eu não tentar, eu terei que obedecer a Voldemort. Eu não tenho como fugir, Virgínia. Ou fico de um lado, ou de outro. Ou viro espião para um lado, ou para o outro. E se eu ficar do lado de Voldemort, não existirá o nós. Não existirá a minha felicidade. Não existirá a sua felicidade. Entende?"
"Eu vou tentar falar com ele, Draco. Não posso prometer nada"
"Apenas tente, e será o bastante"
E nós nos beijamos.
Ginny
Sábado, 31 de outubro de 1998
Olá, diário. Diremos que a festa de Dia das Bruxas foi normal. Talvez até normal demais, mas isso são apenas detalhes, porque o que veio depois foi anormal demais. À noite, todos os alunos desceram para a festa de Dia das Bruxas. Bom, quase todos. Eu não vi Draco na festa. Mas depois eu fiquei sabendo porque ele não foi.
O salão estava decorado com morcegos vivos pendurados nas paredes e no teto, e várias abóboras com velas acesas dentro flutuavam no salão. Quando cheguei lá, a comida já estava dentro dos pratos, e todos comiam animados. Me sentei ao lado de Hermione, em frente a Harry.
"Oi!" eu disse, sorrindo para os dois e para o meu irmão Ron.
"Olá, Ginny" disseram os três "Hermione... o Draco não veio... por que será?" perguntei, bem baixinho, para Hermione, quando Ron e Harry conversavam distraídos sobre quadribol.
"Não imagino. Ginny, ele deve estar ocupado com alguma coisa. E se ele viesse, de que adiantaria? Você agarraria ele em pleno salão principal, com todos te olhando?"
"Não, mas eu saberia que ele está bem, pelo menos"
"Ele está bem, com certeza" disse Hermione Mas isso ainda não conseguiu apagar o sentimento estranho que eu sentia. Era como se eu sentisse que o Draco precisava de ajuda naquela hora.
Não demorou muito para eu subir para o dormitório feminino. E naquele mesmo momento uma coruja negra apareceu. Era um bilhete do Draco, pedindo para eu ir para a sala dos monitores. E eu fui, claro.
Assim que cheguei lá encontrei ele deitado no chão. Me sentei no chão ao lado dele e dei um beijo nele. Ele tinha uma expressão tão séria no rosto que chegou a me dar medo.
"Você não apareceu na festa de Dia das Bruxas. O que aconteceu?" perguntei, encarando Draco "Meu pai..." ele disse, e hesitou um pouco "Virgínia. Eu preciso que você me faça um favor. A minha vida depende disso"
Ele estava me assustando.
"Depende. O que você quer?"
"Com certeza existe alguma ordem secreta anti-Voldemort que o velho caduco lidera" ele disse. O que ele quer com isso? - foi a única coisa que consegui pensar "Eu quero participar dessa ordem, como espião" hesitou "Virgínia, você confia em mim?"
Ele estava preocupado e estava me preocupando, por isso decidi responder algo bem educado ao invés de falar que ele era um idiota. Como eu poderia estar ficando com alguém se não confiasse nessa pessoa?
"Claro que confio. Mas por que como espião?"
"Porque eu não tenho mais como sair vivo sem ser espião para um dos dois lados, entende? Eu estive com ele, Virgínia"
Ele realmente me assustou. Mas eu precisava manter a calma.
"Draco, não vão confiar em você. Digo, você é um Malfoy, filho de Lucius. Será muito fácil desconfiarem de você"
"Mas você confia em mim. E Dumbledore confiou em Snape. Se Dumbledore confiou em Snape, pode confiar em mim. Eu não sou muito diferente do professor de poções, não é?"
Faz sentido, não? É, ele sempre tem argumentos para convencer uma pessoa.
"Talvez. Mas o que eu poderia fazer por você, Draco?"
"Fale com Dumbledore. Ele te entenderá. Diga a ele para não dizer pra ninguém que foi você que pediu para ele me dar uma chance. Mas fale com ele. Por mim. Por você. Por nós dois"
"Draco, mesmo se Dumbledore confiar em você, sua aceitação será quase nula"
"E se eu não tentar, eu terei que obedecer a Voldemort. Eu não tenho como fugir, Virgínia. Ou fico de um lado, ou de outro. Ou viro espião para um lado, ou para o outro. E se eu ficar do lado de Voldemort, não existirá o nós. Não existirá a minha felicidade. Não existirá a sua felicidade. Entende?"
"Eu vou tentar falar com ele, Draco. Não posso prometer nada"
Como eu poderia dizer não com aquela carinha séria extremamente linda dele?
"Apenas tente, e será o bastante"
E nós nos beijamos.
N/A: Malz a demora, mas eu tava sem ânimo pra escrever XD mas já escrevi o prox cap, só falta dar os retoques finais XD
Bah, esse fim foi intrigante, não? Só aqueles que tem senso de... senso de alguma coisa podem perceber o que significa. Mas eu, como um boa menina, não darei a resposta direta nem no próximo capítulo. Mas é claro que no proximo capítulo todos vão entender, a menos que seja muuuuuuito pequeno(a) ou muuuuuuuuuuuuito desligado(a) ou muuuuuuuito idiota mesmo XD
Miaka: AHauHAU é, naquela conversa com a Hermione a Ginny provavelmente deu a entender que não se importava de ser usada. Mas o Draco não tava usando a Ginny, só no começo...
