Como viver com alguém completamente diferente
4º Passo: Lembre-se: Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Disclaimer: Rurouni Kenshin não me pertence e essa história foi feita apenas por diversão, sem fins lucrativos.
"Notas da Autora"
"Falas dos personagens"
"Pensamentos dos personagens"
No dia seguinte, Soujiro ficou o mais longe possível de Misao. Ele não sabia o que fazer, estava confuso demais com seus sentimentos. Sentia vontade de agarra-la, beija-la e te-la para sempre ali, ao seu lado. Nunca tinha sentido algo assim antes. E acontecera tão rápido... e agora, o quê fazer?
Já Misao, também estava um pouco confusa, mas sabia exatamente o que sentia. Amor. E era exatamente isso que iria falar para Soujiro o quanto antes. Do mesmo jeito que fizera com Aoshi anos atrás... "Aoshi... finalmente consegui esquece-lo... e o troquei por outro hitokiri que conheci faz poucos dias!" –Sorriu ironicamente. Se sentia patética. – "Onde será que você está, Aoshi-sama?"
Neste momento, um som vindo da porta do Dojo é escutado, e mais uma vez a briga para atender a porta começa.
Yahiko, atende a porta pra mim?
Ah, nem vem Kaoru, ou eu limpo a casa ou atendo a porta! Pede pro Kenshin.
Kenshin, você atende?
Sinto muito Kaoru, sessha está ocupado agora.
E quanto a você, Sano? Só fica sentado aí, atende a porta pelo menos, né! – Podia-se perceber claramente a irritação de Kaoru em sua voz.
Ah não, Kaoru! Você é a dona da casa, você deve atender a porta e receber as visitas. Hehehe... – De repente foi nocauteado com um soco de uma espadachim nem um pouco calma, e acredite, o soco dela dói... – Aiii... x.x
E depois de aliviar um pouco sua tensão fazendo Sano de "João-bobo", ela foi atender a porta.
Sano, você está bem? – Misao perguntava preocupada.
Num esquenta não, já acostumei com essa mão de ferro! – Sanozuke sorria despreocupado, fazendo Misao sorrir também.
Quem era na porta, você sabe?
Deve ser algum vendedor ou aquelas velhotas fofoqueiras da vizinhança... Sei lá, num se preocupa não.
Ok... – Como se fosse por puro carma, ou eles tivessem combinado tudo, Kaoru chega na frente dos dois e apresenta o casal de visitantes que tinha acabado de chegar. Bom, não apresentou exatamente pois todos já os conheciam, mas foi por isso que Misao ficou um tanto surpresa e atordoada com a chegada repentina.
A-Aoshi-sama...?
Olá, Misao. – respondeu secamente, como sempre.
Misao, minha querida! – Muito diferente de Aoshi, Okon a abraçou, demonstrando muito mais animação ao rever a menina. – Você ficou tanto tempo aqui, estávamos com saudades! Mas como sabemos que se depender de você, este Dojo nunca vai diminuir seus hóspedes, resolvemos vir busca-la! Querida, tenho tanto para te contar e...
Me buscar! – Okon foi cortada por um grito histérico. E a surpresa de Misao passou de confusa para atordoante e muito, muito desagradável. – C-como assim?
Ora, viemos te buscar, bobinha. Que foi? Não está feliz com isso?
Não... sim... não... é que... – Misao se atrapalhou com as palavras, deixando todos os presentes ali de boca aberta. Como assim? Aoshi foi até o Dojo só para busca-la e ela não estava feliz com isso? Será que era a mesma Misao de antes?
Ahn... vocês não querem entrar e tomar alguma coisa? A viagem deve ter sido cansativa...
Ah, sim, adoraríamos. – E assim todos entraram, deixando Misao sozinha com seus pensamentos.
Ela vê, sem prestar muita atenção nos sons, mas apenas nas imagens, Soujiro aparecendo no corredor e Kaoru o chamando para tomar chá. Ele até que olha para ela, sorrindo como sempre, mas passa reto e entra na sala, não dando mais sinais de vida por algum tempo.
Ela precisava de um tempo para ficar sozinha, resolveu ir para o quarto, lá poderia pensar em paz e aproveitaria para arrumar suas coisas. E assim o fez. O casal protetor era muito persistente e ela sabia que já tinha perdido a batalha antes mesmo dela começar.
Estava arrumando as coisas, de vez em quando uma lágrima ou outra caía de seus belos olhos escuros e manchava seu rosto. O tempo passou, ela não tinha idéia do quanto, e continuava ali, sozinha com seus pensamentos e suas lágrimas. Por que agora que tinha certeza dos seus sentimentos Aoshi aparecia para busca-la? Por que ele sempre aparecia pra impedi-la? Por que ele ainda pensava que ela era aquela garotinha eternamente apaixonada e que sempre iria segui-lo, aonde quer que ele fosse? Que pensamento egoísta! Maldito seja Aoshi! Não, maldito seja o dia que se declarara para ele. Não, maldito seja o sentimento que a fizera dizer aquilo e que estava se repetindo neste exato momento. Isso! Maldito seja o mundo! Maldita seja aquela porta que se abre dando passagem à Okon! Okon? O que ela quer aqui?
Misao, vim te ajudar a arrumar as malas. Você demora muito, sabia?
Desculpe...
Ei, por que está chorando?
Não é nada, Okon. – Limpa as lagrimas e sorri. – Não se preocupe.
Tem certeza?
Bem... eu só não queria ir embora... não agora...
Por quê!
Ah, eu estou feliz aqui. Estou feliz com o ambiente, feliz com as... pessoas... que me rodeiam, feliz com tudo. Não queria deixar isso justo agora.
Entendo... Mas não posso fazer nada. Lá em casa todos sentem sua falta e você não sabe se Kaoru quer ou não sua visita por mais um tempo aqui.
É, eu sei... me passa aquela malinha pequena? – Resolveu parar de chorar e seguir em frente. Afinal, ela era uma adolescente, esse sentimento iria passar. E também, ela nem sabia se ele o correspondia... "Hitokiris não têm amor por mais ninguém. Principalmente um que sofreu a vida inteira, como Soujiro. A não ser Kenshin, mas ele é exceção."
Soujiro estava pasmo. Como assim do nada chegavam duas pessoas estranhas – Bem, o moço não era tão estranho, ele se lembrava dele se aliando ao Shishio querendo matar Battousai a qualquer custo, mas fora isso, era um completo estranho! – para levar Misao? Justo a sua Misao? "Minha? Espera aí, desde quando eu a chamo de 'minha'? não me lembro dela ter feito nenhum juramento dizendo que eu poderia chamá-la assim ou de sermos tão íntimos para isso. Meu Deus, acho que estou ficando louco..."
Ele saiu, distraído, andando pela casa e, sem perceber, deixou seus pensamentos guiá-lo até a porta de um quarto. E então bateu na porta. Tomou um susto quando finalmente recobrou a razão e viu quem estava parada diante de seus olhos frios e sem emoção.
"Soujiro? O que faz aqui?"
"É que..." – Sentiu a face enrubescer – "Eu queria me despedir da srta..."
"Ah... Okon, pode nos deixar a sós um pouco, por favor?"
"Claro! Te vejo lá fora." – Saiu sorrindo e o casal de jovens aproveitou que estavam sozinhos para irem à sua adorada varanda.
"Bom, Misao... eu queria te dizer que eu realmente gostei muito de você, te considero uma grande amiga, talvez até a minha primeira... e... eu sentirei falta de você, muita falta... mais do que pode imaginar... – A esse ponto Misao estava com lágrimas nos olhos e sentia vontade de pular em cima do rapaz com aquele olhar indecifrável e fixo nos marejados dela. Por que ele simplesmente não dizia aquela famosa frase que tantas vezes soltara por um outro rapaz: 'Eu te amo!'?
"Eu também gostei muito de você, Soujiro." – "Até demais..." – Vou sentir saudades também, mas espero que sejamos sempre bons amigos. – "Amigos...nada mais que isso." – "Bem... er..." – Não tinha mais o que dizer, só pensava em coisas que jamais poderia revelar para ele. Terminou dando um pequeno beijo em seu rosto, mas se controlou, apesar de sentir vontade de beijar a boca, o pescoço, o peito, o pé das orelhas... "Ai, melhor parar de pensar nisso!" – "Vem, quero ir pra fora."
"Mas já? Por quê?"
"Quero me despedir dos outros e Aoshi deve estar impaciente já."
"Ok..." – Soujiro estava chateado. Não sabia por que, mas não suportava vê-la triste e tinha certeza que a tristeza era por causa dele. A garota era tão sensível que ficava com lagrimas nos olhos só de dar adeus. "Adeus... nunca mais vou vê-la, nem triste e nem alegre." Viu a garota sorrir para os outros habitantes da casa e começar a se despedir.
"Misao, sentiremos saudades! Sabe que é bem vinda aqui no Dojo sempre, né?"
"Sim, Kaoru, obrigada. Também sentirei saudades." – Se dirigiu ao ruivo próximo a ela – "Kenshin, sentirei muita falta de você também!"
"Aeee, Doninha, já vai tarde! Hehehehe..."
"Moleque, eu deveria te bater! Mas não vou." – Muda a expressão raivosa para uma alegre rapidamente. E logo abraça Yahiko dizendo um 'tchau' bem alegre.
"Sano... te adoro, amigo, vai lá me visitar qualquer dia, sim?" – Sanozuke assentiu e a abraçou.
"Vamos logo, Misao, não temos muito tempo!" – Aoshi reclamava, já perdendo a paciência.
"Ta, já vou." – Ela olha para Soujiro e, sem pronunciar nem uma palavra, o abraça forte, como se ela estivesse morrendo e queria ter o conforto do amado pela ultima vez.
Soujiro corresponde ao abraço com o mesmo fervor. Droga, aquilo parecia realmente um adeus! Parecia que estava tudo acabado, e o pior é que não poderia fazer nada para impedir... Droga de covardia, ele pensava, droga de sentimento estranho que não me deixa fazer nada quando ela está perto. Ele viu o trio de visitantes irem embora pela porta e o resto da casa ficar em silencio por alguns segundos, mas logo tudo voltava ao normal. Realmente, só ele parecia estar sofrendo além da conta com a partida da menina.
"Srta Kaoru, acho que devo procurar uma casa para mim agora."
"Tudo bem, mas que horas você volta?"
"Eu não sei, pretendo procurar em todo lugar possível, receio que voltarei tarde."
"Tudo bem, boa sorte!" – Kaoru sorria.
"Obrigado." – Devolve com o mesmo sorriso de sempre. Queria sair dali o mais rápido possível, queria esquecer todas as lembranças que tinha com Misao. Tudo bem que não foi praticamente nada, eles só fizeram uma curta amizade, mas para ele significou muito mais. Sentia-se alegre e que a vida era muito mais fácil com ela, e depois que ela foi embora, sentiu-se infeliz outra vez. Não entendia o que se passava. Nunca poderia ser amor, pois ele era um assassino e assassinos não se apaixonam! Olha o Battousai por exemplo, ele não ama ninguém... apesar de parecer... "Ah, eu sei lá! Mesmo que eu ame Misao com todas as minhas forças, ela nunca corresponderia. Como Yahiko disse, ela gosta do Aoshi, não o tira da cabeça. E além do mais, como posso ter me apaixonado em tão pouco tempo? Só nos conhecemos há alguns dias. É isso, eu só devo estar encantado com a moça, jamais estaria apaixonado, isso é impossível...e o pior é que o impossível aconteceu..." – Viu uma casa que estava à venda e chamou o dono – "O melhor a fazer é me distanciar de tudo que me lembra Misao."
Misao, Aoshi e Okon já estavam na estação de trem, esperando o mesmo para irem para casa. A garota estava triste e confusa. Sem pensar e muito menos prestar atenção no que fazia, acabou revelando(o que todos já sabiam):
"Eu não quero ir pra casa..."
"Como assim não quer? Lá é sua casa, as pessoas que você ama e que te amam estão lá, por que não quer ir?" – Ela não respondeu, só olhou para baixo. Não conseguia encarar Aoshi e seu olhar frio e imponente. Não agora. – "Bem, não importa. Já está tudo resolvido e você voltará de qualquer jeito."
"Ok... mas eu quero ir no banheiro, isso eu posso?"
"Ta, vá em frente." – Respondeu um pouco sem emoção, como se não se importasse e ela foi. Já estava ficando preocupado, Misao estava diferente. Mas o que a deixara desse jeito? Ela já fora para a casa de Battousai tantas vezes e nunca tinha mudado em nada, por que só agora? "O menino..." – A resposta veio como um soco no rosto de Aoshi. "Só pode ser, que outra razão teria para criar um comportamento tão estranho de uma hora pra outra? Mas quem é aquele menino? Acho que já o vi antes... junto com Shishio! Eu me lembro, ele era um dos ajudantes do tal. Droga, por que ela foi se envolver justo com ele? Pena é que ela não me ama mais, não como antes, e agora já não posso fazer nada... Misao, minha pequena... minha filha... espero que você seja feliz." Já estava desconfiando do que pretendia sua 'filha' com a ida ao banheiro. "Ai, ai, acho que ela realmente ficou parecida comigo, no final" Ri de leve, lembrando da sua adolescência e outras ocasiões mais engraçadas.
"Eu não quero ir embora, não quero deixar Soujiro! Mesmo que ele não me corresponda, é um grande amigo e ficar perto dele é uma boa coisa. Ser amiga dele já é uma pequena vitória. Lembra daquele poema que eu gostava quando era menor? 'Quem sabe faz a hora não espera acontecer'...(Sabem aquela música do Geraldo Vandré?... a letra é linda - Depois eu a coloco aqui!) "Talvez ele possa me amar com o tempo, quem pode dizer o contrário? Mas... não, ele nunca amaria uma menina patética como eu." –Saiu do banheiro e se encaminhou para onde Okon e Aoshi estavam – "O que eu faço? Meu coração me diz para fazer uma coisa, mas minha cabeça diz outra e ao mesmo tempo concorda com o coração! O que devo fazer?"
"Misao, já voltou?" – Ela acorda quando ouve a voz de Aoshi, mas dessa vez não era um tom frio ou repreensivo, era um tom mais... surpreso?
"Já está pronta, querida?"
"Ahn? S-sim..." – "Ainda não, por favor!"
"Ótimos, vamos a caminho de casa!" – Okon parecia animada. Vê que ela e Aoshi já estavam subindo no trem, então faz o mesmo. – "Será que estou fazendo a coisa certa? Será que isso é o melhor pra mim?" – Ouve o cobrador gritar as últimas chamadas – "Aquele que pergunta é um tolo por cinco minutos, aquele que deixa de perguntar será um tolo pelo resto da vida'... Por que raios estou tão metafórica?"
"Misao!"
"Aoshi? O que foi?"
"Por que ainda está aqui?"
"Ué, porque você mandou!"
"E desde quando você obedece o que te mandam fazer?" – Ele a segura e a abraça ternamente, deixando-a mais confusa que nunca. – "Siga os seus sonhos, querida, só se vive uma vez. 'Quem sabe faz a hora não espera acontecer'. Não era esse o seu lema?" – O cobrador grita a ultima chamada. Aoshi sorri para a garota ainda confusa, então beija sua bochecha carinhosamente, acompanhando de um 'tome cuidado', e a empurra do trem. Logo em seguida volta para sua cabine, onde Okon já se encontrava sentada.
"Espero que eu não fique enjoada..." – O trem começa a andar. – "Onde está Misao?"
"Foi embora. Olhe." – Ele aponta pela janela. Okon vê uma garota com vestes azuis, uma enorme trança e algumas malas na mão, correndo. Apesar da expressão de culpa, preocupação, dor, e confusão, ela também tinha uma de vitória, como se mesmo que estivesse fazendo a coisa errada ou não desse certo, já era uma vencedora por estar pelo menos tentando..."
C-O-N-T-I-N-U-A...
Oiiiiiii! E aí, o que acharam desse capítulo? Ele ficou grande, né? o.o Eu achei XD Não quis acabar com tudo agora, quis fazer os personagens sofrerem um pouco hauhauha e também assim a história aumenta e vocês ficam mais presos aqui! Muahauhauhau XD
Miaka-ELA: Bem, eu não fiz exatamente um triângulo amoroso, essa idéia é um tanto quanto... clichê XD Eu quis fazer o Aoshi mais um pai pra Misao, entende? Talvez em um futuro não muito distante eu faça um triângulo amoroso deles . Beijos pra você, linda, continue lendo e contando o que achou!
E vocês também, quero ver muitos comentários, heim?
Beijosssssssssssss! Ah, e aqui vai a letra da música que eu usei como título e como "lema" da Misao.
P.S.: Essa letra, nem a música e nem nada me pertencem, e só foi usada para encrementar minha história, cujos personagens também não são meus e não tenho fins lucrativos com isso!
Geraldo Vandré - Pra Não Dizer Que Não Falei De Flores
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Refrão :
Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer
Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
ainda fazem da flor seu mais forte refrão
e acreditam nas flores vencendo o canhão
Refrão
Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer
Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam antigas lições
de morrer pela pátria e viver sem razões
Refrão
Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer
Nas escolas, nas ruas, campos construções
Somos todos soldados armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Aprendendo e ensinando uma nova lição
Caminhando e cantando e seguindo a canção
