Como viver com alguém completamente diferente
5º Passo: Sonhe, beije, sinta, ame e retribue.
Disclaimer: Rurouni Kenshin não me pertence e essa história foi feita apenas por lazer e diversão, sem intenções lucrativas.
"Notas da Autora"
"Pensamentos"
"Fala"
"Ela está apaixonada, não está?"
"Sim." – Aoshi tentava, inutilmente, distrair-se entre as páginas de um grosso livro.
"Mas por quem será? Kenshin? Sanozuke talvez, você percebeu a maneira como ela o abraçou?"
"Não, ela não agia assim antes..."
"Mas os tempos mudam, as pessoas e seus sentimentos às vezes mudam junto. Será então que é pelo garoto Yahiko? Não, eles só brigam..."
"Tem razão. Provavelmente a pessoa que tomou o coração da minha Misao é outro..." – Finalmente fechou o livro e levantou os olhos. Realmente, este caso era estranho e mexia com Aoshi, e muito mais difícil era aceitar tal fato.
"... Aquele moleque! Qual é o nome dele?"
"Seta Soujiro, se não me engano."
"Mas... ele é um hitokiri! Ex-Juppongatana! Aprendiz de Shishio! – Okon se levantou do banco quase gritando – "Shishio, o homem que tentou dominar o Japão e quase nos matou! Pelo amor de Deus, ela tem consciência disso?
"Acalme-se Okon! Sim, eu sei que ele é um hitokiri, ex-juppongatana e etc. Sei que ele é muito forte, sou prova disso, e sei que pode ter más intenções com Misao, mas acredite, ela sabe se cuidar."
"Aoshi! É você mesmo com quem estou falando? Você está deixando uma criança com..."
"Com outra criança!" – Ele interrompeu, calando-a finalmente. – "Estou ciente de todos os perigos, mas ele também não passa de um garoto. Além disso, estamos em uma nova Era, como você mesma disse, os tempos mudam e as pessoas também"
Ela permaneceu calada, apenas o fitando com rancor e preocupação.
"Perceba que esta frase é verdadeira. Battousai mudou, Sanozuke mudou em sua companhia e eu também mudei. Ela está segura, confie em mim."
Após um tempo ela voltou a falar, interrompendo a leitura do rapaz novamente:
"Você percebeu... o jeito que ele a olhava?"
"Sim..."
"Era com desejo, com paixão, volúpia... não sei..."
"Ele a devorava com os olhos. Sim, eu percebi. Mas... não vamos nos preocupar, ela sabe se cuidar e está segura."
"Mas..."
"Não se preocupe! Sente-se e se acalme, tudo vai dar certo. Agora deixe-me terminar minha leitura, sim?"
"Está bem..." – Se senta lentamente e foca seu olhar no chão, deixando-se levar por seus pensamentos. Estava muito preocupada com Misao, não sabia o que poderia acontecer. Olhou para Aoshi, que já se encontrava lendo outra vez. Procurou se distrair costurando um velho pedaço de pano, em vão. A preocupação era maior, porém a conversa tinha acabado ali, agora era nas mãos de Deus.
O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o
Misao já chegava no Dojo com a respiração ofegante, resultado de sua correria. Sabia que estava em débito com Aoshi e todo o resto de sua 'família', mas fez o que seu coração mandou, não era isso que Omasu e Okon diziam sempre? Pois finalmente seguia esse conselho. E ainda mais, Aoshi a apoiou! Justo Aoshi, que ela pensava que jamais a deixaria viver sua vida. O mundo estava cada vez mais estranho, em uma hora ela se apaixona por alguém que nunca tinha conversado antes e agora, isso!
Em meio a toda essa confusão conseguiu dar um leve sorriso irônico, que logo morreu quando outros pensamentos voltaram com tudo.
"Será que o que fiz foi certo? E será que Kaoru vai deixar eu continuar no Dojo depois disso? E como eu vou explicar tudo! Ai... eu sou idiota mesmo! Viu no que dá fazer tudo sem pensar direito?" – Virava a rua e já podia ver o portão do Dojo próximo. Sentiu seus músculos se contraírem e sua respiração ficar mais tensa. – "Não importa, eu só quero vê-lo, ouvir sua voz, sentir seu toque, seu cheiro... Mesmo que eu não consiga, pelo menos eu tentei. E além disso, eu posso encontrar outro como ele! Em todo lugar tem um garoto lindo, atencioso, calmo, fofo, companheiro, carinhoso, perfeito... Droga Misao! Pára de pensar essas coisas e bate logo na porta! – E assim o fez. Kenshin atendeu, como sempre, com um sorriso, mas ao ver a menina tensa à sua frente mudou sua expressão imediatamente. Pronto, enfrentar o olhar confuso e gélido de Kenshin era pior que tudo, como iria se explicar pra 150 olhares iguais? – "Bom, não tudo isso, mas chega perto!"
O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o
"Sim, eu vou pensar, obrigado. Foi um prazer!" – Se afastou da residência e do dono da mesma com o mesmo sorriso no rosto. Parece que finalmente tinha encontrado uma casa boa. Poderia não ser perfeita, e nem tão longe assim quanto gostaria que fosse do Dojo, mas era boa por pelo menos uns tempos.
"Preciso esquecê-la de qualquer jeito. Ela me deixa tão vulnerável, tão esquisito... Viu? Agora estou até falando sozinho." – Parou na frente de um lago. Sentou-se, tirou os calçados e colocou os pés dentro da água gelada e refrescante. – "Sinto que desistiria de tudo: Da luta, da minha espada, até da minha vida, apenas para te-la segura e feliz". – Deitou-se na grama, admirando o céu azul. – "Porém, se ela estivesse em perigo eu seria capaz de matar meio mundo, só para vê-la sã e salva. Se ela estivesse triste, faria de tudo para vê-la esboçar um sorriso sincero para mim. Que confusão! Acho que estou mesmo apaixonado. Mas Shishio sempre dizia que esse sentimento estragava tudo, que deixava a pessoa cega! Mas ele não era apaixonado pela senhorita Yume? Como poderia falar aquilo para mim então? – Levou as mãos à cabeça, numa expressão de confusão. – Esse tal de amor deixa a pessoa confusa mesmo, né? Agora eu entendo o que sempre ouvi da boca de outras pessoas. – Passou as mãos pelos cabelos, quase arrancando-os. – "O jeito é esquece-la, mesmo à força! E é isso o que irei fazer." – Levantou e saiu andando sem rumo enquanto concretizava sua decisão.
O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o
Misao já estava em seu quarto de novo. Por sorte, todos haviam aceitado-a, e, por mais incrível que pareça, não fizeram muitas perguntas. Em parte porque Kenshin os cortava o tempo todo, e compreendia sempre que ela ficava sem saber o que dizer ou hesitava em responder. Saberia ele de algo? Ela era tão transparente assim? Ou Kenshin a conhecia tão bem a ponto de saber o que se passava no seu coração e sua mente? Será que Aoshi contou algo pra ele? Não, não seria possível... – "Aoshi... ele estava tão diferente, tão compreensivo... – Sorriu ao lembrar da cena da estação de trem, agradecia imensamente ao homem por ajuda-la no momento mais difícil de sua vida até agora, mas logo o sorriso a abandonou, dando lugar a uma cara tristonha. – "Droga, não era pra eu ficar triste quando chegasse aqui! Eu sei que ele saiu, mas eu sei que ele vai voltar em pouco tempo. E eu vou vê-lo. Era isso o que eu mais queria, foi para isso que eu voltei, para vê-lo, apenas isso... não é? Não! Droga! Mil vezes droga!"
Se jogou em sua cama, afundando o rosto no travesseiro. Parecia que estava tudo acabado, mesmo sabendo que não estava. A tristeza era maior, tomava conta do coração da garota e não a deixava com outra saída a não ser chorar. Sentia-se triste e alegre ao mesmo tempo. Alegre por amar Soujiro, triste por não ter o amor correspondido.
Só acordou de seus pensamentos quando ouviu alguém chamá-la na porta. Foi até a mesma, abriu-a e deparou-se com nada mais, nada menos que Kenshin!
"Oi Misao! Posso entrar um instante?"
"Claro!" – Dizia dando espaço para o ruivo entrar – "O que quer?"
"Hum... nada muito importante... só conversar." – Sentou no chão mesmo, sempre fitando a menina que ocupava o recinto. – "Senta aqui e me ouve por um momento..."
"Sim..." – Fez o que lhe foi mandado. – "O que foi?"
"Misao... 'o que foi?' quem pergunta, sou eu. Por que voltou pra cá? O que está acontecendo com você? Ficou tão diferente nos últimos dias... estou preocupado. Diga-me... o que aconteceu?" – Segurou carinhosamente o rosto da menina, enquanto sorria fraternalmente. – "Pode me contar, sou seu amigo, lembra?"
"Kenshin... é que... é difícil falar... promete que guarda segredo?" – As lágrimas apareceram nos olhos dela, mas foram apagadas pela mão carinhosa do ruivo, que prometeu que guardaria segredo. – "Bem... é que... eu acho que acabei gostando de uma pessoa... mas gostar de um jeito diferente, mais forte... sabe?"
"Entendo. Se apaixonou."
"Sim... e eu não quero ir embora antes de pelo menos confessar, mas ainda não estou pronta! Entende o que quero dizer?"
"Sim."
"Então... é isso..." – Pronto. Conseguiu. Finalmente tinha admitido com palavras o que sentia, mais um passo para conseguir se declarar. Após sua ultima frase, ficaram uns minutos em silêncio. Cada um com seus pensamentos, até que Kenshin finalmente falou:
"Por quem? Posso saber?"
Essa pergunta a pegou desprevenida. Deveria saber que após se confessar, com certeza outras perguntas surgiriam, mas ainda assim, surpreendeu-se.
"Kenshin..." – Fitava os olhos dele profundamente – "É... ah, você sabe!"
"Quê?" – Os olhos do homem se arregalaram e suas bochechas ficaram vermelhas. – "Misao... mas é que... eu não posso corresponder e..."
"Quê? Kenshin, não é você!" – As bochechas dela ficaram mais vermelhas ainda. – "Como pode pensar isso?"
"Desculpa, mas você falou de uma forma tão convincente que sessha pensou que... ahh... desculpa!"
"Ta, tudo bem. Não importa."
Passado o susto e a vergonha, Kenshin voltou a perguntar, e dessa vez Misao não teve escapatória.
"Mas é que... Kenshin... não sei se estou pronta!"
"Pode confiar em mim, eu prometi que não vou contar pra ninguém. E talvez eu possa até ajuda-la."
"Ta... é..." – Cochichou o nome do amado no ouvido do ruivo. Então se voltou rapidamente para olhar os pés, como se fossem a coisa mais interessante que já vira, incrivelmente vermelha.
"Nossa... que surpresa!" – Sorriu e a abraçou – "Não se preocupe, logo estará pronta para se declarar."
"Tem certeza?" – Dizia com a voz trêmula, tentando segurar o choro.
"Claro! As mulheres sempre têm mais forças para fazerem isso. E digo isso por experiência própria!"
"Hum... espero que esteja certo." – Ao dizer isso mergulhou novamente no choro. Mas dessa vez foi um choro mais calmo, alegre, e bem menos demorado. Como era bom ter um amigo para conversar quando mais se precisa! Logo que cessou as lagrimas, adormeceu nos braços de Kenshin, que em momento algum deixou de abraça-la.
O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o
"Okon! Aoshi! Finalmente chegaram! Mas espera aí, onde está Misao?"
"Ela não veio, Okina. Não quis vir." – Respondeu Aoshi secamente, como sempre. Depois dá as costas e vai embora.
"Mas por que, heim?" – Virou-se para Okon na esperança de uma resposta menos seca e mais esclarecedora.
"Um sentimento maior tomou conta dela." – Em vão. Okon faz a mesma coisa que Aoshi, com uma única diferença: Ela sorria.
"O quê? Como assim? Que sentimento? Ei, esperem! Vocês dois sabem de alguma coisa, me contem!" – Okina corre atrás do casal, mais confuso que nunca.
O.o.O.o.O.o.O.o À Noite, no Dojo... O.o.O.o.O.o.O.o
Estavam todos jantando juntos, quer dizer, quase todos...
"Estou preocupada com Soujiro. Já era para ele ter voltado."
"Não se preocupe, Kaoru, ele sabe se cuidar. Logo estará de volta."
"Tem razão, Kenshin!" – Kaoru sorriu e voltou a comer.
A única pessoa que não comia direito, pois estava mergulhada em preocupação e pensamentos, era Misao. Por mais que já tenha se confessado com um grande amigo, aliviadas sua tensão e sua dor, parecia que aquele sentimento era uma praga de mil anos, que jamais iria deixar de existir, mesmo que vendesse sua alma ao Diabo! Já estava quase perdendo a coragem de revelar o que sentia para o ladrão de seu coração.
"Hum... parece que você gostou mesmo daqui, não é, Misao?" – Kenshin tentava puxar assunto. Como sempre, fazia de tudo para ajudar quem precisava, não importando a hora, lugar ou circunstancia.
"Sim, aqui é muito divertido..." – respondia sem muita animação.
"Claro, quem não gostaria de ficar ao meu lado?"
"Fica quieto, Yahiko, se eu voltei pode ter certeza que não foi por sua causa!"
"Então foi por quem? Sanozuke? Hauhauahuaha!"
"Cala a boca!" – ela bate em Yahiko com um daqueles leques que ela tira... não sei daonde! (XD)
Kaoru se diverte com a cena já conhecida, não se segura e zomba:
"É como diz o ditado: Só se fere quem se ama!"
"Eu gostar dele(a)!" – Yahiko e Misao se defendem em uníssono.
"Nunca na minha vida!" – Ela completa
"Nem se eu estivesse louco!" – Ele se defende. – "E além disso, ela já gosta do Sano! Huahua!"
"Ahhh... idiota!" – Já estava a ponto de explodir, quando de repente dá um sorrisinho maroto e resolve entrar na brincadeira. – "E você, que gosta da Tsubame?" – Riu da cara do menino ao vê-lo vermelho.
"Eu não gosto dela!"
"Ah, não... imagina... hehehehe..." – Kaoru e Kenshin já gargalhavam com a cena cômica que presenciavam. Finalmente alguém conseguia calar a boca de Yahiko e, de brinde, ainda deixava-o vermelho!
"Eu não gosto dela! Ela é só uma amiga, nada mais que isso!"
"Sei... que amizade colorida, não?" – Misao alfinetava ainda mais, não conseguia parar.
"Não é amizade colorida!" – Berra – "É uma amizade normal, pra mim ela não passa de uma conhecida!" – Chegou a se confundir com um pimentão, de tão vermelho que ficara.
"Hahahaha! Aham, tudo bem, eu vou fingir que acredito em você. Huahauhauahuha..." – Finalmente estava se divertindo. Por um breve momento esquecera da dor e preocupação que sentia. Pena que foi por pouco tempo...
"Eu conheço essa voz!" – Chegou mais perto na porta, tomando cuidado para não ser visto nem ouvido, e confirmou o que desconfiava: Misao tinha voltado. – "Não acredito! Ela está aqui de novo..." – Seus olhos brilhavam, seu coração batia forte e seu sorriso iluminava sua bela face. Mas de repente acordou de sua felicidade e a razão tomou conta mais uma vez. – "Mas... eu tenho que esquecê-la.Tenho não, eu quero esquece-la! Agora, Soujiro, entre por aquela porta, aja normalmente e não se abale com palavras, sorrisos, toques, olhares ou qualquer outra coisa. Entendeu? Sim..."
E, tomando um pouco de ar, como se tivesse esperança de que nele continha um pouco de coragem, entrou no Dojo silenciosamente. Percebeu que as risadas cessaram e que todos o olhavam sem piscar.
"Soujiro... você voltou! Que lindo..." – Uma garota pensava, corada, enquanto observava o rosto do rapaz que acabara de chegar.
"O que foi? Por que pararam de rir?" – Sorria como sempre.
"Soujiro, que bom que voltou! Já estava preocupada!"
"Preocupada... comigo...?"
"Sim." – Kaoru dizia animada e hospitaleira, como sempre. – "Achou o que procurava?"
Ele sorria e se esforçava para não olhar para o lado, especificamente para uma garota de tranças e olhos verdes.
"Sim, claro! Em breve estarei me mudando, só mais um ou dois dias..."
"Já?" – Kaoru parecia triste com a notícia, o que deixou Soujiro desconcertado. Apesar de tudo que ele tinha feito, ela ainda simpatizava com ele? O mundo é estranho, e as mulheres são loucas, pensou. – "Mas bem... prefere comer algo ou tomar banho?"
"Acho que vou tomar banho antes, se não se importar."
"Não, que isso! Kenshin, prepare o banho dele!"
"Hai, Kaoru."
"Obrigado aos dois..." – Ao dizer essa frase, saiu do aposento o mais rápido que pôde, indo direto para seu quarto. Esperou uns minutos e, quando finalmente se acalmou, saiu e foi à procura do banho que já o aguardava.
"Bom, Kaoru, acho que vou me deitar. Boa noite!"
"Boa noite, Misao! Durma bem."
Andava lentamente até seu quarto. Pensava em nada mais, nada menos que Soujiro. Seu comportamento estava um pouco estranho. Estava frio, sem emoção... esquisito! Viu a porta do quarto do mesmo se abrir devagar, então entrou correndo para o seu. Viu-o passar pelo corredor tão inerte em seus pensamentos que não percebera que a porta do quarto de Misao estava entreaberta e que do mesmo lugar a dona do quarto o observava. Céus, o que tinha acontecido, afinal? Precisava descobrir e se declarar rápido! Tinha pouco, muito pouco tempo.
Soujiro tirou a roupa e entrou na banheira já quente.
"Por que ela voltou justo agora? Não posso dizer que não gostei, pois eu gostei sim... e muito."
Ele mergulha na água e exclama:
"Senhor Himura, a água já está boa, obrigado!" – E Kenshin responde:
"Tudo bem. Eu vou entrar, se precisar de alguma coisa, grite!" – Após dizer isso, entra novamente, deixando o garoto com seus pensamentos.
"Mas ao mesmo tempo não gostei nem um pouco. Preciso esquece-la o quanto antes." – Se mexia roboticamente, praticamente nem prestava atenção no que estava fazendo. Tudo que vinha a sua mente era uma menina doce e pura, de sorriso angelical e um corpo que, apesar de pequeno, fazia o sangue de qualquer homem ferver. – "Tenho que evita-la, tira-la da cabeça. E isso significa segurar todos meus sentimentos. Significa voltar ao passado... Tudo bem. Que assim seja!"
Terminou seu banho já com os pensamentos um pouco em ordem. Sabia que teria que voltar a ser o menino frio de antes. Na verdade, isso não era muito difícil, mas era estranho. Essa possibilidade lhe fazia sentir... medo? Medo de voltar a matar sem piedade, medo de se isolar completamente do resto do mundo, medo de... perder totalmente o sentimento que nutria por Misao.
Não importava mais. O jeito era se conformar e seguir em frente. Estava saindo do banheiro, quando ouviu uma voz o chamando. Era Kenshin.
"Soujiro! Não vai jantar?"
"Não. Não estou com fome. Obrigado, senhor Himura."
Ele voltou a caminhar para o quarto. Mas Kenshin percebeu um pouco de angustia nos olhos do menino. Parecia a mesma angustia que ele tinha quando lutaram pela segunda vez.
"Soujiro..." – Não agüentou. Precisava chamá-lo e saber o que estava acontecendo. Pelo bem dele e de Misao.
"Sim?"
"Venha até aqui, precisamos conversar."
"Sobre o que, Senhor Himura?" – Disse fazendo o que lhe foi designado.
"Por favor, me chame de Kenshin. Bem... tenho notado que você está estranho... o que lhe aconteceu?"
"Eu? Nada! O Senhor deve estar vendo coisas." – Tentava ao máximo sorrir.
"Não. Tenho certeza que não estou. Diga-me, Soujiro, o que lhe acontece? Pode confiar em mim." – Ele sorria ternamente. Sabia que seu sorriso era contagiante, assim como seu olhar gélido era fatal. Uma boa qualidade, ele pensava.
"Kenshin... se me permite perguntar... o senhor já amou?"
"Então é isso que te aflige? Entendo. Bem... não posso negar, já amei sim. Muitas vezes."
"Sério? Mas... esse sentimento... estraga..."
"Estraga? Como assim?" – Kenshin cortou o menino, tamanha era sua surpresa com a revelação. – "Você está muito enganado, Soujiro. Afirmo-lhe com toda certeza que amar não é ruim. Não estraga nada. Claro, é confuso e você sofre bastante, mas no final sempre é bom, e sempre acaba bem."
Soujiro parou de falar de repente. Ficaram em silencio por uns minutos. O garoto refletia sozinho, e o ruivo observava-o com calma e atenção.
"Kenshin... posso lhe perguntar algo?"
"Claro! Fique à vontade."
"Como... como foi que o senhor percebeu que estava amando? Como se declarou?"
"Hum... percebi que a amava quando meu coração batia forte só de pensar em seu sorriso. Meus sonhos eram povoados por seus belos olhos e seu corpo escultural. E minha mente não pensava em outra coisa a não ser minha amada..." – Kenshin sorria com ternura ao lembrar do que sofrera e de como tudo se resolvera magicamente em apenas uma noite. – "E eu me declarei... bem, não foi exatamente uma declaração... Mas foi ela que tomou coragem e se declarou antes. Foi no Natal!"
"Hum... sei... E como..."
"Olhe, Soujiro." – O homem experiente cortava novamente o novato confuso. – "Você vai saber como se declarar quando estiver pronto. E não se preocupe, eu sei que terá um bom final essa estória."
"Como o senhor sabe?"
"Não discuta. Eu apenas... sei".– Se levantou calmamente e se dirigiu ao quarto que dividia com Kaoru. – "Boa noite, Soujiro."
"Boa noite, senhor."
Levantou-se também e se dirigiu para o quarto. Precisava dormir. Mas quando chegou na porta, deu meia volta e ficou na varanda. A conversa com Kenshin o fez pensar um pouco. Seria melhor se pelo menos tentasse, ele tinha razão.
Misao acordou de repente. Até tentou dormir de novo, mas alguma coisa não deixava. Levantou e abriu a porta do quarto. Seguindo seus instintos, foi até a varanda. Tomou um susto quando viu que justamente a pessoa que inquietava seus pensamentos estava ali, parada, como se esperasse por ela.
Tomou coragem e se aproximou lentamente da sacada. Parou ao lado do menino e, sorrindo, cumprimentou-o.
"Ainda acordada, senhorita Misao?"
"Acabei de acordar, não conseguia dormir de novo... Mas e você, por que ainda esta acordado?"
"Estava só pensando..."
"Em quê?" – Essa pergunta o fez ficar vermelho. Como iria falar que estava pensando justo nela? Não, não poderia. Não agora.
"Em nada... nada importante..."
"Hum... entendo..." – Olhou para cima. Pôs-se a admirar o céu e a lua. Ficaram um bom tempo em silencio. Soujiro, a cada minuto que passava, se sentia mais embriagado com o perfume que exalava da garota ao seu lado. Olhava-a com carinho e paixão, e por mais que tentasse, não conseguia desviar seu olhar.
Até que ela percebeu. Corou levemente e perguntou o que acontecia. Isso só fez Soujiro sorrir e embriagar-se mais. Respondeu que não acontecia nada, e lentamente, segurou o rosto da pequena em suas mãos.
Vermelha como nunca, ela ficava sem reação. O que acontecia, afinal? Soujiro parecia fora de si, sorria como bobo, e se aproximava cada vez mais dela. Sentiu um pouco de medo, mas quando ele afagou seus cabelos e olhou em seus olhos, se acalmou.
Pouco a pouco, seus rostos ficavam mais juntos, e seus olhos não desviavam a atenção. Até que Soujiro, sorrindo como sempre, encostou seus lábios aos lábios da garota, e beijou-a suavemente.
Ela se assustou, mas correspondeu. Apesar da situação um tanto quanto estranho e constrangedora, estava gostando e se sentia segura. Fechou os olhos e abriu mais os lábios. Sentiu a língua do rapaz adentrar sua boca suavemente, e mexer-se em ritmos quentes e apaixonantes.
Ele, a cada vez que sentia que a garota permitia mais contato, aumentava os movimentos, e era correspondido da mesma forma. O beijo durou um bom tempo, até que se separaram para tomar ar.
Ambos estavam ofegantes e vermelhos. Mas mesmo assim, extasiados, e seus cérebros só pediam mais e mais.
Juntaram-se de novo num novo beijo. Tão suave e forte quanto o primeiro. Soujiro agarrava a cintura da garota possessivamente, enquanto ela acariciava sua nuca e suas costas com carinho e devoção.
Separaram-se de novo para tomar ar. Misao queria mais, muito mais. Mas Soujiro, como se tivessem jogado um balde de água nele, acordou de sua embriagues e percebeu a loucura que fazia.
Quando a garota agarrou seu pescoço mais uma vez e se aproximava, por mais vontade que tinha de beija-la e possui-la ali mesmo, se segurou.
Deu um pequeno beijo na suave boca, e sussurrando duas palavras: 'Sinto muito', deixou-a ali, parada, atônita, vermelha, apaixonada. Que loucura ele tinha feito com a pequena moça? Viu que ela tinha se entregado com prazer, mas não era assim que queria te-la, não era com um simples beijo que demonstraria seus sentimentos. Precisava de algo maior, mais bonito, mais puro, mais... sei lá!
Só sabia que o jeito que mexera com a garota era errado. Não queria brincar com os sentimentos da mesma, e muito menos queria que ela brincasse com os seus.
Retirou-se, foi para seu quarto. E lá, sozinho, excitado, embriagado de amor, dormiu. Amanhã era um novo dia, e amanhã resolveria tudo. Amanhã...
C-O-N-T-I-N-U-A...
Oiiiiiii pessoal! E aí, o que acharam desse capítulo? Gostaram do beijo? Eu achei muito kawaii, só não gostei da reação dele ¬¬ Sei lá... eu mesma que fiz, mas num gostei ¬¬ Foi só pra segurar vcs mais um pouquinho e o capítulo não ficar muito grande... rs. Mas vocês vão ver, no próximo capitulo vai ter muito mais beijinhos! Hehehehe... e um pouco de hentai tbm!Preparem-se!
Dessa vez eu resolvi dar uma ajudinha na cabeça do casal, e quem melhor que o Kenshin pra faze-lo? Huahuaha... Ahh... Leiam a minha outra fic, "Minha Amada Secreta" para entenderem o que ele quis dizer com a conversa do Natal... Propaganda rox XD
Huahuahua... bom... vamos logo aos agradecimentos! Eu fiquei muito feliz com a quantidade de reviews desse capítulo! Não foram 256, mas para uma novata com eu, que só recebia um comment por vez, foi uma grande realização! Obrigada de verdade!
Miaka: Puxa, você não deixa de ler e comentar um capitulo, né? Muito obrigada, você não sabe o quanto isso significa pra mim! Bjusssssss fofuxa!
Carine-san: Sim, eles são fofos juntos! E não se preocupe, essa fanfic vai ter final feliz! Pra falar a verdade, o final já ta chegando... u.u E pode parar com isso! O Soujiro é MEU! Só MEU e de mais ninguém! Tah me entendendo? Ò.Ó XD Bjus!
Misao gap: Como eu disse antes, o Aoshi ficar com ciúmes e acabar num triangulo é um tanto quanto clichê XD Eu não queria fazer isso, então preferi faze-lo desse jeito mesmo. Brigada pelo elogio! Eu acho esse casal tão fofo, e o Soujiro é kawaii de qualquer jeito! Amo demais ele!
Lilith 1: Repito o que disse aqui em cima. O Aoshi ficou completamente OOC sim, mas confessa vai, ele não ficou fofo? XD Nossa o.o Eu pensava que a música era do Zé Ramalho! Obrigada, vou agora mesmo editar lá! . Valeu pelo comment, beijão!
Bom... só isso... continuem lendo, comentando, e convidando mais gente pra ler! Huahuahauhauahua XD
Kissus minna!
