Disclaimer: A história ora escrita é baseada na obra de J.K. Rowling, embora não tenha vínculo com ela e nem tenha a intenção de usurpar os direitos autorais e nem de publicação e tampouco de quaisquer produtos envolvidos com o enredo original. A maioria dos personagens pertencem à autora, como todos sabem. Neste capítulo, a canção inspiradora é "Belos e Malditos", de Capital Inicial. Aproveito para lembrar ao leitor que esta songfic contém spoilers de Harry Potter e a Ordem da Fênix. Portanto, se ainda não leu este volume, deixe para ler o conto depois.

Capítulo 2 – Sem Pó de Flu

     Ele já estava indo dormir. Ao contrário do que diziam os tablóides, incluindo o Prophet, Draco não era dado à vida boêmia. Quando ficava acordado à noite, era para trabalhar e, geralmente, em missões previstas pelo Ministério da Magia aos Inomináveis. Assim, era preferível que o vissem como o playboy que acreditavam que fosse, antes que suspeitassem de suas ações. O problema disso era, certamente, ter de fingir o tempo todo, porque, embora fosse criado como um Malfoy, não lhe agradava ter de bancar a pinta de bonitão o tempo todo.

Belos e malditos

Feitos para o prazer

Os últimos a sair, os primeiros a morrer

Há anos, preferira a solidão, ao que sua mãe, Narcissa, olhava com resguardo e evitava comentar, mesmo que preferisse tê-lo por perto. Lucius já não estava ali para condená-lo a um casamento de conveniência, como havia sido seu plano, quando o rapaz nasceu, e ele era a única companhia da mãe que, infelizmente, não mantivera os laços da família com os parentes do marido, e tampouco com seus próprios parentes. O "primo" Sirius já não estava lá; sequer podia conversar com Bellatrix, e falar com Nymphadora... "nem pensar", lembrava-se o loiro das palavras horrorizadas de sua mãe. Obviamente, ter de lidar com aquela metida a sabichona todos os dias andando pelos corredores do Ministério era algo enfadonho, mas garantia a ele que mantivesse contato com sua (argh) prima mais distante, como sua avó paterna, a única da família do pai com quem mantinha contato, lembrava que era necessário, mesmo que por conveniência. Ele só não sabia qual era essa conv...

     Um pio estridente tirou Draco de suas divagações a respeito da família e de si. Aborrecido, alcançou a varinha e abriu as folhas da janela que dava para uma noite fria e chuvisquenta. Uma coruja mínima entrou zanzando pelo quarto e batendo no lustre de cristal, até que pousasse, muito inquieta, no edredon de plumas, algodão tingido com corantes naturais e lã merina.

     -- Justo na hora de dormir! O que será que esse panaca do Weasley ...? – e foi então que percebeu que, apesar de ser aquele chato do Pigwidgeon, o recado não era de Ron Weasley. Sabia que a caligrafia fina era, mesmo apressada, de Ginny. – Vem cá, sua coruja feia! Vê se pára quieto ou ... – mas já havia conseguido retirar o pergaminho da perna de Pig.

     Com um suspiro de apreensão, abriu a missiva. Há quanto tempo ela não falava com ele? Seis anos, quatro meses e dezesseis dias, e umas horas... Desde aquela fatídica manhã de sexta-feira, dia 10, quando ela dissera "não". Na época, não pudera fazer nada além de deixá-la sozinha, para que não a fizesse se sentir pior por tê-lo rejeitado. O amor tem dessas coisas idiotas, mesmo. Porque por mais ninguém ele teria se privado de fazer o que quisesse, e tudo o que pudera fazer até então tinha sido acompanhar notícias dela através dos amigos que tinham em comum e que trabalhavam no Ministério. Até mesmo aquela intragável sabe-tudo da Granger o mantivera informado a respeito da garota. Agora...

Belos e malditos

Eles ou ninguém

De carne e quase sempre são anjos para alguém

São anjos para alguém

     "Você irá ao Três Vassouras comigo?" A pergunta ressoava em sua mente. Definitivamente, Ginny devia estar no fundo do poço para, depois de tanto tempo, procurá-lo. Isso não deixava, porém, de fazer com que ele se sentisse eufórico. Finalmente, ela cedera ao orgulho e o procurara. Reconhecia, então, que ele havia sido decente com ela e que a deixara livre para fazer o que quisesse, embora a estivesse "espreitando", conforme havia prometido da última vez em que haviam se falado. E, justamente por isso, sabia que, tão certo quanto o dia se transforma em noite, ela o procuraria quando aquele retardado do Potter resolvesse dar o passo definitivo que o separasse dela. Desde que recebera o convite, naquela manhã, sob a escrivaninha no Departamento de Mistérios, esperava – no sentido mesmo de esperança, ainda que paradoxalmente tênue, mas forte e constante, como um fio de prata – que ela entrasse em contato com ele. Afinal, não era à toa que fosse um dos maiores bruxos de sua geração e que pertencesse à Sonserina.

     Olhou para o relógio de prata. O pêndulo se movimentava e ouviu soar as duas badaladas. Decidido, levantou-se e rumou para o closet. Não se daria ao trabalho de chamar um daqueles elfos imprestáveis para auxiliá-lo em sua toilete. Era capaz que esquentassem demais a água, ou amassassem a capa de viagem. Dirigiu-se à banheira contígua ao aposento e, com um menear da varinha, murmurou "acquaesortia!", e a banheira se encheu com a água que dela jorrava. Mais algumas ordens, e a água ficava tépida e espumante. Mergulhando na banheira, fechou os olhos, saboreando o momento de pequena vitória, imaginando o que pudesse falar para aquela mocinha cujo queixo era mais duro do que sua condição financeira permitia. Sabia muito bem que ela vivia precariamente, numa mansarda sem iluminação, sem conforto, sem espaço para nada, pelo que ouvira Tonks comentar com Lupin, sem calefação. Agora que o inverno viria, o lugar deveria se tornar um gelo total, porque nem... "que inferno!", murmurou, porque se lembrava que sequer uma lareira aquele lugar tinha. Havia conversado com aquela fofoqueira da Marieta Edgecombe, e esta, não sem dar antes uma risadinha de escárnio, informara-o, graças à mãe, que trabalhava no Departamento de Regulamentação de Transportes Mágicos, que a lareira de Virginia Weasley não constava da relação de ligação à Rede de Flu simplesmente porque não havia lareira alguma em sua "casa".

     Controlando seu mal-humor, Draco saiu da banheira e se enrolou na toalha felpuda pousada ao lado. Ainda pensava na expressão de Edgecombe quando dissera "casa" de modo tão preconceituoso. Bem, era obrigado a concordar que uma bruxa que se preze deve ter uma lareira, mas nem por isso aquela dedo-duro podia se dar ao direito de falar assim. Lembrava seu pai Lucius, comentando da casa dos Weasley ou, pior ainda, da cabana daquele bobão do Hagrid. Ainda não entendera como aquela menina fora parar um dia na Corvinal e não na Sonserina. Mas, do mesmo modo, o Chapéu Seletor havia feito a besteira de colocar Ginny na Grifinória. Nem tudo é perfeito, embora algumas coisas sejam ótimas. De vez em quando, aquele chapéu inútil servia para alguma coisa, já que o poupara de sete sofridos anos de companhia de dormitório com aquele idiota de cicatriz na testa. Por outro lado, devia picar aquele chapéu só por tê-lo privado da companhia de Ginny e de tê-la colocado na mesma Sala Comunal que aquele convencido do Potter. Pelo que Snape contara, numa única oportunidade que pôde presenciar, o garoto tinha a quem puxar, porque Tiago havia sido insuportavelmente convencido, também. Só mesmo uma sangue-ruim para aceitar uma coisa daquelas, a tal da Evans.

     Não havia mais tempo para divagações. Draco já encaixava o botão serpentino na casa da capa negra aveludada, perto da gola, quando seus pensamentos se voltaram para aquela com quem devia conversar. Talvez fosse uma bobagem procurá-la àquela hora da manhã mas, pelo que conhecia dela, sabia perfeitamente que ainda estava acordada, sentindo pena de si mesma, desesperada pelo que ousara escrever... e para quem.

     Aproximou-se do beiral da janela para checar o tempo. Vassoura, nem pensar: aquela chuva incômoda estragaria o seu penteado. Lareira, ela não possuía. Na verdade, se pensasse bem, havia uma dupla vantagem nisso: ninguém do Ministério poderia rastreá-lo pela Rede de Flu e tampouco ele se sujaria de fuligem após um demorado banho. Fazer uma Chave de Portal também seria trabalho árduo e se mostraria desperdício para uma só pessoa, além do fato de poder ser rastreado pelos melhores bruxos do Departamento de Transportes Mágicos. É, o jeito seria mesmo aparatar. Resistia um pouco à idéia porque não gostaria de invadir o espaço dela sem um aviso prévio, embora a idéia de pegá-la desprevenida e de roupas sumárias de dormir fosse tentadora. Sorrindo diante da visão que se lhe surgiu na mente, apertou a varinha contra o corpo e desaparatou, exatamente no momento em que sua mãe batia à porta de seu quarto.

     Ginny se deixara recostar à beira da janela, observando a garoa e o nevoeiro, que começava a penetrar no quarto. Sentindo frio e estando ansiosa como estava, resolveu não dormir enquanto Pig não retornasse com sua resposta. E se ele não respondesse? Ah, que idiotice a levara a fazer aquilo? Agora, não adiantava lamentar.

     A tinta da mais recente tela recendia no quarto; o exercício físico a cansara, mas não fizera com que seu coração se acalmasse. Ainda se sentia quente por dentro, e sentia vontade de chorar de raiva quando se lembrava de Parvati na Toca. Como sua mãe permitia uma coisa daquelas? "É o único jeito de tê-lo conosco, querida", dissera num dos Natais. Que se dane, não queria mais vê-lo se assim fosse. Preferia conversar com Draco. Talvez tivesse feito uma grande besteira recusando-o; a esta altura, não estaria sozinha. Mas a questão é que seus sentimentos pelo rapaz eram conflitantes. Ela se acostumara a detestá-lo por tanto tempo, que não conseguia entender como alguém que a prendera e a prejudicara poderia tê-la amado.

     E Pig não chegava. Ah, que droga... humilhada pelo Potter, e agora, desprezada por Malfoy... que decepção. Estava mesmo no fim do túnel, e nem uma luzinha de lamparina surgia. Esticou o braço e murmurou "accio cerveja amanteigada!", mas deixou a garrafa de lado tão logo a pegou. Não, não aquilo de que precisava, era algo mais forte. Lembrou-se, de repente, de Sibila Trelawney de do vexame que esta dera quando Umbridge tentara expulsá-la de Hogwarts e, num meio-sorriso, murmurou "accio brandy!", e uma garrafa de xerez surgiu à sua frente, vinda de um de seus baús.

Suave é

Suave é

A noite é

De bar em bar

De bar em bar

De bar em bar

     "Crack!" Ginny estava sorvendo seu primeiro gole quando um enorme estalido a assustou, fazendo com que ela derrubasse metade do conteúdo da taça em sua camisola.

     -- Deu para beber agora, Weasley? – a voz pastosa de pretenso desdém era sua velha conhecida. Ainda não se embebedara a ponto de chorar, mas lágrimas se lhe assomaram aos olhos no momento em que viu Draco, tão bonito como sempre, à sua frente. Chorava de alívio e de desespero, e não se sentiu envergonhada por isso. Ao contrário, atirou-se em seus braços, a taça rolando pelo chão, em estilhaços. – Que é isso, Ginny? Perdeu a compostura, mulher? – Mas, lá no fundo, Draco exultava, surpreso com a atitude impetuosa da moça. Ora, não era bobo nem nada. Que aproveitasse aquele momento para saborear a oportunidade de tê-la nos braços, como ansiava por longas noites, durante momentos de tediosa vigília no serviço.

Belos e malditos

Culpados por viver

Num mundo feito de tédio

E cego para o poder

     Confortando-a, Draco resmungava para si, amaldiçoando cada momento que Potter a fazia sofrer daquele jeito. Ao mesmo tempo, afirmava, mentalmente, que fizera grande negócio surpreendendo-a daquele modo. Os momentos em que a mantinha consigo, sentindo seus braços frágeis frios abraçando-o, as lágrimas molhando seu ombro, eram aqueles dos quais se lembraria por muito tempo. Mas não podia facilitar: -- Vamos, vamos, Ginny, olha pra mim. Quer dizer que não vai mais jogar papões em mim, como fez na sala da Umbridge, hein? Já não me acha o metido a poderoso, o convencido da Sonserina... Que é que deu em você, afinal? Resolveu tomar coragem e parar de se lamuriar pelos cantos?

     Ginny se aprumou, encarando-o. – Entendeu meu bilhete, então?

     -- Ora, o que acha que eu sou? Alguma espécie de retardado ou o quê? É claro que entendi! – o rapaz se fazia de ofendido. Não seria nada mal fazê-la sofrer um pouco. – Quer dizer, então, que aquele idiota do Potter resolveu se casar com uma das Patil. Nada bobo, ele. Ouvi dizer que Padma e Lavender serão as damas de honra. Mas ele é tão burro, que é capaz de confundir Parvati com Padma e se casar com uma pensando que é a outra!

     -- Draco! – seu protesto era genuíno.

     -- E você ainda se dá ao trabalho de se importar com o Potter, tsc, tsc...  Ai, ai, ai, que é que faço com você, hein? – Draco pensava numa infinidade de possibilidades para responder à pergunta que ele mesmo formulou. E, olhando para o quarto: – Mas me diga, não dava pra pagar um lugar melhorzinho, não, Virginia?

     -- Se você veio aqui a esta hora da noite só pra ficar me humilhando, não precisava ter se dado ao trabalho de sair da sua linda mansão de Wiltshire e viajado até aqui para isso.

     -- Veja bem, primeiro, não vim só pra isso, ainda que seja também para isso; segundo, eu não viajei, eu aparatei, e isso para mim é realmente como piscar os olhos. Então, o trabalho não foi tanto assim, Ginny. Mas diga lá, que mesmo se apresentar no Três Vassouras ao meu lado e matar seus pais do coração? Sabe muito bem que não vou tolerar aqueles chatos dos seus irmãos me enchendo a paciência.

     O rosto da moça se iluminou com um sorriso de esperança:

     -- Quer dizer que vai mesmo comigo?

     -- Digamos que este seja um prêmio pelo seu bom comportamento durante estes últimos anos. Agiu quase decentemente. Se fosse uma verdadeira sonserina, teria passado por cima dessas picuinhas da Parvati na sua casa e conversado normalmente com aquele imbecil do Potter, embora eu duvide que ele seja capaz de manter uma conversa normal e inteligível ao lado de alguém tão esperta como você. – O elogio de Draco a deixava contente e aumentava o seu ânimo, mesmo que isso significasse falar mal de Harry. Seu abraço também era confortador. Quem diria, há dez anos, que fosse precisar dele para ampará-la daquele jeito?

Belos e malditos

O drama em carnaval

O lado escuro do paraíso

O bem que vem do mal

O bem que vem do mal

     Se Ginny fosse sincera consigo mesma, confessaria que estar entre os braços de Malfoy a agradava. Eram quentes, macios e protetores – tudo aquilo, enfim, que jamais imaginaria que pudesse ser. Mais do que isso, era inebriante, talvez mais ainda do que o xerez que pretendera beber há momentos atrás. Aos poucos, o frio que sentia ia embora, pois que era substituído pelo calor que preenchia não o quarto, mas sua alma. O frio, afinal, era da noite, e não mais dela; pertencia a algures, e não a aquele lugar, ou a ela. Porque a própria noite havia mudado para ela, agora que Draco a confortava silenciosamente. Era, afinal, o anjo de que precisava, aquele que tomaria conta para que ela não desmoronasse após tantos anos de resistência.

Suave é

Suave é

A noite é

De bar em bar

De bar em bar

De bar em bar

     Para Malfoy, aquele era um momento difícil. O quanto resistiria à vontade de afagar seus longos cabelos ruivos e de dizer ao seu ouvido palavras que guardara só para ela? A luta interior era grande, o orgulho o impedia de repetir as palavras ditas há tanto tempo. A situação, porém, era daquelas em que não é preciso dizer nada, e inconscientemente, deslizou suas mãos pelas costas de Ginny, naquela camisola de flanela de risca escocesa, tão rigorosamente careta. Percebeu seu gesto quando ela inspirou o ar mais fortemente e olhou para ele, os cílios acobreados escondendo seus olhos. – Ginny, olha pra mim. – Uma de suas mãos levantava o queixo da garota. Havia, nos olhos dele, o reflexo da paixão represada e acalentada por noites a fio, fosse em seu quarto, na mansão, ou em seu posto de serviço, ou ainda naquelas festas chatas que freqüentava.

Eles brincam com fogo e sabem queimar

Eles brincam com fogo e sabem queimar

     Ginny se sentia confusa e carente. Como podia se sentir tão bem estando com Malfoy, se continuava a amar Harry? E o que dizer, então, daquele abraço maravilhoso, do calor daquele corpo junto ao seu? Aquele era um terreno muito perigoso, as águas eram profundas e ela não se atrevia a mergulhar, porque sabia que poderia magoá-lo e magoar a si mesma. Mas a tempestade nos olhos de Draco era inconfundível.

Eles brincam com fogo e sabem queimar

Eles brincam com fogo e sabem queimar

     -- Draco, eu não...

     -- Sshhhh, Virginia... Pra que estragar esse momento tão bom? Fica quietinha e se esquenta, que você está gelada. – Ele suspirou, olhando a chuva que engrossava. – Parece que você é mesmo boa em feitiços. Bom, eu sempre soube. Mas aquela coruja do Weasley é realmente lerda... Lá vem ela, e já faz uma hora que estou aqui. E veja, ela continua seca! Seu feitiço impermeabilizante é realmente duradouro!

     Pigwidgeon entrou esbaforido no quarto e foi descansar na gaiola. – Obrigada, Pig --, agradeceu a moça. A coruja piou alto, satisfeita consigo mesma, olhando para Ginny e Draco.

Suave é

Suave é

A noite é

De bar em bar

De bar em bar

De bar em bar

     – Acho que o clima só tende a piorar daqui pra frente, Draco. – Ginny olhava pela janela.

     -- Em ambos os sentidos, Virginia. – ainda abraçando-a, Malfoy mirava o horizonte. – Já que você quer mesmo levar esta história adiante, vou te ajudar. Mas se prepara, porque a luta vai ser grande, o falatório certamente virá.

     -- Estou de saco cheio de ter os outros murmurando às minhas costas a cada vez que resolvo visitar meus pais. Já chega de me esconder aqui. – Draco assentiu e aproveitou a deixa para lembrá-la:

     -- E, por falar em se esconder, o que é que você acha de sair desse moquifo? – Ginny olhou para ele exaltada. Imediatamente, ele se arrependeu de ter dito daquele jeito e tentou consertar: -- Veja, está bem arrumado, mas definitivamente este não é o lugar ideal para você!

     -- Você bem sabe que eu não posso pagar por nada melhor no momento!

     -- Realmente, trabalhando para aquela tal Academia Brasileira, a coisa deve estar difícil para você. E se eu...

     -- Nem vem, que não aceito ajuda de modo algum para absolutamente nada! – esbravejou Ginny, vermelha.

     -- Ah, sim, o orgulho grifinório. Bem, que assim seja, Virginia, não vou interferir – mas, em sua cabeça, Malfoy já estava maquinando contatos mais interessantes do que os da Granger para melhorar a situação da moça. – Vire-se sozinha, então. – Levantou e disse, ao depositar um rápido beijo em seu rosto. – Nós nos vemos no dia 25, então. Esteja pronta às três – e, dizendo isso, desaparatou, deixando-a sozinha, porém mais calma e, finalmente, na expectativa daquilo que prometia ser o acontecimento do ano.

***

N.A.: Aos leitores do conto, agradeço pelo apoio e pelas reviews que recebi! E prometo que o próximo capítulo não demorará tanto a sair!