Capítulo 11 – No Departamento de Mistérios
Alvo Dumbledore e Severo Snape chegaram juntos a Mansão Snape. Molly Weasley estava prestes a servir o jantar. Todos se deliciaram com o banquete que lhes foi servido e só depois Dumbledore se pronunciou:
- Agora que já estamos bem alimentados, vamos ao que nos reuniu aqui...Conversando com os antigos diretores descobri que foi um deles, Sir Willian Warwick, que criou o véu...E ele me contou o que fazer para tirar uma pessoa presa dentro dele.
- Quer dizer que podemos realmente resgatar o Sirius? – Tonks indagou.
- Temos uma boa chance de conseguir fazer isso...Mas apenas uma.
- Pelo visto é uma coisa muito perigosa! – exclamou a Sra. Weasley.
- Realmente! Deixem-me explicar passo a passo como deve ser...Serão necessárias duas pessoas e somente essas pessoas poderão estar presentes durante a tentativa. Uma dessas pessoas terá que abrir e manter um elo entre o véu e o nosso mundo; a outra, que tem que ter uma forte ligação com quem está aprisionado lá, usará o elo criado pela primeira pessoa para entrar e sair do véu. – explicitou Dumbledore.
- Isso está me parecendo um tanto simples demais! – Disse Alastor Moody com sua voz extremamente rouca.
- Parece, mas não é! Tudo isso só vai funcionar se a pessoa que fizer o elo não fraquejar...Caso isso ocorra, tanto quem já estava quanto quem entrou no véu ficará preso e não mais será possível realizar um resgate.
- E o que acontece com a pessoa se ela fraquejar? – questionou Lupin.
- Absolutamente nada! – disse Dumbledore – E é por isso que tudo depende dessa pessoa. E também foi por isso que Sir Willian morreu ao tentar resgatar duas crianças do véu.
- Então basta que essa pessoa seja bastante poderosa! – Tonks exclamou.
- Certamente! Para abrir um elo desse tipo, esta pessoa deve possuir um grande poder...Mas Sir Willian frizou bem que isso não era o mais importante...
- E o que é importante então? – perguntou Lupin.
- O importante é que essa pessoa seja justa, boa e tenha controle sobre si mesma. E como não temos muito tempo, trouxe o próprio Sir Willian para ajudar a escolher essas pessoas. – concluiu Alvo.
Logo que Dumbledore terminou de falar retirou o retrato de Sir Willian de uma sacola e colocou na parede da sala de jantar da família Snape e disse:
- Bom, vamos a escolha da segunda pessoa...
- Desculpe...- Alvo interrompeu – Mas ainda não escolhemos a primeira.
- Escolher! Só há uma pessoa aqui capaz de abrir e manter o elo...O Sr. Severo Snape. – disse Sir Willian.
Todos ficaram perplexos ao ouvir o que Sir Willian acabara de dizer...Snape ajudando a salvar Sirius? Isso era inimaginável para os membros da Ordem. Ao perceber o espanto de todos, Sir Willian disse:
- Para cumprir a missão de ser um elo é preciso ter poder...Um grande poder. Mas uma outra coisa é primordial...Caráter inabalável!...Bem, se não estou enganado, de todos vocês apenas Severo costuma encarar o próprio Demônio para ajudar a Ordem...Além dele mais ninguém está apto a fazer isso! Será preciso não só enfrentar o próprio demônio como também seus demônios interiores...E isso não é qualquer mero mortal que pode fazer. – explicou Sir Willian.
- Tudo bem para você, Severo? – perguntou Dumbledore – Não quero que se sinta obrigado a nada.
- Tudo Bem, Alvo! Como já disse antes, eu faço o que for melhor para a Ordem.
- Bem, temos que escolher alguém para entrar...- disse Dumbledore.
- Eu vou! – Remo Lupin exclamou.
- Imaginei que iria se oferecer, Remo. Você e Sirius realmente têm uma ligação muito forte.
- Eu o considero como um irmão!
- Agora que já decidimos as pessoas que irão... É hora de começar! – exclamou Sir Willian.
- Mas já? – indagou Tonks.
- Snape, você está pronto? Pois se estiver podem ir agora mesmo. - concluiu Sir Willian.
Severo assentiu com a cabeça e se levantou. Lupin fez o mesmo. Os dois aparataram no Ministério da Magia e foram escondidos sob um feitiço desilusório até o Departamento de Mistérios. Ao entrarem dirigiram-se diretamente até o véu. Snape retirou sua habitual capa preta, sentou-se no chão em frente ao véu e disse:
- Lupin! Vou fazer o elo agora. Assim que conseguir um caminho se abrirá de mim até onde Black está, basta não se desviar do caminho que tudo acabará bem.
Snape fechou os olhos e se concentrou, pouco tempo depois uma linha dourada se fez entre ele e o véu...Em seguida, a linha se alargou e se transformou num caminho que parecia coberto de ouro.
Lupin respirou fundo e entrou no véu seguindo o caminho dourado. Quanto mais ia em frente menos luz havia ao seu redor, a única coisa que iluminava o local era o próprio caminho a ser seguido.
Severo continuava sentado no chão, mas sua concentração já não era a mesma...Algo parecia perturbá-lo. De repente vozes começaram a ser ouvidas...
- Por que está fazendo isso, Severo?
Snape abriu os olhos e olhou ao seu redor, mas não encontrou ninguém. Então, novamente ele escutou:
- Ele não merece...Vamos deixe-o lá!
- Quem é você? – Severo indagou.
- Sou quem está te falando e mostrando a verdade...Coisa que as outras pessoas não costumam fazer...
- Eu não quero ver nem ouvir nada! – vociferou Snape – Agora desapareça daqui!
- Quer ficar em paz?...Então por que não deixa a pessoa que já tentou te matar presa bem longe de você e vai para casa...
A essa altura Lupin já havia chegado até Sirius, que ficou muito emocionado em rever o amigo. Lupin explicou tudo o que estava acontecendo e os dois pegaram o caminho de volta.
O silêncio durou apenas alguns segundos...
- Tudo bem! Se palavras não bastam para te convencer...Vou te mostrar imagens...Coisas que podem e, provavelmente irão acontecer porque você está desperdiçando suas forças com pessoas que nem gostam e nem confiam em você...Portanto, olhe o que irá acontecer por causa disso...
O silêncio novamente tomou conta do lugar e então uma pequena nuvem cinza apareceu na frente de Severo. Pouco a pouco algo começou a aparecer no meio da nuvem...No instante em que foi possível ver a imagem perfeitamente Snape deu um pulo...
Com a perturbação de Severo o caminho começou a desaparecer. Remo e Sirius corriam desesperadamente tentando alcançar a saída. Durante o percurso Sirius xingava e acusava Snape de ter premeditado tudo...Repentinamente o caminho reapareceu tão brilhante quanto antes e os dois voltaram a caminhar.
Do lado de fora do véu Severo continuava de pé, seus olhos estavam fixos na imagem...Uma mulher estava sendo torturada, clamava pela ajuda dele...Quanto mais olhava para aquilo mais seus olhos se enchiam de lágrimas...De repente a nuvem desapareceu e Severo olhou para o véu. Lupin e Sirius tinham acabado de chegar... Os dois olharam para ele, depois se entreolharam e Lupin indagou:
- Snape! Você está bem?
Neste momento Severo se deu conta de que estava mais pálido do que nunca, suas mãos tremiam, suava frio. Tentando disfarçar respondeu o mais secamente que pode:
- Dumbledore disse para levar Black para a Mansão e avisar Madame Pomfrey, ela irá examiná-lo. Também pediu para lembrar que a sua volta é um segredo e que nem mesmo Potter deve saber...Sua volta será do conhecimento dele daqui a uma semana quando ele chegar para o Natal. Alguma pergunta? Então, adeus.
Snape desapareceu rapidamente. Sirius e Lupin novamente se olharam e foram para a Mansão Snape. Apesar de já ser tarde da madrugada; todos os membros da Ordem estavam todos acordados esperando uma notícia. Quando Lupin e Sirius desaparataram na sala de estar foi um tremendo alvoroço...A felicidade tomou conta do local, o dia já estava quase raiando quando Dumbledore e Madame Pomfrey chegaram.
- Que bom tê-lo de volta Sirius – Dumbledore exclamou.
- Obrigado! Mas não estaria de volta se não fosse esse meu amigo aqui. – disse Sirius apontando para Lupin.
- Ora, Sirius! Eu não fiz nada de mais...Só lhe mostrei o caminho de volta. – respondeu Lupin.
- Não seja modesto...
- Ele não está sendo! – Dumbledore disse.
- Como assim? – questionou Sirius.
- O responsável pela sua volta foi Severo...Foi ele que com muito sacrifício abriu e manteve o caminho para você voltar.
- O Ranhoso! Não é possível! E o que ele ganhou com isso? – Sirius indagou.
- Nada! Pelo visto nem mesmo o seu respeito...- Dumbledore comentou.
Sirius ficou extremamente constrangido com a última frase de Dumbledore e respondeu:
- Desculpe! Mas é que não dá para imaginar o Ran...O Snape salvando a minha vida. E nem consigo entender o por quê dele ter feito isso.
- Ele é um membro da Ordem! – Dumbledore exclamou – Uma pessoa que está aqui para ajudar e para ser ajudado caso precise...Ele fez o que qualquer um de nós teria feito. – explicou Dumbledore.
- Agora se me dão licença preciso examinar o Sr. Black. – disse Madame Pomfrey.
Sirius a acompanhou até um dos quartos, o exame durou cerca de meia hora e Pomfrey concluiu que ele estava bem. Somente Sirius voltou para sala, Pomfrey havia voltado para Hogwarts. Então Tonks perguntou:
- E ai tudo bem?
- Minha saúde está perfeita!
- Bom, agora devo retornar a escola. – Dumbledore disse.
- Espere! – Sirius exclamou – Snape não me pareceu muito bem...
- Certamente! Não foi nada fácil trazê-lo de volta...Mas pode ver com seus próprios olhos, ele está descendo.
- Dumbledore! – chamou Snape.
- O que foi Severo?
- Um dos nossos informantes acabou de desaparecer.
- Como? Quem? – indagou Dumbledore.
- Hector Obstefeld. Ainda não sei como ele desapareceu! Mas é o que estou indo descobrir agora...Pode pedir para Sinistra me substituir outra vez?
- Severo...A mais de dois dias que você não descansa.
- Alvo...O mundo não pode parar simplesmente porque eu não dormi.
- Mas você também não pode resolver todos os problemas. – Dumbledore disse.
- Mas posso tentar. – Snape respondeu – Além do mais essas pessoas só se arriscam porque lhes garanti que jamais ficariam desamparadas. Quim Shacklebolt e Elifas Doge estão em alerta e assim que conseguir alguma informação passo para eles.
- Tenha cuidado! – disse Dumbledore.
- Sempre tenho! – Snape respondeu.
Severo aparatou em seguida. Dumbledore observou a todos e disse:
- Por favor, fiquem atentos! Qualquer novo acontecimento me avise.
- Mas o Snape não entra em contato com você antes de todo mundo? – Tonks questionou.
- Costuma ser assim...Todavia, a comunicação anda muito difícil e por isso o contato será feito com quem estiver na Ordem. – Dumbledore explicou e em seguida retornou a Hogwarts.
