Capítulo 13 – Quem procura acha

Harry, Rony, Hermione e Gina estavam entusiasmadíssimos arrumando suas respectivas malas. Era 23 de dezembro e ao anoitecer iriam para a Ordem...Passariam as festas lá.

No final da tarde, Minerva McGonagall foi a Sala Comunal da Grifinória e comunicou aos quatro que o diretor queria falar-lhes. Ela os acompanhou até a sala de Dumbledore. Quando chegaram à porta, ela bateu e perguntou:

- Alvo, podemos entrar?

- Claro, entrem! – respondeu.

McGonagall deixou-os com o diretor e retirou-se. Dumbledore indicou para que se sentassem e ofereceu-lhes bombons de chocolate recheados com caramelo. Cada um pegou um e o diretor começou:

- Daqui a pouco vocês iram para a Ordem, mas preciso lhes dar algumas informações. – fez uma pausa e continuou – Devido a todos os acontecimentos passados, por segurança, a sede da Ordem teve que mudar.

- Não vamos mais ao Largo Grimmauld? – questionou Hermione.

- Como eu disse a sede mudou de lugar. Há algum tempo que nos reunimos na Mansão Snape e é para lá que vocês vão. – Dumbledore explicou.

- Pra...Para a casa do Prof. Snape? – indagou Rony, fazendo cara de que qualquer coisa seria melhor que isso.

- Exatamente! Sua mãe e outros membros da Ordem já estão lá arrumando a casa para o Natal.

Dumbledore fixou seus olhos em Harry e disse:

- Há uma surpresa para todos vocês na Mansão, mas em especial para você Harry...

Harry não esboçou muita reação ao comentário do diretor...Após a morte de seu padrinho, o encontro com os Comensais e com Voldemort, nada conseguia deixá-lo feliz...Então, o diretor recomeçou a falar:

- Agora quero que prestem bastante atenção! A Ordem só está utilizando os dois primeiros andares da Mansão Snape...Todos os membros, o que inclui vocês, estão estritamente proibidos de irem ao terceiro e ao quarto andar. – pausa – Vocês entenderam?

Hermione, Gina, Rony e Harry assentiram e o diretor concluiu:

- Voltem para seus dormitórios e terminem de arrumar suas malas. A Profª McGonagall irá buscá-los às 7 horas e através da rede de flú iram para a Mansão Snape.

Os quatro voltaram a Torre da Grifinória e ao entrarem na Sala Comunal, Harry disse:

- Vou precisar da ajuda de vocês.

- Ajuda! Para que? – Hermione perguntou.

- Para desmascarar o Snape! – Harry respondeu.

- Harry! O que... – dizia Hermione quando Harry a interrompeu.

- Hermione, eu sei o que você pensa sobre ele e você também sabe o que eu penso. O que estou propondo é que vejamos qual de nós está com a razão...Só quero saber o que ele esconde nos outros andares...Nada mais! – Harry explicou.

- Ah! Só vamos dar uma olhadinha...Não há problema algum nisso. Estou com você Harry. – disse Gina.

- Eu também. – Rony concordou.

- Está certo! Mas só iremos olhar e se encontrarmos algo, falaremos com Dumbledore. – falou Hermione.

Todos voltaram a arrumar suas coisas. Às 7 horas em ponto, a Profª. McGonagall foi buscá-los, os levou até a lareira na sala do diretor e foram para a Mansão Snape pela rede de flú. Assim que chegaram, McGonagall os conduziu até a sala. Vários membros da Ordem estavam presentes lá...A família Weasley, Tonks, Lupin, Moody, Doge, Shacklebolt e Vance.

Logo que entraram na sala foram recebidos por uma radiante Sra. Weasley. Molly os abraçou, beijou, verificou se eles pareciam estar bem e só então os outros membros puderam cumprimentá-los. Quando todos terminaram de recepcionar o quarteto, Dumbledore saiu do corredor que levava a cozinha e disse:

- Vejo a que alegria já tomou conta de todos nós...Mas, acho que com a surpresa que lhes falei ficaremos ainda mais felizes. – pausa – Venha até aqui! – Dumbledore exclamou apontando para a cozinha.

Enquanto o quarteto demonstrava estar sentindo um misto de curiosidade e apreensão, os outros sorriam muito e transpareciam uma certa ansiedade olhando deles para o corredor e do corredor para eles. Foi então que ele surgiu dizendo:

- Não vai dar um abraço no seu padrinho?

Sirius estava com os braços abertos esperando por Harry e este não o decepcionou, correndo para os seus braços. Os dois se abraçaram silenciosamente, Harry não conseguia conter suas lágrimas, permaneceram por algum tempo assim e Sirius quebrou o silêncio:

- Hum...- Sorriso – Achei que ia ficar feliz com a minha volta...

- Mas eu estou. – Harry disse.

- Então para que tantas lágrimas?

Harry secou o rosto.

Sirius foi ao encontro de Rony, Gina e Hermione; sendo carinhosamente recebido pelos três. Ficaram ali, conversando, rindo, contando a ele tudo o que tinha acontecido na sua "ausência"...A conversa estava maravilhosa, mas foi interrompida pela Sra. Weasley chamando-os para o jantar. Havia um verdadeiro banquete a mesa. Todos se entreteram com a comida, tanto que nem perceberam que o quarteto estava combinando de se retirar.

Eles se levantaram e deram a desculpa de que estavam cansados e ainda teriam de arrumar suas coisas antes de irem dormir. Desejaram boa noite e retiraram-se. Cada um pegou o seu respectivo malão, levando para o segundo andar. Enfiaram a bagagem em qualquer quarto e Hermione disse:

- Bom, agora que Sirius está de volta podemos deixar essa maluquice para lá!

- Ao contrário! – exclamou Harry – É mais importante do que nunca desmascarar o Snape...Ou o meu padrinho acabará sendo morto outra vez.

- Está certo, mas se encontrarmos alguma coisa comunicaremos a Dumbledore.

- E se ele estiver lá em cima? – Rony perguntou.

- Se o Snape estivesse aqui, ele teria ido lá em baixo destilar o seu veneno contra nós... É melhor começarmos logo. – Harry disse.

O quarteto se entreolhou e rumou para o terceiro andar. Chegando lá, perceberam que a decoração também era do século XVIII, mas que tinha sido mudada para ficar mais alegre, mais leve. Começaram a abrir os quartos...Nada de estranho. Até que perceberam que duas das portas não podiam ser abertas. Harry exclamou:

- Eu disse! Disse que ele estava escondendo algo!

- Harry...Estes quartos devem ser dele. Só deve estar querendo preservar a sua intimidade. – disse Hermione.

- Intimidade! Desde de quando aquele sanguessuga tem intimidade? Quem ia querer ter alguma coisa com ele? – Rony debochou.

Hermione ia brigar com ele, mas foi interrompida por Gina:

- Antes de tirarmos conclusões, devemos ver o que há lá em cima. – disse apontando para a escada que levava ao próximo andar.

Todos concordaram e começaram a subir a escada. Harry estava à frente, seguido por Hermione, Rony e Gina. Repentinamente Harry parou e disse:

- Não sabemos o que podemos encontrar... É melhor estarmos preparados.

Harry pegou sua varinha e foi acompanhado pelos outros. Terminaram de subir a escada sem fazer o menor barulho. Olharam a sua volta e viram muita coisa empilhada, caixas, retratos. Então, repararam que havia algo ao fundo. Uma porta semi aberta de onde saia um pouco de luz. Empunharam suas varinhas e começaram a andar em direção a porta. Ficaram agachados atrás de algumas caixas vendo quem ou o que estava lá dentro.

Uma sombra.

Algo se movimentando.

Estavam atentos, as varinhas apertadas em suas mãos e finalmente viram o que esta ali.

Uma mulher.

Não! Parecia mais uma garota. Cabelos negros, muito lisos quase na cintura. Seus olhos eram verdes...Ela preparava alguma coisa. Eles se entreolharam e não exitaram. Saíram de trás das caixas com as varinhas em punho e abriram a porta ferozmente dizendo:

- Não se mova!

Um vidro se espatifara no chão. Ela deu um passo para trás encostando-se na parede...Estava com medo, o coração disparando em seu peito. Respirou fundo, e com a voz trêmula pediu:

- Por favor, não me machuquem.

Hermione pareceu ser a única a perceber o pavor da menina e que ela não representava perigo algum. Por isso, abaixou um pouco sua varinha e disse:

- Nós não vamos machucar você. – olhou para os demais – Devemos levá-la lá para baixo.

Os três concordaram com ela e com a varinha apontada fizeram sinal para que ela os acompanhasse. Tremeu, não tinha escolha, desencostou-se da parede e foi com eles. No meio da escada para o segundo andar Harry disse:

- Gina vá à frente e avise a todos.

- Certo! – ela concordou e foi.

Hermione tentou encostar a mão no ombro da menina, mas ela recuou. E Hermione se deu conta de que a menina estava apavorada demais para a situação em questão, mas soube dizer o que a aterrorizava tanto.

Gina entrou feito um vendaval na cozinha. Todos se sobressaltaram e a Sra. Weasley indagou:

- Gina, querida, o que houve?

- Nós encontramos alguém espionando a casa. – explicou.

Não houve tempo para que nenhum deles reagisse à informação de dela. Eles adentraram a cozinha... A "espiã" à frente, Harry, Rony e Hermione de varinhas em punho atrás dela. Dumbledore levantou-se rapidamente, a cadeira em que estava sentado caiu no chão, olhou indignado para o trio e ordenou:

- Abaixem suas varinhas!

A voz do diretor fez com que mais ninguém da mesa se levantasse e o trio imediatamente abaixou as varinhas. A menina correu para perto de Dumbledore e este, agora com a sua voz habitual, afirmou:

- Becky...Está tudo bem. Eles também são membros da Ordem e...

Alvo não pode dizer mais nada, pois todos voltaram suas atenções para Snape, que acabara de desaparatar na porta da cozinha. Becky também olhou em direção ao barulho e então exclamou:

- Pai!

Ela correu até ele. Severo passou seus braços ao redor dela abraçando-a e com uma voz suave ele disse:

- Está tudo bem.

Becky relaxou. Sabia que o pai não deixaria que nada de ruim lhe acontecesse. Severo continuou abraçando filha, sequer olhou para os outros e virando-se para Dumbledore quebrou o silêncio que pairava ali:

- Vou subir com a minha filha para que ela fique mais tranqüila. Quando eu descer espero não encontrar uma alma viva que seja...Ou não me responsabilizo pelas conseqüências.

Severo não os olhou, nada mais falou, pegou sua filha e a levou para seu quarto no terceiro andar.