Título:
A longa noite de nós dois
Autor: magalud
Categoria:
slash
Gênero: Dark, Angst, Romance
Classificação:
R
Personagens ou Casais: Harry/Snape
Resumo: Depois de passar o
verão com Snape, Harry volta a Hogwarts para seu último
ano, um que jamais esquecerá.
Spoilers: escrito antes de
Harry Potter e o Príncipe Mestiço.
Disclaimer:
Reconheceu alguém? Não é meu.
Alertas: Mpreg.
Violência. Palavrões. Non-con.
Avisos: Continuação
de "O verão glorioso". Você tem que ler esse
primeiro, não tem jeito. Aliás, se já leu,
aconselho até a reler. Mas não se esqueça de que
a trilogia começou com "A prisão de Harry Potter"
Notas: Peço desculpas se alguns dos nomes estiverem no
original e não na tradução brasileira. Eu não
acredito em traduzir nomes, embora eu conscientemente acredite em
alienígenas como um exercício de estatística.
Notas
1: Tudo isso começou com um plot bunny que Ravenkiss plantou
na minha cabeça. Não era um bunny branquinho e fofinho:
ele era cruel, viciado em ácido lisérgico, cheio de
dentes afiados e não me largou até eu começar a
escrever essa fic. Pior do que isso, até eu escrever, ele
chamou vários amiguinhos e aí eu tive que fazer uma
trilogia. Ao longo da história há homenagens e citações
a Ptyx, a vários outros autores, sem mencionar a invasão
de um outro personagem fictício.
Notas 2: Os títulos
dos capítulos são músicas do Yes, por causa dos
fascinantes jogos de palavras e imagens. Eles podem parecer não
ter nada a ver, mas são tudo de bom. E foi um pretexto para eu
revirar meus velhos álbuns! J
Notas
3: Agradecimentos e gratidão eterna à fenomenal
Lilibeth, a lili-beta e à Amanda Saitou!
A longa noite de nós dois
Capítulo 1 – Sonhos doces
Ao entrar o Grande Salão de Hogwarts para o Banquete de Boas-Vindas, Harry Potter mal conseguia esconder a emoção. Ele sabia que muita coisa estava em jogo aquele ano: era a última vez que assistia à cerimônia de seleção de novos alunos, porque era seu último ano na escola; a guerra contra Voldemort provavelmente tomaria novos rumos, e ele estava apaixonado por seu relutante Mestre de Poções. De todas essas coisas, apenas a última lhe parecia mais urgente e importante, ocupando sua mente todo o tempo. Os dois tinham vivido um tórrido romance durante o verão, um romance que Severus Snape insistira em romper uma vez que as aulas recomeçassem.
Contudo, Harry não estava nada satisfeito com essa separação e prometera a si mesmo fazer de tudo para reconquistar o homem por quem seu coração batia. Não que ele tivesse exatamente um plano, mas ele pretendia ir até as últimas conseqüências para provar a Severus que ele não fora apenas uma paixão adolescente de verão.
Harry refletira longamente sobre isso durante a semana final das férias, que passara em Grimmauld Place com os Weasley e Hermione. Foi nessa ocasião que ele finalmente dissera aos amigos que era gay. A reação não fora tão ruim quanto esperava: Ron se recuperara do choque inicial assim que Harry garantira não estar interessado nele, e Hermione o abraçara, dizendo que não era uma escolha fácil.
O ano realmente prometia ser movimentado, e isso começava naquele exato instante. Os alunos viram o retorno do professor Remus J. Lupin à cadeira de Defesa Contra as Artes das Trevas, e houve reações, uma vez que era amplamente conhecido tratar-se de um lobisomem. Os Slytherins pareciam chocados e insultados. Os alunos do primeiro e segundo anos estavam de olhos arregalados, como se esperassem que Lupin os atacasse na primeira oportunidade. Alguns poucos saudaram-no de volta com alegria, como o trio de Gryffindor.
Já no jantar de boas-vindas, Harry pôde perceber que Draco Malfoy continuava sendo informado por seu pai, agora fugitivo de Azkaban. Em alto e bom som, o louro jogava insinuações sobre Harry ter visto "o sol nascer quadrado" ou "puxar tempo atrás das grades" por causa da "branquinha". Seus dois gorilas, Crabbe e Goyle, bem como o alourado Blaise Zabini, riam-se alto.
Harry os ignorou, tendo olhos somente para Snape. Como ele sentia falta daqueles olhos pretos revirando de desejo, o cheiro de sexo, suor e lubrificante aumentando-lhe o tesão...
Seriam muitos banhos frios até Snape ser convencido a novamente repartir os lençóis com o Menino-Que-Sobreviveu.
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– Passou bem as férias, Harry?
– Sim, senhor – Harry estava um tanto apreensivo. As aulas mal começaram e ele já tinha sido chamado ao escritório do diretor.
– Sua decisão de passar o verão com o Prof. Snape foi uma surpresa para mim, Harry – confessou Albus Dumbledore. – E eu raramente me deixo ser surpreendido. Acredito que vocês tenham resolvido suas diferenças.
E como, pensou Harry.
– Oh, sim, senhor.
– Então não vai se importar de ter atividades extras com ele?
– Nós passamos o verão com aulas de Legilimência, senhor, se é disso que está falando.
– Não, Harry, na verdade eu falo de Poções.
– Poções? Mas eu não faço Poções.
– Precisamente. E você vai precisar ter aulas se quiser fazer os NEWTs para se tornar um Auror.
– NEWTs de Poções? Mas eu não sou bom nisso...
– Harry, é muito importante que você se torne um Auror. Esse treinamento pode ser crucial para derrotar Voldemort. Por isso estou pedindo ao Prof. Snape que reserve horários noturnos para ensiná-lo. Eu mesmo lhe ensinaria, mas já que vocês estão se dando bem e ele é o nosso atual Mestre de Poções...
Harry imediatamente concordou, por motivos muito menos nobres do que a guerra contra Voldemort: agora ele tinha um desculpa oficial, sancionada por Dumbledore, para visitar Severus durante as noites. E não perdeu tempo.
Na primeira oportunidade, ele pegou o Mapa dos Marauders e foi às masmorras. Bateu à porta e ouviu a ordem de entrar, obedecendo em seguida. Severus estava na sala de aula vazia e movimentou a varinha no ar, causando um suave estalido de mágica.
– Agora as proteções vão reconhecer você.
– Obrigado, Severus. – Harry sorriu. – É bom ver você.
O sorriso de Harry afetou o Mestre de Poções como um feitiço direto. Ver o rapaz depois daquela breve separação provou ser mais difícil do que Severus imaginara. Ele planejara usar aquele período para se convencer de uma vez por todas que Harry era inacessível e que tudo tinha sido apenas um arroubo de verão. Agora ele via que o rapaz estava impregnado em sua pele, marcado a ferro e fogo em sua alma.
Não que isso mudasse alguma coisa. Não importava o que Severus sentia. Seus sentimentos nunca tinham sido importantes antes, e isso não iria mudar agora só porque ele estava apaixonado por Harry. Por mais difícil que isso fosse, ele tinha que manter a palavra e continuar longe do jovem. Era o melhor para o rapaz, e, justamente por amá-lo tanto, Severus prontamente negaria todos os seus sentimentos.
Mas ninguém disse que seria fácil, com ele a sorrir, os olhos verdes brilhando em sua direção, a proximidade que o fazia lembrar-se do glorioso verão...
– Calculo que o diretor tenha lhe dito sobre a necessidade de reforçar seu aprendizado em Poções.
– Ele me disse. Eu só vou ter que contornar os horários de Quidditch.
– Dificilmente haverá problemas. Lamento por suas noites livres.
– Eu não me importo. Agora posso dizer a verdade a Ron e Hermione, que estou com você.
– Ah, sim, seus amigos. Foi bom o final de suas férias?
– Foi bom estar com meus amigos, mas senti sua falta, Severus.
Severus desviou o olhar e mudou de assunto:
– Conseguiu falar com seus amigos a respeito de suas... inclinações?
– Se eu contei que sou gay? Ah, falei. Ron demorou a se acalmar, e Hermione me olhou como se eu tivesse contado que só tinha um mês de vida.
– Há quem diga que isso é uma doença.
O rapaz deu de ombros:
– Não se pode agradar a todos. O importante é que eles não me rejeitaram.
– Sim, isso é muito importante. Numa época de guerra, é imprescindível arregimentar apoios.
– Eu vi que Voldemort chamou você há poucos dias.
– Não diga o nome dele!
– Por quê? Por que você tem tanto medo?
– Não é medo. Toda vez que o nome dele é pronunciado, a Marca Negra arde. E ele sente, e depois questiona o que se falou sobre ele.
– Desculpe – Harry estava envergonhado. – Eu não sabia.
– Tudo bem, só não repita isso. Eu sei que o Prof. Dumbledore o incentiva ao pronunciar o nome dele.
– Não faço mais. Mas ele... estava bravo?
– Ele quer capturá-lo, Harry. Estava impaciente e deu-me instruções para vigiá-lo de perto.
– Sei – Harry não pôde evitar um sorriso malicioso. – E como pretende fazer isso, de me vigiar de perto? Sabe, eu tenho algumas sugestões.
Percebendo o tom licencioso do rapaz, Severus disse:
– Harry, por favor. Nós já conversamos sobre isso.
– Tá, eu sei. Mas não pense que isso me agrada.
– Acho melhor começar sua lição de Poções. Trabalharemos aqui e você usará os estoques da escola.
– Está bem, Severus.
– Para começar, use esse livro: "Poções Avançadas", de Libatius Borage. Ele é muito antigo, e você pode estranhar a linguagem no início, mas é bom ir se acostumando.
– Certo.
Não era exatamente o reencontro sonhado por Harry, mas ele estava ao lado de Severus e isso era o que mais importava no momento.
