– Você é...incrível! – Senti minhas bochechas corarem. – Obrigado, Duo...obrigado por me dar esse chance, por me dar essa rendição...meu coração está...mais leve. – Meu sorriso aumentou e eu o abracei, pouco me importando em como aquela cena parecia aos olhos dos outros. – Obrigado...obrigado. – Embalado por aquela palavra, que Heero repetia como um mantra, dormi.

Confortavelmente no calor dos seus braços.

(¯·..·¯·..·¯)

Claro que não fizemos daquilo uma prática constante. Se tivéssemos feito aquela noite que Duo dormiu nos meus braços uma prática, não seria tão especial. Era a lembrança a qual eu recorria quando me sentia sozinho ou apenas triste. Me confortava lembrar daquele calor tão gostoso que só o americano possuía.

Não que durante os meses que se seguiram eu senti a necessidade de recorrer àquela lembrança tão gostosa. Duo agiu de uma forma quase...mágica sobre mim. Sorrisos, gargalhadas, abraços, palavras bobas...só ele conseguia arrancar gestos tão espontâneos de mim, transformando meus dias, que antes eram vazios, em períodos deliciosamente bons de serem vividos.

Estabelecemos uma rotina confortável. Não falávamos sobre o quão bizarra nossa situação era. Bem eu não falava porque não via necessidade e Duo...bem...ele não falava porque ainda não podia.

Não...ele ainda não tinha superado o trauma, mas posso dizer que ele estava indo muito bem. Ele voltou a estudar e parecia emitir luz própria a cada vez que aprendia algo novo. Eu também aprendi muitas coisas valiosas naqueles meses. Aprendi junto com ele os sinais dos surdo-mudos, aprendi a falar mais e aprendi a ser feliz.

Realmente era difícil dizer pra qual de nós dois aquela convivência estava fazendo mais bem. Duo brilhava quando estava ao meu lado, seus sorrisos quase cegavam os que estavam perto. E eu tenho plena consciência que também estava constantemente no mesmo estado. Feliz.

Mas a dor...a minha por ter causado o acidente e a dele por conviver, e gostar, comigo não sumiram. Os sentimentos ruins ainda estavam lá, machucando de vez em quando, ferindo quando remexíamos mais fundo na ferida que ainda não estava cicatrizada. Mas...conseguíamos manter essas coisas afastadas do nosso convívio. Eu chorava sozinho às vezes e Duo também.

(¯·..·¯·..·¯)

Acho que já faziam três meses desde aquela noite tão...peculiar com Heero. Tudo estava imensamente bem. Jamais havia me sentido naquele estado quase permanente de felicidade. Aquela sensação gostosa que aquecia meu peito cada vez que o olhava ou simplesmente ouvia sua voz, parecia crescer com uma velocidade quase vertiginosa e no fim daqueles três meses já não me imaginava ser tão apegado a alguém como era com Heero.

Ele sorria pra mim...me dava beijos de boa noite e jogava vídeo game comigo. Em dias mais quentes íamos ao cinema e tomávamos sorvete. Ele entendia meus olhares e respeitava meus poucos momentos tristes.

Eu gostava de ficar com ele.

Ele até mesmo deu um pequeno jeito no escritório que se tornou meu quarto. Oh...ele me mimava. Algumas vezes eu me pegava com o sentimento bizarro de gostar de tudo que tinha acontecido só por causa daqueles mimos. Mas claro que essa sensação passava logo e eu me sentia culpado depois. Bem...Heero também estava comigo quando eu me sentia assim.

Eu estudava e quando voltava apenas tomava um banho e o esperava, para ouvir sua voz cansada desejar um "boa noite", para depois praguejar em o quanto seu trabalho podia ser cansativo. Hum...eu gostava daquilo. E também gostava quando vez ou outra seus dedos se entrelaçavam em meus cabelos soltos, ou quando ele elogiava a comida que eu fazia.

Oh, merda! Acho que não existia nada que eu não gostasse nele.

Ah...ele era bastante mal-humorado as vezes...na verdade ele tinha a tendência de, pelo menos três dias por mês, ficar com um humor insuportável. Quase como uma TPM. Claro que quando lhe disse, através de sinais, que ele parecia uma mulher enjoada a beira de um ataque de nervos, ele ficou bem, mais bem bravo mesmo. Chegou ameaçar me amarrar na cama.

Hn. Ele nunca faria isso comigo. Eu era o motivo de seus sorrisos, de sua felicidade. Não que eu fosse presunçoso ou algo do tipo, mas o próprio Heero fazia questão de me lembrar o quanto eu era importante pra ele.

No começo achei que fosse remorso por tudo, mas depois de algumas semanas percebi que seus olhos realmente brilhavam quando me viam ou quando ele me ajudava com algo. Ou até mesmo quando, distraidamente, me chamava de "filho".

Essa era a parte estranha.

As papeladas pra adoção estavam sendo encaminhadas rapidamente, graça à influencia que o nome Winner tinha, mas...eu não me sentia muito confortável com aquilo. Não que eu não quisesse ficar e continuar com Heero, mas tê-lo como um pai...hum hum...definitivamente estranho demais. Até mesmo porque eu nunca o veria dessa forma. O que eu sentia era mais...intenso, alguma coisa que fazia meu coração explodir de felicidade com um simples abraço ou um elogio.

Naqueles meses eu ainda não sabia nomear aquele sentimento, mas eu descobriria depois.

(¯·..·¯·..·¯)

– Bom dia, pirralho... – Murmurei sonolento, enquanto empurrava Duo para fora da cama. – Hoje é domingo! – Resmunguei me enrolando novamente nos cobertores.

Hn...aquele americano tinha a péssima mania de, quando queria me acordar, se deitar ao me lado e se mexer até eu acordar, puxando os lençóis, esfregando o rosto em meu peito...

Era um domingo. Um maldito domingo de inverno. A neve lá fora parecia nada convidativa e o frio era tão intenso que eu me xingava mentalmente por não ter mandado consertar o aquecedor.

Hum...domingo era meu dia de ficar exclusivamente com Duo. Fazíamos coisas bobas, como sair, almoçar juntos, jogar vídeo game, ou simplesmente sentar no sofá da sala e assistir TV. Era um dia apenas para me lembrar o quanto era bom tê-lo ali comigo. Não que não fizéssemos coisas juntos nos outros dias, mas domingo...era especial.

O sábado reservávamos para, normalmente, jantar com Quatre e companhia. Apesar de eu ainda odiar a forma que Wufei olhava para Duo. Mas...através de um pedido silencioso do americano eu concordara em não partir a cara daquele chinês safado. Até mesmo conseguia conversar com ele sem socá-lo.

– Ok! Já acordei! – Gritei mal-humorado quando senti seus dedos frios nas minhas bochechas. – Hum...desculpe. – Murmurei quando vi seus olhos ficarem quase chorosos. – Eu...ora seu... – O empurrei, vendo-o rir da minha cara. Mais uma vez ele havia me enganado com aquela carinha de cachorro sem dono.

Ainda sonolento e tremendo de frio, levantei e me enfiei no robe o encarando seriamente. Ele ainda estava deitado, os cabelos caprichosamente presos num rabo de cavalo fazendo os fios se espalharem pela cama. Olhando-o desse jeito eu agradecia ainda mais por tê-lo ali comigo, me mostrando eu podia ser feliz.

Eu não tinha nenhum trauma nem motivos para ser o cara insuportável que era antes de conhecê-lo, afinal eu ter causado aquele acidente nunca fora motivo para meu humor nada social. Eu não era feliz porque...nem eu sabia, eu só não era uma pessoa alegre e ponto. Minha vida sempre foi muito preto e branca. Mas depois que Duo surgiu...foi como se ele aparecesse com uma aquarela e colorisse tudo, desde os momentos mais complicados aos mais simples.

Pisquei confuso e quando me dei conta o americano já estava ao meu lado, sorrindo de forma estranha. Merda! Tinha me perdido de novo em pensamentos. Isso tinha sido uma freqüente nos últimos dias, desde que Duo aparecera com uma amiga.

Eu sentira ciúmes...claro que sim! Naqueles meses Duo havia sido só meu, minha fonte de alegria pessoal e de repente eu ter de dividi-lo...hum...muito complicado. Só o que posso dizer é que a garota não voltara mais lá...segundo Quatre eu tinha lhe dirigido meu olhar "vou te matar".

Hn. Duo era só meu. Meu amigo, meu irmãozinho e meu...hum...filho? Estranho...apesar da adoção ser fato certo eu ainda tentava me acostumar com o papel que eu representaria legalmente. Claro que eu já agia como um protetor para o americano, mas legalmente...era outra história. Até mesmo porque eu ainda tinha medo que algo pudesse dar errado, afinal a irmã da mãe de Duo poderia voltar a qualquer hora exigindo mais dinheiro e dependendo do meu humor, talvez ele não fosse ganhar dinheiro nenhum.

Ah...eu também havia subornado a tia de Duo para ela não leva-lo...ora Duo era meu! Eu lhe daria um futuro muito melhor que qualquer um poderia lhe dar!

Uma mão na frente do meu rosto me alertou que novamente havia me perdido em pensamentos. Sorrindo, caminhei com Duo até a cozinha.

– O que vamos comer hoje? Cereal? – Ele fez uma cara nada boa. – Panquecas? – Senti um beijo estalado na minha bochecha e sorri, começando imediatamente a preparar a massa.

Era mais um ritual nosso, durante a semana Duo quem cozinhava, mas no domingo eu me encarregava de tudo. Eram atos íntimos, só nossos. Podiam parecer bobagens aos olhos dos outros, mas para mim, e para Duo, aqueles momentos que havíamos criados eram muitos especiais.

Aliás...todos os momentos com ele eram especiais.

(¯·..·¯·..·¯)

Heero estava tão perdidos em pensamentos, e isso só acontecia em dois casos: ou ele estava pressentindo algo ou eram seus dias de "TPM". Claro que eu nunca arriscaria lhe contar minhas dúvidas...primeiro porque ele não acreditava que podia "pressentir" as coisas e segundo bem...eu gostava dos meus dentes.

Comemos as deliciosas panquecas que ele fez e em seguida, fomos para sala, assistir horas seguidas de desenhos animados. Era a nossa rotina e eu me sentia muito confortável com ela.

Duvido que mais alguém o visse rindo enquanto via aqueles desenhos e duvido mais ainda que alguém ganharia aquele carinho gostoso na nuca que ele me fazia, enquanto eu estava deitado com a cabeça em suas pernas.

Eram momentos tão únicos, tão nossos...eu passava a semana toda esperando pelo domingo. Esperando para ficar com ele, para abraça-lo depois que ele preparava o café da manhã e para acorda-lo daquela forma que eu tanto gostava.

Me remexi, me virando de costas para a TV, ficando de frente pra ele. Eu sabia que por baixo daquela roupa, bem na minha frente, estava aquele abdômen definido que eu tanto gostava de ficar passando os dedos, contornando os músculos, nos dias de domingo que não faziam tanto frio. E também sabia que ficar pensando naquilo me fazia corar.

Algo estava errado desde o começo, mas a cada dia se tornava mais incômodo, cada vez que a intimidade entre nós crescia, junto com ela esse sentimento estranho inflava, criando um nó na minha garganta cada vez que ouvia a palavra "adoção".

Eu não o queria como pai, embora gostasse daquele jeito protetor e adorasse ainda mais ver o ciúme que sentia de mim. Eu queria que ele sentisse aquilo como um...

Que absurdo! Sorri dos meus pensamentos insanos, chamando a atenção de Heero.

– Que foi, Duo? – Ergui meus olhos, encontrando os dele. – Por que está rindo aí sozinho? – Eu apenas lhe mostrei a língua e esfreguei meu rosto em sua barriga, arrancando pequenos sorrisinhos.

Em seguida ele me ergueu pelos ombros e olhou nos meus olhos durante longos minutos. Eu sustentei o olhar, sorrindo e acariciando seu rosto. Adorava olha-lo daquela forma, despido de máscaras e sem reservas. Ele ficava tão...Heero. Aquele Heero que só eu conhecia, que ele só mostrava pra mim.

– Você sabe o quanto é importante pra mim, não sabe? – Arregalei meus olhos, sempre me surpreendendo com aquelas palavras, mesmo que elas fossem ditas com uma certa regularidade. – Sabe que só quero seu bem. – Eu assenti dando-lhe um abraço com gosto que só os abraços de domingos tinham.

Ele retribuiu e ficou acariciando minhas costas, enquanto balançava o corpo levemente, me embalando daquela forma que só ele sabia.

Muito tempo depois nos afastamos sorrindo e lhe dei um beijo na ponta do nariz, vendo-o sorrir mais abertamente.

– Vamos almoçar fora? Apesar desse frio irritante... – Concordei e ele me deu um tapinha no ombro. – Então vá se arrumar...não quero ficar aqui...acho que alguma coisa vai acontecer hoje aqui.

Bingo!

(¯·..·¯·..·¯)

Aquele olhar...apenas me levantei me negando a "discutir" mais uma vez com Duo sobre aquela minha "habilidade" de pressentir as coisas.

Se bem que não discutíamos por motivos óbvios. Eu apenas falava e falava, enquanto Duo só me olhava e sorria de forma debochada.

Hn. Grande ironia de vida, logo eu, que nunca fui dado à palavras, falava como um louco tentando explicar que não era nenhum vidente para o americano.

Desistindo de pensar sobre isso, rumei até meu quarto me preparando para sair. Duo fez o mesmo e vários minutos depois estávamos prontos e, me arrisco dizer, lindos nos nossos trajes de inverno.

Claro que e o americano arrancaria suspiros e faria muitos pedestres e motoristas atropelarem postes para olha-lo, mas eu também não estava tão mal, pelo menos era o que os olhos do americano me mostravam.

– Hum...como estou? – Perguntei, sorrindo. – Dá pra arrasar alguns corações por aí? – Ele corou adoravelmente e eu pisquei, apertando suas bochechas, em um daqueles gestos espontâneos que só ele conseguia arrancar de mim.

Encontramos um restaurante simples, mas com aquecedor. E isso realmente era o que importava. Já tinha tentado levar Duo alugares mais sofisticados, mas ele não se sentia a vontade então, apesar de achar que batatas fritas não constituíam um almoço saudável, deixava ele escolher os lugares para onde íamos. Os sorrisos que ele me dava enquanto comia aquelas porcarias valia a pena.

Mas até que daquela vez a escolha foi bem agradável, não que eu estivesse muito preocupado com isso. Naquele dia, em especial, Duo me parecia mais...bonito. Seus olhos brilhavam de uma forma diferente, mais reluzente. Hn...alguma coisa iria acontecer...eu podia sentir no ar.

Dei as costas a esse pensamento e continuei almoçando, tendo Duo e seus lindos sorrisos por companhia.

– Hum...sorvete fora de cogitação. – Comentei enquanto me levantava e deixava o dinheiro sobre a mesa, com uma boa gorjeta para o garçom que havia mimado bastante Duo com enormes porções de batata frita. – Mas...que tal um chocolate quente antes de voltar pra casa? – Seu sorriso quase me cegou e um beijo estalado foi depositado em minha bochecha.

Notei que vários olhares foram lançados em nossa direção, bem como percebi que Duo se encolhera com o peso do preconceito, sem motivo algum. Além de estarem equivocados, ainda constrangiam Duo...bando de desgraçados. Refreei meu impulso de socar cada um deles e passei meu braço pelos ombros do americano, vendo-o sorrir fracamente.

Mais que rapidamente saí do restaurante, recebendo uma rajada de vento gelado no momento que abri a porta. Xingando todas as entidades responsáveis por aquele tempo detestável, me virei para Duo, enquanto esfregava seus braços com minhas mãos.

– Muito frio, não é? – Ele assentiu. – Vamos logo para casa, eu faço o chocolate quente por lá.

Notei que durante o percurso Duo estava com um olhar baixo, quase perdido. Quis perguntar o porquê daquilo, mas não o fiz. Algo me dizia que se mexesse naquilo, naquele momento, me arrependeria.

(¯·..·¯·..·¯)

Por que todos aquele olhares sobre nós? Eu...não queria que me olhassem daquela forma só porque eu havia beijado Heero. O que tinha de errado? Eu sempre demonstrava meu carinho por ele, mas nos olharam como se nós fossemos...amantes.

Corei até a raiz dos cabelos e virei meu rosto para a janela do carro, notando que estávamos chegando. Me forcei a pensar sobre aquilo. Por que eu me sentia tão...quente quando o abraçava? Por que sempre corava quando ele me pegava olhando-o de uma forma quase...boba?

Eram sentimentos estranhos e ao mesmo tempo bem conhecidos, como se sempre estivessem lá, mas a partir daquele momento no restaurante eles resolveram sair de sua caixa e dar uma espiada. Mas...o que eram afinal? Eu queria estar perto dele...queria abraça-lo, sentir seus dedos em meu rosto e seus olhos nos meus, mas...havia algo de muito errada naquilo.

Não era como o que eu sentia por Quatre, por exemplo. Eu gostava do loiro, da sua companhia e até dos seus abraços carinhosos. Até mesmo com Hilde era diferente. Ela era minha amiga, eu também gostava dela, mas quando ela me beijou os lábios o que senti foi...nulo. Nada...nem mesmo uma batida mais rápida do meu coração...absolutamente nada.

Isso me trazia mais uma questão: eu era...hum...gay? Bem...eu não me sentia atraído por meninas...mas por meninos também não. Era como se fosse...assexuado. Claro que algumas coisas me excitavam, mas não a ponto de me fazer sentir algum tipo de interesse mais a fundo. Na verdade a única vez que me lembro de ter me sentindo completamente excitado foi quando vi Trowa e Quatre em um beijo bem...quente.

Claro que me sentia extremamente envergonhado por vê-los daquela forma, mas não era como se o banheiro da casa de Heero fosse um lugar público. Ainda mais com a porta entreaberta.

Esse momento unido a como eu sentia o coração aquecido quando os via juntos que me levavam pra essa encruzilhada. Eu era ou não era gay?

O beijo de Hilde foi algo nulo, mas quando Heero me abraçava ou me dava um beijo de boa noite meu coração falhava a batida e um arrepio gostoso percorria minha espinha. Será que...?

– Duo? – A voz de Heero me tirou de meus devaneios e percebi que já estávamos em casa, sem eu nem me lembrar de como havia chegado lá. – Tudo bem? – Fiz um gesto afirmativo, tirando o casaco e os sapatos.

Ainda pensativo me joguei no sofá, enquanto Heero preparava nosso chocolate quente. Bem se eu fosse gay, tudo estaria bem como sempre esteve, afinal nunca fui preconceituoso, mas...isso me trazia um novo problema: como Heero se sentiria em relação a isso? Como ele reagiria se soubesse que estava adotando um rapaz de 17 anos, recém completos, gay?

Hum...ele sempre pareceu apoiar a relação de Trowa e Quatre. Ah...com certeza ele não me condenaria, nem me expulsaria! Talvez ficasse chocado por saber que meu coração disparava quando ele me tocava, mas...merda! Por que a merda do meu coração disparava quando estava perto dele?

– Toma, Duo. – Ergui meus olhos, encontrando Heero segurando duas xícaras fumegantes.

Peguei a xícara e Heero sentou-se no chão, apoiando a cabeça em minha perna. Sorri, enquanto acariciava seus cabelos, deixando-os ainda mais rebeldes. Uma sensação gostosa se espalhou por meu corpo, me aquecendo e eu tinha certeza que não era por causa do chocolate quente.

(¯·..·¯·..·¯)

Aquele carinho era muito bem vindo. Os dedos macios de Duo passeavam pelas mexas dos meus cabelos, me deixando meio sonolento.

– Hum...temos deveres escolares para hoje? – Perguntei, erguendo meu rosto para fitá-lo.

Sua expressão era tão...aberta, tão exposta...Seus olhos me deixavam ver todos os seus sentimentos e a intensidade deles me assustou. Havia todo aquele carinho, mas também havia um certo desespero, uma ânsia que eu não entendia.

– Duo? – Ele piscou confuso, mas logo me deu um de seus sorrisos mais bonitos. – Temos deveres? – Ele assentiu e deixou seus dedos deslizarem por meu rosto.

O encarei sentindo aquele carinho tão diferente, tão...intenso. Seu sorriso ainda estava lá, firme no lugar, mas seus olhos...havia algo, definitivamente tinha alguma coisa que eu não conseguia identificar.

Suspirei quando seus dedos contornaram meus lábios e foi, provavelmente, esse gesto que o atentou para a situação estranha que nos encontrávamos.

Mais que rapidamente ele se levantou e foi até o quarto. Eu deitei no sofá, analisando o que tinha acontecido. Nós nos tocávamos sempre...abraços, carinhos, beijos, mas nada parecido com aquilo, nada parecido com aquela entrega que vi nos seus olhos.

Sorri, me repreendendo por pensar em algo tão sem sentido. Havia sido apenas mais uma forma de Duo mostrar seu afeto. Como ele não falava, sempre recorria a gestos como aqueles para demonstrar o que sentia. Bobagem minha ficar pensando sobre aquilo.

O barulho de passos na sala chamou minha atenção.

– Sente aqui. – Ele sorriu e ergueu uma sobrancelha. – Que foi? Não precisa de ajuda? – Ele negou e mostrou a língua, indo se sentar no meio a sala, apoiando os livros e cadernos sobre a mesinha de centro.

O observei atentamente, sorrindo. Eu sabia que ele teria dificuldades em algo então apenas esperei, mas nada aconteceu. Franzi as sobrancelhas...algo estava errado mesmo, Duo nunca perdia a oportunidade de me deixar estudar junto com ele.

– Duo. – Chamei de forma manhosa. – Fica aqui pertinho? – Ele se virou, sorrindo e se sentou com as costas no sofá, arrastando a mesinha junto. – Se precisar de ajuda você me chama? – Pedi de forma ainda mais manhosa. Ele assentiu e se virou um pouco, apoiando a cabeça no assento, me olhando intensamente.

Me perdi em meio aquela imensidão violeta, percebendo como era fácil sorrir quando estávamos daquele jeito: perto um do outro. Levei meus dedos ao seu rosto, acariciando sua bochecha. Um sorriso suave dançava em seus lábios que virou uma careta quando dei um peteleco em seu nariz.

– Vá estudar! – Ele riu, e me deu um soco no braço.

Ele encostou as costas no sofá e voltou a escrever em seu caderno. Eu sorri suavemente adorando aquela sensação que estar perto dele me causava.

– Solta pra mim, Duo? – Ele apenas levou os dedos até o final da trança e tirou o elástico, jogando o cabelo pra trás.

Desfiz a trança e deixei meus dedos se emaranharem em seus cabelos, adorando a maciez dos fios castanhos. Sempre fazia isso, simplesmente alguma coisa me impelia a tocar naquela massa castanha e Duo nunca pareceu se importar. Era um gesto só nosso, extremamente íntimo e que me deixava uma sensação muito gostosa.

A última coisa que me lembro antes de cair no sono, foi Duo me cobrindo com um edredom, me deixando enfiar a mão por entre seus cabelos novamente.

Continua...


Hey, pessoas fofas que mandam reviews e tornam o dia da escritora mais bonito! Tudo bem com vcs?

Beeem...espero que tenham gostado do cap e vamos as respostas dos reviews!

Litha-chan: Nyaa...que bom que gostou, moça! Quanto ao Fei pervertido...hehe...ele deixou a marca dele no fic!bem...ninguém disse que o Hee não gostou né? Maaaaaaas...não é questão de prazer né? Nesse caso é questão de sentimentos... Brigada pelo coment! Beijos!

BelaYoukai: Eita, moça...não fique tão pasma! O Duo é muito forte mesmo...talvez no decorrer do fic isso fique ainda mais evidente! Esse cap agora foi um pouco curto, ne? Corra, corra messsssssmo! E esse atake...hum...foi só um mal entendido...maaaaaaas...momentos melhores virão! Ahh...eu não levei a mal seu comentário...eu só expliquei como é a fic...não houve mal entendidos, ok? Beijos, linda!

MaiMai: Que bom que gostou, moça! Mas era pra chorar não! Espero que tenha gostado desse cap agora! E muito muito obrigada pela review super fofa!

Yukii: Hum...vc acertou mesmo! Tomara que tenha gostado desse cap! Beijos e obrigada pela review!

Anna-Malfoy: Matar o Fei? Não...nem tanto...uns bons socos resolvem! A explicação...eu não podia fazer um Hee completamente culpado, ne? Obrigada pela review! Beijos!

Ju: Juzinha, minha fofa...vc é má! Não faça isso com os que acompanham esse fic! Ou paro de te mandar o fic heim? Té parece...beijos, linda! Te adolu!

Youko Julia Yagami Nossa moça...vamos com calma, ok? Hehe...a fic ta pronta sim...beeeem não tão pronta...mas no total sim...eu não sei o número de caps ainda...mas creio que algo em torno de 10 ou menos! E caaaalma...não fike assim com o Feifei! Beijos!

Sakuia: Ah...assim eu fico vermelha viu? Que bom que ta gostando...e vou tentar continuar escrevendo da forma que escrevo...mas sempre tentando melhorar! Obrigada pela review! Beijos!

Karin Kamya: Oi, moça fofaaaaaaa! Fico muito muito feliz que vc ache minha fic tão boa! beeeeem...o Hee culpado...é fofoooo...imagina ele todo magoado...o Duo sorrindo pra ele...ai ai...voltando ao mundo real...hehehehe...pode deixar que as próximas "agarrações" os dois vão querer!Beijooooooos!

Beeem...ouvi dizer que o está deletando fics com comentários e respostas a reviews...se o fic sair do ar...cs já sabem o motivo...maaaaas...eu volto! Vamos torcer pra não deletarem, ne?

Beijos!

Até o próximo cap!

Quanto mais reviews...mais rápido vem o cap!