4. Livre Arbítrio

Aparatar era fácil, pensou Claire - desde que fosse feito por Sirius e tudo o que ela tivesse que fazer era se segurar a ele. Parecia como se o seu corpo inteiro tivesse implodido e expandido novamente logo em frente à mansão que ela conhecia de "Casas Bruxas da Grã-Bretanha", um dos best-sellers da livraria de sua família. Se fosse uma casa trouxa, estaria listada em todos os guias conhecidos, mas sendo tão mágica quanto Hogwarts ela se encontrava no meio de um campo aberto, chamado pelos trouxas de campo de golfe, e nenhum deles conseguiam notá-la. Malfoy gastava uma fortuna para manter a casa atualizada com todos os feitiços de segurança conhecidos e tinha muito orgulho de sua localização.

Ela suspirou. Aparatar a fez se sentir bem, quente e só um pouco tonta. E ainda havia aquele som batente, aumentando o ritmo quase como o som de um... Chocada ela percebeu que ainda estava nos braços de Sirius. Era a batida do coração dele que ela escutara, e o calor que ela sentia vinha do corpo dele. A bochecha dela recostava no tecido macio, e algo duro pressionou contra seu estômago. Um pouco surpresa ela percebeu que não era o cinto dele... Ela não era estúpida, e já tinha lido sobre... aquilo. Bruxos e bruxas, as diferenças fundamentais em anatomia e tudo o mais. Ela chegou até a ver diagramas móveis que explicavam como crianças eram concebidas e nasciam. Mesmo assim, nenhum dos livros ou imagens tinha dito nada sobre a doce dor em seu coração, a leveza de sua cabeça e o cheiro próprio masculino. Ela suspirou novamente e instintivamente se aconchegou mais próximo dele.

Sirius engoliu com dificuldade e fechou seus olhos. Seu corpo o traía, novamente.

"Claire..." ele sussurrou rouco. "Nós chegamos. Malfoy pode nos ver."

Ela segurou o colarinho da roupa dele. "Eu não posso fazer isso, Sirius." ela sussurrou. "Eu simplesmente não posso entrar lá... Tem muita gente."

"Você pode e deve. É seu plano, e é um bom plano. Eu particularmente não sou fã dele..." Ele parecia tão infeliz vestido de rosa em um robe da última moda que ela teve que sorrir. "Mas é um bom plano mesmo assim. E você pode fazer isso."

Claire suspirou e se endireitou. "Eu posso fazer isso. Eu sou um sangue-puro. Eu sou uma Winterstorm. E eu sou..."

"Rica..." ele completou.

"Certo."

Ela permaneceu no gramado como se não se importasse com o resto do mundo e deixou que Malfoy descesse as escadas para cumprimentá-los. Ele era um bruxo esbelto com cabelos claros e olhos pálidos. Claire reconheceu seu rosto da coluna social do "Profeta Diário", onde ele aparecia de vez em quando com sua mulher Narcissa, em eventos de caridade.

"Minha cara Srta. Winterstorm..."

Sirius deu um tapa certeiro nas costas dele e abriu um largo sorriso. "Sinto desapontá-lo, amigo, mas a dama já tem dono. É Sra. White agora, se você não se importa."

Os finos lábios de Malfoy se contorceram e ele fitou por alguns segundos a roupa rosa de Sirius e o cinto chamativo.

"Oh, sim, que negligencia da minha parte. Meus parabéns, Sra. White. E Sr. White."

Claire deu um pequeno sorriso que havia praticado em frente ao espelho. "Obrigada, Malfoy. Nós estamos muito... felizes." Ela colocou a mão nos braços de Sirius, como quem dita uma propriedade. "Por que não entramos? Está esfriando."


A casa era de tirar o fôlego em beleza e riqueza. Malfoy não fez esforço em esconder seu orgulho. Os Malfoys, ele disse à Clarie apontando vários antecessores, tinham vindo para Inglaterra com Willibald o Confuso

Enquanto Claire perguntava sobre as pinturas e os antigos objetos mágicos que estavam dispostos em redomas de vidro, os olhos de Sirius passeavam e checavam a multidão que se encontrava no salão e no terraço, bebendo e conversando animadamente. Ele reconheceu muitos dos rostos, alguns pelo "Profeta", mas a maioria pela lista de Comensais que Snape havia preparado para ele.

"E aqui está a adorável Sra. White." Malfoy os apresentou para um casal de idosos. De acordo com ele o bruxo era um dos juízes da Alta Corte de Magia e havia sido indicado como supervisor de Azkaban não fazia nem uma semana. "E seu marido, claro."

A mulher do juiz olhou para Sirius e deu um sorriso. Claire não gostou nem um pouco. Ela não sabia exatamente o que a havia incomodado, afinal a mulher não havia falado nada. Mas ela parecia com a garotinha que tinha roubado o bichinho de pelúcia de Claire na sua primeira noite em Hogwarts. Ela reconheceu o mesmo desejo e determinação no olhar da bruxa. Melhor ficar ao lado de Sirius.

Em poucos minutos eles estavam separados.

Sirius flertou seu caminho através da sala. Ele não havia esquecido como fazer isso. Por acaso ele não tinha sido o maior flertador de Hogwart? Ele ainda tinha o poder, um rápido olhar, um toque acidental... Mas isso era diferente. Isso não era divertido, e ele não se lembrava das garotas reagindo tão agressivamente e diretamente. Ainda assim, ele conseguiu pedaços de informações, nomes, locais, relações.

Malfoy pegou Claire pelo braço e passeou com ela pelos vários cômodos, se desculpando pelo fato da sua mulher não estar na festa.

"Narcissa não é muito interessada em política, eu temo." ele concluiu. "E quanto ao Sr. White?"

Claire deu de ombros e o seu diamante brilhou. "Eu não casei com Sirius pelos seus interesses em... política." Ela sorriu desdenhosa. "Ele tem os interesses dele, e eu não me importo com o fato dele ser professor. Mas eu não quero que ele interfira nos meus negócios ou... em outras coisas."

"Professor?" Malfoy franziu o cenho.

"Sirius é um Animago e insiste em ensinar truques em Hogwarts."

"Mas ele não é..."

"Registrado? Não, não." Ela deu um sorriso condescendente. "Mas todas essas regras e regulamentações ridículas são apenas para os plebeus, você não acha?"

Ele beijou a mão dela. "Exatamente."

Alguém levantou o copo e clamou um brinde para "Aqueles que não foram esquecidos!" e Malfoy levou Claire para o salão.

"Para os Lestranges" ele disse solenemente.

"Para os Lestranges" a multidão respondeu.

Claire procurou o rosto de Sirius, mas não o encontrava em lugar nenhum.

Saindo de fininho do lado de Malfoy, ela abriu caminho através da sala, passando pelos corredores e eventualmente indo ao andar de cima procurando por Sirius. Quando ela o encontrou ele estava encostado na parede, cabeça jogada para trás, as mãos abertas apoiadas na pedra fria da parede. Sua respiração estava aguda e rápida, com a pele pálida como a morte. As longas madeixas negras e os cílios longos acentuavam a beleza do seu rosto.

"Sirius?"

Claire cuidadosamente tocou o rosto dele. A pele estava fria e úmida, e ele não mostrou nenhuma reação, nem parecia notar que ela estava ali. Ela bateu em seu ombro, balançando-o com forças e agora começava a se preocupar. "Sirius, fale comigo."

Os lábios dele se mexeram, mas tudo que ela conseguiu escutar foi um lamento quase inaudível.

"Nããão..."

Pessoas passavam pelo corredor, rindo e conversando e lançando olhares curiosos na direção deles. O coração de Claire falhou uma batida. O que ela podia fazer? A qualquer minuto alguém poderia se aproximar e perguntar se havia alguma coisa errada.

Desesperadamente ela ficou nas pontas dos pés e beijou Sirius. Os lábios dela tocaram o dele, e ela quase se afastou com a sensação estranha. Ela não sabia o que fazer, nunca tendo beijado ninguém além de seus pais antes. Oh, e Roger McNamara no seu segundo ano em Hogwarts. Mas suas habilidades não havia melhorado desde então. Tudo o que ela podia fazer era fechar os olhos e confiar em seu coração. Sua mãe havia lhe ensinado a tratar as pessoas como ela gostaria de ser tratada. E era isso que ela estava fazendo agora. Carinhosamente ela pegou o lábio inferior entre seus próprios, acariciando-o. Sua língua tocou o canto da boca dele, seguindo vários e vários pequenos beijos.

Sirius sentiu a escuridão levantando de seus ombros como uma pesada capa. Quando os Lestranges foram mencionados, uma voz em sua cabeça começou a gemer tão lamentavelmente que ele mal conseguiu segurar um grito. Ele apenas teve tempo o suficiente de correr até o andar de cima e esperar que ninguém o encontrasse lá, enquanto ele tentava lutar contra a voz e a escuridão fria. Fazia semanas que ele não ficava tão ruim assim.

Vagarosamente ele ficou ciente da doce sensação de lábios suaves, respiração quente, uma língua o provocando, desafiando-o a abrir a boca e deixá-la entrar. Um tremor percorreu seu corpo. As lamentações em sua cabeça cessaram, as vozes sumiram e junto se foi a escuridão sufocante.

Em um movimento suave ele abraçou o corpo da mulher que o beijava, levantando-a e a pressionando contra a parede. Cobrindo o corpo dela com o próprio ele respondeu aos beijos, mas não suavemente. A língua dele forçou o caminho dentro de sua boca, explorando, conquistando. Ele não teve a reação que esperava. O ritmo estava errado, seus narizes atrapalhavam e quando ele finalmente mordeu o lábio inferior dela, Claire protestou suavemente, mas firme.

"Sirius, pare!"

Ela sentiu o rosto dele como se checasse a temperatura. E então ele lembrou que ela provavelmente nunca havia tocado outro homem, beijado outro homem antes dele. Pelo menos não dessa maneira...

Ele quase a empurrou para longe dele, segurando-a longe do seu corpo com braços fortes.

"Eu estou bem." Ele disse suavemente para que ninguém além de Claire escutasse. "Não me toque quando eu estou assim."

"Assim?" A voz dela era apenas um sussurro. "Você está tentando me dizer que isso acontece várias vezes?"

Ele evitou o olhar dela.

"Sirius?"

"Eu agüento." O rosto dele estava vazia, seus olhos azuis duros e escuros. "Apenas fique longe de mim." Quando ele viu a confusão e a mágoa na face dela ele a pegou pela mão em desculpas. "Claire, eu posso acabar machucando você."

"Não se preocupe. Você não terá a oportunidade." Ela se virou e foi direto para o salão.

"Nós iremos nos elevar ao poder, e então ninguém ousará se colocar no nosso caminho." Malfoy sorriu para Claire como um vendedor.

Ela tocou a rebuscada borda do retrato na parede, acordando um dos ancestrais do anfitrião. Ele tinha os mesmos olhos pálidos e cabelos claros. Admirando todas as figuras, Claire mantinha as costas para Malfoy. Assim ela não precisava encarar o olhar dele. O homem a deixava louca.

"Poder" Ela pensou e sua voz soou mais entediada do que ela se sentia. "Mas eu já tenho poder. Você ficaria surpreso do quão pouca coisa há que dinheiro ou nome não possa comprar."

Ela olhou através da biblioteca para a porta aberta e Sirius, parado ao lado da lareira do salão, deixando uma de suas admiradoras encher sua taça mais uma vez. Ninguém podia imaginar que o mesmo bruxo estivera despedaçado apenas um hora atrás, tentando se fundir à parede e balbuciando murmúrios em pleno terror. Sua voz estava um tanto embriagada agora. Claire podia apenas desejar que ele fosse um ótimo ator e não estivesse realmente bêbado.

Malfoy seguiu o olhar dela e sorriu. "Ah, Sr. White. Um bom espécime você tem aí. Acho que nós concordamos nos benefícios de um puro-sangue. Atributos físicos sempre passam adiante também.

"Ele é alto e bonito. E nem mesmo meu primo Valerius conseguiu achar uma falha na sua linhagem sanguínea."

"Bem, mas obviamente Sirius não é muito... esperto, não é mesmo?" Malfoy olhou com desdenho para o pequeno grupo ao redor da lareira.

"Eu tenho cérebro o suficiente, muito obrigada." ela respondeu levantando a sobrancelha.

Ele se aproximou e beijou sua mão. "Eu gosto disso em uma mulher."

Aposto que sim, pensou Claire, se esforçando para não puxar sua mão rápido demais. "Mas me diga novamente, porque eu deveria querer mais poder?"

Malfoy deu de ombros. "A maioria dos que seguem Voldemort fazem isso por coisas mesquinhas. Sexo. Dinheiro. Segurança. Você e eu, nós já temos tudo isso. E ainda assim, o Senhor das Trevas pode nos dar algo que não podemos comprar. Poder além de qualquer coisa que você pode imaginar."

Ela apenas olhou para ele. O rosto dele havia ficado vermelho e tinha algo nos olhos dele que a fazia lembrar como Koko ficava quando falava sobre Harry Potter. Admiração. Devoção. Idolatria.

Ela fechou as mãos na sua frente e manteve o rosto impassível. "Poder." ela repetiu.

"Poder para fazer o que você quiser. Sem nenhuma autoridade questionando você."

"O que eu quiser?"

Os olhos dele queimaram. "Pegar. Machucar. Matar. O que você quiser. Poder absoluto."

"Isso soa... fascinante."

"Soa, não? Mas a luta pela supremacia é cara. Subornos. Maldições. As necessidades do Mestre... Elas precisam ser financiadas."

"As necessidades do Mestre?"

Ele balançou as mãos impaciente. "Mais tarde. Por enquanto isso é tudo o que eu posso te falar. Ele recompensa seus servos grandiosamente. Mas também os pune grandiosamente, fique certa."

"Mas alguns dos seus seguidores ainda são prisioneiros em Azkaban. Eu presumo que os Lestranges a quem você brindou estão entre aqueles que são punidos?"

O rosto de Malfoy ficou vermelho de raiva. "Os Lestranges são leais. E as gratificações que eles irão receber compensarão todos esses anos em Azkaban. E logo."

Sirius sentou-se na cadeira perto do fogo e esticou as longas pernas. Ele jurou silenciosamente que nunca mais iria tratar uma bruxa como uma presa. Por que ninguém nunca havia dito a ele como era humilhante quando os outros o olhavam como hienas famintas observam um pedaço de carne?

Ele odiava o robe de seda que ele estava usando, porque isso dava às bruxas - e até mesmo alguns bruxos - a desculpa para tocá-lo apenas para dizer quão elegantemente o material deixava transparecer os seus músculos. E agora a esposa do juíz estava sentada ao lado dele, deixando sua mão passear pelas coxas dele... Abruptamente ele se levantou e se dirigiu para o barril de vinho.

Uma pequena bruxa com cabelos ruivos enrolados correu as mãos pelo cabelo dele, o que o fez ranger os dentes. O desejo de empurrar a mulher era enorme. O que o perturbava mais era que o simples toque de Claire conseguia excitá-lo tanto enquanto os toques provocantes das amigas de Malfoy simplesmente o deixavam nauseado. Após tantos anos sem contato físico, sem sexo, qualquer um iria supor que ele pegaria qualquer oportunidade de ter uma mulher na sua cama - ou no sofá do escritório, como uma das bruxas havia sugerido. Mas até então, ele não havia nem entrado no quarto de Claire...

Honra. Era tudo o que tinha lhe restado. Isso, e a promessa que ele fez a James e Lilly. Vingar suas mortes e proteger Harry. E se fazer passar pelo garanhão da bruxa mais rica da Inglaterra fosse ajudar a pagar sua promessa, ele iria fazer.

Ele flexionou os músculos quando a sua platéia pediu animada.

"Ah, Sirius." suspirou uma das bruxas e deu a ele um sorriso faminto. "Você precisa vir na nossa próxima festa. O sabor do entretenimento será diferente, mas eu aposto que você irá gostar."

"O sabor?"

"É tão... chato quando todos estão... fazendo por vontade própria." Ela traçou o queixo dele com as unhas pontiagudas. "Malfoy insiste que haja consentimento em sua casa. Mas então, para que serve mágica?"

Ele a olhou confuso, mas ela não o olhava no rosto, preferindo manter a atenção no seu corpo.

"Apenas uma palavra sua e você teria todo... consentimento comigo."

O sangue de Sirius congelou.

"Você está pensando no que eu estou pensando?" Ele perguntou sugestivamente.

Ela se ergueu nas pontas dos pés e sussurrou em seu ouvido, mas não antes de provocá-lo com sua lingua. "Impérius..."

Ele limpou a garganta e a bruxa tomou o sinal como uma aprovação, conjurando um cartão. "Meu marido não é ciumento," ela sorriu. "Na verdade, ele é capaz de querer se juntar a nós."

Sirius viu Malfoy sair da biblioteca e sussurrar no ouvido de um jovem bruxo. Eles trocaram uma piada silenciosa e saíram. Claire não estava em lugar nenhum que ele pudesse ver. Alarmado de repente, Sirius entregou a taça para a bruxa e deu a ela o sorriso tentador que era esperado. "Desculpe-me por um momento, a natureza chama."

A bruxa lambeu os lábios. "Se você precisar de alguma ajuda..."

Mas o objeto de seu desejo já abria caminho pela multidão que fechava as portas do salão.

Assim como Claire havia andado procurando por ele uma hora atrás, Sirius agora fazia seu caminho pelo labirinto de quartos, escadas e salões do casarão. Mais de uma vez ele atrapalhou algum casão dentro de closets, e após pedir desculpas nas primeiras vezes, ele simplesmente fechou a porta com violência depois de um tempo, sua preocupação crescendo.


Claire não conseguia pensar. Ou mais precisamente, ela conseguia, mas era terrivelmente difícil, como se sua mente tivesse sido transformada em um caramelo grudento. Cada pensamento exigia um esforço terrível, e parecia bem mais simples apenas obedecer as ordens do bruxo ao seu lado.

Ela conheceu Carl Prenner fora do escritório, quando Malfoy se desculpou e saiu para receber alguns convidados que acabavam de chegar. Ele parecia amigável o suficiente e prometeu mostrar a ela algumas das primeiras edições mais preciosas de Malfoy, na biblioteca. E agora ela simplesmente estava ajoelhada na frente dele e não consegua decidir se levantar. Ele havia lançado algum feitiço, um que ela não conhecia, que nunca havia lido sobre... Ela tentou lutar a compulsão de fazer o que ele mandava e quase despertou da sonolência que envolvia seu cérebro. Mas o bruxo agarrou seu ombro e a chacoalhou com força.

Ela se encolheu e se entregou.

Suas mãos se moveram para a calça dele, obedientes, desabotoando botão por botão.

Sirius não acreditou nos próprios olhos quando abriu a porta da biblioteca.

Uma olhada para o rosto sem expressão de Claire e ele sabia que ela não estava agindo por conta própria. Seu estômago se revoltou quando ele percebeu o que estava acontecendo. Ele sacou a varinha.

"Finite Incantatem!"

Na mesma hora as mãos de Claire caíram. A expressão em seu rosto mudou do vazio obediente para horror puro.

"Seu filho da puta!" Sirius agarrou a gola da roupa do bruxo e socou o rosto dele contra a parede. Prenner gritou. Sangue jorrou do seu nariz quebrado, manchando a mão de Sirius quando ele deu um soco direto no rosto.

Claire ainda estava no chão, consciente agora, tremendo de nojo e náusea. Seu vestido estava rasgado nos seios, e seu braço e pescoço doíam onde Prenner havia apertado, enfiando suas unhas na pele dela.

Sirius largou Prenner, o empurrando para um canto. Ajoelhando-se ao lado de Claire, ele levantou sua mão para tocar o rosto dela e tremeu quando ela se afastou. O olhar que ele lançou a Prenner era mortal.

"Se você chegar perto da minha mulher novamente, eu te mato." Com plano ou sem, espião ou não, ele jurou silenciosamente que iria matar o desgraçado.

Malfoy entrou na sala, alarmado com os gritos. Por um momento ele parou, absorvendo a cena: Claire ajoelhada, Prenner sangrando, Sirius furioso.

"Seu... amigo... tentou violentar minha esposa."

"Você ficou louco?" Malfoy gritou com Prenner, seu rosto vermelho de fúria. "Ela não é um pedaço de carne que você pode usar para seu entretenimento!"

"Bas ela consentiu! Bocê disse que eu boderia ter qualquer uba que..." choramingou o bruxo, que cobria o nariz quebrado com as duas mãos.

"Ela não consentiu." A voz de Sirius era fria. E apesar do bruxo ajoelhado ainda parecer ridículo no seu tão "fashion" conjunto de robe e botas, Malfoy deu um passo para trás. "Ele usou uma das Maldições Imperdoáveis."

"Isso é verdade?"

Prenner concordou com a cabeça, evitando o olhar pálido de Malfoy.

Malfoy puxou a varinha e apontou para Prenner

"Crucio!"

O bruxo começou a gritar, sem se importar com o nariz quebrado agora. Ele caiu, se debatendo e chorando em agonia. Finalmente quando sangue saiu sob suas unhas, Malfoy guardou a varinha e virou para Claire.

"Um erro imperdoável merece uma maldição imperdoável."

Claire permitiu que Sirius a ajudasse se levantar, e ele evitou tocar nela além do necessário. Ela cerrou os punhos e se afastou de Malfoy, do bruxo tremendo no chão, das poucas pessoas que entraram quando ouviram os gritos de Prenner. Ela tinha que manter a aparência da nobre bruxa fria até que eles tivesse ido embora, ela se lembrava. Mesmo que no momento, tivesse vontade de chorar...

"Nós devemos ir embora agora. Obrigada por uma noite tão... informativa."

A voz de Malfoy carregava um tom de preocupação. "Nosso pequeno arranjo, Sra. White. Ainda estamos de acordo?"

Claire levantou uma sobrancelha pálida e deu um sorriso condencendente. "Você irá entender se eu não estiver totalmente convencida ainda, Malfoy. Como posso confiar em um bruxo que não consegue nem controlar seus próprios colegas conspiradores?"

"Prenne será punido pelo o que fez, você tem minha palavra. Crucio não é nada comparado ao que nosso Lord Voldermor irá fazer com ele."

Claire sabia que deveria sentir pena de Prenner, mas não sentia.

"Pensarei nisso, Malfoy."

"Vocês irão receber outro convite. Espero que então você poderá ver o quão organizados nós somos."

"Minha esposa está... exausta. Nós devemos ir agora." Sirius interrompeu de repente. Com gentileza ele conduziu Claire para fora da casa, protegendo-a dos olhares curiosos quando notou que a compostura dela estava prestes a desmoronar a qualquer momento.

"Oh, Malfoy, velho garoto..." ele olhou para o outro bruxo, mantendo a leve expressão idiota de Sr. White, apesar da vontade de jogar o anfitrião porta afora. "Você não se importa, não é?"

Limpando sua mão manchada de sangue nas roupas intocáveis de Malfoy, ele se virou, pegou Claire em seus braços e desapartou.

Ele aparatou na frente da Mansão Winterstorm, abraçando Claire com segurança.

"Acabou." ele sussurrou de maneira tranqüilizadora. "Você foi muito corajosa, querida."

Claire olhou para ele e um violento espasmo sacudiu o corpo dela. Ela caiu de joelhos, com ânsia de vômito, ofegante e finalmente vomitando nas flores e em cima das roupas de Sirius. Ele segurou o cabelo dela para trás e esperou pacientemente. O Feitiço Imperius significava não só uma violência mental, mas uma violação do corpo também. A reação dela era apenas natural, e provavelmente limparia todos os efeitos que ele havia causado. Ele tinha visto bruxos fortes, grandes e pesados, que choravam como crianças quando libertados do Feitiço Imperdoável.

Quando ela acabou, ele a levantou. Ele sabia que ela estava muito fraca até para subir os degraus da entrada da casa. Ele empurrou a porta com o pé e a carregou pelas escadas acima, sem parar para responder às perguntas dos elfos a respeito de Claire.

"Para trás." Ele disse entre os dentes e abriu a porta do banheiro. "Ela ficará bem."

Ele não ficou tão confiante quando olhou para o rosto dela. Ela estava pálida como a morte.

Murmurando um feitiço, ele providenciou um banho para ela e não se incomodou com os utensílios semimágicos que dispensavam sabão, mas conjurou o que precisava, enquanto despia sua esposa. O vestido cinza estava arruinado, mas ela não o usaria novamente mesmo, não depois do que tinha acontecido. Ele jogou as roupas rasgadas em um canto e fez uma nota mental para pedir a Koko que as jogasse fora antes que Claire as visse novamente.

Claire estava parada como uma estátua, sem se mover, exceto por violentos tremores de vez em quando. Xingando novamente, Sirius tirou os grampos do cabelo dela. Quando ela estava nua, ele a levantou e a sentou na banheira. Ela pareceu relaxar no calor da água e ele pegou o rosto dela e a fez olhar para ele.

"Querida, me escute."

A voz dele estava muito gentil e ele tomou muito cuidado para não deixar sua raiva transparecer. A fúria que sentia quando lembrava do rosto dela vazio, das mãos daquele bastardo em cima dela. "Você pode lavar isso de você, OK?" Ele colocou uma esponja na mão dela e fechou os dedos dela em volta da esponja. "Ele não é nada além de sujeira e você pode lavá-lo para fora de seu corpo."

Ela baixou a cabeça e de repente seu corpo inteiro se sacudiu em grandes soluços. Sem saber o que fazer, Sirius ficou olhando ela chorar, e não podia pensar em mais nada para fazer exceto segurar a mão dela e a maldita esponja. Eventualmente ela se acalmou um pouco.

"Sinto muito eu ter vomitado em você." Ela soluçou.

"Minha roupa favorita." Ele deu um débil sorriso.

"Eu compro novas para você."

"Deixe Serene escolher. O gosto dela é simplesmente impecável, ouvi dizer." Aquilo a fez rir. E enquanto Sirius se despia e entrava no chuveiro, Claire esfregou cada pedaço da sua pele, retirando cada molécula de Malfoy, seus amigos, sua casa e tudo que tinha acontecido lá.

Quando Sirius saiu do chuveiro, a banheira estava vazia. Ele sacudiu a água do cabelo como o grande cachorro preto faria, e vestiu o roupão azul que alguém - Claire, não Serene, ele suspeitou. - havia comprado para ele.

Claire estava sentada em sua cama de quatro colunas, recostada nos travesseiros, um cobertor cobrindo o corpo dela muito recatadamente, considerando que ele tinha visto a esposa inteiramente nua, apenas minutos atrás.

Sirius se sentou na beira da cama, cuidadosamente para não tocá-la. Ela parecia muito melhor agora, o cabelo preso em uma trança frouxa, a pele dela levemente avermelhada pela força com que tinha se esfregado no banho.

"Você quer que eu chame Peagreen ou Koko?" Ele perguntou.

Claire estendeu a mão e tocou o peito nu dele, sem olhá-lo nos olhos. A pele estava quente sob as mãos trêmulas. Mordendo a língua em concentração, ela ousou escorregar os dedos para dentro do robe até Sirius segurar o pulso dela.

"Claire, olhe para mim." Ele disse suavemente.

Os olhos dela estavam enormes e brilhavam com lágrimas não derramadas.

"Você não precisa fazer isso."

"Sim, eu preciso." Ela sussurrou. "Você não entende, Sirius? Se eu não fizer, essas cenas, os gritos, o sangue, vão ficar sempre comigo."

"E todas as vezes que você pensar sobre... sexo, as cenas vão obscurecer o prazer que você poderia sentir." Ele disse muito suavemente, mais para si mesmo.

Ela concordou. "Faça com que desapareçam, Sirius."

A respiração dele falhou. "Como você sabe que eu não sou como... aquele bastardo na casa de Malfoy? E se eu..."

"Você podia ter vindo ao meu quarto a qualquer momento. Você podia ter me forçado, mas você não o fez."

"Eu disse a você que eu apenas aceitaria se você viesse por livre e espontânea vontade..."

"Por isso eu sei que você não é como ele."

As mãos dela passeavam livremente pelos ombros dele, por seus braços. O corpo dele era todo constituído de músculos e nervos, duro, esbelto, muito diferente do corpo dela. E então ela o beijou, ainda não familiarizada com o toque dos lábios dele contra os dela, mas desesperadamente.

Sirius a empurrou para trás, com gentileza, mas firmemente.

"A primeira vez que você trepar, tem que ser com um bruxo que você ame."

Ele não olhava para ela. A chance de possuí-la, aqui, agora, o deixava tonto de carência e desejo. Ele tinha desejado a esposa todos os momentos daquela noite, observando-a com Malfoy. 'Por Godric,' ele pensou 'mesmo quando aquele porco a manteve sob o Imperius, eu a desejei.'

Ela sacudiu a cabeça tão desesperadamente que punhados de cabelo escaparam da trança frouxa.

"Eu prefiro... trepar... com um bruxo em quem eu confie."

A pele dela corava facilmente e ele observou o embaraço dela subir até a raiz dos cabelos. "Mas se você não me quer..." A voz dela se partiu e ela puxou o cobertor para cima para recuperar um mínimo de decência.

Sirius tocou o peito dela onde o cobertor tocava na pele nua e devagar, com gentileza, baixou o cobertor, derrubando as defesas dela. Ela se oferecia, livremente, e ele sentiu que não era forte o suficiente, nem nobre o suficiente, para recusar. Ele deslizou as palmas das mãos pela pele macia dela, maravilhado com a re-descoberta de algo que ele quase havia esquecido. Mas então o ritmo voltou a ele, como se sempre tivesse estado ali, como uma canção. Claire ouviu ele murmurar alguma coisa, palavras suaves e reconfortantes.

Ele a beijou novamente, e devagar entraram no ritmo, de repente totalmente nus, pele contra pele. As mãos dele provocando, acariciando, persuadindo, tocando nela, em uns lugares a faziam suspirar, em outros lugares, faziam com que mordesse os lábios.

Ele era grande, e quando entrou nela, Claire não conseguiu disfarçar um gemido de dor. Sirius parou imediatamente, ombros e braços tremendo com a tensão.

"Eu machuquei você?" As palavras eram mais um gemido, e ela viu no rosto dele como estava sendo difícil para ele se conter para não chegar ao êxtase.

"Continue, Sirius. Não pare agora, por favor." Ela implorou. O calor se espalhava pelo corpo dela e ela empurrou a dor para o fundo de sua mente. Ela ainda estava lá, mas localizada em um único ponto, e havia tantos outros, tantas coisas melhores para sentir. O peso do corpo musculoso dele, a pele nua dele contra a dela, o gosto doce da boca dele...

" Já faz muito tempo." ele gemeu perto da orelha dela. "Eu não tenho certeza se vou conseguir me conter muito mais tempo."

As mãos de Claire desceram pelas costas dele e acariciaram suas nádegas.

"Não se contenha." ela sussurrou.

Alguma coisa, as palavras dela, o toque de suas mãos, o cheiro de suor, quebraram as defesas dele.

"Eu sinto muito, querida." Ele suspirou e penetrou-a mais profundamente ainda, quase violentamente. "Eu sinto muito."

Tudo que Claire podia fazer era agüentar firme e desejar que ele não a esmagasse com sua força, enquanto seu corpo musculoso encurralava o dela, preenchendo-a até o limite, quase a rasgando. Ela registrou cada gemido, cada carícia que as mãos dele faziam no corpo dela. E quando de repente ele estacou e explodiu dentro do corpo dela, com um som que estava mais próximo de um grito do que de um gemido, tudo que ela pôde fazer foi enterrar as mãos nos cabelos dele e abraçá-lo bem forte.


"Apenas me dê dez minutos para recuperar o fôlego." Ele arquejou, deitado ao lado dela, pouco depois, os lençóis casualmente cobrindo a parte de baixo do seu corpo. "Eu vou compensar você, prometo."

"Não se preocupe." Ela se apoiou em um cotovelo e sorriu timidamente. "Eu gostei o suficiente. Foi... bom."

"Bom!" Ele grunhiu e cobriu os olhos com seu braço em um fingido desespero.

Claire o observou, viu o peito dele levantar e afundar, uma pequena camada de suor cobrindo a pele dele.

"O que há de errado com 'bom'?"

"Nada." Ele replicou devagar. "Mas sua primeira vez deveria ser melhor do que isso. Não apenas 'bom'. Deveria ser memorável."

"Oh, acredite-me..."

Ele se sentou, preguiçosamente, como um gato e se espreguiçou. Claire gostava tanto da maneira que os músculos dele se mexiam embaixo da pele bronzeada, que não conseguia se impedir de tocar o peito dele. Havia uma pequena linha de cabelo que descia, abaixo do estômago dele.

"Acredite-me, eu vou lembrar de você. " Ela sussurrou. Sempre, ela pensou. Quando esta farsa terminar, e você for embora, eu vou lembrar desse exato momento.

Os olhos azuis procuraram os dela. "Eu não quero que você lembre de mim por causa da dor. Eu quero que você lembre de mim por causa do prazer."

Honestamente confusa ela sacudiu a cabeça.

"Não houve muita dor." Sua voz se tornara insegura enquanto ele olhava para ela.

Sirius pegou a mão dela e colocou a palma em cima do coração dele. "Dessa vez só vai haver prazer."

"Eu pensei..." Ela corou novamente. "Você pareceu... estar sentindo intenso prazer."

A avaliação que ela fazia da situação era tão sincera que o fez rir.

"Oh, eu estava."

"Então não foi bom?"

"Claire." Ele disse suavemente e com a mesma sinceridade que viu nos olhos dela. "Foi mais do que bom. Mas eu vejo isso como um..." Ele procurou por um conceito que ela pudesse entender. "Um acordo. Os dois lados precisam ganhar para chamar um acordo de satisfatório, não é?"

Ela concordou devagar.

"Algumas vezes a satisfação pode resultar apenas de ser capaz de dar alívio, dar conforto. Mas normalmente as duas partes devem receber prazer. O problema é que depois de tantos... anos sozinho... eu não consegui pensar claramente. Mas normalmente eu teria esperado por você."

"Esperado por mim?"

Ele riu suavemente e o som fez Claire tremer de antecipação.

"O que eu devo fazer?"

Ele puxou-a mais para perto. "Nada. Apenas feche seus olhos. Concentre-se no que você sentir."

A sua boca roçou o lábio inferior dela e desceu, pelo lado do pescoço, no furo da garganta e para o seio esquerdo dela. Ela sentiu a língua dele percorrendo lentos círculos em volta do bico, sua boca se fechando em volta dele e sugando com carinho.

Ele sorriu quando ela ofegou, e continuou, agora mais forte e mais rápido, dando aos dois seios igual atenção até Claire se contorcer de prazer embaixo dele.

"Imagine que você está de pé em uma torre." Ele sussurrou e sua respiração acariciou o estômago dela. Abrindo as coxas dela, ele começou a sugar, beijar, provocar, onde ele apenas tinha tocado antes.

"O sol está brilhando e você pode ver a eternidade."

Claire sentiu o calor aumentar, como o sol do qual ele falava. Ele se moveu de volta para a sua boca, beijou-a, e penetrou-a com sua língua. Ela abriu os lábios com o mesmo desejo com que antes havia aberto as pernas para ele, e ele continuou provocando e acariciando, até ela mover os quadris.

Ela estava tensa, como se esperasse que doesse novamente, mas dessa vez ele se moveu devagar, esperou até sentir a resposta dela. Tomando os suaves gemidos dela como guia, ele deu a ela tempo para se adaptar, para desfrutar a sensação nova até ele estar completamente enterrado nela. Então ele começou a se mover devagar, investidas demoradas, concentrado apenas em dar prazer a ela.

"E você pode abrir seus braços, como se fossem asas..."

Claire respondeu a ele, instintivamente, brutalmente, dirigida pelo desejo. Ela se agarrou a ele com as duas mãos, as sobrancelhas arqueadas, em concentração. Mas ele não a queria daquele jeito, tão atenta. Ele queria que ela parasse de pensar.

"E sinta a beira da parede embaixo dos seus pés..."

As arremetidas dele se tornaram mais fortes, mais rápidas, e a mão dele ainda enterrada entre seus corpos, nunca parando de acariciar o único ponto que parecia ser a fonte do calor que vinha de seu interior em ondas. Ele observou intensamente o rosto dela, para descobrir quando ela estava pronta. Mas então todo o corpo dela mostrou a ele, e a maneira como ela confiava nele neste momento de absoluta vulnerabilidade o excitou mais do que os gemidos saídos de sua boca.

"E vôe..."

Claire gritou o nome dele em completa surpresa e exultação. Ela pulou e voou - diretamente para a luz branca, e se fundiu com ela, em um ser morno e macio. À distância ela ouviu Sirius gemer, sentiu a última e ainda mais forte investida. Então ele caiu sobre ela, e por um momento eles permaneceram daquele jeito, ainda conectados, um único corpo.

Sirius era pesado, alto e quase a sufocava. Claire o cutucou com cuidado. Quando ele não mostrou reação, ela não pensou em outra coisa a fazer, mas morder o ombro dele para fazer com que ele saísse de cima dela. Se virar e puxar Claire para seus braços consumiu toda a energia que lhe restava.

Ainda com a respiração ofegante e deliciosamente exausta Claire se recostava no grande corpo dele. Ela encontrou uma posição que lhe pareceu natural, sua cabeça na curva do pescoço dele, um braço sobre o peito dele, uma perna sobre os quadris dele.

"Você estava certo." Ela sorriu e sentiu o cheiro da pele dele... "Isso foi melhor do que 'bom'."

"Eu sempre estou certo."

"Claro que sim, Professor White." Ela riu. "Agora, podemos fazer de novo?"

Rindo ela lutou contra ele e deixou que ele a imobilizasse na cama.

"Mulher, você está tentando me matar?"

Ela beijou o lóbulo da orelha dele, apenas porque estava ali, apenas porque ela podia fazê-lo. "Não. Eu prefiro dormir um pouco."

Sirius virou a cabeça e esfregou a bochecha contra a testa dela. Ele não podia se lembrar se sexo sempre tinha surtido aquele efeito nele, mas de repente se sentiu em casa, aqui, próximo dessa mulher, nesta cama. Apenas agora, apenas esta noite, ele tentou se convencer, ele se permitiria atender o desejo de se estar em casa..

"Claire?"

Ela murmurou sonolenta, sem palavras.

"Se importa se eu ficar um pouco mais?"

Ao invés de responder, ela se aconchegou ainda mais perto dele.

Sirius abraçou-a bem forte, como uma criança faria com um edredom, para se esconder da solidão e do frio da noite. Ele se lembrou que abraçava seus irmãos daquele jeito quando eles tinham medo e sua mãe chorava no quarto ao lado, esquecida dos filhos.

"Durma, querida." Ele sussurrou.

E foi o que ela fez.

E pouco depois Sirius mergulhou em um sono profundo, sem sonhos também.

Continua...