7. Momentos no Tempo.
A temida carta chegou cedo na manhã pelo
correio expresso, no dia em que os alunos iam sair para as férias
de verão.
Sirius não tinha falado uma palavra
durante o café da manhã e olhava para sua xícara
como se pudesse encontrar uma solução para a confusão
com Harry. Claire gostaria de poder oferecer conselhos, mas, embora
ela entendesse por que Harry agia da maneira que vinha agindo, ela
não tinha idéia de como fazê-lo mudar de
atitude.
Hesitante ela empurrou o pergaminho para Sirius. "Ele
disse que seria no próximo sábado."
"Hmm?"
Sirius se sobressaltou.
"Malfoy sugere um encontro em
Londres no próximo sábado."
"Em
Londres?"
Ele pegou o pergaminho e o estudou. Nem mesmo o
mais desconfiado Auror seria capaz de suspeitar de Malfoy convidando
alguém para um chá no Fortescue's no Beco
Diagonal.
"Eu vou informar Dumbledore."
Ela
concordou. "E eu vou fazer compras. Você vai precisar de
roupas novas, já que arruinei a rosa que você usou da
última vez."
Ele estremeceu. "Eu mesmo não
posso escolher as roupas?"
"Serene escolhe melhor,
acredite em mim." Ela deu um sorriso zombateiro. "Mas eu
vou tentar evitar o pior."
"Se aquela coisa que eu
tive que vestir não era o pior..." Sirius estremeceu.
"Mas eu não vou usar aquelas botas ridículas
novamente."
Claire pegou a correspondência e virou
para sair da sala de jantar. Parando na porta ela mudou de idéia
e antes que sua timidez e embaraço a detivessem, ela deu um
abraço rápido em Sirius e um beijo na testa dele.
"Não
fique tão triste por causa de Harry." Ela sussurrou.
"Mostre a ele que você vai estar disponível para
ele, independente do que ele fizer."
Então ela
correu para fora da sala, em um floreio de saias, os pergaminhos
reunidos em seu peito.
Naquela tarde Claire,
Laurel e Serene andavam pela rua principal de Hogsmeade, conversando
animadas, as duas professoras felizes com as férias de
verão.
"Eu realmente quero visitar minha família."
Laurel meditou, deu um suspiro, quando elas saíram da
Honeydukes sem ter que lutar para conseguir passar por uma multidão
de alunos querendo comprar doces. "Severus não está
feliz com a idéia, e eu não sei como ele vai se
comportar com meus amigos e parentes, mas estou com saudade deles. E
eu quero que ele conheça um pouco a vida trouxa, apenas assim
ele pode avaliar o que tive que abandonar."
Serene riu.
"Forno de microondas."
"A
Internet."
"Novelas."
"Cuba
libre."
Laurel sorriu. "Oh, você pode
conseguir isso no Três Vassouras se pedir a Rosmerta com muito
jeitinho."
"Oh, sim, você está certa.
Eu amo isso aqui, não me entenda mal, mas existem coisas das
quais realmente sinto falta." Serene suspirou. "Revistas de
moda. E homens vestindo jeans e camisas de malha."
Claire
olhou para elas e sacudiu a cabeça. "Eu não tenho
idéia do que vocês estão falando. O que é
um microondas? E jeans?"
"Jeans são... calças
apertadas." Serene tentou explicar. "A coisa é,
trouxas não usam vestes para cobrir as calças."
Ela
e Laurel riram quando Claire corou incrédula.
"Honestamente!
Quando vocês forem a Londres, peça a Sirius para levar
você para passear um pouco. Você vai ver por você
mesma."
"Eu vi Sirius vestindo jeans e uma jaqueta
de couro uma vez, e ele é simplesmente deslumbrante!"
Laurel falou entusiasmada. "Então você nem precisa
ir a Londres, apenas peça a ele para se vestir assim em casa
para você ver. Mas se me permite sugerir, faça isso no
seu quarto..."
Elas haviam chegado a Gladrags, e Laurel
revirou os olhos quando viu a grande loja. "Nós temos
que entrar ali? Eu tenho que ir com vocês? Não posso
apenas esperar na taverna?"
Serene agarrou sua manga sem
piedade e a empurrou pela porta." Você vai conosco! E não
vai sair sem roupas novas, nem que eu tenha que as colocar em você
eu mesma, com um feitiço."
Um bruxo correu para elas, rosto pálido, mãos
trêmulas. "Miss Kennedy! Você nos dando a honra...
novamente..."
"Ele me odeia." Serene sussurrou
no ouvido de Claire. A maior parte das coisas dele são tão
fora de moda, e eu temo que tenha dito isso muitas vezes."
"Você realmente deveria abrir
sua própria loja, Serene." Sugeriu Claire seriamente.
"Seu gosto para moda é impecável."
"Enquanto
o gosto dela para homens é apenas uma tristeza." Laurel
estava próxima a uma prateleira com vestes azuis.
O
rosto de Serene se anuviou e seus olhos ficaram mais verdes, com
raiva. Era como se ela estivesse pegando fogo, pensou Claire, mais
uma vez invejando o deslumbrante cabelo vermelho de Serene.
"Pare
de implicar com ela, Laurel. Se ela não ama Remus, mas outra
pessoa, ela não pode mentir para ele, pode?"
Serene
virou para o outro lado, fingindo estudar o tecido de umas vestes de
bruxo, com um colarinho de pele. "Eu não amo outra
pessoa." Ela disse muito suavemente.
Claire olhou para
Laurel procurando conselho, mas sua amiga apenas sacudiu a cabeça
sem palavras. Fosse lá qual fosse o problema de Serene não
era aparentemente um outro bruxo, mas alguma coisa sobre Remus que
tinha feito com que ela recusasse o pedido de casamento que ele havia
feito.
"Agora, o que você sugere para
Sirius dessa vez?" Ela perguntou com animação
forçada. Ela realmente gostava de Serene e gostava de Remus,
que era certamente o bruxo mais gentil que ela conhecia, e se esses
dois não eram feitos um para o outro, então ela não
sabia nada sobre o amor. O que ela não sabia mesmo,
lembrou.
"Ele detestou aquela rosa, então, por
favor, escolha uma azul ou verde dessa vez."
Serene
concordou e começou a escolher vestes das prateleiras e
discutir seus detalhes e tecido com Claire, enquanto Laurel,
obviamente entediada, se apiedava do vendedor e deixava que ele
mostrasse a ela luvas de pele de dragão. Talvez ela pudesse
fazer um acordo com Severus. Uma semana de trabalho escravo no
laboratório das masmorras em troca de uma semana com a família
dela... Não era um acordo muito justo, já que ela
adorava ajudá-lo no laboratório, mas ela podia falar
como se odiasse fazer aquilo. Mas então era quase impossível
enganar Severus, quando ele não queria ser enganado. Ela
suspirou, comprou um par de luvas pretas e se virou para Serene e
Claire que tinha ficado reduzida a três trajes de terrível
feiúra.
"Eu sei que isso fere os olhos e faz você
querer vomitar..." Serene disse.
Claire riu. "Eu
vomitei! Quero dizer, eu vomitei naquelas roupas. As
cor-de-rosa."
Quando ela viu as duas bruxas olhando para
ela, ela corou. "Uma longa história, realmente." Ela
tocou a manga das vestes. "Elas são estranhas."
"Elas
são feitas de seda tingida com um certo tipo de fungo. Brilham
no escuro."
Laurel riu divertida, e Serene franziu a
testa. "Eu nunca disse que eram bonitas ou que eu ia querer que
alguém que eu ame vestisse isso. Mas está muito na moda
e é indecentemente cara, e todos esperam que o marido da bruxa
mais rica da Bretanha vista alguma coisa como esta."
"Agora vejam essa criação
exclusiva que acabou de chegar de nossa filial de Paris." O
vendedor ousou interferir e mostrou a elas uma veste preta e branca
com uma faixa vermelha na cintura. "É a última
moda, eu asseguro a você, Miss Kennedy."
Essa noite
ele iria dizer à sua namorada na hora do jantar sobre a
compradora do inferno que vivia depreciando verbalmente as vestes que
ele vendia e hoje até mesmo correra para fora da loja quando
ele mostrara a ela as vestes. Mas agora tudo que ele podia fazer era
ficar parado olhando a porta aberta por onde Serene acabara de
desaparecer, a mão tapando a boca.
Laurel e Claire
estavam tão espantadas quanto ele. Laurel tentou sorrir, e
então, pedindo desculpas, agarrou a mão de Claire e
correu atrás de Serene.
Elas a encontraram na grama,
abraçando os ombros e se balançando levemente, como uma
criança apavorada. Laurel ajoelhou-se perto dela, tocou seu
ombro muito delicadamente e falou de forma tão suave e
tranqüilizadora como pôde.
Serene apenas chorava.
Claire olhou em volta, mas não havia ninguém observando
as três. Ela se abaixou e colocou as duas mãos com
gentileza nas têmporas de Serene. Fechando os olhos, ela se
concentrou e quase imediatamente os soluços pararam e a
respiração de Serene ficou mais calma. Laurel
observava, admirada.
"Como você fez isso?" Ela
perguntou suavemente.
"Ela sempre sofre de enxaqueca?"
Claire perguntou a ela.
Laurel sacudiu a cabeça. "Eu
acho que não se trata de enxaqueca. Serene é uma
clarividente. Ela pode ver... coisas que vão acontecer."
"Vão
acontecer? Você quer dizer que ela pode ver o futuro?"
Claire parecia em dúvida. Ela não acreditava em
adivinhações, mas sabia que era uma enorme indústria
no mundo Trouxa, e a Winterstorm na verdade tinha acabado de
apresentar um baralho de tarô muito bonito no mercado
Trouxa.
"Ela pode ver o futuro, ou pelo menos um dos
muitos futuros possíveis." Laurel suspirou. "É
muito difícil. Eu não acreditava nisso também,
mas então... Bem, eu mudei de idéia."
Em
poucas palavras ela contou a Claire sobre a visão de Serene em
que Severus matava Dumbledore, e como tudo se passou sem realmente
acontecer. Ela não contou a parte em que Serene quase a tinha
matado em suas tentativas de mudar o futuro.
Serene olhou para
ela com olhos quase negros. "O que eu vi naquela época,
aconteceu."
"Não, não aconteceu.
Severus não matou o Diretor."
"Mas ele matou
alguém que parecia Dumbledore!"
"Não."
Laurel sacudiu a cabeça. "Você mudou o futuro,
Serene. Eu pensei muito sobre isso quando Severus estava doente. Você
na verdade teve sucesso, mas não por tentar alterar o destino.
Apenas por contar a Severus, você fez ele pensar em como ele
agiria se sua visão se tornasse realidade. Então,
quando aconteceu, ele estava preparado."
Serene deu a ela
um fraco sorriso agradecido. "Eu nunca tinha visto por esse
lado. Obrigada. É horrível se sentir tão
impotente."
"O que você viu, Serene?"
Perguntou Claire. "Aquela roupa era horrível, eu concordo
com você nesse ponto, mas..."
"Eu vi Sirius
naquela roupa." Serene não olhou nos olhos dela. "Eu
já tive essa visão antes, muitas vezes na verdade,
desde que ele chegou a Hogwarts. Mas eu pensei que estava tendo
flashbacks."
"Flashbacks?" Laurel procurou em
sua bolsa pelo chocolate que ela havia comprado na Honeydukes e
colocou um pedaço na boca de Serene.
Mastigando, Serene explicou: "Algumas
vezes eu posso ver o passado de uma pessoa, ou pelo menos pedaços
dele. E eu pensei que era um flashback, porque..." Ela engoliu
e finalmente olhou para Claire, seus olhos cheios de pena. "Eu
vi Sirius em Azkaban, com aquelas roupas. Mas como é um modelo
novo, eu vi o futuro dele."
Profundamente
preocupada Claire foi para casa e largou as roupas que ela havia
comprado em cima da cama. Seu primeiro impulso tinha sido rasgar e
queimar as roupas que tinham feito disparar a visão de Serene,
mas Laurel a impediu.
"Acredite
em mim, se Serene viu Sirius naquelas
roupas, ele vai vesti-las. Se você destruir essa ou não."
Então ela a comprou, mas apenas a escondeu no fundo do guarda
roupa. Se ela podia falar alguma coisa a respeito, Sirius nunca
chegaria a usar aquela coisa.
Quase se sentindo culpada ela se
levantou do chão em frente ao guarda roupa, quando Sirius
entrou no quarto.
"Deixe-me ver o que você comprou
para mim." Ele perguntou, seu rosto mostrando uma fingida
preocupação.
"Ehm, Serene disse aquela
turquesa vai destacar seus olhos."
Ele bufou. "O
conteúdo do meu estômago também."
Claire
segurou as roupas próximas ao rosto dele. "Ela está
certa." ela julgou. "Claro que as roupas são
horríveis com todos esses babados e fitas, mas se ela fosse
modesta..."
"Eu não posso me vestir
normalmente e agir como um idiota?" Sirius suspirou.
"Eu
temo que não." Claire pensou sobre alguma coisa mais.
"Nós devemos nos encontrar com Malfoy na hora do almoço,
não é?"
"Certo." Ele sacudiu a
cabeça, incrédulo quando viu as vestes amarelas com
pequenos sinos.
"Você se importaria se nós
fôssemos mais cedo para eu poder dar uma olhada em
Londres?"
"Uma olhada em Londres?"
"Eu
nunca estive lá e pensei, que eu podia..."
"Grande
idéia. Mas nós vamos ter que arrumar algumas roupas de
Trouxa para você."
Claire concordou ansiosamente.
"Eu posso pegar alguma coisa emprestada com Laurel."
"Existem
tantas coisas que eu quero mostrar a você." Sirius se
entusiasmou. "Eu vivi lá por quase um ano depois da
formatura. Antes..."
Ela sabia o que ele queria dizer.
Antes que os Potters fossem mortos.
"Então vamos
chegar lá bem cedo, e você pode me levar para dar uma
volta antes de nos encontrarmos com Lucius Malfoy novamente."
Ela disse rapidamente para afastar a mente dele da lembrança
triste.
"Oh, Sirius, a propósito." Ela disse
sem olhar para ele enquanto guardava as roupas. "Você por
acaso tem jeans e camisas de malha?"
"Claro. Por
quê?"
"Apenas
pensando..." Ela sorriu para ela mesma. "Apenas
pensando."
Claire pigarreou e tentou parar
de olhar para Sirius que andava perto dela em seus jeans e uma
jaqueta preta de couro, o cabelo longo e negro amarrado em um rabo de
cavalo. Laurel estava certa sobre Londres e sobre as roupas dos
Trouxas. Elas eram indecentemente apertadas, e oh sim, Sirius parecia
deslumbrante...
Ele virou e deu a ela um sorriso provocante
que a fez corar violentamente. "Eu sei o que você está
fazendo, boneca."
"Eu estava apenas olhando."
Ela murmurou, embaraçada por ele ter visto que ela estava
olhando para a bunda dele.
Sirius piscou os olhos. "Você
pode não apenas olhar, mas tocar, se quiser." Ele disse,
sua voz de repente rouca.
Ela escondeu o rosto na jaqueta
dele. "Eu sinto muito. Acontece que eu não estou
acostumada com esse tipo de roupa."
O vestido florido que
ela havia pedido emprestado a Laurel mal cobria os joelhos dela. A
suave brisa acariciou a pele de seus braços e pernas nus. Era
gostoso... sensual.
"Você tem certeza que isso não
é roupa de baixo?" Ela perguntou a Sirius e tocou o braço
dele embaixo do ponto onde a camisa deixava o braço
descoberto.
"Eu tenho certeza. Eles todos vestem esse
tipo de roupa, dê uma olhada por aí." Ele deixou a
mão vagar onde a fita prendia a trança dela. "Mas
esse vestido pede cabelo solto, acredite, eu sou um "expert"
nisso."
Ele puxou a fita e desfez a trança dela.
"Agora, ficou muito melhor."
Claire tocou seu cabelo
solto, estranhando. Claro que Sirius estava certo, muitas mulheres
Trouxas usavam o cabelo daquele jeito.
"E agora?"
Ela perguntou.
Sirius a levou para dar uma volta pela cidade e
teve um enorme prazer de ver como ela estava se deliciando vendo as
vitrines dos shoppings, os semáforos e as cabines telefônicas.
A única coisa que ela pareceu realmente ter medo foi dos
carros.
"Eles não podem andar pela calçada."
Sirius explicou. "E se você quiser atravessar a rua,
apenas tem que esperar a luz verde."
Claire estremeceu e
suspirou. "Ygor morreu por causa de um desses auto-alguma coisa.
"
"Ygor? Seu... amigo?"
Ela percebeu que ele engoliu a palavra
'escravo' e deu um sorriso triste para ele. "Eu fugi quando
me disseram que eu não podia voltar a Hogwarts. Ygor tentou me
convencer do contrário, disse que era muito perigoso. Mas eu
estava muito determinada. Mas nós não chegamos muito
longe mesmo."
Sirius viu as lágrimas subirem aos
olhos dela. Morte. Ele conhecia a ferida que não cicatrizava
muito bem. Novamente ele não encontrava as palavras, como
muitas vezes, quando ele precisava delas ultimamente. Ele não
tinha sido capaz de explicar a Harry porque tinha se casado, ele não
conseguia ajudar Remus, e agora ele não podia pensar em nada
para dizer à sua esposa. Era como se uma escuridão fria
o atacasse freqüentemente agora, sugando as palavras de sua
mente.
Ele tocou com gentileza o rosto de Claire e a deixou
chorar por um momento.
Ela assoou o nariz e respirou fundo.
"Estava escuro e eu decidi andar pela calçada. Então
um automóvel veio e atropelou Ygor. Ele nem parou. E ele
morreu ali mesmo."
"Ele protegeu você."
Sirius olhou para ela com intensa curiosidade.
"Sim. Ele
morreu por mim. Mas eu queria que ele vivesse por mim."
Sem
palavras ele saiu da rua cheia e passeou pelas pequenas ruas até
eles chegarem em um espaço aberto onde artistas de rua
mostravam seu talento. Sirius comprou dois croissants de chocolate de
um vendedor e eles se reuniram ao povo que assistia nas
escadas.
Claire assistia com alegria como os Trouxas riam,
falavam, liam livros ou simplesmente ouviam aos músicos. Todos
pareciam estar se divertindo.
"Hoje é sábado, o dia de
folga deles." Explicou Sirius. "Não tenha idéias
erradas a respeito da vida deles. Eles têm que
trabalhar exatamente como qualquer bruxo."
Ele
colocou um pedaço de croissant em frente à boca da
esposa e o puxou rapidamente quando ela tentou dar uma mordida.
"Eu realmente não sei."
ele cismou. "Afinal de contas seria um presente, e você me
disse explicitamente que você não gosta de
presentes."
Ela corou. "Apenas não de... Bem,
você sabe." Ele estava apenas provocando, mas havia sido
muito difícil para ela falar sobre o assunto aquela primeira
vez na floresta e ela não queria passar pelo mesmo embaraço
novamente. "Isso não conta. Isso é comida. Você
me deve um café da manhã, de qualquer forma, por ter
comprado a roupa que você vai usar esta tarde."
"Certo.
Eu devo a você." Ele colocou o croissant dentro de sua
boca para silenciá-la, e deixou sua mão passear pela
sua nuca onde ele brincou com a corrente de prata que ela usava.
Então ele chegou mais perto e sussurrou no ouvido dela. "Um
dia você virá até mim, e você não
vai precisar dessa corrente para me mostrar que você me quer.
Neste dia eu vou garantir a você um desejo. Qualquer coisa que
você quiser. Mas até esse dia, nada mais de
presentes."
Um fotógrafo fez os dois pularem
quando seu flash de repente espocou na frente deles. Claire gritou.
Sirius segurou a mão dela para evitar que ela pulasse.
O
fotógrafo Trouxa pediu desculpas por assustá-los.
"Vocês gostariam que eu tirasse um retrato de vocês?"
Ele perguntou. "Essa é uma Polaroid e leva apenas um
minuto. E eu vou fazer um preço especial para vocês, por
quase ter cegado os dois."
Sirius procurou por dinheiro
Trouxa nos bolsos da sua jaqueta de couro e passou algum para o
homem, que apontou a pequena caixa preta para eles e disse "Digam
xis." Aquilo era ridículo o suficiente para fazer Claire
sorrir. Ele então puxou um quadrado preto de dentro da caixa,
rasgou uma fita e o entregou a Sirius.
"Tenham um bom
dia, companheiros!"
Claire observou ele percorrer o
parque enquanto Sirius sacudia o quadrado preto como ele tinha visto
os Trouxas próximos a eles fazerem.
"Ele disse
Xis." Claire franziu a testa. "Era um feitiço para
tirar o retrato?"
Sirius deu de ombros. "Eu não
estou bem certo. Eu só entendo uma parte do mundo Trouxa. É
muito complicado com todas essas máquinas."
Eles
olharam para a foto que tinha aparecido no quadrado preto. Claire se
viu sorrindo, a leve brisa levantando seu cabelo. Sirius tinha os
braços em volta dela. Eles pareciam um casal Trouxa
verdadeiro. E pareciam felizes.
"Está com
defeito." Claire bateu na foto com o dedo. "Não se
move."
Sirius riu. "Retratos Trouxas nunca se
movem." Ele explicou e colocou a foto dentro do bolso. "Eles
capturam apenas um momento no tempo."
Exaustos
de todas as maravilhas do mundo Trouxa eles chegaram de volta à
entrada do Leaking Cauldron na rua Charing Cross, com apenas tempo
suficiente para se trocar e colocar suas vestes, atrás de uma
cortina mágica que Sirius conjurou na porta de entrada.
Sirius olhou para a casa do outro lado da
rua enquanto Claire tentava dar um jeito em suas tranças. Lá
em cima, naquele apartamento Laurel tinha passado seu exílio
em Londres. E fora pela janela do quarto andar Severus tinha
Aparatado os dois de volta a Hogwarts.
"Não foi
uma tarefa fácil com uma varinha envenenada no ombro."
Ele admitiu para si mesmo.
"Podemos ir?"
Claire
sorriu para ele, cada traço lembrando que era uma bruxa nobre.
Ela usava vestes verde-garrafa que gritavam dinheiro e combinavam
horrivelmente com suas vestes turquesa.
Ele deu de ombros. "As pessoas vão
vomitar quando nos virem juntos."
"Contanto que não
seja eu a vomitar dessa vez..."
Ele riu e pressionou a
mão dela. "Tudo vai ficar bem, você vai ver."
Malfoy esperava por eles em frente ao
Gringotes. Ele vestia um cinza impecável, seu cabelo louro
cortado curto. Sua boca se torceu quando ele olhou as vestes de
Sirius, mas então uma centelha de frustração
apareceu no rosto dele. Por que ele não conseguia se lembrar
das feições do bruxo? Ele se orgulhava de ter uma ótima
memória para rostos, nunca esquecia um, mas ele podia passar
na rua por Sirius White sem reconhecê-lo. Por outro lado, White
não era digno de ser lembrado, de qualquer maneira. Claire
Winterstorm e sua fortuna sim, eram preciosas para ser desperdiçadas
com um pavão como White, puro sangue ou não. Mais cedo
ou mais tarde eles teriam que se livrar dele. Preferivelmente mais
cedo...
Ele desceu as escadas e colocou a mão no braço
de Claire em um cumprimento.
"Minha querida Claire, eu
posso chamar você de Claire, não posso?"
Ela
deu a ele um sorriso frio. "Se você quiser...
Lucius."
"Eu chamei você para este lugar
incomum para um encontro, para mostrar duas coisas a você. Duas
evidências do poder do nosso Lord e de meu sincero desejo de
fazer de você uma de nós."
Claire virou a
cabeça e deu uma olhada na rua cheia. Ela preferia sentar em
uma cafeteria na rua com Sirius e observar as pessoas passarem, ou
dar uma olhada na livraria Winterstorm do outro lado da
rua.
"Estamos aqui para você me provar o poder de
Lord Vol..." Ela tossiu. "Você-sabe-quem?"
"Faltam
poucos passos para chegarmos lá." Ele pegou a mão
dela. "Deixe-me guiar você através da multidão."
Ele levantou uma sobrancelha. "Sr. White vai ficar aqui e...
continuar admirando seu reflexo na vitrine da loja?"
Claire
repreendeu Sirius, que fingiu se assustar com a voz cortante dela.
"Meu docinho, já estamos prontos para ir!"
"Claro,
meu favo de mel, estou bem aqui!"
A casa que Malfoy
mostrou a eles era toda branca e modesta por fora. Eles entraram em
um hall sereno, cheio de luz do sol e flores frescas. Grandes janelas
de vidro abriam para um pátio agradável com uma pequena
fonte. Claire viu enfermeiras vestidas de branco levitar pacientes
dos bancos embaixo de uma árvore florida. Era junho agora, mas
a árvore estava coberta de botões brancos como
espuma.
"Você já esteve aqui antes?"
Malfoy perguntou.
Ela sacudiu a cabeça. Aquilo era um
hospital, isso ela podia ver. Se Malfoy não estivesse ali, ela
poderia observar as enfermeiras e médicos e aprender com eles.
Desde que Poppy Pomfrey havia se oferecido para dar aulas a ela, ela
havia aprendido muito, e devagar o seu talento natural virou uma
habilidade. Poppy havia explicado que até agora o talento
havia usado Claire, mas agora ela havia começado a usar o
talento. Ela lembrou do dia que ela havia descoberto o dom, o momento
exato... Ygor morrendo na rua daquela aldeia Trouxa, sua grande
cabeça amassada de um lado, sua boca murmurando sons
ininteligíveis. As mãos dela tinham encontrado seu
próprio caminho, pegando o rosto dele, afastando a dor. Pela
luz da rua ela podia ver uma trilha de sangue saindo da orelha dele,
e suas pálpebras tremendo, até que de repente o rosto
dele virou uma máscara. Ela havia acariciado a bochecha dele,
e foi como se todo o calor houvesse saído do corpo dele,
entrado nas palmas das mãos dela e encontrado um caminho
direto para o coração dela. Daquele dia em diante, ela
havia curado a maior parte das pequenas feridas dos seus elfos
domésticos, na falta de outros pacientes.
"Claire?"
A voz de Sirius estava muito macia, mas firme o suficiente para
trazê-la de volta ao presente, onde Malfoy falava com uma
enfermeira de aspecto intratável.
"Por aqui."
A bruxa anunciou bruscamente. "Mas eu aviso a vocês. Vocês
não vão conseguir falar com ele."
"Eu
sei." A voz de Malfoy não traía nada além
de preocupação "Mas o querido Alfie é meu
primo afinal de contas, e eu acho que é meu dever visitá-lo,
mesmo que ele não possa apreciar o fato."
A
enfermeira destrancou a porta e checou a hora em um pedaço de
papel que ela trazia no colarinho de suas vestes. "Dez
minutos."
"Nós não vamos precisar de
mais do que isso." Malfoy sorriu educadamente.
Assim que
a enfermeira saiu pelo hall, ele abriu a porta e gesticulou para
Claire entrar. Ela deu um passo cauteloso para dentro do quarto. Tudo
lá dentro era branco, a cama, a cadeira, as paredes, até
mesmo os azulejos do chão. Isso dava ao quarto uma aparência
esquisita, como se não houvesse bordas. Na cama estava deitado
um bruxo, que apenas no segundo olhar Claire reconheceu como o jovem
bruxo que havia lançado o feitiço Imperius nela na casa
de Malfoy. Os olhos pálidos de Prenner estavam abertos e seu
olhar estava vazio.
Ela não pôde evitar que sua
mão se movesse na frente dos olhos dele, e ele nem piscou. Ele
parecia acordado, mas não presente. Quase como Sirius quando
ele sofria daqueles ataques que ele não conseguia explicar a
ela.
"Essa foi a punição que o nosso Lord
das Trevas escolheu para Prenner." Falou Malfoy, suas palavras
tremendo de orgulho a respeito do poder de seu mestre.
"Ele
está acordado? Ele pode nos ouvir?"
"Em algum lugar muito profundo na
mente dele existe uma pessoa capaz de ouvir tudo que é dito.
Mas ela não tem nenhuma força. Eu acho que foi uma boa
sentença pelo que ele fez a você."
Claire
achou cruel e sem piedade, apesar de Prenner ter tentado estuprá-la.
Mas ninguém merecia uma sentença como esta, ser um
prisioneiro de sua própria mente, vivo e morto ao mesmo
tempo.
"Como ele faz isso?" Ela perguntou ao invés
de mostrar seu desgosto sobre a punição criada por
Voldemort.
"Seu poder é além do meu
conhecimento." Explicou Malfoy. "Tudo o que eu sei é
que seu toque pode tirar tudo de você, mesmo o que você
viu ou ouviu, de sua memória. E sem essas palavras e imagens
você não seria capaz de se comunicar com o mundo. Tudo
que você pode fazer é viver, mas reduzido a apenas um
pensamento, uma emoção."
"Um medo
incrível." Claire sussurrou.
Ele sorriu para ela.
"Apenas imagine o que nosso Lord pode fazer com aqueles que
ficam no caminho dele!"
"Bem, Malfoy, até
onde eu sei ele não fez nada ainda. Uns poucos ataques em
alvos sem defesa. Uns poucos Trouxas feridos." Dumbledore tinha
dado a ela uma lista de perguntas para as quais ela precisava
encontrar respostas, mas agora ela queria gritar pelo corpo
desprotegido em cima de uma cama de hospital.
"Nosso Lord
das Trevas precisava de tempo para se recuperar do horrível
dano que aquela vadia da Lilly Potter causou quando ela protegeu
aquela criança. Qualquer outro bruxo teria morrido, mas ele
foi capaz de reconstruir seu corpo, seu poder. Mais alguns meses e
ele voltará a ser tão poderoso como costumava ser,
ainda mais. E então..." Os olhos dele se iluminaram.
"Então eles todos irão tremer de medo!"
Ele
levou Claire para fora do quarto e ela ficou agradecida por estar
viva quando ele fechou a porta.
"Em quinze minutos eu vou
mostrar a vocês outra prova de como nós somos poderosos.
Até então..."
Ele olhou em volta,
procurando. "Onde está seu querido marido?"
Claire
não tinha idéia.
"Talvez ele tenha ido
procurar um espelho." Malfoy franziu a testa.
De repente,
preocupada, Claire sugeriu que ele fosse esperar na recepção
enquanto ela procurava por Sirius. Ela procurou no banheiro dos
bruxos onde assustou alguns médicos, perguntou às
enfermeiras, mas ninguém tinha visto seu marido. Claro que
eles não lembrariam dele, ela pensou miseravelmente. Da mesma
forma que o rosto dele era inesquecível para ela, para os
outros ele não era bonito e nem
inesquecível.
Desesperadamente ela entrou no pátio
e se aproximou de um médico que corria através da porta
como ela.
"Desculpe-me..."
Ele
sacudiu a cabeça. "Sinto muito, senhorita, mas eu tenho
uma emergência logo ali."
Ela seguiu o olhar dele e
viu Sirius encolhido embaixo de uma árvore no meio do jardim,
duas enfermeiras ajoelhadas perto dele.
"Aquele é
meu marido." Claire falou ansiosa. "O que está
havendo com ele?"
"Eu não posso lhe dizer."
O médico deu de ombros. "Ele está sofrendo um tipo
de ataque, mas realmente não tenho idéia da
causa."
Claire não ouviu, correu para Sirius, que
estava caído no chão encolhido como uma bola, os braços
cobrindo a cabeça como se ele tentasse se proteger de algum
demônio invisível. Ela não precisava olhar para
saber que ele estava mordendo os lábios, murmurando palavras
que ninguém podia entender.
Ela se abaixou perto dele,
e afastou as mãos dele de sua cabeça "Sirius."
Ela disse firmemente. Sua voz era gentil, mas ela não deixava
dúvidas de que ela queria que ele obedecesse as suas ordens.
"Me escute!"
Ele gemeu. Seu rosto estava pálido
como um pergaminho, finas linhas de suor apareciam em sua
testa.
"Sirius, eu quero que você abra seus olhos e
olhe para mim."
O médico segurou a enfermeira que
tentava puxar Claire para longe do paciente. "Deixe-a
continuar." Ele murmurou. "Você não percebe
que ela é uma curandeira?"
"Eu quero que você
abra seus olhos e olhe para mim!" Claire repetiu com uma voz
calma e tranqüilizadora.
Devagar ele abriu os olhos e
olhou para ela, as pupilas enormes como se ele tivesse acabado de
acordar de um pesadelo.
Os dedos de Claire acariciaram a pele
dele, macios como plumas.
"Está tudo bem."
Ela sussurrou. "Está tudo bem."
"Não."
Sirius a empurrou para trás. "Não me toque
agora."
Ela sentou para trás e mordeu os lábios.
Ela sabia que ele faria isso, ele já havia feito isso antes,
mas ainda assim magoava todas as vezes que acontecia.
"Você
pode se levantar?" Ela tentou manter a voz calma e
impessoal.
"Dê-me um minuto. Apenas fique longe.
Por favor."
O médico virou para ela e sacudiu a
cabeça. "Isso foi notável, Senhora..."
"White."
Ela disse automaticamente.
"Eu sou Dr. Jung. Eu trato a
maioria dos prisioneiros dessa enfermaria e..."
"Prisioneiros?"
Claire olhou para ele.
"Nós os chamamos de
prisioneiros por falta de um termo melhor. Eu sei que você veio
visitar o Sr. Prenner, eu vi seu companheiro falar com a Enfermeira
Howard. Prenner é um prisioneiro, trancado nas paredes de sua
mente."
Ela estremeceu. "Eu acho que isso descreve bem a condição dele."
"Seu marido..."
"Eu
não sei o que causa os ataques. Eles apenas ocorrem de vez em
quando e eu não descobri o padrão ainda."
"Quem
treinou você?" Ele perguntou ainda impressionado pela
rápida recuperação do paciente, que agora
tentava se levantar sem ajuda.
"Poppy Pomfrey."
Claire corou. "Eu sou apenas uma amadora, realmente. Tudo que eu
faço é curar uns ossos quebrados ocasionalmente. E eu
posso acalmar Sirius quando ele..."
"Madame
Pomfrey!" O médico riu. "Ela é uma bruxa
extraordinária, eu posso lhe dizer isso. Eu estive em Hogwarts
há apenas um mês atrás, mas eu não vi você
lá."
"Eu não estou na
escola..."
"Claire!"
Lucius cruzava o
pátio com passos largos. "Nós devemos correr para
chegar a tempo ao nosso próximo compromisso." Ele deu um
olhar condescendente para Sirius que se segurava em uma árvore
e parecia muito pálido. "Bem, você parece ter
encontrado a ovelha desgarrada. Agora podemos ir?"
Claire
deu um sorriso para o médico, pedindo desculpas pela falta de
educação de Malfoy e procurou pela mão de
Sirius, preparada para sentir ele pular para trás. Mas dessa
vez ele aceitou sua ajuda, e eles saíram do hospital.
Quando
chegaram à rua novamente, Sirius se recuperou muito
rápido.
Claire o observava, preocupada. "O que
aconteceu?" Ela perguntou muito suavemente para Malfoy não
escutar.
"Mais tarde." Sirius sacudiu a cabeça.
Malfoy descia correndo para o Beco Diagonal como se cada minuto
contasse.
Eles passaram por lojas e barracas, e novamente
Claire desejou que ela pudesse apenas passear por ali e olhar as
mercadorias. Ela havia ido a Londres apenas uma vez, e ela era muito
pequena naquela época, então as maravilhas do Beco
Diagonal eram tão excitantes como as vistas Trouxas de
Londres. Mas Malfoy agarrou a mão dela e a guiou através
de uma pequena rua lateral. Eventualmente ele parou em uma esquina
perto da Flourish & Blott's e deu a ela uma chance de recuperar o
fôlego.
"Realmente, Malfoy, por que a pressa?"
perguntou Sirius.
"Lembra que eu disse a você que
eu provaria como nossa organização é eficiente?"
Malfoy se dirigiu apenas a Claire, ignorando Sirius completamente.
"Agora vamos voltar para o lado de dentro e assistir."
O
relógio da torre do Gringotes bateu três vezes. Assim
que a última badalada morreu, uma explosão
ensurdecedora sacudiu os edifícios ao longo da rua. Gritos
encheram o ar, nuvens de uma fumaça verde subiam das ruínas
da loja que apenas há alguns segundos atrás ficava do
outro lado do beco.
Os olhos de Claire se arregalaram de susto
quando ela reconheceu que a Flourish & Blott's tinha sido
destruída. E que não era neve aquela coisa branca no
ar, mas pedaços de pergaminho. Um grupo de bruxos médicos
veio correndo do St. Mungo's, se reunindo às pessoas que
tentavam resgatar os sobreviventes da explosão.
"Ele...
você... fez isso?" A voz dela era sem expressão.
"Com
certeza. F & B era uma firma rival da sua, não era?"
Malfoy sorriu zombateiramente, orgulhoso. "Eles não vão
fazer negócios nos próximos meses, eu presumo. Apenas
para provar a você que podemos ser muito úteis a você,
assim como você será útil a nós."
"De
quem foi essa idéia?" Sirius perguntou. Claire sentiu a
tensão no corpo dele. Ele tinha lhe dado cobertura assim que a
explosão aconteceu, e ainda não havia largado a esposa
e ela não queria que ele a largasse. Honestamente, ela não
queria nada mais do que se esconder no abraço dele para
sempre. Malfoy e seus Comensais da Morte eram loucos e perigosos e
podiam matar muitos inocentes apenas para se mostrar. Ela se sentiu
mal.
"De quem foi essa idéia?" Sirius
repetiu.
Malfoy estava tão concentrado, vendo as ruínas
em chamas e enfumaçadas, que nem olhou para eles. "Eu
gostaria de poder dizer que a idéia foi minha. Mas foi idéia
do Segundo no Comando de nosso Lord, foi ele que planejou tudo."
"Eu
pensei que você era..." Claire pigarreou, as lágrimas
que ela tentava conter estavam quase escapando. "Eu pensei que
você era o Segundo no Comando."
"Oh não,
eu sou apenas seu humilde servo. Mas Peter Pettigrew sacrificou mais
do que todos nós pela causa, e se alguém merece sentar
ao lado dele é Pettigrew."
Claire mais sentiu do
que ouviu a respiração de Sirius falhar.
"Então
isso foi idéia de Pettigrew?" Ela queria ouvir aquilo
novamente, queria que Malfoy confirmasse aquilo.
"Foi."
Malfoy concordou impulsivamente. "Para você saber como nós
apreciamos sua ajuda à nossa causa."
Sirius sentiu
o corpo de Claire tremer. Ele tentou acalmá-la puxando-a mais
para perto dele, aquecendo o corpo dela. Muito devagar o pânico
diminuiu.
"Foi muito... impressionante, realmente."
Ela disse com uma voz fria para Malfoy.
Mas quando Sirius viu
o olhar dela refletido em uma janela, ele soube que agora ela era uma
pessoa que odiava Pettigrew quase tanto quanto ele odiava.
Continua...
NA: Desculpem a demora para postar esse capítulo. Mas como todos que conversaram comigo por MSN-Messenger devem saber, estou realmente bem ocupada com a faculdade... Também teve o problema no computador da minha beta... E para complicar um pouco mais as coisas, hoje estou com uma febre desgraçada... --
Mas vamos aos comentários...
E aí? O que acharam da visão da Serene? Será que mais uma vez ela vai estar "errada"? Eu lembro que fiquei tão nervosa quando li isso pela primeira vez...
O problema do Cas - Cãs é porque o meu world está com auto-correção... E eu não tinha notado que ele colocou o acento automaticamente. Notei isso hoje... Mas mesmo assim não vou mudar... principalmente porque gostei de Cãs... E acho legal ter alguma marca minha no texto, mesmo que tenha sido escrita por outra (e mesmo que a marca seja do world e não realmente minha... mas vocês entenderam...)
Bem, é isso que me lembro por hora... Mais alguma questão/dúvida/comentário/crítica, só deixar um review!
Então até daqui a uma semana, se der tudo certo!
Beijos
Harue-chan
