NA: Ah! Mil desculpas pela demora por esse capítulo! Mas minha beta estava super-atarefada! Dessa vez a culpa não foi minha mesmo!!! (Como disse a Ka, minha beta linda e fofa, não briguem com a tradutora que não teve culpa nenhuma!!!)
Mas todos os probleminhas foram resolvidos, e o capítulo está aí, prontinho para vocês aproveitarem... e o próximo estará por aqui em uma semana, no máximo!
Obrigada pela paciência, e aproveitem!!!
8. O Direto de Cuidar
"Tudo minha culpa. Foi tudo minha culpa." Claire não conseguia parar de sussurrar a frase várias e várias vezes.
Na tarde do dia anterior eles tinham deixado Malfoy em Londres depois de uma visita ao Gringotes, onde Claire tinha entregado ao Terceiro no Comando de Voldemort uma bolsa cheia de galeões de ouro. Uma transação que a tinha enchido de desgosto e nojo. Como ela podia financiar uma causa que matava inocentes apenas para dar um exemplo? Mesmo sabendo que sua missão era para a vitória de todas as coisas boas e nobres - como ela poderia viver com o conhecimento de que tantos inocentes tinham sido mortos ao longo do caminho? Malfoy tinha estado cheio de orgulho e excitação sobre o ataque bem sucedido. Ele havia prometido a ela arranjar um encontro entre ela e Voldemort assim que possível - uma perspectiva que fez Claire estremecer. Tinha sido necessária toda a sua força e a presença confortadora de Sirius para ela responder à promessa com um sorriso frio.
Agora eles estavam sentados no escritório de Dumbledore. Snape observando Claire com uma expressão indecifrável, Dumbledore dando pancadinhas na mão dela de vez em quando. Era Sirius que dava a eles informações mais detalhadas sobre o que acontecera na tarde anterior com Malfoy. Tudo o que Claire tinha sido capaz de dizer era a mesma frase, que tudo tinha sido culpa dela.
Sirius estava ficando mais desesperado. Ele havia passado a noite inteira acordado, segurando Claire que não dormira até ele fazer com que ela tomasse uma poção. Mesmo dormindo ela se agitava, virava e murmurava as mesmas palavras. Mas ela estava errada, ele pensou. Nada daquilo era culpa dela. Era dele. Ele nunca deveria ter concordado com aquele plano idiota. Ele odiava admitir isso, mas Snape estava certo. Era uma idéia suicida e ignorante colocar Claire em uma posição onde Voldemort podia feri-la tão facilmente. Dumbledore tinha colocado Sirius como seu guarda costas, mas eles nunca haviam considerado a possibilidade de que Claire podia sair ferida indiretamente, pelo o que os Comensais da Morte faziam aos outros.
E ele não tinha sido capaz de protegê-la...
Ele sentiu o olhar do Diretor e olhou para cima para encontrar os olhos azuis bebê do velho bruxo. Dumbledore sacudiu levemente a cabeça. "Não faça isso com você mesmo, Sirius." Ele disse suavemente.
Onisciente, pensou Sirius, sentindo-se desconfortável em sua cadeira. Como ele fazia aquilo? Como ele sabia o que todos estavam pensando? Mas pensando bem - Dumbledore era tão velho que não deviam existir muitas situações pelas quais ele não tivesse passado ainda.
Snape olhou para Claire que balançava para frente e para trás, murmurando que era sua culpa. O rosto dele virou uma carranca.
"Claro que você está certa, Claire." Ele confirmou asperamente. "É tudo sua culpa."
Como um raio Sirius levantou de sua cadeira, agarrou Snape pelos ombros e o empurrou contra a parede, não se incomodando com varinhas e feitiços. A raiva impotente que ele havia sentido desde que vira as ruínas enfumaçadas do Flourish & Blotts transbordara. Se Dumbledore não tivesse segurado seus pulsos com força surpreendente, ele teria estrangulado o Mestre de Poções ali mesmo, por magoar Claire ainda mais do que ela já estava.
"Solte-o. Agora." disse o Diretor calmamente. "Deixe-o terminar o que tem a dizer."
Snape tossiu e ajeitou as suas vestes indignado. Dando a Sirius um olhar cínico, ele se concentrou em Claire, que não tinha olhado para cima nem quando Sirius tinha atacado.
"Minha culpa." Ela murmurou novamente.
"Certo." disse Snape e sentou em uma cadeira próxima a ela.
Dumbledore colocou a mão frágil no braço de Sirius e sussurrou: "Confie nele."
"Eu não posso. Ele está magoando Claire." Sirius estava pálido e observava Snape com cuidado, pronto para afastá-lo de Claire se necessário.
"Eu não acho." disse Dumbledore.
"É tudo sua culpa." repetiu Snape casualmente. "A explosão, os ferimentos do Sr. Blotts..."
Claire olhou para ele, relutante. "Ele não está... morto?"
Snape sacudiu a cabeça. "Chame isso de pressentimento, mas ele disse aos empregados para tirarem a tarde de folga. Ele era o único no prédio e, apesar de ter sofrido sérias feridas na cabeça, ele vai se recuperar."
Ela suspirou. "Mas ele poderia estar morto. Eles todos poderiam estar mortos. E é tudo..."
"Sua culpa." Snape terminou a frase por ela. "Como é sua culpa seu marido querido ter tentado me servir de comida para nosso amigo em comum, o lobisomem, quando nós tínhamos dezesseis anos. É sua culpa eu ter feito tudo o que eu podia para que ele fosse beijado pelos Dementadores há dois anos atrás. Sua culpa Srta. Kennedy desapontar o pobre idiota do Lupin. Sua culpa eles não servirem mais sorvete de gengibre no Três Vassouras."
Ela levantou a cabeça, de repente irritada. "Isso não é..."
"Não é sua culpa." ele concluiu suavemente. "Agora por que não seria sua culpa, Claire?"
Ela olhou dentro dos olhos negros dele. "Porque eles... você..."
"Porque nós somos pessoas que tomamos nossas próprias decisões. Nós somos capazes de distinguir o certo e o errado. E por essa razão somos responsáveis por nossas próprias ações. Assim como Lucius Malfoy." Ele pegou a mão dela com gentileza, um gesto que surpreendeu mais a Sirius do que as palavras racionais que ele havia dito.
"Eu conheço Lucius. A mente dele é afiada e fria como uma faca. Ele sabe exatamente o que está fazendo. O que aconteceu no Beco Diagonal não foi sua culpa. Foi dele, unicamente dele."
"Não, foi culpa de Peter." Sirius interferiu calmamente. "Malfoy nos disse que foi idéia de Pettigrew."
Snape olhou para ele, sem palavras.
"Então ele tem que ser responsável por isso, também." Disse Dumbledore.
Quando eles saíram do escritório e esperaram pela escada para transportá-los. Claire não ousava olhar para Sirius. Ela não precisava ver o rosto dele para saber que estava zangado com ela. Culposamente ela enrolou um fio de cabelos no dedo da mão direita.
Eles cruzaram o hall e Sirius ainda não tinha dito uma palavra.
Claire respirou fundo e o encarou.
"Qual é o problema?"
Ele arregalou os olhos. "Problema? Você me pergunta qual é o problema?" Ele franziu a testa para ela. "Você podia ter morrido ontem, ou podia ter sido morta a qualquer momento. Isso tem que parar. E vai parar aqui mesmo."
Claire não confiou em seus ouvidos. "Parar? O que você quer dizer?"
"O plano. Esqueça isso. É muito perigoso. Eu não vou levar você até Malfoy novamente."
O coração de Claire se encheu de raiva.
"Você não vai me levar com você? Certo." Ela estreitou os olhos. "Eu sou apenas um aborto, é isso? Eu sou muito idiota para entender o que está acontecendo."
"Claire, boneca..."
"Não me chame de boneca, Sirius!" As lágrimas caíram e o desespero a tomou. Ela havia temido esse momento, sempre soubera que isso aconteceria. Mas agora parecia tão doloroso que ela apenas queria morrer. "Vamos, diga! Diga o que você realmente pensa de mim!"
Ele levantou as sobrancelhas. "Claire, ouça... Você não vê que você é..."
"Estúpida. Fraca. Inútil."
Claire ficou nas pontas dos pés e deu um tapa na cara dele. Antes que Sirius pudesse reagir, ela girou nos calcanhares sem dar a ele uma oportunidade de explicar e correu para fora do hall. Saindo como um raio pela porta de entrada, ela colidiu com Remus nas escadas do lado de fora do castelo e, sem pensar, agarrou a vassoura de Lupin que estava na altura da sua cintura.
Assim que ela sentou a vassoura, começou a subir com velocidade surpreendente. Então ela subiu como um foguete para o telhado.
"Não!" Sirius gritou quando entendeu a situação.
Remus apenas olhava para cima, sem saber o que fazer. Sirius o empurrou para o lado quando desceu as escadas.
"Ela é um aborto, ela não pode dirigir uma droga de vassoura. Ela vai bater na parede a qualquer minuto!" ele gritou para Remus.
"Eu sei disso." replicou Lupin furioso. "Eu não entreguei a vassoura para ela. Ela simplesmente a tomou de mim!"
"Eu preciso de uma vassoura, agora!"
Mas não havia nenhuma. Todas as vassouras dos alunos tinham sido levadas para casa nas férias, as vassouras da escola ficavam amarradas na casa de Hagrid, e a única que estava disponível e que tinha atendido ao chamado de Sirius um desesperado "Accio!" foi a de Flitwick. O que significava que só tinha sessenta centímetros...
Claire gritou com medo quando a vassoura começou a rodar, fazendo espirais.
"Você não pode chamar a vassoura para você?" Sirius olhou para Remus, e embora o lobisomem se concentrasse pensando em uma solução para a situação, parte de sua mente notou o medo nos olhos do amigo. Casamento apenas no nome - ha!
Ele tentou chamar a vassoura, mas isso só fez Claire gritar mais desesperadamente e quase cair da vassoura quando ela fez um súbito mergulho para seu mestre.
"Eu vou aparatar." disse Sirius através dos dentes cerrados.
"Você está maluco?" Remus olhou para ele indignado." Você não pode Aparatar em um objeto em movimento! Se você errar, pode quebrar o pescoço!"
"É o pescoço de Claire que está me preocupando agora."
Sirius cerrou os punhos e tentou clarear a mente. Ele sempre tinha sido bom em Aparatar e tinha aperfeiçoado a arte quando ele e James tinham feito a prova para conseguir a licença. Eles tinham aparatado para cima e para baixo da Torre Oeste, e uma vez, ele lembrava claramente, ele tinha aparatado de sua motocicleta em pleno vôo. Ele podia fazer isso.
E fez.
Claire gritou novamente quando a vassoura abaixou de repente com o peso extra. Sirius colocou um braço em volta dela e usou a mão direita pra controlar a vassoura. Muito devagar ele conseguiu fazer com que ela descesse suavemente para o chão.
Claire tremia. Ela agarrou o braço dele com tanta força que machucou.
Sirius soltou a respiração, trêmulo. "Essa foi por pouco."
"Isso foi estúpido." A voz dela era quase um sussurro e cheia de lágrimas. "Você está certo. Eu não sou nada além de um estúpido aborto."
"Não, você não é estúpida." Sirius a puxou para perto dele, o suficiente para olhar o rosto dela sem soltar a vassoura. "Mas você é tola."
"Sirius." Claire sussurrou, seu rosto ainda branco como um pergaminho. "Por favor. Eu vou ser mais corajosa da próxima vez.. Eu não vou mais chorar. Mas, por favor, me deix continuar com o plano. Não fique zangado comigo..."Ele vacilou como se ela tivesse batido nele novamente.
"Boneca, eu não estou zangado com você." Ele disse impotente enquanto abaixava a vassoura com cuidado. O familiar formigamento em seu pescoço o alarmou. Ele tinha poucos minutos antes que a escuridão fosse aparecer e as vozes fossem começar a implorar novamente. "Eu estou zangado comigo mesmo por não protegê-la do que Malfoy fez a você. E por não ser capaz de tirar você de sua tristeza." Ele tentou respirar devagar para ganhar tempo para acalmá-la. "Snape conseguiu ajudar você onde eu falhei."
"Não foi Severus quem me abraçou a noite inteira." Ela sussurrou contra o pescoço dele. "Eu não teria conseguido passar por aquilo ontem se não fosse por você ao meu lado. Eu sabia que você não ia me deixar sozinha com Malfoy. Aquele maldito assassino!" Ela começou a chorar novamente, mas dessa vez com raiva, não com desespero, o que Sirius notou com alívio.
Ele sentou Claire no chão com cuidado. Linhas de transpiração cobriam a testa dele agora. Seu coração acelerou. Ele precisava sair dali.
Rápido.
Agora.
"Você pode levar Claire em segurança para casa?"
Ele olhou para Remus que estava de pé nas escadas, ainda pálido com o susto, e soube que o lobisomem podia facilmente ver que alguma coisa estava errada. Mas ele confiava que o amigo não ia dizer nada. Por enquanto. Mais tarde Remus iria perturbá-lo até ele falar. Gentil e racional Remus que ainda acreditava que todos os problemas podiam ser resolvidos através do diálogo... Mas agora ele deixaria Sirius ir e tomaria conta de Claire.
Lupin concordou e apenas levantou a sobrancelha quando notou a condição de Sirius. "Eu vou me assegurar de que ela chegue em casa. Não se preocupe." E muito suavemente: "Tome cuidado, meu amigo."
Depois de meia-noite Claire deu o dia por encerrado. Ela havia trabalhado na sala de estar, uma vez que o escritório parecia pequeno e apertado, de repente. Sirius não tinha chegado em casa ainda, nem tinha mandado uma coruja como ele costumava fazer quando ficava fora durante a noite, a serviço de Dumbledore. Apesar de ter afirmado o contrário mais cedo, ele devia estar muito zangado com ela. Tentando fugir de suas preocupações, Claire fez uma lista mental das razões, além da raiva, que tinham feito ela subir naquela vassoura idiota e que devia estar mantendo Sirius longe dela. Mas tudo o que ela podia pensar era nos possíveis perigos e aquilo só fazia piorar.
Ela reuniu as cartas que tinha escrito em uma pilha organizada e buscou o estojo da pena de seu escritório para guardar a pena semimágica.
No hall ela ouviu a porta de entrada ser aberta e fechada novamente, e olhou para ver quem era. Não era Sirius, apenas um dos elfos. A decepção a feriu como um punhal afiado em seu estômago. Mas quando ela virou de volta à sala de estar, ela sentiu um leve puxão em sua saia. Olhando para baixo, ela viu o rosto redondo de Peagreen, normalmente feliz e excitada, mas agora sombrio com uma ruga entre os olhos. A elfa parecia profundamente preocupada e Claire se abaixou para abraçá-la carinhosamente. Ultimamente ela sentia o desejo de abraçar as pessoas e criaturas do mesmo jeito, um desejo que parecia ter nascido com o prazer que o contato físico com Sirius tinha mostrado a ela. Não tinha nada a ver com sexo - apenas onde dizia respeito a seu marido, ela pensou e corou - mas com proximidade e confiança. Antes ela só tinha palavras para expressar essas emoções, até Sirius ter lhe ensinado que um toque, um abraço no momento certo podia significar mais do que palavras.
"O que é, pequenina?" ela perguntou.
Peagreen piscou. Era óbvio que ela tinha pensado em coisas complicadas por algum tempo. O nariz de tomate tinha perdido sua cor verde saudável e estava meio arroxeado. Eventualmente a elfa não conseguiu se conter mais.
"Se um elfo ganha um presente, Srta. Claire?"
Ela sorriu, reassegurando a elfa a continuar. " Sim. Um presente?"
"O elfo tem que guardá-lo ou pode passar o presente adiante?"
Atônita, Claire pensou a respeito. Os elfos tinham muitas idéias sobre propriedade ser heresia e quase um conceito indecente. Então por que esse súbito interesse em presentes?
"Bem, eu imagino que se alguém dá uma coisa como um presente, isso faz com que você seja proprietária, e você está livre para fazer com ela o que você quiser."
Peagreen soluçou de alívio. "Então eu vou dar isso agora para você, Srta. Claire."
"Para mim?" Ela sacudiu a cabeça. "Peagreen, eu não estou entendendo."
A elfa agarrou a mão dela e a puxou para a porta de entrada. "Sirius da Srta. Claire deu um segredo para Peagreen. E Peagreen está dando para você."
Claire tentou puxar a pequena criatura para trás.
"Espere. Eu temo que um segredo não é como qualquer outro presente!"
As orelhas de Peagreen caíram com a decepção. "Mas se o segredo machuca, muito, muito mesmo?"
"Machuca? O que você quer dizer?"
Ao invés de responder, a elfa saiu detrás dela e a empurrou na direção da porta. Claire desistiu, abriu a porta e saiu. A noite estava friae a chuva, que tinha começado horas atrás, caía como uma cortina cinzenta. A luz das janelas altas caía no chão como perfeitos retângulos.
"Ele está lá embaixo." sussurrou Peagreen tão alto quanto podia, e quando o olhar de Claire seguiu na direção apontada pela elfa, ela estacou com o choque.
Aos pés das escadas estava um grande cachorro preto caído, seu pelo embaraçado, com espinhos e urtigas. As patas estavam machucadas e sangrando. Claire chegou mais perto e viu que o pêlo não estava apenas molhado e sujo, mas cheio de sangue ao longo das costas dele. A garganta dela ficou seca.
"Sirius?" ela sussurrou.
O cachorro ganiu suavemente. Quando Claire acariciou a cabeça dele, o animal começou a tremer, a se transformar. Por um segundo a forma humana apareceu no chão, ele estava enrolado em uma bola, tão molhado e sujo como o cachorro tinha estado. Mas, então, o bruxo desapareceu novamente e voltou a se transformar em um cachorro.
Claire se virou para Peagreen.
"É esse o segredo?"
A elfa concordou infeliz. "Ele chega sangrando todas as noites em que ele corre, ele chega sangrando. Mas é um segredo que ele me deu e eu dei a você, então está certo, não é Srta. Claire?"
Ela forçou um pequeno sorriso. "Sim. Você fez a coisa certa, doçura."
O cachorro gemeu de dor quando ela tocou seu nariz e se transformou em Sirius novamente. Ele estava deitado sobre as costas, olheiras negras, a respiração acelerada e curta. Claire pegou o braço dele para sentir seu pulso.
"Sirius." Ela chamou suavemente, mas com urgência. "Você consegue se levantar?"
Quando ele negou com um pequeno movimento de cabeça, ela sentiu o pânico invadir seu coração. E de repente ela entendeu o que Poppy tinha falado alguns dias antes. Aparentemente essa não era a primeira vez em que Sirius se machucava, e mesmo assim ele nunca havia procurado por ela. Ele tinha ido até Poppy para conseguir ajuda e tratamento para seus ferimentos. Não era de admirar que a enfermeira tivesse ficado preocupada com o casamento deles. Se não fosse pelo seu terrível estado, que requeria cuidados imediatos, Claire teria ficado muito zangada com ele. Mas agora decidiu adiar a raiva e mágoa até ter acabado de cuidar dele.
"Peagreen." ela disse mais calma do que se sentia. "Chame os outros para me ajudar a carregar Sirius para dentro de casa."
Poucos minutos depois, oito elfos e Claire estavam ocupados carregando o bruxo alto para cima e colocando-o no banheiro. Os elfos mostraram uma força surpreendente, mas era difícil levar as pernas longas pelas curvas e duas vezes Claire quase deixou a cabeça de Sirius cair, apenas para conseguir segurá-la antes que ela batesse nas escadas. Finalmente eles conseguiram chegar ao banheiro onde os elfos colocaram o corpo dele no chão, com cuidado.
Claire mais uma vez desejou ser capaz de fazer um pouco de mágica. Agora mesmo seria suficiente levitar Sirius para a banheira e fazer as roupas dele desaparecerem. Mas, como era um aborto,ela teve que usar tesouras. Ela cortou as roupas rasgadas e enlameadas para fora do corpo dele e desamarrou os laços das botas. Com um assobio agudo ela olhou para os pés dele, terrivelmente feridos. Aparentemente não fazia diferença se um Animago se transformava com roupas e sapatos, ou nu. Tudo o que acontecia a ele na forma de animal atingia o corpo dele e não as suas roupas.
Onde o pêlo nas costas do cachorro preto havia estado sujo de sangue, o corpo de Sirius apresentava uma enorme ferida.
Claire começou a limpar as feridas com cuidado, usando um pano molhado e novamente ela entendeu porque Poppy havia posto tanta ênfase em como limpar feridas e cortes.
Quando ele estava razoavelmente limpo, Claire pediu para um elfo pegar roupas limpas no quarto de Sirius. As calças macias não iriam machucá-lo, ela pensou enquanto vestia o bruxo ainda inconsciente, com algum esforço. Mas não haveria como colocar sapatos ou camisa nele enquanto ela não curasse seus pés e suas costas.
Ela afastou o cabelo do rosto dele com ternura, e o toque suave fez com que Sirius abrisse os olhos. Os lábios dele estavam incrustados com sangue e ele não tentou falar. Mas o olhar dele falou tudo a Claire. Ele queria que ela saísse e o deixasse sozinho, para poupá-lo da humilhação de estar caído no chão do banheiro, seminu, completamente impotente. Ele queria que ela se levantasse e saísse, fechasse a porta, e nunca mencionasse o incidente.
Mas aquilo ela não faria.
"Você pode levitar só um pouquinho?" Ela perguntou.
Ele sacudiu a cabeça, cansado.
Claire pegou a varinha dos trapos que tinham sido as roupas de Sirius e fechou a mão dele em volta dela.
"Tente." Ela pediu. "Apenas uma polegada ou duas para eu poder levar você para algum lugar mais quente."
Ele tinha começado a tremer violentamente no chão de azulejos, e Claire não podia afirmar se era de frio ou se ele se encontrava em estado de choque. Provavelmente ambos, ela pensou.
Sirius fechou os olhos novamente e seus lábios se moveram sem emitir som. Dolorosamente devagar o corpo se ergueu, polegada por polegada até chegar à altura do joelho. Claire, com gentileza, o guiou para fora do banheiro, seguindo pelo hall até a sala de estar. Ela sabia que era melhor colocá-lo logo na cama, mas tinha medo das escadas, uma vez que Sirius não estava em condições de andar. Naquele momento, ele precisava de um lugar quente com a lareira acesa, e o sofá da sala podia ser tão confortável quanto uma cama.
Quando ela finalmente empurrou e puxou o marido até o sofá, ela exalou com alívio. Ela costumava esquecer o quão mais alto que ela Sirius realmente era. Ele sempre a levantava quando eles se beijavam, e na cama aquilo realmente não fazia diferença. Mas é claro que fazia diferença quando ela tentava desviar o corpo dele dos móveis e batentes das portas.
Sirius não pôde suprimir um gemido quando ele deitou no sofá e suas costas tocaram as almofadas macias. Claire passou as mãos pelo cabelo que há algum tempo tinha escapado da trança. O que ela devia fazer primeiro?
As pernas precisariam ser tratadas, com todos aqueles pequenos cortes, mas ela devia começar pela ferida nas costas dele, para fazer que fosse menos doloroso para ele se sentar. Ela foi para trás do sofá e suavemente colocou ambas as palmas sobre a área que estava se tornando preta e azul. Poppy tinha ensinado a ela como usar o seu poder sem na verdade tocar a ferida ou machucado que ela estivesse tratando. Concentrando-se em seu desejo de amenizar a dor dele e no calor que enchia seu coração, ela moveu as mãos, espalhando calor pelas costas de Sirius. Ele sentiu como a dor desapareceu, Claire podia dizer pela maneira como a tensão na parte de cima do corpo dele diminuiu. Quando ela terminou, a ferida tinha empalidecido e quase desaparecido, e a respiração de Sirius estava de volta ao normal.
Claire esperou um minuto, para ter certeza de que ela não havia esquecido nenhuma ferida interna. Então ela voltou para sua posição original em frente ao sofá e se ajoelhou para chegar mais perto dos pés dele. Ela franziu a testa. Quando ela havia visto os cortes pela primeira vez, ela pensou que eram por causa de algum acidente, que Sirius - ou melhor, o cachorro - havia pisado em cacos de vidro. Agora ela via o que as feridas – realmente - eram sinais de uma longa corrida.
Quando ela olhou para cima, encontrou os olhos de Sirius, mais escuros do que nunca, não mais azuis. O rosto dele estava sem cor, exceto pela ferida que estava em seu maxilar.
"Por favor, vá embora." Ele pediu. "Eu não quero que você... me veja... desse jeito."
Os lábios de Claire tremeram. Ela largou o tornozelo dele e pegou sua mão, com gentileza, mas firmemente. Quando ele estremeceu, ela entrelaçou seus dedos nos dele.
"É meu direito ver você desse jeito. Da mesma forma que é seu direito salvar minha vida de vez em quando."
Ela deu um beijo no pulso dele. "Eu sinto muito ter batido em você esta tarde..."
Ele apenas sacudiu a cabeça, tão exausto que não tinha energia para falar.
Claire pegou o rosto dele com as duas mãos, e o forçou a olhar para ela. Os olhos dele estavam escuros de cansaço e mais alguma coisa que ela nunca tinha visto neles antes - medo. Ele parecia alguém que tinha enfrentado um inimigo terrível e tinha reconhecido não seria forte o suficiente enfrentar.
"Como sua esposa é meu direito alimentar você quando você tiver fome. Aquecer você quando você tiver frio. Tratar de suas feridas quando você estiver ferido." A voz dela tremeu, mas os olhos dela nunca abandonaram os dele. "No dia do nosso casamento eu adquiri o direito de cuidar de você, até o nosso casamento terminar. E você não vai me negar isso." Sua expressão mostrava determinação.
Sirius olhou para ela por um longo tempo.
Era impossível ler qualquer coisa em seu rosto, que parecia de pedra, então tudo o que Claire podia fazer era esperar e desejar que ele visse que tudo o que ela queria era ser sua esposa. Até o casamento estar terminado. Ela odiava pensar naquilo, mas ela vivia repetindo isso, todas as vezes que se sentia feliz ao lado de Sirius.
Ela não iria prendê-lo, ela o libertaria, boa Deusa. Mas não agora, não enquanto eles ainda estivessem casados.
Então Sirius curvou sua cabeça como se ele se rendesse em uma batalha.
Ela quase soluçou de alívio...
Cobrindo os pés dele com ambas as mãos ela enviou calor a eles deixando as pontas de seus dedos acariciarem a pele machucada até as feridas cicatrizarem com o toque gentil de suas mãos. Sirius suspirou suavemente e relaxou um pouco.
Ela repetiu o tratamento com o outro pé, e então, ainda ajoelhada, olhou para ele.
"Por que você não veio a mim?" Ela perguntou suavemente e embora ela tentasse manter sua voz vazia, sem expressão, a raiva fez com que ela tremesse. "Por que você procurou a ajuda de Poppy Pomfrey e não a minha?"
"Eu não sabia que você podia fazer isso." Sirius engoliu em seco e esfregou as costas de sua mão sobre a testa.
"Você não sabia que eu podia curar. Mas você sabia que eu estava aqui. Mesmo se eu não fosse capaz de tratar de você, eu deveria saber."
"Claire, eu..."
Ela levantou ambas as mãos, exasperada. "Você desaparece noite após noite. Você aparentemente corre até a exaustão a ponto de ficar sangrando. Você tem esses... ataques." Ela podia ver como ele se retraía e disse a si mesma para não permitir que ele fugisse de suas perguntas dessa vez. "O que há de errado, Sirius?"
Ele sacudiu a cabeça, sem palavras, sem esperança.
"Sirius." Ela pegou a mão dele e ele estremeceu novamente. "Você sabe que eu posso ser terrivelmente teimosa. Eu não vou deixar você fugir sem me dar uma explicação dessa vez."
Ele se levantou, devagar, dolorido, como um homem velho. Indo para perto da janela, ele pressionou a testa contra o vidro frio e olhou para fora, para a escuridão. Suas costas estavam curadas agora, a pele não mostrava sinal de arranhões ou feridas. Como todas as vezes que via seu marido seminu, Claire podia apenas se maravilhar com a beleza do corpo dele, os músculos embaixo da pele levemente bronzeada, os ombros largos, as pernas longas. Timidamente ela abraçou-o e esfregou a bochecha contra as costas nuas dele.
Quase relutante Sirius relaxou, pouco a pouco.
"Eu estou ficando louco." Ele disse tão suavemente que ela teve que levantar a cabeça na direção dele para entender.
Os olhos de Claire se arregalaram de surpresa. Ela estava preparada para quase qualquer coisa, - uma confissão de infidelidade marital, outra missão secreta, até mesmo que ele estava doente e cansado de brincar de ser seu guarda costas. Mas não isso. Louco? Laurel tinha falado a ela sobre as mudanças violentas de humor de Sirius, e ela havia visto com os próprios olhos como ele pôde transformar o rosto de Prenner em uma massa de sangue. Mas ele tinha tido uma boa razão então, ou não tinha? E ele nunca a machucara. Na companhia dela, ele sempre pareceu calmo e firme como uma rocha.
"O que faz você pensar isso?" ela perguntou com cuidado.
"Eu não posso falar sobre isto." ele replicou. "Eu preciso passar por isso sozinho."
Claire deslizou o corpo entre o dele e a janela, então ele não podia impedir que ela olhasse para ele.
"Não." ela disse.
Ele evitou olhar para ela, mas não podia ignorar o toque suave dela, quando ela acariciou seu rosto.
"Não, você não precisa." ela repetiu.
Sirius suspirou suavemente e apoiou o queixo na cabeça dela. "Eu não preciso."
Claire apagou as lâmpadas até que a única luz na sala fosse a da lareira. Então ela levou Sirius para o sofá e com gentileza o empurrou para baixo até ele estar deitado de costas, sua cabeça em um travesseiro. Claire pegou um lençol de cashmere de um baú para cobri-lo, e sentou ao lado dele, beijando-o suavemente.
"Melhor agora?"
Os olhos azuis de Sirius procuraram os dela. Então ele empurrou o lençol para trás e puxou Claire para ele até ela estar deitada ao lado dele, apoiada em seu peito.
"Eu não vou desmoronar desse jeito todos os dias, eu prometo." ele sussurrou, sua voz trêmula de embaraço.
"Eu sei."
"Apenas..."
Claire beijou o lado do pescoço dele, onde seu pulso batia sob os lábios dela. "Apenas hoje à noite."
Ela esperou pacientemente até ele falar, dolorosamente hesitante, a princípio.
"Você sabe... como os Potters morreram."
Claire concordou. "Minerva me contou. Peter Pettigrew usou sua posição como Fiel do Segredo para entregá-los a... Ele. E então Peter culpou você, para que todos pensassem que você era culpado."
"No primeiro mês eu fiquei em estado de choque. Eu tinha acabado de perder meu melhor amigo e Lily, que todos nós adorávamos. Peter, o pequeno Peter Pettigrew, um bruxo no qual eu confiava como um irmão, tinha traído a todos nós, tinha matado todos aqueles inocentes na rua. Em Azkaban eles mantêm todos os prisioneiros em confinamento solitário. Eu não tive um julgamento, por isso eu não tive um advogado e Fudge tinha dado ordens para ninguém me visitar. Por um mês ninguém falou comigo. Eu ficava em minha cela no mais completo silêncio. O único som que eu podia ouvir era o grito de uma gaivota, de vez em quando a chuva batendo nas paredes e as trovoadas quando havia tempestade. Os Dementadores me deixavam em paz, não me consideravam uma ameaça. Eu não tinha nenhum pensamento feliz em minha mente para alimentá-los, então eles não ligavam para mim, apenas empurravam uma tigela com comida sem sabor através das barras da cela todos os dias."
Ele procurava pelas palavras e Claire começou a acariciar suavemente as costas dele para confortá-lo.
"Minha condição salvou minha vida no primeiro mês. Mas, devagar, eu comecei a me recuperar. Eu não deixei de me lamentar por Thiago e Lily, mas parei de olhar para o vazio. Eu comecei a perguntar a mim mesmo quando seria o julgamento, o que eu deveria dizer ao juiz. Mas não houve julgamento. Nunca haveria. Quando eu percebi que tinha sido considerado culpado da morte deles e dado como morto pelo mundo exterior, eu comecei a me revoltar. Eu me jogava contra as grades. Eu cortei minhas mãos na tentativa inútil de fugir pelas paredes de pedra. Aquilo fez com que os Dementadores me notassem. Eles se alimentam de alegria, mas qualquer outra emoção serve quando eles estão com fome.
Ele estremeceu e Claire puxou o lençol mais perto deles dois.
"Foi então que eu ouvi as vozes pela primeira vez. No começo eu pensei que fosse o prisioneiro na cela mais próxima da minha. Ele gritava de dar pena, implorando ser libertado. Mas principalmente ele gritava para alguém falar com ele, então ele não se sentiria tão sozinho. Eu tentei bloquear meus ouvidos, tentei, mas não consegui. Então eu comecei a falar com ele, através das paredes. Ou pelo menos eu pensei que sim. Depois de poucos dias, os Dementadores tiraram um corpo da cela próxima da minha. Eu chorei por ele, porque ele tinha sido meu companheiro, de certa forma. A cela permaneceu vazia, mas a voz continuava se lamentando. Só então eu entendi."
Claire parou de acariciar as costas dele, atônita. "Ele estava morto, mas a voz ainda falava com você?"
Sirius riu suavemente, mas não era um riso de alegria. "Não apenas continuou falando, mas convidou amigos. Vozes masculinas, vozes femininas, velhas, jovens. Todas implorando, lamentando-se, chorando."
"O que eles queriam?"
"Eles queriam que eu falasse com eles. Eles eram solitários, cada um em sua cela, onde ninguém, além de mim, podia alcançá-los. Então eu falava com eles. Eu fiz o que fazia quando meus irmãos se sentiam apavorados, quando éramos crianças. Eu contava histórias para eles. Isso me manteve vivo todos aqueles anos. E, ao mesmo tempo, me devorava. Eu me transformava por dias para mantê-los fora de minha mente, mas eu não podia ficar como Almofadinhas para sempre.
"Histórias." Claire repetiu pensativa. "Você contava histórias para eles." E de repente ela entendeu. "Você ainda ouve as vozes, não ouve? Quando você tem os ataques..."
Ele permaneceu em silêncios por quase um minuto e Claire sentiu como ele tentava acalmar sua respiração. Só de pensar nas vozes tomando conta da mente dele, fazia seu coração acelerar.
"Eles pedem que eu continue falando com eles."
"Sirius..."
Ele respirou fundo. "Eu tento afastá-los, ignorá-los. Então, eu descobri que, se eu corresse até cair de exaustão, eles me deixariam em paz. Por isso, eu me transformava em animal e corria todas as vezes que eu os sentia em minha mente. Quando eu estou na forma de cachorro, eles não podem me alcançar. Mas ultimamente isso não funciona mais. Algumas vezes eu fico tão cansado e quebrado que não consigo me levantar quando me transformo de volta."
Sirius enterrou o rosto no cabelo de Claire. "Eu não posso continuar desse jeito."
"Por que você não faz o que eles querem?" Ela perguntou suavemente. "Por que você não dá a eles as histórias que eles pedem? Eles estão sozinhos, seja lá quem eles forem. Eles parecem precisar de você."
"Claire." Ele suspirou. "Eles não são reais. As vozes são um sinal de que eu estou perdendo a razão. Eu já vi isso acontecer antes, acredite em mim. Eu sei como começa... e como termina. Eu imaginava que eles existiam porque eu estava solitário em minha cela."
"Mas vamos fingir por um momento que eles são reais. Prisioneiros na cela ao lado da sua. Você falaria com eles?"
Ele a trouxe tão para perto que quase doeu. "Eu faria qualquer coisa por aqueles prisioneiros de Azkaban. Ninguém merece aquele tipo de punição."
"Então fale com eles, Sirius."
"Eles não vão parar." Ele sussurrou com uma voz rouca. "Eu tenho medo de que, se começar eles não permitam que eu pare mais."
"Fale comigo então." Claire sugeriu. "Conte uma história para mim e deixe que eles escutem. Se eles sentirem que você não vai mais ignorá-los, eles podem ficar menos exigentes. E eu vou ajudar você a encontrar o caminho de volta." Ela se apoiou em um cotovelo e tentou encontrar os olhos dele iluminados pela luz do fogo da lareira. "Somos apenas você e eu nesta sala. Você está livre, Sirius. Livre e em segurança. Dê a eles o que eles pedem."
Gradualmente relaxando com as carícias dela, Sirius começou a falar.
Era surpreendente como sua voz mudava. Ficava mais forte e mais baixa, tão macia como veludo, hipnotizadora. As histórias que Sirius contava evocavam imagens na mente de Claire, de pessoas que ela nunca havia encontrado, lugares que ela nunca havia visto. Ele a fez rir e a fez chorar, e fez com que ela implorasse por outra história e mais outra, até que o fogo na lareira foi se apagando e os dois caíram no sono.
E a pena semimágica na mesa lateral continuou escrevendo a noite toda até não haver mais pergaminho.
Continua...
NA2: Nossa... eu adoro esse capítulo... É tão lindo e cativante, cheio de amor, carinho e confiança... Eu simplesmente adoro a Claire, e tudo o que ela faz pelo Sirius...
Ah.. eu prometo que o próximo capítulo não vai demorar muito para sair... Mas claro, se vocês quiserem o capítulo mais rápido ainda é só lotarem meu e-mail com reviews! Chantagem? Não.... imagina..... olhar perverso : P
