Nota da autora: Capítulo não betado

10. Dar e Receber

Claire estava sentada à mesa do café da manhã e mantinha os olhos voltados para o prato. Ela não ousava olhar para cima. Ela não conseguia disfarçar a alegria quando olhava Harry e Sirius.

Apenas de vê-los voltar para casa, ambos cobertos de lama, depois de uma expedição na Floresta Proibida onde Sirius tinha mostrado a Harry um buraco cheio de Floorooms...

"Eles parecem cogumelos gigantes." descreveu Harry, a boca cheia de ovos mexidos. "Só que estão cheios de pó de flu. E se você os tocar acidentalmente..." ele jogou os braços para frente, em um gesto dramático: "Kabum!"

Sirius riu. "E brilha como lantejoula. Você devia ter ido conosco, Claire."

Ela sorriu e baixou o garfo. Ela realmente tinha sentido vontade de ir, mas então decidiu que seria bom para eles fazerem as coisas sozinhos, sem ela. E para ser honesta, naquele momento, ela não estava com muita vontade de ficar vagando pela Floresta Proibida às 6 da manhã. Afinal de contas, era nessa hora que ela normalmente vomitava… Ela precisava falar com Poppy, ela decidiu. A mulher saberia que poção ela precisava tomar para acalmar seu estômago.

"Mas não é perigoso tocar os… Flooroms? Eu quero dizer, com todo o flu…"

"Um pouquinho caiu na minha pele e foi o suficiente para me transportar para fora do pântano, em cima de uma árvore."

"Sirius!" Claire ofegou. "Você está louco de levá-lo lá? Harry podia ter se machucado!"

Harry e Sirius acharam aquilo tremendamente engraçado.

"Sirius…" Harry ofegou. "Sirius voou do pântano também!"

"Mas eu não fui parar em um galho cerca de vinte metros acima do chão!" seu padrinho bufou.

"Verdade. Você bateu em cheio no tronco, como se fosse um tapete molhado."

Eles se dobraram de rir. Claire sacudiu a cabeça perplexa. Isso devia ser um tipo de ritual masculino, se machucar juntos e se divertir a cada minuto. Ou talvez fosse coisa entre pai e filho. Ou talvez padrinho… Uma vez que o pai de Harry estava morto… Sirius era provavelmente a pessoa mais próxima de um pai que Harry conhecia. Será que pais e filhos jogavam quadribol até que um dos dois caísse morto da vassoura? Ela não saberia. Os pais dela eram relativamente velhos quando ela nasceu.

Debaixo da mesa ela colocou a mão sobre o estômago. Se a criança fosse um menino… Então mais uma vez, Sirius provavelmente não estaria lá quando a criança tivesse idade suficiente para jogar Quadribol ou segurar uma varinha.

E o que ela faria se o bebê herdasse a sua incapacidade? O que faria se a criança fosse um aborto? O coração de Claire acelerou. Ela se lembrou da humilhação de sacudir a varinha sem conseguir nenhum resultado, o silencioso desespero no rosto da mãe e a determinação sombria no rosto do pai. Ela estava com cinco anos quando se tornou aparente que a varinha nas mãos dela era tão inútil quanto um graveto e que nenhum dos objetos mágicos da casa reagia a ela. As torneiras mágicas, o baú musical, a câmara de gelo, todos eles ignoravam a menina... Depois que ela havia ficado presa acidentalmente na câmara de gelo e quase tinha morrido de hipotermia, Sebastian Winterstorm então contratou Ygor Trollstone como guarda costas de sua filha.

O troll que era muito mais alto que muitos bruxos adultos, havia conquistado a menina desde o primeiro minuto em que se viram. Ele não apenas tinha tomado conta dela, mas se tornara seu confidente e amigo. Como um irmão mais velho que ela não tivera, e de uma certa forma como seu pai, mais jovem do que o dela mesma. Mas eles nunca haviam jogado quadribol, ela se lamentava. Não por ela ser menina - algumas das mais famosas jogadoras de quadribol eram meninas, afinal de contas. Mas ela não podia voar em uma vassoura e Ygor também era muito pesado para voar no modelo que o pai dela possuía.

"Claire?"

A voz de Sirius a trouxe de volta para o presente. Ele tocou a mão dela com delicadeza. "Você ainda está sonhando?"

Ela sorriu levemente. "Não, eu estava apenas recordando. Então, o que você vai fazer hoje?"

"Eu prometi a Koko consertar a torneira mágica da cozinha."

"E você, Harry?"O menino franziu a testa. "Eu acho que tenho que começar a me preocupar com os livros. É a mesma coisa todo verão quando vai chegando perto do meu aniversário, eu sinto que as férias estão acabando."

"Seu aniversário!" Claire bateu na testa. "Oh, Harry, eu quase esqueci seu aniversário."

Ele sacudiu a cabeça. "Não se preocupe, Claire. Eu não sou mais uma criança. Eu não preciso de um bolo ou qualquer coisa parecida."

"Tudo bem. Se você quer assim." Ela empurrou o prato com fingida indiferença. Nada de bolo! Koko explodiria quando Claire dissesse a ela que o Sr. Harry Potter não precisava de um bolo de aniversário. Ela sabia que Sirius e Remus estavam planejando uma surpresa especial para Harry, e ela já havia feito os seus preparativos. Então quando o menino fizesse dezesseis anos, depois de amanhã, ele teria o bolo e a festa, quisesse ele ou não.

"E amanhã?" ela perguntou. "Você sabe que nós fomos convidados para jantar para… para tratar de negócios. Nós não podemos levar você conosco…"

Sirius tossiu e quase cuspiu o chá em cima da mesa. Só de pensar! Levar Harry Potter a um encontro dos Comensais da Morte! Embora aquele não fosse realmente um evento com os Comensais da Morte… O convite fora assinado por Narcissa Malfoy, e uma vez que Narcissa aparentemente não estava envolvida nos negócios abomináveis do marido, parecia que eles iam para um jantar normal. Ainda assim, Harry não podia acompanhá-los.

-"Acho que eu poderia pedir a Hagrid para passar a noite com ele." Harry sugeriu.

"Remus ficaria com você, mas ele vai estar fora amanhã e não vai retornar a tempo."

"Não se preocupem!" Harry sorriu para Claire. "Eu não sou mais um bebê. Eu posso muito bem sobreviver uma noite sozinho."

"Eu realmente prefiro que você fique com Hagrid até nós voltarmos. Eu tenho que ir ver Poppy hoje, e quando você e Sirius voarem até o castelo para me pegar na hora do almoço, você podia pedir a Hagrid."

"Você não está se sentindo bem?" Sirius estudou o rosto dela.

Claire corou e escondeu o rosto atrás da correspondência e os papéis que tinham sido trazidos pelas corujas no vôo da manhã. "Eu estou bem. Por que você pergunta?"

"Por que você precisa ver Poppy, então?" Ele não a deixaria fugir tão facilmente.

"Ela está me ensinando, lembra? Escola Médica paraabortos…" Ela deu de ombros. "Eu preciso aprender muitas coisas se quiser desenvolver o único dom que os deuses me deram."

Sirius empurrou sua cadeira para trás e ficou de pé atrás dela. Abaixou-se e beijou o ponto onde o colarinho dela se encontrava com a pele nua. "Curar não é o único talento que você possui, Sra. White." ele murmurou no ouvido dela. "Você é uma inteligente mulher de negócios, você é compassiva…" Ele a virou e, ignorando Harry que fazia de tudo para não olhar para o padrinho, a beijou nos lábios." Eu mencionei que você é boa de cama também?" A voz dele estava tão baixa que fez cócegas espinha dela.
"Não que eu não aprecie o seu dom da cura"

Claire olhou para cima, os olhos suaves e sonhadores. "Hm… o que? Cura, sim. Você está machucado?"

Ele riu e beijou o topo da cabeça dela. "Eu vou sobreviver. Mas Harry sofreu um arranhão feio no braço, e eu não quero que inflame."

"Deixe-me dar uma olhada."

Claire tentou alcançar o braço de Harry, mas o menino pulou para trás.

"Oh não! Você não vai colocar aquela poção em mim!"

"Poção? Que poção?"

"Aquela de Madame Pomfrey - CMAM."

Sirius sorriu. "Cheira Mal…"

"Arde Mais Ainda." Harry terminou a frase e escondeu o arranhão do braço. "Por que nós simplesmente não deixamos como está até que ele se cure sozinho?"

"Harry, não se comporte como um bebê!" Claire se levantou e olhou para ele, balançando a cabeça sem acreditar. "Eu vi você cair da sua vassoura ontem, e você nem pestanejou. E agora você me diz que tem medo de uma solução desinfetante inofensiva?"

Sirius estava encostado no batente da janela, os braços cruzados, assistindo à cena com evidente prazer. "Eu imagino que você nunca tenha se machucado enquanto estava em Hogwarts, Princesa." ele falou.

"Não." ela disse e arqueou as sobrancelhas significativamente. "Ygor tomava conta de mim. Embora uma vez eu tenha sofrido muitos arranhões quando me perdi nos jardins da escola à noite…"

O rosto de Sirius se abateu e a luz morreu em seus olhos. "Eu sinto muito sobre aquilo. Você sabe que eu não queria…"

"Eu estou brincando, seu bobo." Ela sorriu. "Mas você está certo. Eu nunca fui à ala hospitalar quando era aluna. A enfermeira na época era…"

"Madame Dunant. James a chamava de Senhora-Dragão. Pelas barbas de Merlin, aquela bruxa respirava fogo e comia os pequenos Grifinórias no café da manhã."

"Ela usava CMAMA?" Harry largou o braço quando Sirius mencionou seu pai. "Papai ia muito lá?"

"Seu pai quebrou metade dos ossos nos treinos de Quadribol. E Remus… bem, você sabe, ele quase arrancava toda a pele antes da poção Wolfsbane ser inventada. Ele passava os dias depois de cada lua cheia na ala hospitalar."

Claire tinha silenciosamente chegado mais perto de Harry e tocado seu braço, muito cuidadosamente, acalmando e acariciando o braço. O menino olhou para ela espantado, então olhou para o braço, onde os arranhões empalideceram e desapareceram.

"Como? Eu pensei você fosse um aborto.".

Ela deu de ombros. "Mas eu sou. Eu não posso nem montar em uma vassoura. Pergunte ao seu padrinho."

Sirius concordou. "Ela realmente é um aborto, Harry. Mas ela pode curar mesmo assim."

"Eu acho que alguns bruxos trocariam com prazer a mágica deles pelo seu talento..." Harry meditou. "O médico que trata dos pais de Neville, por exemplo."

"Eu não posso fazer milagres, não posso curar câncer ou outras doenças sérias. Algumas vezes eu sou capaz de acalmar as pessoas e afastar a dor delas, mas normalmente eu apenas emendo ossos ou recupero a pele. Eu não posso fazer nada pelos prisioneiros do St. Mungo's."

"Os prisioneiros?" Sirius franziu a testa.

"É como o médico chamou os pacientes na enfermaria onde Prenner está. Lembra quando você…" ela tossiu. "Quando você não se sentiu bem?"

Os olhos dele escureceram. "Eu lembro do médico. Ele veio a Hogwarts quando Snape…" Ele virou para Harry. "Você salvou a vida de Snape aquela vez, não foi? Então você é um tipo de curandeiro também."

Harry bufou. "Dificilmente. Tudo que eu tive que fazer foi chamar o veneno para fora do corpo dele. Mas eu não poderia emendar uma unha quebrada se minha vida dependesse disso."

"Eu sou boa em remendar unhas." Claire sorriu e mostrou a ele suas unhas perfeitas. "E eu curei o cotovelo do Professor Vector semana passada."

"Bom. Talvez isso melhore o humor dele no próximo semestre."

Claire checou o braço de Harry novamente e deu um tapinha nele. "Pode ir. Novo em folha."

"Eu posso mandar meus amigos a você agora ao invés de Madame Pomfrey?"

"Não, você não pode fazer isso." Sirius franziu a testa. "Poppy deve ter as razões dela para tratar vocês com CMAMA. E nós não queremos arruinar as estratégias dela."


Na hora do almoço Sirius e Harry pegaram Claire nas escadas do castelo de Hogwarts, ambos sorrindo como loucos.

Ela cruzou os braços e olhou para eles séria. "O quê?"

Sirius sorriu. "Nada."

"Vamos, Sirius. Eu não sou idiota. Eu posso ver que tem alguma coisa acontecendo e pelos rostos de vocês, eu deduzo que é alguma coisa que não vai me deixar nada contente."

"Hagrid pegou a velha motocicleta de Sirius!" Harry falou sem pensar, excitado. "E se nós trocarmos algumas peças, vai ficar boa como nova!"

"O que do Sirius?" Claire lembrou vagamente de ter lido algo sobre Sirius ter se envolvido em um acidente de motocicleta, alguns anos antes.

"Motocicleta. Na verdade é um artefato Trouxa e Hagrid devia ter se livrado dela, mas... bem, você o conhece."

"Oh sim, eu conheço Hagrid!" Claire mordeu a língua para evitar rir alto. Hagrid que tentava tanto seguir as regras... Se apenas as regras tentassem seguir Hagrid. Dragões, feras, magia proibida - ele gostava de tudo que era ilegal ou proibido. "Apenas me diga uma coisa: É perigoso?"

"Nãããoooo!" Ambos Sirius e Harry olharam para ela com os olhos muito abertos. Mas seus rostos diziam o contrário, tão óbvios quanto uma confissão assinada.

"Certo. Mas não venham a mim se lamentar se vocês caírem dessa motor... coisa!"

Ela deixou Sirius puxá-la para a vassoura dele e aconchegou-se em seus braços. Era possível que sua primeira viagem de vassoura tinha acontecido há umas poucas semanas? Ela lembrava tão bem de como havia se sentido desconfortável com Sirius tão perto dela, como o corpo dela - mesmo então - tinha conhecimento sobre seus sentimentos, mesmo antes de seu coração ter admitido.

Em casa ela pulou da vassoura antes que Sirius pudesse colocá-la no chão e comentou com seu marido e Harry.

"Eu aposto que vocês estão com fome, mas vai demorar um pouco para eu preparar o almoço. Guardem as vassouras, lavem suas mãos, esperem um pouco e deixem-me..." ela franziu a testa e suspirou. "cozinhar."

Quando eles entraram na cozinha quinze minutos depois, eles encontraram Claire, com um avental branco sobre suas roupas, atacando a câmara frigorífica. "Sinto muito, mas hoje é sábado, está na hora de folga dos elfos. Eu havia esquecido."

"Pobrezinhos." Sirius sorriu, e ela bateu nele com a toalha de chá, rindo.

"Eles detestam isso." ele explicou suavemente para Harry, enquanto Claire começava a preparar uma pilha de sanduíches. "Ela os força a tirarem folga todos os sábados. Antes era apenas a parte da tarde, imagino, mas eles reclamavam e se lamentavam tanto que ninguém conseguia agüentar. Agora é apenas uma hora."

Abrindo um pouco a porta da sala dos elfos, ele deixou Harry dar uma olhada em uma dúzia de elfos, sentados em pequenas cadeiras, uma expressão de completa miséria em seus pequenos rostos.

"Uau, ela é realmente adepta do F.A.L.E." murmurou Harry quando ele viu Koko e Peagreen, com lágrimas em seus grandes olhos.

"Adepta?" Sirius bufou. "Ela é a rainha do F.A.L.E.! Espere até você ver a escola que ela construiu para as crianças. Hermione Granger vai adorar!"

Ele checou o relógio de vidro. "Está quase acabando. O que é bom, uma vez que Claire não poderia cozinhar nem que a vida dela dependesse disso!" ele sussurrou, apenas para se abaixar e cobrir a cabeça quando um tomate deixou de acertar sua cabeça por poucas polegadas.

"Eu ouvi isso, Sr. Eu-sou-muito-bom-com-minhas-mãos! Importa-se de fazer seus próprios sanduíches?"

Sirius aceitou o desafio, e quando os elfos saíram de seu confinamento, eles encontraram sua senhora, o Sirius dela e o Sr. Harry Potter na mesa da cozinha, felizes, mastigando sanduíches de aparência duvidosa, mas obviamente saborosos.


A Mansão Malfoy estava iluminada e as portas abertas festivamente. Narcissa Malfoy esperava por eles na porta, vestida em impecáveis roupas de seda prateada. Ela estava tão adorável quanto uma estátua belamente esculpida, pensou Claire. As fotos no 'Profeta Diário' não faziam justiça a ela.

A esposa de Malfoy sorriu, mas o sorriso não chegou a seus olhos. "Sra. White, Professor White, fico feliz por vocês terem vindo."

Ela os guiou até o salão, onde Lucius entretinha um pequeno grupo de pessoas, Claire lembrou da primeira festa. Felizmente nenhum deles havia visto a cena humilhante com Prenner. Só de pensar naquilo fez seu estômago apertar.

Lucius beijou a mão de Claire, um hábito perturbador ao qual ela não se acostumava, e deu a Sirius um pequeno aceno de reconhecimento.

"E este," ele apresentou um menino a eles "é Draco."

Draco estudou o rosto de Claire por um momento antes de cumprimentar Sirius. "Professor White. Eu não sabia que você conhecia meus pais."

O que se seguiu foi uma festa perfeitamente normal - ou o que Claire imaginava ser perfeitamente normal, uma vez que ela nunca havia estado em uma antes daquela noite. Lucius se esforçou para não falar sobre política, e partiu para conversar com Claire sobre leis de exportação e livros raros. Enquanto isso, Sirius, Draco e um bruxo que tinha sido apresentado a Claire como McNair, discutiam esportes, modelos de vassoura e a probabilidade de um dragão que tinha sido avistado perto de Nottingham ser real ou uma fantasia dos Trouxas.

Narcissa parecia contente apenas por estar sentada, ouvindo e dirigindo ordens aos elfos. Claire notou como tudo ocorria perfeitamente organizado, assim como o fato de os elfos permanecerem com seus olhos voltados para o chão, como se tivessem medo de olhar para cima e ver o rosto de sua senhora.

Depois do jantar, quando Draco tinha sido dispensado por seu pai e deixado os adultos, a festa se dividiu em pequenos grupos. Narcissa, ainda a perfeita anfitriã, ofereceu-se para mostrar a Claire alguns dos quadros e objetos de arte, e Claire não teve coragem de admitir que Lucius havia feito a mesma coisa há algumas semanas atrás. Eventualmente elas chegaram em um confortável salão onde um tímido elfo servia champanhe.

Narcissa se sentou e começou a perguntar a Claire sobre seu recente casamento e a profissão de seu marido como professor em Hogwarts.

"Draco fala dele com grande respeito… o que eu acho raro. Eu não gosto de lá. Nós costumávamos ter um relacionamento muito bom com o Chefe da Casa, até ultimamente. Draco ficou muito chateado quando Lucius e Severus terminaram a amizade."

"Eles terminaram?" Claire tentou manter a conversa no nível de fofoca, sempre desejando que Narcissa deixasse escapar mais informações do que pretendia. "O que aconteceu? Eu realmente não tenho muito contato com os funcionários, você deve saber. Severus é aquele apavorante, não é?"

Narcissa colocou a mão sobre a boca para conter um riso. "Apavorante. Sim, este é Severus. Eles foram amigos por mais de quinze anos, e então Lucius decidiu que não vai mais falar com ele… sem razão aparente. Homens! Eu realmente não os entendo!"

"Nem eu." Claire concordou compassivamente. Embora ela entendesse porque Lucius iria terminar com a amizade com qualquer ex-Comensal da Morte que tivesse traído seu mestre…

"Sirius." Narcissa meditou. "Esse é um nome bastante incomum, não é?"

Claire fingiu admirar um quadro da família Malfoy família com o pequeno Draco. "Eu não acho que seja raro" ela replicou casualmente. "Eu conheço vários bruxos com esse nome. Eu até mesmo fui para a escola com um."

"Mas eu também!" Narcissa disse. "Você estudou em Hogwarts? Eu não lembro de você."

"Eu estive lá, por apenas dois anos. Então meus pais tiveram que me transferir para a

Beauxbatons. Mas eu lembro de Sirius... Black. Não foi um que escapou de Azkaban?"

Narcissa concordou. Os olhos dela se suavizaram. "Ele era extraordinário. Eu não sei se você percebia naquela época como ele era bonito. Você deve ser alguns anos mais jovem do que Sirius e eu."

"Eu lembro muito bem que todas as meninas tinham uma queda por ele." Claire sorriu levemente. "Ele era muito popular."

"Sim, ele era. Sonserinas, Grifinórias, Corvinais, Lufa-Lufas - não importava qual a casa, todas as meninas queriam Sirius." O rosto frio e adorável de Narcissa se aqueceu consideravelmente. "Nós namoramos por uns dias no meu sétimo ano, você deve saber."

"Realmente?"

"Apenas para fazer ciúmes em Lucius, claro. Sirius sabia que tudo o que eu queria era casar com Lucius, que nem sabia que eu existia. Mas Sirius fez a parte dele muito bem. Muito bem mesmo, uma vez que Lucius ameaçou desafiá-lo em apenas dez dias." Ela riu e o mero som provou que uma menina ainda existia embaixo daquela fachada sofisticada. "Oh, você podia sempre confiar em Sirius para ajudar a uma donzela em apuros."

"Isso soa muito cavalheiresco." Claire sentou e brincou com seu copo de champanhe. "Pelo que eu me lembro ele era duro, sempre implicando comigo."

"Então você provavelmente era uma dessas fortes e independentes alunas da Grifinória." disse Narcissa honestamente.

Escondendo sua surpresa, Claire tomou um gole de champanhe. "O que faz você pensar assim?"

"Sirius apenas namorava meninas com uma imperfeição. E ele apenas implicava com aqueles que eram fortes o suficiente para lidar com isso."

"Uma imperfeição?"

Narcissa baixou a voz. "Era tão obvio que ele namorava as meninas para fazer um favor a elas. Olhando para trás, podia ser humilhante, mas ele nunca dava esse sentimento a você. Quando Helen Spensouon perdeu toda a sua fortuna no quinto ano, ele saiu com ela até que ela se conformasse com a situação. E então houve aquela menina da Rússia que não falava uma palavra em inglês. Uma Corvinal que era tão tímida que nunca olhava para ninguém. Ele saiu comigo, porque eu estava quase fora de mim, apaixonada por Lucius. E ele teve uma namorada cega por uns meses no sexto ano."

E agora ele tem uma esposa que é um aborto, pensou Claire, e o pensamento a deixou entorpecida e gelada.

"Assim que ele descobriu que eu estava me sentindo melhor, ele terminou comigo. Com muita delicadeza, claro. Era sempre a menina que ficava com a impressão de que acabara o relacionamento. Nenhuma de nós jamais se sentiu desprezada por Sirius. E não importa o que ele tenha feito depois daquela época, e o que as pessoas digam sobre ele, eu ainda sou grata pelo apoio que ele me deu."

"Mas agora você tem Lucius, e claro, você tem Draco. Ele parece ser excepcionalmente brilhante. Você deve estar muito orgulhosa dele."

Narcissa sorriu cheia de amor e orgulho maternal. "Nós dois estamos. Eu não sei se Lucius ou eu sobreviveríamos se alguma coisa acontecesse a Draco."

"Mas... com seu a política de seu marido..." Claire fixou um cacho de cabelo e pensou em como as atividades de Lucius arriscavam tanto Draco como Narcissa. "Draco é, claro, muito jovem... mas um dia..."

Foi como se uma persiana caísse. O rosto de Narcissa virou a máscara fria que ela mostrava em público. "Lucius sabe muito bem o que é melhor para o nosso filho. Eu confio nele completamente." Ela estreitou os olhos. "Você não tem filhos, então você não tem idéia de como os pais desejam apenas o melhor para seus filhos. Um dia Draco vai ocupar a posição de destaque que um Malfoy merece."

Lucius entrou o salão e as levou de volta para a biblioteca. "Eu tenho uma coisa para mostrar a você." Ele anunciou orgulhoso.

Narcissa franziu a testa. "Lucius, você prometeu que não ia falar de política hoje."

Ele foi até ela e bateu de leve em seu ombro como se acalmasse seu animal de estimação favorito. "Eu sei, eu sei. Mas é importante que Claire veja isso. Acabou de chegar como entrega especial."

Na biblioteca eles viram uma caixa de prata em cima da mesa, presa por duas cordas mágicas. Sirius, Mavis Lawrence e McNair estavam perto da lareira, discutindo quadribol agitadamente.

"Quadribol!" suspirou Malfoy e sacudiu a cabeça. "Qualquer um pensaria que as pessoas perdem o interesse em vassouras e bastões uma vez que elas percebem onde a força e o objetivo podem levá-las."

Sirius deu um grande sorriso e perguntou zombateiro: "O que pode ser mais importante do que quadribol, meu velho?"

Malfoy franziu a testa para ele, mas obviamente não achou que valesse a pena responder. Ele desamarrou as cordas da caixa com sua varinha, e a amarra mágica abriu com um chuvisco de luz verde. Na caixa, Claire pôde ver três fileiras de pequenos frascos de vidro, cada um cheio de um líquido vermelho, cada um etiquetado com datas e números.

"Bem, Malfoy," ela perguntou curiosa "o que há de tão especial sobre isso?"

"Isso é o que foi comprado com o dinheiro. O dinheiro que você tão generosamente doou para a nossa causa."

"Para isso?" Claire se curvou para olhar os frascos mais de perto. "Eles não parecem muito caros para mim."

"Você deve aceitar minha palavra. Cada um deles vale seu peso em ouro. Eles são mais caros do que Veritaserum."

"Entendo. Mas você não respondeu à minha pergunta, Malfoy. O que é isso?"

Malfoy pegou um dos frascos de seu suporte e o passou para ela. "Isso vai assegurar a recuperação de nosso Mestre com sua força total. É disso que ele precisa para..." Ele quase pulou em cima de Sirius quando este pegou o frasco da mão de Claire. "Não deixe isso cair, pelo amor de Salazar!"

Sirius, sem se importar com o pânico de Malfoy, sacudiu o frasco, o segurou perto de seu ouvido e deu de ombros, desapontado. "Eu pensei que explodiria ou aconteceria alguma coisa espetacular." ele provocou.

"Devolva-me isso!" Exasperado Malfoy arrancou o frasco da mão de seu convidado. Ele o colocou de volta no suporte e fechou a caixa novamente.

"Por que nós não tomamos o café no terraço?" Narcissa sugeriu e lançou um olhar irritado a seu marido. "Está uma noite adorável."

"Por que será que eu sempre sinto necessidade de um banho depois que nos encontramos com Malfoy?"

Claire esfregou em sua roupa a mão que Malfoy havia beijado.

"Aquelas pessoas são escória." Sirius a levantou e a carregou escadas acima, na Mansão Winterstorm, ignorando os protestos dela. "Não me admira que você se sinta suja."

Quando eles entraram no círculo de luz que vinha da janela acima da porta, ela viu que ele sorria. "Você se importa de compartilhar o banho?"

"Eu pensei que você nunca iria perguntar." ela riu e com delicadeza mordiscou o lóbulo da orelha dele. "O banho depois é a única parte desses encontros que eu realmente aprecio."

"Hm." ele refletiu. "Eu gosto da maneira que aquelas mulheres me despem com os olhos. E eu simplesmente adoro quando Malfoy me trata como um nabo que fala e anda."

Claire acariciava o cabelo dele enquanto ele a carregava para cima. "Pobre querido. Ele realmente não gosta muito de você. Enquanto Narcissa…"

"Você e Narcissa falaram sobre mim?"

Ela observou o rosto dele com atenção, mas não viu nada além de uma leve curiosidade. "Não exatamente. Nós falamos sobre Sirius Black. Você sabe, o assassino."

"Narcissa e eu namoramos uns poucos dias no sétimo ano. Mais ou menos uma a semana, se eu lembro corretamente."

"Dez dias." Claire sorriu. "Ela ficou bem impressionada quando você escapou de Azkaban."

Sirius bufou. "Eu aposto que sim. Ela sempre teve um fraco por bruxos com grande energia criminal." Ele colocou Claire no chão do banheiro e apontou sua varinha para a torneira. Água quente começou a jorrar na banheira e em poucos minutos o banheiro estava cheio de vapor."

"Sirius, algumas vezes eu me pergunto se o que nós fazemos tem alguma utilidade para Albus. Tudo o que fazemos é conversar com pessoas das quais não gostamos. O pouco de informação que nós reunimos… você acha que vale a pena o risco de alguém descobrir quem você realmente é?"

Ele ficou de pé atrás dela, abraçou-a e olhou para o espelho embaçado onde encontrou os olhos dela. "Todos os riscos valem a pena para a Luz vencer as Trevas de Voldemort. Eu senti o gosto da escuridão quando estava em Azkaban e pensei que ia morrer lá." As mãos dele se fecharam por um momento. "Um dia eu vou fazer Peter pagar pelos anos perdidos."

As mãos dele desceram pelos braços de Claire e envolveram os seios dela. O sentimento de culpa fez com que ela corasse, mas o vapor escondeu o rosto dela e Sirius não percebeu. Poppy tinha rido quando Claire confessou a gravidez e rido mais ainda quando ela pediu segredo. "Querida menina, um bebê está crescendo em você! Como você pensa que vai poder esconder isso do bruxo que compartilha sua cama? Sirius Black não é cego nem estúpido. Claro que você pode mentir para ele por dois, talvez três meses. Mas ele não vai ficar feliz quando descobrir que foi enganado. E pelo amor de Merlin, por que você o enganaria? Eu não posso pensar em um bruxo que ficaria mais feliz a respeito de um bebê do que Sirius." Mesmo assim ela concordara em deixar Claire decidir o momento certo para contar a Sirius, mas avisou-a para não esconder a verdade de Sirius por muito tempo.

E agora Claire se sentia culpada todas as vezes que ele a tocava. Será que ele podia notar que o corpo dela estava mudando?

"Hoje nós conseguimos algo mais do que apenas informação." Sirius disse, sem perceber a cisma dela. Ele mexeu nas mangas de suas vestes e retirou um frasco cheio de um líquido vermelho.

Claire olhou para o tubo de vidro. "Como você..."

Ele sorriu zombateiramente e colocou o vidro cuidadosamente em uma toalha no balcão. "Minerva McGonagall sempre disse que eu tinha um dom especial para transfiguração. Malfoy vai sentir muito a falta da sua dama do jogo de xadrez na próxima vez em que ele for jogar."

"Mas... Eles irão descobrir quando quiserem usar o conteúdo do frasco." Claire ainda não podia acreditar que ele tinha conseguido roubar o frasco bem debaixo dos olhos de Malfoy.

"Eu peguei o último da parte de trás da caixa, o que tinha a data mais recente. Com sorte vai levar algum tempo até eles quererem usar este frasco e transfigurá-lo de volta em mármore. Mas até lá vai ser difícil rastrear quem teve acesso à caixa."

"O que você acha que tem aí?" Claire segurou o frasco contra a luz. "Isso parece sangue."

Sirius deu de ombros. "Snape vai ficar feliz de analisar isso quando ele voltar das férias. O que foi que Malfoy disse? É alguma coisa que o Lord das Trevas precisa..."

"Nós vamos descobrir. E se nós tivermos sorte, vamos roubar isso dele."

"Certo." Ele pegou os ombros dela e a girou para que ficasse de frente para ele. "Mas, por enquanto, não vamos nos importar com Voldemort, mas com as nossas próprias necessidades."

Continua...

NA: Eu realmente preciso pedir mil desculpas... a demora dessa vez foi realmente grande. Mas minha beta simplesmente sumiu, desapareceu. Como resultado, eu mesma dei uma betada rápida (mas sou péssima nisso), por isso peço perdão também para os erros que possam aparecer... Os próximos capítulos vão sair bem mais rápidos, dessa vez... já tenho vários traduzidos, só que nenhum betado... qualquer coisa, vai assim mesmo e depois eu substituo...