Eu dirigi em silêncio até finalmente, depois de alguns bons minutos Susan havia desligado o telefone. Andei sem rumo por aí sem a mínima idéia do que fazer. Só o que eu via aberto era restaurante e motel. Seria a hora de usar do meu sobrenome para conseguir algo?

"Se eu soubesse que era pra ficar rodando pela cidade feito uma barata tonta eu preferia ficar no County fazendo sutura em homem bêbado.. pelo menos era muito mais interessante..."

"Cala a boca ai Susan.. ou você quer ficar aqui no meio da rua mesmo!" - eu falei tirando o meu celular do bolso e procurando por alguém que pudesse nos ajudar.

"Affe.. eu que homem mais grosso!" - ela falou vindo ate os bancos se pendurando neles e virando pro lado que Abby estava sentada - "e aí Abby? Cadê o vestido de noiva!"

"Calça jeans em casamento é a nova moda entre as noivas!"

Eu estava concentrado mas não pude deixar de sorrir ao comentário delas.

"Ei, você"- Abby disse num tom autoritário olhando pra mim- "fica quieto e anda logo com isso."

" Xi..."- Susan falava rindo- "pronto, já estão brigando! Era bom demais pra ser verdade."

"É, isso mesmo!"- Abby continuava não sorrindo- "se não casar hoje, não caso mais."

"Calminha, estou fazendo tudo que posso..."- eu disse, discando mais um numero e finalmente conseguindo falar. Não demorou muito pra que eu conseguisse. Realmente ela tinha razão. - "Pronto..."- eu disse ao desligar o celular- "tinha de ter alguma vantagem em ser um Carter"- eu disse sorrindo e piscando pra Abby. Logo em seguida, estacionei na frente de um cartório.

Estava tudo escuro e a única luz era o letreiro vermelho piscando.

"Acho que você entendeu errado, Carter. Eu disse que queria Casar, não Transar... Isso aqui parece mais um motel!"- ela disse, examinando o lugar atentamente.

"Oh, Deus!"- Susan vez uma cara de espanto- "seus pervertidos! Era isso que vocês queriam? Ei! Eu já disse milhões que não curto "menage"..."- Susan disse séria e qualquer um que passasse por ali, acreditaria que ela estava falando a verdade.

"Olha, vocês duas..."- eu tentei me fazer de "coitadinho"- "foi o melhor que eu consegui. Não é qualquer um que aceita casar dois loucos, com uma madrinha pirada a essa hora da madrugada..."- eu disse, gargalhando.

"Abby, você se incomodaria a ficar viúva no dia do seu casamento!" - Susan disse batendo forte no meu ombro me fazendo perder o equilíbrio.

"Mas deixa pelo menos eu casar antes Susan... pelo menos vou ter direito a uma herança..." - as duas começaram a rir e eu não estava gostando nada daquele papo.

"Depois dessa eu vou embora..." - eu começo a caminhar pra longe, mas não sinto ninguém me acompanhar, eu acho que elas não davam muita confiança para o que eu falava. Então eu decidi não desistir tão fácil e comecei a me distanciar um pouco quando começo a ouvir os gritos da Susan e um braço me agarrando por trás.

"Heeeeeey! Abandonada no altar não! Tudo menos isso!" - Abby me encarou mais seria do que eu esperava.

"Eu só estava indo fazer xixi..'. - eu comecei a gargalhar vendo que ela não haviam gostado nem um pouco da piada. – "isso que dá andar só com mulheres... se fosse algum homem teria rido comigo" - eu seguro sua mão e vamos andando de volta ate a porta do cartório.

"Enfim hein... sim, mas nós vamos passar a lua de mel aonde!" - Susan disse pendurada na porta espiando se vinha alguém.

"Nós? Depois nós é que somos os pervertidos, hein":- Abby disse com a sobrancelha arqueada quando escutamos um barulho na porta. Voltamos correndo pra lá e esperamos por alguém.

"John Carter?"- o homem de meia-idade e barba me perguntou. Caramba! Nada como ter um sobrenome...

"Sim, eu mesmo"- eu respondi prontamente e o vi abrir o cadeado do portão.

"A vontade"- ele abriu o portão é nós três entramos.

Realmente a má impressão era só no externo. Por dentro, a casa parecia mesmo um cartório com tudo que se tem de direito.

"Sentem-se"- ele nos disse e virou para o balcão atrás dele, pegando alguns papéis. A frente da mesa, só haviam duas cadeiras, na qual uma eu me sentei e na outra...Susan. Ok. Eu não podia falar pra ela levantar dali. Olhei Abby por um instante que não parecia incomodada com a situação. Achei melhor deixar como estava.

"Bom, é o seguinte:"- o homem continuou explicando- "eu posso casar vocês hoje, mas amanhã bem cedo terei que ter todos os documentos necessários, ok? Mas ainda assim, a certidão tem validade como qualquer outra"- ele disse, olhando apenas pra mim- "eu vou deixar esses espaços, só completarei com o nome e vocês trazem os documentos e nós preenchemos amanhã, ok?"- o homem reafirmou, olhando pra mim- "seu nome completo por favor"- o homem já tinha a caneta em punho.

"John Trumam Carter III..."

"E o seu?"- ele disse perguntando a Susan. Eu sabia que isso ia acabar acontecendo!

"Quem o meu! Pra que o meu nome!" - Susan falou no susto e Abby começou a rir.

"Sou eu a noiva.." - ela falou se aproximando e sentando no meu colo. – "é porque tem certas pessoas que querem roubar o meu noivo.. mas ele é só meu..."

"Esse ai eu não quero nem de graça "– ela sussurrou baixinho, mas eu ouvi a cutuquei com o cotovelo vendo-a fazer cara feia.

"Ah.. mil desculpas senhora... qual o seu nome!"

"Abigail Marjorie Lockhart.." - eu a abracei por trás, eu nem podia acreditar que aquilo estava realmente acontecendo.

"Certo.". - ele falou anotando. – "agora vamos precisar de duas testemunhas... seria essa senhora e quem mais!"

Abby se virou olhando pra mim não acreditando naquilo.

"Seria mesmo necessário arranjar mais alguém! Ela não é suficiente?"

"Desculpe.. mas são as regras.. temos que ter duas testemunhas para darmos inicio a cerimônia.. lei é lei.."

"Lei?"- eu percebi que Abby ia ter mais um de seus chiliques- "quantas leis o sr. já está infringindo? Uma mais uma a menos..não vai fazer diferença, meu senhor!"- ela já tinha pulado fora do meu colo e andava de um lado pro outro da sala.

"Srta Lockhart..."- ele tentava acalma-la com paciência- "sinto muito, mas não há nada que eu possa fazer..."- ela começou a bufar e eu tinha de fazer algo.

Continua..