Ultimo Capitulo.. essa fic conta com 6 partes... vou começar a postar a fic 4 logo.. beijos a todos vocês que leram essa..

Acordei no dia seguinte mais cedo do que de costume para ajeitar a casa. Tínhamos deixado tudo por fazer pela manhã, mas o meu plantão era cedinho. Achei melhor arrumar tudo antes que ela visse aquela zona ao acordar.

Fiz o café e assim que terminei de por a mesa, senti a presença dela, descendo as escadas.

"Bom dia..."- eu sorri, colocando café quente numa xícara.

"Oi..."- ela se aproximou da mesa, se encolhendo toda.

"Tá tudo bem?"- eu vi um rostinho não muito bom olhar pra mim.

"To um pouquinho enjoada... normal"- mesmo enjoada, ela tratou de pegar um biscoito e mandar ver. Se serviu de café também para acompanhar os biscoitos.

"Você não trabalha hoje, né?"- eu tinha quase certeza que hoje era sua folga.

"Trabalho"- ela disse e comeu mais um biscoito- "troquei com o Pratt. Ele precisava fazer não sei o que na rua..."- ela disse, agora pegando o leite.

"É, aí chega no dia dele, você trabalha de novo... é sempre assim"- eu ficava irritado quando isso acontecia. O Pratt era um folgado- "eu peço pra você diminuir sua carga-horária e você aumenta?"- eu perguntei, encarando-a, mas ela não mudou a expressão de descontração.

"Fazer o que!' - ela fala ainda mordendo o biscoito. – "que desculpa eu poderia dar pra isso?"

Eu olhei ainda serio pra ela e esperei que ela decifrasse o meu pensamento.

"Está mais que na hora.. não acha! "

"De que?" - ela foge o olhar pra pegar mais requeijão.

"Você está se fazendo de boba ou me fazendo de bobo?"

Ela limpa as mãos no guardanapo, olha pra mim ainda mastigando a comida e sorri.

"Estava dando um tempo.. mas já que você insiste tanto.. eu vou falar com a Weaver pedindo por menos plantões.. certo?"

"Certo.." - eu permaneço com a minha feição seria. Ela fica esperando por um sorriso mas eu não dou. Se ela acha que esta me fazendo um favor está muito enganada.. aquilo era para o seu bem.

Permanecemos em silêncio até o final do café. Me levanto para lavar as louças e poucos instantes sinto uns braços me envolvendo pelas costas.

"Você não vai ficar com raiva de mim por ir trabalhar hoje não né?"

"Não.. só espero que isso não se repita... você já acordou enjoada e ainda vai ter que agüentar aquele PS o dia quase todo.."

"Eu dou conta do recado, pode deixar"- ela piscou pra mim sorrindo. Isso me deixava com mais raiva ainda. Ainda se fazia de coitadinha por meu lado. Agia como se nada acontecesse. Terminei de arrumar a cozinha e subi atrás dela. Algo me dizia que tinha alguma coisa acontecendo.

Entrei no quarto, vendo a porta do banheiro fechada. Me aproximei um pouco e escutei o barulho. Pronto, ela estava vomitando. Era o pretexto que eu precisava para chegar junto e resolver contar. Eu conhecia Abby. Sabia como ela era teimosa e como odiava TER que reduzir os plantões. Eu tentaria chegar a um acordo com ela, o que tinha certeza que seria mais difícil do que eu sempre pude imaginar.

Eu sentei na cama e a esperei. Me sentia como uma cobra esperando para dar o bote. Ela saiu do banheiro um pouquinho depois com a maior cara-de-pau, como se nada tivesse acontecido.

Permaneci calado vendo-a escolher algo para vestir. Pegou uma calça e colocou na cama sentando ao meu lado.

"Daqui a pouco essas roupas mal vão entrar.." - ela fala descendo o seu short e se preparando pra por a calça.

"É.." - eu falo secamente ainda esperando ela falar algo.

Ela se levanta e escolhe uma camisa qualquer colocando-a na cadeira. Volta ao banheiro e eu a vejo passar o desodorante.

"Vai se arrumar não?" - ela fala voltando ao quarto.

Eu pisco duas vezes antes de responder. Fixo o meu olhar encarando-a seriamente e ela cruza os braços na porta do banheiro esperando pelo que eu falaria.

"Porque você não abre o jogo comigo!"

"Como?" - ela sai da porta e vai até a cadeira terminar de se vestir.

"Abby te conheço melhor do que você possa imaginar..." - ela se vira pra me olhar. – "se você não está se sentindo bem, porque insistir em ir trabalhar!"

"E quem disse que eu não estou me sentindo bem? O enjôo passou.. só devia ser fome.."

"Eu odeio quando você se comporta assim"- eu já estava furioso- "parece uma menina mimada..."

"Da um tempo, Carter!"- ela tirou a blusa com pressa e jogou longe, colocando a outra rapidamente.

"Você não quer dar o braço a torcer, quer dar uma de forte, sempre!"- eu permanecia sentado, apenas articulando os braços para demonstrar o quão bravo eu estava.

"E você só o que sabe fazer é me criticar... nada do que eu faço tá certo, porra!"- ela foi até o banheiro e se preparava pra escovar os dentes- "você é medico, devia saber que gravidez não é doença, poxa! Eu não estou nem no terceiro mês de gravidez e você me trata como se eu tivesse num estado de câncer terminal..."- ela dizia, meio disforme por estar escovando os dentes ainda.

"É, quem sabe, né? O seu problema sou eu te protegendo demais? To te sufocando? Tudo bem, não tem problema! Agora, a hora que você começar a se matar por causa dessa merda de trabalho, não venha chorar, tá ok? Eu não digo mais nada sobre isso.."- eu sai do quarto rapidamente e fui para a cozinha. Enrolei um pouco para que ela terminasse de se arrumar.

Talvez eu tivesse exagerado nas palavras, mas ela estava me tirando do sério com isso. Eu queria essa criança mais do que tudo nessa vida. E a idéia de que qualquer coisa pudesse fazer mal a ela me apavorava. Quando senti ela descendo as escadas, virei de costas para onde ela passaria, ficando de frente para a pia. Quando achei que ela viria até mil para se desculpar, eu escutei a porta da sala bater com força. Ela tinha ido trabalhar, ainda por cima dirigindo e sem falar comigo. isso só fez minha raiva aumentar. Corri lá pra cima, me trocando também.

Não demorei muito a chegar ao hospital. Eu estava bufando de raiva e iria evitar falar com ela a qualquer custo. Aqui se faz aqui se paga. Será era pra brigar que fosse uma briga decente. Eu não ia ceder ao seu charminho.. ela que reconhecesse que estava errada. Entro pegando quantas fichas eu pudesse carregar. Evita-la era a minha "missão" daquele dia. Passei sem cumprimentar ninguém e entrei pra atender alguns pacientes.

Passaram uma, duas, três horas que eu mal vi a sua cara. Passávamos ignorando um pelo outro. Eu acho que todo mundo já havia percebido o clima pesado no ar. Parei um pouco naquela correria e fui pegar um café, subi até o telhado e fiquei encarando aquele o céu claro. Essa época do ano Chicago estava insuportavelmente quente.

Termino o meu café e rapidamente saio dali. Volto ao PS e não vejo mais nenhum sinal de Abby. Será que ela havia passado mal? Resolvi procura-la em silêncio. Andei de quarto em quarto com pretexto pra reavaliar os pacientes e não vi nem a sombra dela.

Volto a recepção, me sento e finjo analisar umas fichas.

"Você sabe onde está Abby!" - eu pergunto quando vejo Frank se aproximar de mim.

"Vocês que estão brigando depois vem perguntar pra mim onde cada um está? Por acaso tenho cara de babá de médicos?"

Hun! Então quer dizer que ela também tinha perguntando por mim? Bom saber! Sorri por dentro, não demonstrando minha felicidade a ninguém. Continuei a olhar os papéis aquele que escutei Frank gritar.

Eu tratei de ver meus pacientes antes que nós acabássemos discutindo ali mesmo, na frente de todo mundo. Era quase hora da minha troca de novo. Eu estava quase entrando na SDM quando escutei alguém me chamar.

"Carter, você viu a Abby por ai?"- percebi que era Luka e voltei pra responder.

"Não...faz tempo que não a vejo..."- eu disse segurando a porta. Ele veio me contar que ela tinha deixado um paciente sozinho por 3 horas e eu não sabia se ficava preocupado ou feliz por finalmente faze-la entender o motivo da minha preocupação. Quando eu ia começar a tomar um posição sobre o assunto, ela apareceu.

"Algum problema por aqui?"- ela estava visivelmente incomodada por saber que estávamos falando dela.

Eu simplesmente fiz meu espaço para dentro da SDM e deixei que eles resolvessem o assunto profissional. Comecei a ajeitar as minhas coisas para ir embora quando senti que ela tinha entrado na sala. O silêncio permanecia. Ela ajeitou as coisas também, no armário que ficava ao lado do meu.

"Vai passar o dia sem falar comigo mesmo?"- ela disse, com a cabeça enfiada no armário. Eu hesitei um pouco em responder, mas aquilo não ia nos levar a lugar algum.

"Como?" - agora eu que iria me fazer de bobo.

"Vamos conversar como dois adultos ou vamos brigar como duas crianças mimadas!"

Ela estava certa, eu estava me comportando como uma criança mimada. Coloquei minha bolsa nas costas e a encarei.

"Vamos fazer isso em casa certo?"

Ela acenou concordando e eu andei até a porta quando a ouço falar de novo.

"Quer vir comigo!" - ela fala segurando a porta.

"Vou daqui a pouco... me encontre em casa.. eu não demoro nada..."

Saí do hospital um pouco depois dela. Passei no posto, coloquei gasolina. Fui a loja de conveniência peguei umas barrinhas de chocolate e fui dirigindo de volta pra casa.

Entrei e me deparei com ela sentada na sala só me esperando. Eu deixei minhas coisas de lado e sai andando sentando ao seu lado.

"Falei com a Weaver mais cedo.. "- ela fala encarando o chão. – "expliquei a situação.. ela disse que iria rearrumar os horários e que eu teria menos plantões.."

Passei o braço por suas costas e puxei para um abraço. Finalmente depois daquele dia eu ouvia uma coisa agradável. Ficamos em segundos em silencio quando eu percebo ela começar a chorar, era minha hora de pedir desculpas.

"Me desculpa por agir com um idiota.. mas eu tenho tanto medo que aconteça alguma complicação e que percamos a nossa bebê..."

"Desculpa"- eu percebi que ela tinha ficado chateada com o comentário pessimista.

"Só porque aconteceu umas vez, não significa que vá acontecer de novo. Nós dois já perdemos um filho. Sem querer, por querer... Não interessa. Eu não to disposta a perder outro, nem você. Então pára de pensar negativo que vai dar tudo certo, ok?"- ela me encarou, esperando pela minha resposta

Eu fechei os olhos pesadamente como se quisesse dizer que entendia o lado dela. Ela acenou positivamente e parecia ter ficado tudo bem.

"Que a Weaver achou?"- eu perguntei trocando o assunto

"Pra ela tudo bem.. falou que eu deveria ter dito isso antes mas que ela daria um jeito... menos plantões para mim..."

Eu abracei-a fortemente agradecendo a Deus por ela finalmente ter tomado aquela decisão.

Ela se afasta de mim e sai andando pela sala indo até a mesa onde eu havia deixado as sacolas.

"O que você comprou?" - ela fala ja abrindo uma.

"Algumas coisinhas pra você... "

Ela observou atentamente o conteúdo que tinha dentro das sacolas e sorriu olhando pra mim.

"Você achou que ia me comprar com chocolate né!"

"Não... claro que não.." - eu falo passando nervosamente as mãos pelo meu cabelo. Tudo o que eu não desejava agora era outra briga.

"Calma que eu não ia brigar de novo não..." - ela vem andando até onde eu ainda estava parado – "Obrigada por se lembrar de mim.." - ela me abraçou mais uma vez e me dei um beijo de leve.

"As ordens..."- eu sorri e ela sentou no meu colo, abrindo o chocolate. Aproveitei para falar "oi" a Julie, passando a mão devagarzinho pela barriga dela. Ela olhou a minha mão e sorri também me dando um selinho sujo de chocolate.

"A Kerry ficou mó empolgada..".- ela sorriu- "perguntou do tempo, se eu estava indo ao médico...Ficou mó feliz, nunca vi igual..."- ele ainda devorada o chocolate.

"Ah, é" - eu a abracei um pouco mais forte- "que bom Você tem sorte...Mas não se ache, ela gostou porque o filho é meu..."- eu sorri a ela- "mais um Carter...Alias, uma Carter..."- eu sorri de novo, vendo-a terminar com o chocolate.

"Ah E falando nisso, amanha eu tenho consulta de novo com a Linda...acho que já é a 10a Que coisa" - ela foi indo pra pia lavar as mãos e eu me levantei também. Peguei na mão dela e fomos subindo as escadas.

"Que horas? Quem sabe eu possa ir pelo menos nessa..."

"Eu combinei vendo a sua escala de plantão antes.. Vai ser as 11 da manhã.. ainda da tempo de depois irmos almoçar juntos antes de você trabalhar.."

Entramos no quarto e ela foi direto ao banheiro, eu ia sentar na cama quando eu a ouvi me chamar.

"John?" - eu entro no banheiro e a encontro sentada no aparelho sanitário me encarando.

"Que aconteceu agora?" - eu me aproximo já preocupado com ela.

"Você sabe onde estão os sais de banho? "

"Pra que?" - eu olho pra ela aliviado.

"Queria tomar um banho de banheiro beeeem relaxante..."

Eu sorrio balançando a cabeça e vu direto onde estava o que ela tanto queria.

"Quer que eu prepare o banho também!"

"Seria bom..."- ela fala com aquela carinha de anjo, se levantando e vindo até mim.

'Ok...eu faço..."- disse, indo até a banheiro e ligando a torneira de baixo. Esperei até a água ficar quente e fechei o ralo, enquanto ia pegar também uns óleos. Ia fazer um banho como há tempos não fazia.

Termino tudo e vou até o quarto chamá-la. Me deparo com ela deitada na cama, de bruços, aparentemente dormindo.

"Ei..."- eu a chamo baixo- não vai tomar o super banho que eu preparei pra você?- me aproximo mais e constato que ela tinha adormecido mesmo. Demorei tanto assim?

"Abby..."- eu digo um pouco mais alto, vendo-a se mexer um pouco.

"Oi..."- ela finalmente responde, olhando pra mim.

"Não quer mais tomar seu banho?"- eu pergunto, pegando-a pela mão- "vem, tá pronto..."- vejo seu corpo molinho nas minha mãos. Manhosa, como estava manhosa. A conduzi até o banheiro e ajudei-a a tirar a blusa e calça.

Quando ela estava ali só de calcinha e sutiã sentada ao lado da banheira eu me levantei saindo do banheiro.

"Onde você vai?" - ela ainda usa a mesma voz manhosa de antes.

"Te deixar relaxar um pouco.. você está merecendo..."

Ela faz bico, olha pra banheira e apóia as mãos nas suas coxas antes de se levantar.

"Tudo bem" - ela sorri e começa a tirar as suas peças intimas.

Eu permaneço parado, completamente hipnotizado aquela imagem. Vendo-a daquele jeito, tirando a roupa daquela forma me fazia fantasiar mil coisas com ela dentro daquela banheiro. Ela finalmente entra na banheira olha pra mim sorrindo e eu me reaproximo dela, me sentando no chão ao lado da banheira.

Eu coloco o meu rosto de lado e a vejo encher a esponja de sabonete liquido. Ela olha pra mim e levanta uma perna passando a esponja lentamente nela.

"Querendo me seduzir?" - eu falo ao perceber o seu olhar.

Ela não respondi e ri baixinho passando a esponja pela outra perna.

"Não tá conseguindo, não!"- eu digo, rindo enquanto ela me ignorava.

"Eu não quero nada...".- ela disse, agora séria, passando as esponja pelos braços.

Não? Então não teria nada mesmo, pensei comigo. dei um beijo na testa dela e sai do quarto. Não ousei nem olhar para trás para não ver toda a irritação dela. Me troquei calmamente, fazendo cada minuto parecer uma eternidade.

Mas ela não saia daquele banheiro! Será que ela tinha dormido lá? Deitei na cama e fiquei esperando mais um pouco. Nada. Não me agüentei e entrei no banheiro de novo.

Entro em silencio para não assusta-la. Vejo a sua mão caída de lado e seu rosto virado pra frente. Dou mais um passo olhando-a de lado e vejo que a minha suspeita tinha se concretizado. Lá estava ela dormindo um sono profundo. Me abaixo ficando de frente a ela e coloco uma mão na sua bochecha.

"Abby..." - eu falo baixinho para ver se ela não estava só descasando a vista.

É.. ela não mexeu nem um fio de cabelo. Havia dormido mesmo. Fico sentando observando se ela acordava ate que coloquei a mão na água e vi que ela ja estava congelando. Puxo o ralo e vejo a água começar a escorrer. Balanço o seu braço mas ela parecia estar mais em coma do que dormindo. Me levanto pegando uma toalha e coloco por cima do seu corpo quando a banheira esvazia completamente. Saio do banheiro e vou até o armário pegar outra toalha pra enrola-la, volto ao banheiro e balanço o seu braço mais uma vez vendo-a se mexer um pouco.

"Me deixa aqui.." - ela fala ainda de olhos fechados quando eu coloco uma mão pelas suas costas tentando coloca-la nos braços.

Ela era magrinha, não haveria problema. Abaixei, prendendo-a com segurando nos meus braços. Peguei fôlego a levantei. Deus! Ok, talvez ela não estivesse tão magra. Ela tinha engordado dois quilos com a gravidez, e eu não poderia esquecer que a gravidade estava contra mim também.

Tentei novamente e a vi se mexer mais. Com o movimento brusco, eu quase perdi o equilíbrio. Ela acordou e começou a rir da minha situação. Eu não era o super-homem, mas como ela disse mesmo, ele não era grande coisa pra ela. Fomos rindo até o quarto, ela estava mais estabilizada no meu colo. Ao chegar perto da cama, eu a joguei e cai por cima dela. Ops! O bebê. Sai rapidinho enquanto ela ainda

chorava de rir, rolando de um lado da cama para o outro.

"Com uma dessas eu perdi até o sono..." - ela fala ainda rindo puxando a toalha para se cobrir melhor.

"Eu deveria deixar você congelando naquela banheira, morrendo de sede, fome e frio pra você ver o que é bom.."

Eu vou me levantando da cama e vejo voar no meu pescoço.

"Ah John deixar de ser rabugento.. vai dizer que você também não achou isso engraçado!"

"Quer que eu seja sincero?" - eu tirei sua mão do meu pescoço e me levantei da cama.

Ela se enrolou ainda mais na toalha e se encolheu dentro dela, olhando pra mim.

"Vou te ser sincero.." - eu falo passando a mão pelo cabelo e vendo-a fazendo o mesmo com sua franja.

Eu ando de um lado para o outro sem deixar de perceber o seu olhar, me reaproximo dela e vejo ela subir o seu olhar me encarando.

"Olha.." - eu começo falando bem serio. – "se você continuar engordando assim.. eu não vou poder mais te desencalhar da banheira..".

'Vai se ferrar, Carter!"- ela solta um grito não tão amigável, me dando um beliscão na barriga.

"Ué..."- eu me fiz de inocente- "você quer o que?"- ele levantei de novo- "quer engravidar e não engordar? Só fazendo mágica, moça!"- eu sorri mas ela continuava séria, enrolada na toalha- "ai ai ai ai, eu não vou agüentar essa sua mudança de humor tão repentina!"

"Você me chama de gorda e ainda quer que eu ria?"- ela não parecia estar brincando mesmo. É, a partir de agora eu teria que tomar cuidado redobrado com o que falava e como brincava com ela.

"Abby, to brincandooooo..."- eu voltei a deitar na cama com ela, mas ela virou de lado.

"Não enche..."- foi indo para o começo da cama e entrou debaixo das cobertas. Ok, não tocaria mais nesse assunto.

"Não vai colocar uma roupa?"- ela ficou em silencio- "essa toalha ta toda molhada..."- ela permaneceu em silencio mas jogou as toalhas longe. - "Meu Deus.." - eu falo alto. – "ela ainda insiste em me seduzir!" - eu olho para o lado e não noto nenhum alteração no seu humor. Eu conhecia bem esse joguinho... estava só esperando que eu fosse "consola-la".

Me sento ao seu lado na cama e ela vira o rosto. Coloco o meu braço ao redor do seu corpo e me deito com o rosto de frente aos seus cabelos. Eu beijo a sua nuca e ela permanece imóvel.

"Você sabia que quanto mais você me ignorar mais eu vou te encher de beijos!" - eu falo vendo-a instantaneamente se virar.

"Você sabe o significados da frase "Não Enche"?" - ela me encara mais seria do que eu esperava.

Eu faço um bico enorme e fico encarando-a em silencio.

"E você sabe o significado da frase "eu te amo"?" - eu falo vendo o seu olhos piscarem. Era tão fácil assim domar uma mulher grávida?

Eu fui devagarzinho para beijá-la. Não queria estar arriscado a levar um tapa. Quando finalmente eu fechei os lábios contra o dela, ela logo rapidamente abriu a boca me dando acesso. Rapidamente deslizei os lençóis para baixo. Encarei o corpo dela, senti-o um pouco ainda molhado.

Antes de tudo ficamos nos olhando por um tempo antes de reiniciarmos os beijos. O seu olhar estava com aquele brilho dizendo que queria aquilo tanto o quanto eu queria. Me aproveitei daquilo para deslizar minhas mãos pelo seu corpo. Nós continuávamos nos beijando conforme íamos nos tocando. Dentro de poucos instantes nos entregamos um ao outro. Eu pensava que quando casássemos talvez a nossa vida sexual caísse em uma rotina, mas eu estava enganado. Sempre dávamos um jeitinho de fazer algo diferente.. Ela começou a tomar mais iniciativa e sempre era a primeira a tirar a minha roupa. Como ela já estava nua, eu mesmo não lhe dei esse gostinho e em pouco tempo estava preparado para lhe proporcionar mais um pouco de desejo. A abraço forte quando ela soltou o ultimo suspiro. Descansou sua cabeça no travesseiro e eu me deitei ao seu lado fazendo o mesmo.

Ok. Essa seria a minha vida. Nem tudo era um mar de rosas. Nós brigávamos quase todos os dias. Ela não era mais loira como o sonho, nosso casamento não foi como no nosso sonho. Quase ninguém sabia da nossa pequena, coisa que nem passava pela minha cabeça da outra vida. Eu tinha até medo do que poderia vir. A vida não era perfeita, eu sabia disso. Eu tinha medo o que poderia acontecer daqui pra frente.

Mas quando eu olhava por lado, eu vi ela sorrindo pra mim, eu percebia que nada disso importava. Porque eu amava essa mulher mais do que tudo nessa vida e o amor era recíproco. Então, por mais que nós fizemos coisas erradas e sem sentido, eu sabia que a gente ia ser feliz. Não por obrigação, responsabilidade ou destino. Mas pelo simples fato...de que nós nos amávamos.

"O que vamos comer hoje?" - ela interrompe os meus pensamentos e eu me viro vendo o seu sorriso.

"Isso realmente importa?" - eu passo meus dedos pelo seu cabelo e ela joga o rosto de lado.

"Julie pede.. papai cede... nunca esqueça desse detalhe.." - ela se levanta lentamente da cama e eu continuo observando-a. – "Você não vem?" - ela fala se apoiando na porta colocando a outra mão na cintura.

"Papai está indo.." - ela vira o seu rosto e sorri mais uma vez antes de descer as escadas. É.. daqui em diante eu vou ter que adaptar melhor essa palavra ao meu vocabulário. Afinal, não é todo dia que alguém tem a oportunidade de vivenciar o real significado em ser um homem de família.

CONTINUA NA PROXIMA FIC