Disclaimer: Achando a idéia de contratar um ladrão muito boa, resolvi procurar por outro (que não fosse francês e/ou tarado). Acabei chegando num tal de Kurama Youko, que era um rapaz muito bonito de olhos verdes. Ele aceitou mesmo achando que o trabalho seria extremamente fácil (disse que estava entediado). Claro que, raios e trovões, nem tudo poderia dar certo e chegando à casa da Dona Jo, ele encontrou outro ladrão lá que era conhecido dele. Um tal de Hiei.
Sei que no fim os dois foram curar seu tédio juntos (se é que vocês me entendem) e eu fui deixada na mão mais uma vez. People should just get a room -.- Direitos autorais e dinheiro lá, fanfictions e nenhuma renda aqui!
Sinto muito pela demora, mas por causa do PAS nem eu nem minha beta tivemos muito tempo para a pobre fic ;-;
Cruel Serenade – Capítulo 4
Túmulos
Como sempre a ida à polícia não resultou em nada. Eles pegaram seu depoimento, fizeram várias perguntas e, não encontrando nada, liberaram-no. O único adicional dessa vez era Sirius, que ficou esperando o tempo todo e saiu com ele lançando olhares incrivelmente frios dos olhos prateados, normalmente tão cheios de calor e alegria.
Pela primeira vez em muito tempo, Remus não sabia como agir perto de uma pessoa. Ele sempre manteve sua barreira de indiferença, portanto não havia necessidade de se preocupar com os outros. Mas ele havia quebrado a barreira, ainda que sem querer.
Toda vez que uma pessoa morria ele tinha que lidar com isso sozinho. Ele sabia que a culpa era dele de alguma maneira, já que esse tipo de incidente já ocorria há muito tempo. Desde pequeno as pessoas morriam à sua volta, e nunca houve ninguém para dizer que tudo ia ficar bem.
Sem problemas, é claro, ele sempre foi capaz de simplesmente ignorar tudo. Eram apenas desconhecidos e ele não se sentia inteiramente triste, ele não podia sentir, não havia tempo para isso. Cada vez que ele achava que poderia começar a curar as feridas, alguém morria novamente. Era um ciclo que parecia interminável, e Remus apenas acostumou-se a viver dentro dele, como se estivesse preso. E talvez estivesse.
Foi por isso que tudo desmoronou quando percebeu que tinha tempo para sentir as perdas nos braços de Sirius.
Seu rosto ficou levemente corado. Estava no cemitério, assistindo de longe ao enterro de Murta. Não tinha coragem de chegar mais perto.
Depois que ele e Sirius saíram da delegacia, ele simplesmente murmurou qualquer coisa para poder ir embora e o deixou para trás sem uma palavra qualquer, nem mesmo de agradecimento. Pensando bem, agora ele se sentia um pouco culpado por isso.
Sirius usava um suéter negro de gola alta, com calças e sapatos combinando. Os longos cabelos estavam soltos balançando levemente ao vento. De uma maneira muito melancólica, ele estava extremamente belo.
À altura que o enterro terminou, grandes e pesadas nuvens cinzentas havia se acumulado no céu. Chuva. Que típico.
Depois que Sirius prestou suas condolências aos pais da moça, Remus o perdeu de vista. Mais e mais pessoas abandonavam o lugar e nenhum sinal de Sirius, Remus logo aceitou o fato de que o jovem havia ido embora.
"Talvez eu devesse prestar meus pêsames também" Murmurou para si mesmo, observando as costas da mulher baixa e gorducha que era a mãe de Murta. 'Mas também, eu deveria ter participado do funeral… Não sei se agora vou conseguir simplesmente aparecer lá.' Mais tempo se passou e logo não restava mais ninguém no local, então Remus finalmente se dirigiu até o túmulo rodeado de flores frescas. Ele mesmo acrescentou um buquê de hibiscos amarelos antes de ajoelhar em frente à cripta de mármore. "Desculpe. De algum modo, sei que devo isso a você… Eu já deveria saber, a essa altura da vida, que não sirvo para convívio humano. Todos os fatores estão contra mim e ainda assim eu insisto… Mas não se preocupe, não vou mais deixar esse tipo de coisa acontecer."
"E pretende fazer o que?"
Remus virou-se um pouco assustado para encontrar o dono da voz. Eles se olharam por um tempo até Sirius repetir. "E pretende fazer o que?"
Ao invés de responder, Remus perguntou "O que ainda faz aqui?".
Sirius pareceu um pouco espantado com a pergunta, mas logo coçou a cabeça, relaxando e, para o espanto de Remus, corou. "Bem, é que tem um conhecido meu que também foi enterrado aqui… Então eu ia dar uma visitinha lá para ele…".
"Ia?"
"É… é que… Bom, sei lá, faz um tempão que eu não vou ao túmulo dele e eu nem tenho flores nem nada…".
Remus ficou olhando-o por um tempo antes de dizer "Tem uma loja de flores aqui perto.".
Sirius apenas sorriu e colocou as mãos nos bolsos "Então, vamos lá comigo?".
Depois de tentar evita-lo ao máximo possível, Remus não imaginava que acabaria passeando ao lado de Sirius no cemitério, mas não era como se ele conseguisse simplesmente dizer 'não' agora. Antes teria sido muito mais fácil.
"É aqui." Falou Sirius agachando perto de um túmulo de pedra preta "E aí, Wormtail, amigão, como vai a morte?".
Remus parou ao seu lado e ficou observando-o. Sirius colocou um buquê de orquídeas roxas e sorriu. "Desculpe-me por ter negligenciado você um pouquinho, sabe como é o trabalho…" Remus levantou uma sobrancelha "… ainda mais depois que você se foi.".
Perguntando-se aonde Sirius trabalhava antes de ir para a Color, Remus murmurou "Há quanto tempo ele se foi?".
"Hn… Um ano mais ou menos."
Eles ficaram em silêncio por alguns minutos até Sirius levantar e passar um braço pelos ombros de Remus "Mas e aí? Viu minha nova namorada?" Os olhos dourados se arregalaram "Aposto que você nunca me viu com uma tão bonita!"
Depois de corar muito, Remus lançou um olhar MUITO feio para Sirius, que gargalhou alto. "Ui, seu senso de humor continua igual. Mas até que eu gostei do jeito que seus olhos ficaram agora há pouco."
Antes de Remus poder dar uma resposta mal-educada, Sirius puxou-o pelo braço. "Bem, Wormy, prometo que depois volto com Prongs e Lily. Até! Preciso levar essa namorada com TPM para uma volta".
"Você… é muito estranho." Disse Remus enquanto os dois saíam do cemitério. 'E ainda assim', Pensou, 'de algum modo esse seu jeito estranho fez com que eu me sentisse melhor hoje. '
"Já que hoje não vamos ter de trabalhar eu ia tomar um lanche ali" Sirius sorriu como se nada no mundo fosse capaz de fazê-lo mais feliz "Pode vir junto se quiser, eu pago!".
Remus olhou-o nos olhos com a mesma expressão neutra de sempre. Sirius corou um pouco "Não me leve a mal, não é que não esteja sentindo tristeza pela morte dela… Mas ficar agindo como se o mundo tivesse acabado não vai trazê-la de volta".
Remus continuou o encarando diretamente e Sirius sorriu de lado "Você deve estar me achando uma pessoa fria e cruel agora, não?".
"Não" Respondeu muito sério o jovem de olhos dourados "Não mesmo"
Sirius o olhou surpreso, mas logo sorriu afetuosamente "Você é um carinha muito sério" Ele virou de costas e começou a andar "Mas então! Vamos comer logo!".
Os cabelos longos mexendo melancolicamente, os fios brilhantes envolvendo as costas largas que se afastavam. Aquele abraço que transmitiu tanto calor. Enquanto Sirius se afastava, Remus sentia como se tudo isso fosse desaparecer. Era uma sensação que apareceu sem aviso e vinha forte como uma avalanche e parecia tão absoluta que quase doía.
E Remus só sabia que não queria ficar só.
"Sirius!" Chamou agarrando os cabelos negros para impedir que ele fosse embora "Espere!"
"Aiaiaiaiaiaiai!" Reclamou o jovem "Relaxa, eu já não te convidei para vir comigo?".
Remus sabia que seu rosto havia avermelhado intensamente. Sentia-se tão idiota…
"… Obrigado" Falou meio baixo.
"Ora, que nada! É uma lanchonete até barata e lá tem uma batata frita que-".
"Não é por isso"
Sirius suspirou e sorriu. Antes que o jovem de olhos dourados pudesse fazer qualquer coisa, ele o envolveu em seus braços mais uma vez. "Não é nada. Sempre que você precisar eu vou te dar apoio, OK? Então não se preocupe."
Todo o sangue parecia ter corrido de vez para seu rosto e a garganta aparentemente havia secado. Mas ele não fez nada para impedir o abraço, porque se sentia bem.
"Sirius?" Alguém chamou. Sirius virou-se parcialmente, sem soltar Remus, e sorriu largamente. "Prongs! Lily! O que fazem aqui?"
"Eu pergunto o mesmo" Sorriu o jovem de cabelos revoltos.
"Uma pessoa no escritório morreu e eu aproveitei e fiz uma visitinha para Peter."
"Ah… Sim…" Os olhos dos recém-chegados pareceram entristecer-se "E esse quem é?".
"Remus Lupin."
"Ah!" Foi só o que exclamaram, mas Remus pôde ver o sorriso malicioso de James e a expressão curiosa de Lily. Aquele tipo de reação 'Então ESSE é AQUELE Remus Lupin' e Remus se perguntou o que Sirius deveria andar falando dele.
"Está indo ao Fryin' não está?" Perguntou Lily.
"Exato, querem vir junto?"
"Ah, não sei…" Ela respondeu sorrindo de leve "não queremos atrapalhar…"
Se dando conta de que ainda estava abraçado a Sirius, Remus soltou-se rapidamente, corando mais uma vez naquele dia. Sirius sorriu abertamente "Que nada, pode ser um encontro duplo."
"O q-" Remus começou a exclamar, mas vendo a expressão de divertimento de Sirius, parou. O maldito estava se divertindo às suas custas. Seus olhos dourados brilharam perigosamente.
"Certo, eu também quero comer as batatas fritas de lá." James fez sinal de positivo para Sirius, e estava claramente se segurando para não rir.
O tal Fryin' era uma lanchonete aonde só se serviam frituras, e era obviamente muito freqüentada por Sirius e James, já que todos no lugar pareciam conhecê-los. Eles logo pediram as tais batatas fritas e outras coisas como frango frito e bacon. Tudo muito saudável.
Remus rapidamente notou o quanto Sirius e James eram barulhentos juntos. Eles riam, conversavam, gritavam por um atendente lá do outro lado, faziam piada e coisas do tipo. Lily, assim como ele, parecia um tanto quanto embaraçada, mas, também como ele, não podia evitar rir e se divertir com os dois.
Enquanto James e Sirius travavam uma batalha de coxas de galinha, ela sorriu para ele como se pedisse desculpas "Um dia eles crescem" Remus sorriu levemente de volta "Mas tudo bem, eu gosto de James do jeito que ele é… ainda que seja bobo assim.".
Ele pegou seu copo de suco e começou a tomá-lo, observando Sirius. Ele também era um crianção.
"Então, você está mesmo saindo com Sirius?"
Remus cuspiu todo o conteúdo do copo na mesa. Após alguns minutos de silêncio James e Sirius desataram a gargalhar enquanto Remus ficava vermelho da cabeça aos pés, e Lily corava um pouco. "Ah! Então não estão… M-me desculpe, é que eu nunca sei quando Sirius está falando sério ou não."
"Falando de mim?" O dito cujo sorriu.
"Sim, eu estava avisando-o para tomar cuidado com você, agora que estão trabalhando juntos. Loucura pode pegar…".
"Ah, se o bom e velho Remus pudesse pegar um pouco de loucura…".
Remus franziu o cenho levemente "Fala como se me conhecesse há muito tempo.".
"É verdade, Padfoot!" Riu James "Não saia assumindo coisas como se fosse o gostosão. As pessoas podem surpreender às vezes.".
"Por que você, meu caro Prongs, é um poço de sabedoria e conhecimento sobre a humanidade!" Sirius disse sarcástico.
"Não sou?" James riu.
O lanche durou bastante tempo, e acabou por tornar-se jantar. Remus, naturalmente quieto, pouco falou, mas espantou-se ao perceber que estava gostando muito da companhia de Sirius e seus amigos, e conseguiu se sentir melhor naquele dia que havia começado de forma tão melancólica. Surpreendentemente, Remus acabou se esquecendo da má sorte que sempre o rodeava, e fazia com que se comportasse de maneira arisca e tentasse se afastar das pessoas o mais rápido possível.
Apenas quando o casal se despediu de Sirius e Remus, foi que ele pensou isso tudo. Era reconfortante passar um tempo tranqüilo assim, mas ele se censurou do mesmo jeito. Por sorte nada havia acontecido, mas não deveria mais relaxar.
"-ir para casa?"
"Como?" Sirius estava falando com ele, mas no meio dos seus pensamentos Remus não havia ouvido nada. Sirius sorriu. "Eu perguntei se tem como ir para casa. Seu carro está estacionado perto do cemitério?"
"Não… Eu fui de táxi."
"Ué… Não sabe dirigir?" Perguntou Sirius em tom de brincadeira. Remus permaneceu quieto "Sério?" E desatou a rir. Remus fechou a cara.
'Desisti depois que meu instrutor morreu. ' Pensou em dizer, mas resolveu apenas esperar Sirius parar de rir.
"OK, então." Falou o moreno ainda rindo um pouco "Eu te levo para casa, neném."
E nada do que Remus disse o convenceu do contrário, portanto, quando se viu encarando uma espetacular motocicleta vermelha ficou sem palavras de vez.
"Linda, não é?" Disse Sirius orgulhosamente, dando tapinhas carinhosos na moto. "Conheça Remus, Snuffles."
Remus foi acordado de seu estado de estupefação por um pesado capacete jogado para ele. "Use isso. Não quero ser parado pelos guardinhas."
"C-Como assim 'use isso'? De maneira nenhuma eu vou subir nessa coisa!"
Sirius pareceu ofendido "Não é 'coisa'! E a Snuffles. Não seja descortês… Nem medroso."
"Não me importa o que diga." Remus cruzou os braços "Eu não vou andar nisso.".
"Ora, eu estou te oferecendo uma carona e você ainda faz reclamações?"
"Eu não pedi por carona."
Sirius fez um barulho parecido com um rosnado e avançou em direção a Remus, até encostá-lo na parede. Seus olhos novamente encontraram os olhos desafiadores de Remus e ele pegou o capacete e o colocou na cabeça castanha do outro num movimento rápido, porém delicado. "Ei!"
"Não pediu mesmo, mas eu estou dando do mesmo jeito."
No fim, Remus acabou na garupa da moto, agarrado a Sirius com mais força do que pretendia, enquanto roncavam a toda velocidade pelas ruas. "Aonde você mora?" Gritou Sirius para ele. Remus gritou o endereço de volta e pôde ver os olhos cinza arregalaram-se por entre o visor do capacete. "Cacilda…" Sirius murmurou.
Quando chegaram ao prédio alto, Remus quase beijou o chão. Não que Sirius fosse mau motorista, mas parecia ter certa tendência a correr demais.
"Você mora mesmo aqui?" Falou tirando o capacete "Puxa vida, então está muito bem de situação, hein? Soube que o aluguel daqui é uma loucura.".
"… Não sei, a empresa é quem paga."
Sirius o olhou espantado e ele deu de ombros. "Eu recebi várias propostas de várias empresas. A mais colorida foi a da Color." ( a/n: XD heuheuheuheue)
"Você é tão disputado assim?" Remus corou "Aparentemente… Acho que é só por isso que ainda não fui mandado embora. Mesmo que alguns funcionários tenham morrido por minha culpa, devo dar um lucro muito maior.".
Sirius fechou a cara e Remus tentou se explicar "Sei que não é uma linha de pensamento muito boa, mas é assim que a empresa pensa e-".
"Não é isso." Ele avançou e segurou o rosto de Remus com as duas mãos "Não fiquei bravo por causa disso. Não é para você pensar assim, nada disso é culpa sua.".
Remus entreabriu a boca e arregalou os olhos, mas não sabia o que dizer. Sirius chegou seu rosto bem perto e a respiração de Remus ficou mais forte ao perceber a proximidade de seus lábios. Mas alguma coisa pareceu fazer Sirius mudar de idéia e ele se afastou abruptamente.
Remus continuou parado, estático, enquanto Sirius caminhava para sua moto. Depois que ele já estava propriamente sentado, capacete colocado, Sirius puxou um pequeno cartão do bolso, onde brilhavam em letras verdes um endereço. "Eu gostaria que você me encontrasse nesse lugar amanhã às cinco da tarde." Remus pegou o cartão, abobalhado. "Até mais."
E em meio aos altos roncos da motocicleta Sirius partiu.
Author's nonsense:
- And Sirius makes the first move! o/
- Eu adoro motos X3 Quando puder dirigir gostaria de ter uma olhos brilhando
- Também adoro frituras X3 Mas não acho que agüentaria comer tudo aquilo de uma vez como Sirius e James… Eu realmente acho que o estômago desses dois é feito de ferro…
- Eu não sei escrever o Peter e nem gosto. E sinceramente, ele não teria muito a acrescentar nesta fic. Acreditem, morto ele é de muito mais ajuda. (isso também valeria para o livro, mas nããão!! Dona Jo tinha que ter outras idéias!! Começa a chorar Sinto muito ainda estou em negação ;-;)
- Não lembro se foi algum reviewer ou se foi minha beta quem me perguntou por que o Remus ainda não tinha sido despedido se tanta gente morria por causa dele. Bom, essa é uma das razões, e também por que eu não acho que donos de empresa fossem se preocupar com supertições e mandar embora um funcionário tão valioso como Remus.
- Isso é outra coisa que também vai ser explicada mais para frente, Remus não é simplesmente extraordinariamente inteligente, há um motivo para ele se dar tão bem com tecnologia.
- Sorry, nenhuma explicação sobre a maldição do Sirius aqui tambému.u" Ele não gosta muito de falar sobre isso entende X3 Mas vou entrar em detalhes eventualmente.
Acho que no capítulo passado eu esqueci, então aqui ficam beijos pra minha beta fofolete duas vezes X3
