Disclaimer: Eu não queria, mas tive que apelar à Matrix 8( Peguei o telefone e liguei para um número qualquer, quando atenderam eu mandei que me enviassem imediatamente para a casa da J.K Rowling para que eu pudesse tomar posse dos direitos autorais. Depois de ter toda a minha linhagem, passada e futura, xingada eu desliguei e cheguei a conclusão de que daquele jeito talvez eu não fosse conseguir. Então eu continuo sem ter nada, a não ser óculos escuro legais que nem os da Trinity 8)

Cruel Serenade

Escritos na Parede

No mesmo dia em que James e Lily tiveram o encontro com os vampiros, Sirius foi calmamente para o trabalho. Bom, talvez não tão calmamente.

Ele havia achado melhor contar tudo de uma vez só para Remus, sem cerimônias. Remus era uma pessoa direta, e ele achou que o colega de trabalho iria preferir que ele fosse direto também. Mas tudo havia sido tão fácil, que era quase constrangedor.

Remus havia até sorrido! Aquele sorriso havia pegado Sirius despreparado e, ainda assim, havia sido muito pouco. Ele tinha ficado com vontade de ver mais, de saber mais, de descobrir o que mais Remus tinha enterrado dentro de si com tanto afinco. E era isso, principalmente, o que o havia impelido a retornar ao trabalho, ao invés de simplesmente matar o dia preguiçosamente no sofá da sua casa. Não que ele tivesse cem por cento de consciência disso. Boa parte da sua mente acreditava que ele só estava curioso.

Ao entrar na sala gelada, a primeira coisa que viu foi Remus sentado em frente ao laptop, tomando café. Nada de mais, era o mesmo que ele via todos os dias. O problema foi a seguir:

"Bom dia." Falou Remus. Sirius parou na entrada e ficou encarando o jovem, que continuou olhando o computador calmamente. Bom dia? Como assim 'Bom dia'? Remus nunca dava bom dia, apenas ignorava qualquer tentativa partida de Sirius de iniciar uma conversa.

O moreno sentou-se em frente a ele e sorriu, apoiando o rosto em uma mão. "Ah, então é assim que funcionamos, é? Não podemos ser amigáveis a não ser que a outra pessoa nos beneficie de alguma maneira?"

Remus levantou os olhos da tela para olhá-lo espantado. Tudo ficou silencioso por um tempo, até Sirius cair na gargalhada. "Mas você é sério demais! Estou só brincando, Remus. Relaxe!"

Enquanto, ria, Sirius levantou para riscar dois dias no calendário. "Não…" Remus disse hesitante. "Acho… Acho que tem razão. Me, ahn, desculpe… Eu apenas… não sabia, er, não sei agir direito perto das pessoas… ainda. Não tinha a intenção de parecer interesseiro."

Remus olhava para ele quase receoso, e Sirius teve que se segurar para não gritar 'Que fofo!' e ser retalhado por um Remus embaraçado, logo em seguida. Em vez disso, apenas sorriu e levou uma mão ao bolso, de onde puxou um livro de capa amarela. "Esqueça. Ainda quer ler?"

Ao invés de uma resposta oral, Remus salvou seu progresso no programa que estava fazendo e fechou o laptop, olhando interessado para Sirius. "Pelo visto sim, né. Eu já dei uma pesquisada para não perdermos tempo. Pelo que sabemos até agora, eu identifiquei duas maldições. Uma que usa tatuagens fixas e uma que usa tatuagens temporárias, a que eu acho mais preocupante."

Ele deu uma pausa para retornar ao seu lugar, em frente a Remus, antes de continuar. "A primeira funciona usando os sentimentos da própria pessoa que carrega a maldição como 'bateria', para continuar funcionando com o passar dos anos, sem precisar haver 'manutenção' da maldição. Não é muito eficiente, pois a pessoa talvez não sinta com a freqüência necessária o sentimento que foi usado para criar a maldição. A segunda é mantida com o reforço constante do bruxo que lançou a maldição. De tempos em tempos ele retorna ao amaldiçoado para fortalecê-la usando os sentimentos do outro, ampliados pela sua mágica. A pessoa nem precisa sentir aquilo com muita freqüência, basta uma vez, é o suficiente para o bruxo usar o sentimento."

A porta abriu de repente, e por ela entraram Marlene e Alice, afobadas. "Sirius! O almoxarifado! Venha ver!" Exclamou Alice. Remus e ele trocaram um rápido olhar apreensivo antes de se levantarem e seguirem as duas garotas.

Havia um pequeno aglomerado de pessoas, pelo qual eles tiveram de passar aos empurrões, até chegar ao meio da sala. Lá estavam o chefe deles, um japonês de pele levemente queimada, o Sr.Takefumi, e um funcionário da limpeza, baixo e gordo, que coçava a careca intrigado.

Aparentemente a sala havia começado a ser limpa, após a perícia constatar que a morte havia mesmo sido um acidente. A estante estava novamente em seu lugar, porém vazia, e o chão estava limpo do sangue. Sequer uma manchinha o marcava, estava completamente limpo. 'De fato… ' Pensou Sirius. 'Limpo demais'.

Com sua atenção voltada para o chão, não viu o que era a coisa que todos estavam vendo, e que tinha feito Alice e Marlene invadirem sua sala tão amedrontadas, até Remus puxar sua manga.

Levantou o olhar e encontrou a parede onde Remus estava encostado no dia da morte. Ela estava quase toda coberta por estranhos escritos marrons-avermelhados. Não demorou muito para Sirius perceber que as palavras haviam sido escritas com sangue. O sangue de Murta.

"Sirius…" Murmurou Remus, aparentemente chegando à mesma conclusão. Sirius apenas o olhou, sério.

"Mas o que é isso afinal? Algum tipo de brincadeira doentia? Ninguém respeita a memória da pobre Murta?" Bradou o Sr.Takefumi, enraivecido. Ele olhava para todos os rostos próximos, como que desafiando alguém a se entregar, até que seus olhos pararam em Remus e sua expressão pareceu ficar mais ansiosa do que raivosa. "Ah… Sr.Lupin…"

As pessoas ao redor pareceram só então notar a presença de Remus e se entreolharam nervosas, algumas chegando a afastar-se um passo ou dois. "Então, o senhor saiu da sua sala, ahem, er…"

Sirius grunhiu alto ao ver a velha expressão de peixe-morto retornar à face de Remus. Ele já estava erguendo suas barreiras contra o mundo novamente. 'Ah, mas nem a pau! Tive muito trabalho pra abrir uma brechinha que fosse nessas defesas, pra ele começar tudo de novo!' Pensou, passando um braço pelos ombros do jovem. "É verdade, nos avisaram que algo estranho estava acontecendo e viemos checar."

O japonês olhou para Sirius tentando reconhecê-lo, ao falhar, porém, dirigiu o olhar para o crachá que ele carregava preso na camisa. "Ah, sim, sim… Você é o Sr.Black… entendo…" Ele pareceu se compadecer de Sirius. "Bem, bem, as fofocas parecem trabalhar com mais eficiência neste lugar do que os funcionários! Olha só que povo que se reuniu aqui! Não há nada que possam fazer! Deixem de bisbilhotagem e voltem a trabalhar!"

As pessoas pareceram ficar embaraçadas e começaram a mexer-se lentamente para retornar às respectivas salas, quando Sirius chamou em voz alta. "Esperem! Esperem um instante! Eu peço a atenção de todos aqui!" As pessoas olharam curiosas e Takefumi virou-se, indignado pela ousadia. "Desculpe, Sr.Takefumi, mas é que antes que todos fossem, eu gostaria que ouvissem uma palavrinha…" Ele posicionou-se de modo que ficasse em frente à porta todos à sua frente, e estendeu uma mão, com a outra puxando Remus para si. "Obliviate!"

Um clarão amarelo saiu da mão estendida, envolvendo a todos os que estavam na sua frente. Quando a luz cessou, as pessoas começaram a olhar ao redor e umas para as outras, abobalhadas. Sirius rapidamente fechou a porta do almoxarifado atrás de si, e começou a enxotar as pessoas para longe. "É isso aí pessoal… Todo mundo pra fora… A polícia pediu para isolarem esta área, não foi? Pois pe, ninguém pode entrar aqui, agora…" Ele virou-se para o funcionário da limpeza, olhando seu nome no crachá. "Então, Juan, você pode me arranjar uma fita de isolamento? Ou qualquer coisa que indique que é proibido entrar… Pode? Ótimo…" Sirius sorriu, diante da afirmativa abobalhada do homem.

Quando todos saíram, Sirius encostou-se à porta e suspirou, logo em seguida sorriu divertido para Remus, que o encarou obviamente esperando uma explicação. "Mágica!" Deu de ombros. "Só uma coisinha para eles esquecerem o que viram."

"Oh! Nunca tinha visto algo assim…" Remus levantou as sobrancelhas. "E sua mão não dói?"

"Nadinha!" Sirius estendeu a mão para que ele checasse e sorriu ao ver o outro tocando e olhando sua mão como se fosse um interessante experimento. "Por mais agradável que esteja sendo essa inspeção, eu queria dar uma olhada naquela parede."

Remus corou e soltou a mão de Sirius, que foi até a parede com um sorrisinho nos lábios, sorriso que sumiu assim que ele começou a examinar as palavras. "É… A mesma letra…"

"Como?" Remus perguntou, preocupado com o tom de voz do outro.

"A maldição escrita nas suas costas… E o feitiço escrito nessa parede… Eles têm a mesma letra." Sirius franziu o cenho. "O que significa que foi a mesma pessoa quem os fez."

"Então deve ser a segunda opção, a maldição com tatuagem temporária. Já que isso significa também que a pessoa que me amaldiçoou ainda está por perto." Remus engoliu em seco. "Mas… como?"

"Provavelmente o bruxo aproveitou os momentos em que você estava dormindo-"

"Impossível." O outro jovem interrompeu. "Meu apartamento tem um sistema de alarme avançadíssimo."

"Por favor, Remus, estamos falando de um bruxo aqui! Não vai ser um sistema de segurança trouxa que irá segurá-lo!" Ele balançou a cabeça, impaciente. "O interessante é saber por que nosso camarada fez isso, não como."

"Não, não, você não está entendendo. Fui eu quem fez o sistema de segurança, não teria como ele chegar nem um metro perto de mim sem que eu acordasse!"

"Remus…" Sirius suspirou, exasperado. "Eu sei que você é o maior gênio nessas tecnologias e coisas eletrônicas, mas apenas magia poderia…" Ele parou quando alguma coisa clicou em sua mente e ele olhou nos olhos dourados. Com uma voz desconfiada, perguntou. "O que você está tentando me dizer? Remus, por um acaso você… sabe usar magia?"

Remus olhou para a parede, pensativo, enquanto o silêncio reinava no recinto. "Eu nunca pensei como 'magia' até conhecê-lo. Mas agora, não sei mais o que achar."

Sirius piscou. Ele estava mesmo falando sério, já o conhecia a tempo suficiente para saber ao menos que Remus não brincava. "C-como assim? Você tem uma varinha? (A/N: Hahahaha XD)"

"Varinha? Não… Não que eu saiba." Remus olhou-o confuso. "Você usa as mãos para fazer magia?" Sirius perguntou e Remus assentiu. "Minha nossa… Então você é como eu e James… Não, eu diria que é como Lily!" Ele começou a andar de um lado para o outro, parecendo muito concentrado falando consigo mesmo.

"Se você fizer a gentileza de me esclarecer as coisas!" Exclamou Remus. "Estou confuso aqui!"

"Então, meu amigo, somos dois." Remus piscou ao ouvir a palavra 'amigo', parecendo-lhe estranha aos ouvidos, mas deixou Sirius continuar. "Mas acho que ainda posso te explicar alguma coisa sobre magia. A grande maioria da comunidade mágica faz magia usando varinhas, são bruxos normais. Há algumas famílias, no entanto, que possuem habilidades especiais, habilidades que somente se desenvolvem nessas famílias. É o que chamamos de herança de sangue."

"De sangue? Mas minha família nunca foi bruxa."

"Sim, sim, você é como Lily. É a raiz da herança de sangue. A partir de você, seus filhos serão bruxos e terão a mesma habilidade especial que a sua, e assim vai." Sirius chegou perto e segurou o rosto de Remus com as duas mãos. "Isso é bem raro. Não pensei que fosse conhecer outro além de Lily."

Agora era a vez de Remus ser analisado como uma obra de arte. Ele corou de leve e tentou se livrar das mãos de Sirius, que sorriu e o segurou com mais força.

"Pare com isso."

"Isso o que?"

"Sirius!"

Ele riu e o soltou. "Estava apenas apreciando a visão. De qualquer forma, isso muda tudo. Se antes eu não sabia porque algum bruxo iria se preocupar em continuar te amaldiçoando, sendo você um trouxa e tal, agora…"

"Agora…?"

"Bem, agora eu continuo sem saber porque, mas pelo menos sei que você está envolvido de maneira direta com a magia."

Remus suspirou. Os dois ficaram em silêncio e Sirius começou a olhar Remus pelo canto dos olhos.

Alguma coisa parecia estar se mexendo no seu estômago e cérebro, desde que descobrira que Remus era um bruxo também. Era como se borboletas dançassem dentro da sua barriga e muitas coisas pareciam estar correndo de um lado para o outro na cabeça. Nenhum pensamento coerente se formava. Só havia uma sensação, uma sensação estranha. Enquanto antes Remus era o seu trabalho, um carinha difícil que ele estava tentando deixar menos defensivo, agora ele fazia parte da sua realidade, do seu mundo. Quer dizer, ele sempre estivera lá, mas os dois viviam duas realidades completamente diferentes, e de repente Sirius se viu num mundo em que Remus também vivia… Ele não sabia explicar, não fazia sentido nem mesmo para ele.

Sirius só sabia que havia sido acertado por uma vontade irresistível de sorrir.

"Agora que sei que sou um bruxo, não tenho muita certeza do que fazer. Só sei que neste instante quero sair daqui." Remus falou, quebrando o silêncio.

Sirius assentiu e os dois caminharam de volta a sala de trabalho, já não tão silenciosamente, já que o moreno ficava cantarolando baixinho algo que Remus reconheceu como uma canção de algum filme da Disney. As pessoas olhavam esquisito para ele quando eles passavam.

"Por que ficou de tão bom humor, de repente?" Perguntou Remus, levantando uma sobrancelha. Sirius riu. "Puro e simples bom humor, Remy, eu sei que isso provavelmente é desconhecido para você."

"Eu estava de bom humor, de manhã." Respondeu num muxoxo, levemente irritado.

Sirius ofereceu-lhe um meio sorriso. "E o bom humor esvaiu-se por causa daquilo tudo lá atrás?"

Remus ficou calado. Sirius olhou para o jovem de cara fechada e o cutucou nas costelas. "Ouch! Não faça isso!"

"Carinha fechado e complicado!" Bufou Sirius. Iria doer se Remus compartilhasse aquilo com ele? "Mas o que se pode fazer, não é?"

Eles chagaram na sala e Sirius jogou-se imediatamente no sofá surrupiado, seu bom humor esvaindo-se também, tão rápido como aparecera. Remus correu para o seu refúgio, o computador, pronto para voltar a digitar. Ligou o laptop, porém hesitou. Olhou para Sirius, que estava deitado com um braço em cima dos olhos e limpou a garganta. "Tem mais alguma coisa que precisamos ver hoje?"

Sem se mexer, Sirius respondeu. "Sobre maldições e tal? Não, pra mim por hoje chega."

Remus limpou a garganta novamente. "Bem… então acho que… poderíamos trabalhar nesse… nesse projeto novo." Sirius levantou do lugar. Remus estava digitando nervosamente.

Desde que começara a trabalhar na empresa, Sirius pouco havia feito, já que quando ele não estava faltando o trabalho, Remus nunca parecia muito aberto a trabalhar em dupla. Normalmente, ele tinha que dar uma de desentendido e ignorar os sinais que o outro mandava para indicar que não queria trabalhar junto dele (por mais que Remus sempre usasse suas sugestões). Agora, porém…

"Você está sugerindo que trabalhemos juntos?"

"Hum, bem, de alguma forma precisamos justificar a sua presença aqui, não é mesmo?" Remus tossiu. "Aposto que eles ofereceram um salário quase igual ao meu para o corajoso que quisesse trabalhar comigo… Não posso admitir que ganhemos quase a mesma coisa e só eu trabalhe."

Sirius riu pelo nariz. "Essa desculpa é péssima!"

Remus deu de ombros. "Se eles te contrataram é porque provavelmente eu preciso mesmo da sua ajuda. Acho que não fará mal ouvir o que tem a dizer mais vezes."

Sirius sorriu. Como fazia sempre que estava embaraçado, Remus evitava seu olhar e digitava quase que automaticamente. Ele realmente era um carinha fechado, complicado, mal humorado… mas ele estava tentando. Remus podia não saber muito bem como agir perto das pessoas, mas ele estava tentando. E Sirius lembrou a si mesmo mais uma vez porque ele estava se esforçando tanto para passar pelas sólidas barreiras que Remus levantava ao redor de si.

Porque Remus estava tentando.

"Então presta atenção, você poderia mudar isso aqui ó…"

Author's nonsense: Naruto e Karekano na veia :D

Escrevendo essa fic eu percebi que tenho a mentalidade de uma criança de dez anos de idade XDD

Quanto aos vampiros, quando eu escrevia o Tom, eu o imaginava que nem o Tom Cruise em Entrevista com o Vampiro… Então, yeah, pode acrescentar bastante pontos aí XD E eu não pensei em nenhum clã em específico, mas acho que eles pareciam mais com Toreador, né XP (na verdade a Sáskia parecia mais, mas como foi ela quem fez o Tom, ele também era X3)

Atualização rápida como brinde, já que eu vou pra Animecon/friends e não sei quando vou atualizar novamente XP