Disclaimer: Está vendo aqueles personagens ali que estão rendendo milhões pra Dona J.K? Pois é, eles não são meus -.-" Estou apenas pegando emprestado.
Author's nonsense: Um pouco da vida pessoal e pensamentos internos do meu loirinho X3
"Sabe, Draco… Eu estou orgulhosa!" Pansy disse quase sinceramente. Ele apenas a olhou, as sobrancelhas levantadas. "Sério, você lidou muito bem com a situação! Depois de ignorar Potter por alguns dias, e logo na semana de um jogo, quando finalmente o confronta cara-a-cara consegue sair sem um xingamento ou provocação... Impressionante!"
"Ah… Eu já não diria tanto… Na verdade, eu poderia até considerar a aposta terminada…"
"Nem vem que não tem, Zabini." Draco estreitou os olhos para ele. "Qualquer coisa que eu tenha dito lá foi cuidadosamente direcionada a todos os griffyndors e não a Harry Potter em particular."
"Também acho!" Pansy acrescentou.
"Calada, mulher. Você só não quer ver essa aposta acabar agora!" Blaise a olhou, divertido.
"Claro que não! Mal tive tempo de me divertir!"
"Que bom que vocês estão se divertindo!" Draco disse mal-humorado. "É minha honra que está em jogo, sabiam?"
"Aimeudeus, coitado!" Pansy levou as mãos ao rosto, parecendo genuinamente preocupada. Pelo menos para aqueles que não a conheciam. "Por que não disse antes? Devemos todos fazer vigília pela honra ameaçada de Draco Malfoy!"
"Amém." Blaise terminou solenemente.
"A. Há. Há." O loiro disse sarcasticamente. "É adorável a maneira como vocês resolveram me zoar ultimamente. Eu gostaria de saber se há um motivo ou eu simplesmente sou tão maravilhosa fonte de diversão."
"Você está irresistivelmente irritadiço, Draco." O moreno sorriu. " Acho que essa aposta vai fazer mal a sua sanidade mental."
"Como é que vai descontar o estresse sem Harry Potter para atormentar?" Pansy acrescentou.
"Ah, me poupem!" O loiro deixou-os para trás, irritado.
"Que foi que fizemos?" Blaise perguntou inocentemente.
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De certa forma, Draco ponderou que os dois estavam certos. Afinal, Potter era uma fonte onde descontar as frustrações. As notas estavam caindo? Irrite Potter. Seus pais estavam enchendo muito a paciência? Irrite Potter. O mundo em geral estava irritando? Bom, irrite Potter também. E Draco nunca pôde acusá-lo de não responder a altura. Sempre com uma resposta, um contra-ataque pronto, um confronto.
E o que era a vida sem um bom confronto? Draco não sabia, nunca soube. Sua vida se passou confrontando as pessoas ao seu redor, confrontando seu pai, sua mãe, professores… Era praticamente pré-requisito para que qualquer pessoa ganhasse seu respeito, ele deveria confrontá-la direta ou indiretamente.
Havia sido assim com seu próprio pai. Diferente do que todos acreditavam, Draco havia confrontado a figura imponente de Lucius Malfoy. Confrontar não significa vencer, é claro. Mas aquela batalha que ele travava com o pai era um mar de contradições. Lucius queria que ele fosse perfeito, um Malfoy, que superasse a todas as expectativas. E isso é claro, ele achava que Draco só conseguiria seguindo suas ordens. Ao mesmo tempo em que se Draco fosse apenas um bonequinho em suas mãos, também não seria suficiente. Que tipo de força de caráter tem uma marionete? Ele queria que o filho reagisse, e ao mesmo tempo não toleraria tal coisa.
E o que Draco fazia? Ele reagia e ele não reagia.
Ele não reagia da maneira que todos viam, seguindo os passos do pai, dizendo as mesmas palavras, acreditando nos mesmos ideais, seguindo tolamente o caminho que o dedo longo e pálido de Lucius apontava.
Ele reagia da maneira mais sutil possível, sutil como sua personalidade (por mais que muitos discordem). Quando Lucius olhava dentro daqueles orbes acinzentadas ele não via nada, absolutamente nada. Respeito, medo, raiva, amor… Não havia nada lá para ele. As palavras que Draco tinha para dirigir a ele eram tão vazias como um buraco negro, praticamente dormentes. Draco havia reprimido qualquer tipo de emoção dentro de si tão fortemente, que ele já havia chegado a ponto de acreditar que ele mesmo estava dormente, insensível. Nem mesmo a prisão do pai no ano anterior foi capaz de despertar algum sentimento nele, não importando o que ele fazia com que os outros acreditassem.
A sua mãe, infelizmente, sofria do mesmo tratamento. Ela não havia feito nada para reprimi-lo, mas também nunca havia feito nada para impedir a lenta e dolorosa atrofia da sua personalidade. Mas ela era uma boa memória. Draco lembrava de noites, quando ele era pequeno demais para entender que nunca poderia ser o que quisesse, em que ela sentava na beira da sua grande cama, sempre grande demais para ele, e ouvia toda e qualquer história boba que ele tivesse para contar, sobre o que tinha feito ou queria fazer, até ficar tarde demais para ele continuar acordado, quando ela ordenava gentilmente que fosse dormir e partia do quarto. Nunca houve esse tipo de baboseira que as pessoas tanto falam, como beijos de boa noite, e na verdade Draco não achava que esse tipo de demonstração de afeto iria agradá-lo. Desde cedo ele nunca gostou muito de invasões ao seu espaço pessoal.
E ele a enfrentava assim também. Sabia que isso era o que mais machucava a mãe, mas não tinha nenhum afeto para oferecer a ela. Respeitava-a pela boa memória que ela era, mas não achava que conseguiria passar disso, não achava sequer que sabia como era sentir mais que isso.
E de repente lá estava ele, Draco Malfoy, o garoto que passou a vida inteira confrontando tudo e todos que se aproximavam, sem um confronto. Ele não sabia mais como era viver sem que tivesse uma fonte constante de confronto. Sim, ele convivia com os amigos sem precisar confrontá-los o tempo todo, mas isso era porque ele sabia que sempre teria o pai e a mãe em casa e... Potter... em Hogwarts para suprir sua necessidade de enfrentar.
Porque (ele iria dançar pelado no salão comunal Huffle-Puff antes de admitir isso em voz alta para qualquer um) Draco não acreditava que houvesse alguma outra alma viva, ou morta, naquele colégio que fosse capaz de lhe oferecer um confronto à altura. Nem mesmo Weasley, a quem ele gostava tanto de provocar. Weasley era uma distração, um brinquedo. Como quando você fica balançando um novelo de lã na frente de um gato, você sabe que não importa quantas vezes você balance o mesmo novelo na frente do gato, ele sempre vai tentar agarrá-lo repetidamente, e você fica se divertindo com a estupidez dele.
Potter era diferente. Potter conseguia atingi-lo em locais que às vezes nem mesmo ele sabia que estavam suscetíveis. Às vezes eles só se tornavam suscetíveis porque era Potter quem havia cutucado. E os comentários dele nunca podiam ser ignorados, assim como ele sabia que os seus nunca eram também. Era uma questão de vencer, de se sobressair. Os que estavam ao redor muitas vezes tornavam-se nada mais que vozes de fundo, sem importância ou sem serem ouvidas. A discussão era apenas deles dois, a atenção de um focalizada apenas no outro, os olhos brilhando cheios de emoções nuas e cruas, transformadas em palavras e cuspidas nas faces um do outro. Por vezes a tensão entre os dois era tão grande que havia a necessidade de tornar a coisa física, antes que alguma coisa dentro deles explodisse. E Draco sabia que tudo isso era recíproco, ele podia sentir no ar, podia ler nos olhos dele. Porque nessa hora, quando nada mais tinha importância, o colégio, os pais, as frustrações, as tristezas, as dores, quando tudo se esvaia no ar com uma facilidade doentia, os dois eram iguais.
E Harry era mais que um confronto, era um desafio.
Talvez Blaise estivesse mesmo certo, talvez aquela aposta fosse causar algum dano a sua sanidade mental. Ou talvez ela fosse mudar mais coisas do que ele gostaria, ou admitiria para si mesmo.
Ou pior ainda, talvez ela provasse mais do que ele poderia aceitar.
Author's nonsense2: Dude, alguém notou a evolução do Harry no conceito do Draco numa linha de raciocínio só? X3 Ele passou de fonte para descontar o estresse, para um confronto e finalmente para um desafio X3 Sometimes I love myself XD Agora, deveria ser um pecado ser tapado assim que nem o Draco, né? Duh, se toca dos próprios pensamentos, bobo XD
Realmente, o Blaise é o personagem mais sem importância mais usado nas fics XD O problemas é que não há personagens de estudantes da Slytherin suficientes em Harry Potter, então nós que amamos essa casa temos que apelar para um nomezinho qualquer que a JK, por acaso, colocou na Slytherin, porque ela precisava de alguém com o sobrenome começado com Z pra indicar que a seleção do primeiro ano havia terminado, no Pedra Filosofal. (Isso tudo foi só pra mostrar o quão avulso o Blaise é XD)
Eu escrevi isso num surto de criatividade, após uma insônia braba, às 6:00 da manhã -.-" Qualquer bobagem, por favor me perdoem.
Nossa, recebi esse capítulo de última hora o.o" Estou viajando amanhã, nem pensei que iria conseguir postá-lo antes :) Que lindo!
