-Bleeeeeeeeeeeeergh...
-AH NÃO! DE NOVO! E EM CIMA DA MINHA ROUPA DE NOVO TAMBÉM!
-Ah, Yohji, deixe o Omi em paz. Quem iria saber que ele fica enjoado em navios? Bem, acho que você terá que lavar a sua roupa (de novo), pois acho que ele não está em condições de fazer isso, sabe, vomitando por aí... Não é, Aya?
-...
-Aya! Diga algo!Estamos saindo em férias pela primeira vez juntos e você só fica olhando o mar!
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Aya sequer desviou o olhar. Não se daria ao trabalho de responder àquelas indelicadezas de Ken. O ruivo andava mais calado que nunca, e tinha sérios motivos. Mas os outros nem desconfiavam. Eram insensíveis. Só pensavam em como iriam se divertir naquelas férias, e nem pensavam no que os outros sentiam. Insensíveis. O espadachim se retirou do convés sem sequer olhar para os amigos. Se fossem amigos de verdade, saberiam por que estou assim. Mas não sabem. Seguiu pelos corredores iluminados do navio sem admirar as porcelanas chinesas, o tapete persa e as luminárias inglesas que ornavam o local. Nada daquilo importava. Sabia que não andava trabalhando direito ultimamente, e como era líder dos Weiss, o trabalho de todos acabava sendo prejudicado. Sabia que era por causa disso que receberam aquelas malditas férias. E sabia que sua motivação para trabalhar acabara completamente. Se tivesse mais coragem, se jogaria no mar, santo mar, e poderia descansar em paz, longe de seus pesares. Mas algo o prendia, e isso ele não sabia o que era. Todos temos uma missão a cumprir. Vai ver ainda não cumpri a minha.
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-Que diabos ele tem? – o playboy dizia enquanto estendia a roupa já lavada e se vestia com outra camisa.
-Calma, Yohji. Isso não vai ajudar em nada! Aya anda mais fechado ainda ultimamente, ele está piorando!
-Omi, do que ele pode estar piorando?
Da alma...
-...
-Até você fica quieto, Omi! Bem, se você não pode me dizer nada, vou procurar Aya e direi umas boas verdades para ele!
E com um pulo Yohji saiu do parapeito cromado onde estava sentado ao lado de Omi. O loirinho fez menção de segurá-lo, mas... Já estava cansado disso. Deixaria dessa vez o playboy fazer algo por conta própria.
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MERDA! Eu vou dar uma lição naquele ruivo maldito! Ele fica se fazendo de O indiferente só para chamar a atenção, ele se faz de O duro, mas na verdade é um FRESCO, isso sim! Vou ver, cadê o número do quarto dele... Merda de bilhete, ah, tá aqui, vejamos... pensava Yohji enquanto tateava os bolsos e caminhava a esmo através de corredores.
O loiro nem precisou procurar pelo quarto naquele navio gigantesco e cheio de corredores labirintuosos, pois, quando achou o bilhete com os números das suítes, já estava em frente à do Aya. Abriu a porta sem bater, ainda furioso, mas também sem fazer qualquer outro ruído. Quando ouviu o barulho do chuveiro e a porta do banheiro entreaberta, se calou e esgueirou-se até aquele fino facho de luz com a mesma adrenalina que sentia durante as missões. Um ataque silencioso e cruel... sim... Aya receberia sua lição enquanto estava distraído. Sem raciocinar o que fazia, o playboy demorou-se um pouco mais enquanto espreitava sua presa, até que por fim rendeu-se ao voyeurismo e deixou-se deleitar enquanto espiava o ruivo lavar-se. Aya tomava banho sem nem sentir o que fazia, lentamente, passando as mãos pelo próprio corpo com a delicadeza de quem tem pele de seda, tão descuidado consigo mesmo e com o sabonete que vivia lhe escorregando das mãos que chegava a ser sensual. Obviamente, Aya estava mais imerso em seus pensamentos do que o seu corpo na espuma, e, de fato, a espuma parecia atender aos propósitos de Yohji. Escorriam do corpo do ruivo direto para o ralo, mas não sem antes se demorarem pelo chão do boxe, só para poderem admirar por um último e fugaz instante o belo corpo que lavaram. Que merda estou fazendo? E de novo! Eu só deveria fazer esse tipo de coisa quando há uma bela mulher em questão e não quando é um homem que está tomando banho! Melhor sair daqui AGORA! Yohji, envergonhe-se de si!
Saiu do quarto do ruivo sem fazer nenhum barulho para não chamar a atenção, mas quase o fez ao cruzar a porta e tombar com um pequeno Omi, lhe observando com uma angelical expressão interrogativa.
-E aí, conseguiu arrancar algo dele?
Yo! Essa fic é bem antiga! Ela é de fazendo as contas 2002, mais ou menos. Só estou postando ela agora, mas por ela ser tão antiga, não se assustem pelo o fato de ela estar mal-escrita (apesar de eu ter feito o meu melhor para corrigi-la). Obrigada por lerem
