Um poema para meu amor

Yaoi

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Dizem que as pequenas coisas é que são importantes. E admito que é a mais pura verdade. São elas que nos dão força para suportar as tristezas e desventuras do destino. São elas que nos impulsionam a continuar caminhando; mesmo quando não vemos a estrada à nossa frente.

Mas o que pode ser considerado como pequeno num mundo tão grande? E o que é capaz de nos enternecer num mundo tão corrupto e violento como o nosso?

Alguns diriam que é o simples cantar dos pássaros pela manhã. Outros, o desabrochar de uma rosa; ou a melodia suave de um violino. Porém muitos, diriam que tudo que é feito com amor é pela pessoa amada.

Como o simples despertar de um sorriso; o vento a balançar os cabelos; um olhar em meio ao silêncio da tarde. Um simples gesto como coçar o pescoço, ou a forma como o faz. A maneira como se leva a xícara aos lábios pela manhã, a maneira como se espreguiça ao acordar, ou simplesmente o fato de se estar presente.

Coisas tão simples e que nem nos damos conta de como nos são importantes; até que as perdemos. Até que sejam arrancadas de nós. Tal qual as folhas carregadas pelo vento frio do inverno.

Fui um tolo... eu sei.

Mas qual tolo apaixonado não erra? Qual apaixonado, não sente as adagas do ciúme? Qual apaixonado, não deseja viver para sempre ao lado de seu amor? Qual apaixonado, não colocaria a vida em risco, para proteger quem ama?

Mas eu errei... quando não ouvi o que me dizias. Errei quando deixei que falasse, quando na verdade você queria era me ouvir falar. Errei por te amar tão desesperadamente, a ponto de que seria capaz de fazer qualquer coisa para te proteger.

Não se preocupe, não sou mais quem era e não tenho a intenção de perder tudo que conquistei ao seu lado. Mas tive que sair ontem, durante a madrugada; logo após você adormecer nos meus braços, quando o gozo nos envolveu com seu manto mais uma vez.

Eu tenciono voltar antes que o frio do outono esfrie os lençóis da cama. Talvez antes mesmo que termines de ler o que te escrevi, no escuro de nosso quarto.

Sempre ouvi falar que o amor e a fé, nos deixam mais fortes. O amor por alguém, e a fé em alguma coisa.

Somos mais fortes, quando temos a quem proteger.

Somos mais fortes, quando confiamos em alguma coisa.

O amor nos tornou fortes, e nossa fé nele nos faz crer que podemos resistir ao tempo, e a nós mesmos.

Não, eu não bebi; ou voltei a me drogar para esquecer o passado... como poderia se tenho um futuro com você?

É que te vendo adormecido, o rosto tranqüilo... sem máscaras, descobri o quão afortunado eu sou por ter você, por amá-lo e ser amado de uma maneira que jamais sonhei ser possível.

Sim, eu te amo. De todo o meu coração e alma. Estou repleto desse tão sublime e atordoante sentimento, que nos faz rir, chorar, sofrer e nos alegrar.

Duo ergueu os olhos da folha de papel que encontrava-se manchada pelas lágrimas, ao ouvir a porta da frente abrir-se. Ergueu-se rapidamente da cama, a tempo de encontrar Heero ao pé da escada, depositando a mochila que ele sempre carregava quando saia para alguma missão. Seus olhares encontraram-se por alguns segundos, até que o japonês desviou o olhar para a folha na mão do americano.

Cheguei antes de terminar?

Heero viu Duo balançar a cabeça, e descer correndo as escadas. Os cabelos soltos, balançando como um véu a suas costas. Antes de jogar-se em seus braços. Seus lábios uniram-se de forma saudosa, como se não encontrassem-se há anos. Palavras foram sussurradas entre eles, enquanto seus corpos, moldavam-se perfeitamente, como as peças antigas de um quebra-cabeça.

Heero pegou o corpo nu de Duo, carregando novamente para o quarto. Colocando por sobre os lençóis, amarrotados e sujos; da entrega na noite anterior. Afastou-se ligeiramente dele, observando-lhe o rosto com carinho. Seus lábios desceram sobre seu pescoço, sentindo-o ofegar e se entregar ao prazer que os preenchia pouco a pouco.

Duo observou o rosto de Heero, tão entregue; quando ambos alcançaram a plenitude do gozo um nos braços do outro. Aconchegou-se nos braços do amante, ouvindo-o ressonar cansado, poucos minutos depois. Afastou-se do corpo adormecido com cuidado, enrolando-se em um dos lençóis e descendo até o andar inferior. Encontrou a folha caída ao pé da escada e pegou-a, deixando que as últimas linhas lhe preenchessem coração e alma completamente.

Dizem que o amor, nos dá asas para alçar os céus junto aos anjos, mas eu diria a quem me perguntasse, que encontrei o meu ao caminhar pela terra devastada pela guerra que insistimos em participar.

Se eu tenho asas? Não saberia dizer, mas talvez eu as tenha perdido, ou as tenha quebrado... não sei; mas não me importo. Para onde eu iria sem você? Afinal, soldados não podem ser anjos... mas um anjo pode ser um soldado, e você é o meu anjo. Mesmo que seja o mensageiro da morte.

Não me importa... pois aonde eu for, você sempre estará comigo, e não importa quanto tempo leve, eu sempre retornarei para você.

Duo dobrou a folha e levou-a consigo para o quarto, guardando-a dentro na gaveta da cabeceira da cama. Deitou-se novamente, abraçando seu anjo pela cintura e descansando a cabeça sobre seu peito, sussurrando algumas palavras antes de adormecer.

E eu a você Heero...

Owari

Mais uma one-shot e melhor sem lemon...

Viva!

Essa one-shot é dedicada a Rei-Owan pelo seu niver (Parabéns lindinha...VIVA! 16/07.). Espero que goste do presente, não era bem o que eu tinha planejado, mas eu não ia conseguir terminar a tempo a outra fic que eu tinha iniciado. Então.. .meus parabéns fofinha.

Agradecimentos a Dhanda pela revisão.

E aguardo comentários.