Sinopse/Nota das Autoras: Vocês se lembram da fanfic "Emplumada, Pelúcia, Garra, Bigodes e Focinho"? Pois bem, esta é a tal continuação dela. Como as idéias para ela surgiram antes do lançamento do quinto livro, nós achamos melhor não adaptar muito a história com "HP e a Ordem da Fênix", só um ou outro fato. Pensando bem, eu acho que tem muitos spoilers do quinto livro, então se considerem avisados. Só que não é a história inteira, só alguns pedaços, e novamente Harry Potter não passa de um enfeite. Ah, sim, essa fanfic é sobre uma missão mal sucedida do Douglas onde ele acaba raptado, e por isso Aline, Cinthia, Fred e Jorge irão em busca dele. O motivo e o que acontece depois vocês vão ter que descobrir lendo!
Continuação de Emplumada, Pelúcia, Garra, Bigodes e Focinho.A verdadeira N/A:
Emplumada: Ooooi!!! Sentiram saudades?
Pelúcia: Voltamos para azucrinar a vida de centenas de fãs e leitores que não conseguem largar o vício das fanfics, obrigando-os a ler qualquer porcaria que for aceita na internet!
Emplumada: E bota porcaria nisso! A gente bem que podia ter deixado o Garra aos encargos dos raptores, seria uma bênção à humanidade!
Pelúcia: Você ainda quer ver ele morto, né? Acho que vou procurar Fred e Jorge de carne e osso para pegar aquela poçãozinha emprestada, vai ser muito útil.
Emplumada (com cara de quem viu a pessoa mais tapada na face da Terra): Não se deve contar o plano maligno antes que ele tenha dado certo, sabia? Esse é o grande erro da maioria dos vilões.
Pelúcia: Como era aquele feitiçozinho mesmo? Ah, sim... Obliviate!
Emplumada (com cara de debilóide, voltando ao normal em seguida): Vamos começar a fanfic então?
Pelúcia: Hi hi hi...
#PRÓLOGO – 24 de dezembro de 19961 – O reencontro
Data: vinte e quatro de dezembro de 1996; véspera de Natal.
Local: Três Vassouras.
Missão: Reencontrar a tchurma!
Douglas aparatou na frente do bar, esfregando as mãos para tentar esquentá-las. O curso de auror estava puxado, mais difícil do que ele havia imaginado. Foi fácil para ele superar a concorrência e ser aceito no curso junto com os melhores candidatos, mas aquele testezinho não o preparou para as aulas que teria. E ainda tinha mais um ano pela frente... Cansava só de pensar.
No entanto, agora ele se encontrava feliz. Preparava-se para trabalhar no que gostava e iria encontrar a sua turma de Hogwarts agora. Mas o mais importante: iria rever Aline. Eles trocaram corujas e muitas conversas através de lareiras, mas o curso intensivo dele impedia que aparatasse para o Brasil, além de que ele não estava disposto a arriscar uma aparatação trans-continental tão cedo. Mesmo no aniversário de dezoito anos dela eles não puderam se ver, Douglas só pôde mandar um presente para ela. Agora Aline estava voltando para a Inglaterra, e iria ficar. Douglas tinha mais um objetivo em mente para este Natal, mas preferiu não pensar muito no assunto para não ficar nervoso.
Também estava contente em rever seus outros amigos. Fred e Jorge estavam ainda construindo a loja de logros em Hogsmeade segundo as últimas corujas, mas já estavam vendendo os produtos por correio (sendo que a maioria dos clientes eram alunos de Hogwarts). O curso ficava em Londres, e Douglas não podia sair do Instituto de Treinamento, mais um motivo para não ter feito uma longa viagem até o Brasil. Cinthia também estava voltando de lá, mas não falou nada do tipo de emprego que estava procurando no Brasil, e nem se iria ficar na Inglaterra depois desse reencontro que eles haviam combinado a mais de cinco meses atrás. Ela tinha o costume de ser um pouco indecisa, mas isso já estava ficando estranho. Quem sabe ela não falasse sobre isso hoje.
Douglas entrou no bar, correndo os olhos pelo lugar. Parou-os por um instante na mesa em que se sentaram da última vez que estavam todos juntos, entretanto ela estava ocupada por outras pessoas. Apesar disso e da paisagem na janela, nada parecia ter mudado muito. E perto da janela estavam eles, todos os quatro, sorrindo ao revê-lo.
- Achamos que você havia desistido. – Fred disse quando Douglas se aproximou da mesa. – Estávamos quase de saída.
Nesse momento Rosmerta se aproximou da mesa deles e colocou cinco cervejas amanteigadas na mesa, voltando para trás do balcão.
- É, percebi que vocês estavam de saída.
- Você sabe que a gente te esperaria até o ano novo se você não chegasse no horário. – Foi a vez de Aline falar.
Douglas sorriu mais ainda ao vê-la, dando um beijo nela ao se sentar.
- Você, eu sei que ia me esperar.
- Como vai indo o curso de auror? – Perguntou Cinthia, sorrindo ao ver os dois juntos novamente. Ela havia ajudado a juntá-los, e se não fosse por ela, Douglas e Aline estariam se estranhando até hoje.
- Vai indo. Têm aulas nas manhãs e tardes inteiras, e só temos folgas aos domingos. Quase não podemos sair do Instituto por causa das atividades práticas que têm à noite, e quando chega o domingo dá vontade de só fica descansando. Eu estou quase morto, mas fui eu que escolhi espremer o treinamento em um ano e meio ao invés de fazes os três anos normalmente.
- Você tem um apartamento em Londres ou coisa assim? – Perguntou Jorge.
- Não. Tem dormitórios no Instituto como era em Hogwarts, tirando que nós temos que continuar estudando nos feriados. Pelo menos eu estou economizando para quando sair de lá.
- Aonde você arranja dinheiro para economizar? – Aline o olhou meio intrigada.
- Do mesmo jeito que você. – Douglas sorriu ao ver que ela ficara levemente corada. – Patrocínio paterno.
- Nós sabemos como é. – Fred disse um tantinho desanimado. – Estamos na Toca ainda, investindo antes na loja do que em lugares para ficar. Assim que acabarmos de construir a loja em Hogsmeade vamos nos mudar; tem quartos no andar de cima.
- Estamos gastando o dinheiro que o Harry enfiou pela nossa goela abaixo para comprar o que precisamos para os logros. Como temos que produzir mais do que produzimos em Hogwarts, achamos melhor não gastar com apartamentos.
- Eu me lembro da época em que os meus pais estavam construindo a casinha da chácara. – Disse Cinthia. – Acho que vai demorar mais uns três meses para terminarem a loja. Vocês vão colocar o letreiro luminoso escrito "Gemialidades Weasley"?
- O que você acha? – Falaram os dois ao mesmo tempo, e Jorge continuou: - Você vai continuar aqui na Inglaterra agora que voltou, não vai? Se for, vai poder ver a loja ficar pronta.
- Não vou. – Cinthia viu que Jorge fez uma cara de quem acaba de ouvir que o seu aniversário fora riscado do calendário, e acrescentou: – Eu ainda tenho umas coisinhas para fazer por lá, aprender a aparatar, sabe? Mas acho que em um mês eu já estou de volta.
- O que você ainda vai fazer por lá além de aprender a aparatar? – Perguntou Aline.
- Bom, não muita coisa, é mais para falar com algumas pessoas mesmo.
- Mas o que você vai fazer afinal de contas? – Perguntou Aline novamente. – Antes você não sabia se ficava lá ou se voltava, e agora tem coisas para fazer por lá. Como é isso?
- Você não entendeu nada. Eu estou de olho em uma vaguinha no Ministério daqui, e estou falando com pessoas que podem me ajudar por lá.
- Ministério? – Disseram os gêmeos ao mesmo tempo. – Depois de tudo o que aconteceu desde o nosso sexto ano?
- O pai de vocês pode precisar de ajuda lá dentro, e Dumbledore precisa da ajuda de quem puder. Eu vou ficar em uma área diferente da dele, assim cobrimos mais terreno no meio daquelas gárgulas incrédulas. Só estou unindo o útil ao agradável.
- Bom, isso sim parece útil – Jorge disse. – Mas para nós ele não dá uma missãozinha sequer.
- E podemos culpá-lo? – Aline falou num meio sorriso.
- Poderíamos – respondeu Fred, dando um gole na sua cerveja.
A noite continuou com conversas mais leves que 'emprego' e 'futuro financeiro', e eles relembraram casos e mais casos, incluindo o último jogo de quadribol que assistiram juntos. Era o primeiro jogo sério do Olívio, uma semana depois do casamento dele, e durou três dias e duas noites. Ele teve que jogar no período noturno para substituir o jogador titular, e não deixou que os Wimbourn Wasps marcassem nenhum gol enquanto pôde jogar. O engraçado foi ver a reportagem feita por Rita Skeeter depois disso no Semanário da Bruxa:
"É isso mesmo fãs do quadribol, depois do seu casamento Olívio Wood fez uma performance e tanto em campo, superando Peter Birdland, o goleiro titular do Puddlemere United. Soubemos que o capitão do time está seriamente pensando em trocar as posições destes dois jogadores, mas Birdland não está concordando com o novo contrato. Parece que a lua-de-mel fez bem a este jogador em ascensão."
Eles riram desse trecho durante horas quando a reportagem saiu pensando na cara que Luciana deve ter feito ao ver o artigo.
Conversaram sobre muito mais coisas, lembraram de momentos históricos de Hogwarts (inclusive da formatura deles) e riram um monte, enquanto clientes entravam e saiam do Três Vassouras. Eles aproveitaram que o bar ficava aberto por todo o feriado e cearam lá mesmo, trocando presentes a meia noite.
Não demorou muito para que eles tivessem que voltar para casa. Fred e Jorge foram os primeiros a voltar, dizendo que a mãe deles devia ainda estar acordada esperando eles voltarem. Cinthia foi em seguida para um quarto que alugara em uma estalagem ali perto, não precisando aparatar quando saiu do bar. Agora Douglas estava ficando ansioso, pois era justamente o momento que ele estava esperando para fazer o que havia planejado nos últimos dois meses.
- É... Aline... - começou, sem achar palavras boas para falar o que queria.
- O que foi? Você parece nervoso.
- Bom, eu queria dizer... acho que é melhor eu fazer isso antes. – Ele disse, se ajoelhando ao lado da cadeira dela e remexendo no bolso interno do casaco. – Eu queria... bom... quer se casar comigo?
Ele abriu uma caixinha que tirara do bolso, mostrando-lhe um anel de ouro e diamante com dois pequenos rubis nos lados. Aline abriu a boca como se fosse falar alguma coisa, mas não sabia o que. Só conseguiu olhar para ele e para o anel, sorrindo aparvalhada. Lembrando-se que ainda precisava aceitar, ela balançou a cabeça e disse:
- É claro! É claro que eu quero!
Douglas pegou a sua mão e colocou o anel no dedo dela, se levantando. Ele olhou para o jukebox a um canto do bar E mais uma vez os leitores se perguntam "por que eu nunca reparei nisso?" e indicou o pequeno espaço vago entre as mesas.
- Em homenagem ao começo de tudo.
- Quer dizer que começou só por causa daquela poçãozinha instantânea de quinta categoria? – Ela sorriu ao se lembrar das cinco horas de dança forçada que eles tiveram que "agüentar" no quinto ano.
- Acho que foi um pouco antes, mas foi aí que eu percebi alguma coisa vindo de você – Ele a puxou para a pista de dança. – Vamos comemorar duas coisas ao mesmo tempo, futura sra. Berttapeli!
Apontou a varinha para o jukebox, murmurou um feitiço e a máquina começou a tocar uma música lenta. Madame Rosmerta ficou assistindo os dois dançarem atrás do balcão, aproveitando que o único outro cliente no bar não precisava ser atendido imediatamente, já que estava dormindo com a cabeça dentro do potinho de amendoins.
- Esse é o melhor Natal que eu já tive! – Murmurou Douglas bem perto do ouvido dela.
- Se for comparar com aquele em que a sua detenção foi enfeitar as doze árvores do salão principal, então este é melhor até para mim.
- Na verdade aquele foi legal. Está em quarto lugar na lista.
- É o quarto em dezoito que você já teve? Por quê?
- Em primeiro lugar tem hoje! O segundo foi aquele baile de Natal no nosso sexto ano. O terceiro foi o do sétimo ano porque nós já estávamos namorando. – Aline revirou os olhos, mas sorria. – E o da detenção está em quarto porque você me fez companhia e me ajudou a fazer os enfeites.
- Bom... aquele dia eu só estava no salão porque eu precisava de um passatempo divertido.
- Me dar bronca. Essa é boa! Mesmo assim foi legal. Você ficou desesperada quando eu disse que você tinha uma espinhazinha. – Douglas sorriu ao se lembrar do sumiço repentino dela naquele dia.
- Madame Pomfrey disse que não tinha nada, que mal dava para ver. Você tinha que ter visto, eu tive que arrancar a poção das mãos dela e sair correndo para o banheiro.
Douglas riu alto, acordando o homem que estava no balcão. Madame Rosmerta perguntou se ele não queria mais alguma coisa antes que o homem gritasse com o casalzinho por tê-lo acordado. Ele pagou a conta e saiu meio corcunda e muito mal-humorado.
- Acho que vou fechar o bar agora, pombinhos – Rosmerta disse aos dois, que pararam de dançar. – Aproveitem para ver a decoração de Natal pelo vilarejo, está magnífica!
- Obrigado por deixar o Três Vassouras aberto até mais tarde, Rosmerta.
- Sem problemas! Valeu a pena!
Depois que os dois saíram do bar, as luzes de dentro foram apagadas e as portas trancadas, esperando pelo dia seguinte para receber os clientes e reiniciar a rotina de todos os dias. Depois de andar um pouco com Douglas pelas ruas foi que Aline se deu conta de um pequeno e estranho detalhe.
- Você falou com a Rosmerta para deixar o bar aberto até mais tarde?
- Ah, é. Eu não queria que Fred e Jorge ficassem fazendo piadinhas e tirando sarro da gente. Amanhã, ou melhor, hoje nós podemos contar a novidade através de alguns convites. O que acha desse presente de Natal extra: convidar os nossos amigos e familiares para o casamento.
- Mas nem temos uma data!
- Escolha uma então.
- Hum... na primeira semana de fevereiro.
- Nossa! Achei que você fosse marcar para daqui a seis meses.
- É que o meu curso começa no meio de fevereiro e eu não vou ter muito tempo para planejar um casamento no meio dele, assim como você mal vai poder sair do Instituto de Treinamento.
- É, faz sentido. Como você quer que sejam os convites?
- Por que eu estou escolhendo tudo?
- Porque eu te amo! – Ele deu um beijo estalado na bochecha dela, acrescentando em seguida: - E eu sei que você daria opinião em tudo, então é mais fácil fazer do seu jeito de uma vez.
- É bom mesmo que você perceba desde já que as coisas vão ser assim daqui para frente. É brincadeirinha, brincadeirinha! – Acrescentou ao ver a cara de susto dele. – Se você quiser dar uma opinião de vez em quando eu deixo.
Douglas a abraçou mais forte enquanto andavam pelas ruas enfeitadas com luzes e guirlandas de Natal, fazendo planos de como seria o casamento deles, juntando os sonhos dos dois.
