7 – Boas e más notícias
"Creck, creck" na janela.
"Creck, creck" outra vez.
"Mas são cinco da manhã" Cinthia pensou olhando no despertador da mesinha de cabeceira. "Quem é que pode estar me mandando uma coruja há esta hora?"
Ainda sonolenta, Cinthia se levantou sem fazer barulho, mas Jorge já havia acordado por causa da coruja. Ele a viu abrir a janela e tirar a carta da pata do animalzinho, que saiu voando rapidamente para fora do quarto, provavelmente encantado com um feitiço de velocidade. Mas a cada linha que lia, Cinthia ficava cada vez mais pálida e preocupada.
- Oh não! Isso é... é... horrível!
- O que aconteceu? – Jorge perguntou, saltando preocupado da cama.
- É, bem... - Cinthia amassou a carta discretamente e foi até o banheiro jogá-la no lixo. Começou a trocar de roupa a uma velocidade espantosa, deixando Jorge quase tonto enquanto falava. – Eu não sei se você devia saber disso já, mas... De um jeito ou de outro eu vou ter que te contar mais tarde. Agora eu não tenho tempo para explicar e preciso ir correndo para o Ministério...
- Espero que eles te paguem hora extra, de tantas vezes que você precisou ir mais cedo.
- Pagam sim. Mas isso não é importante agora. Eu provavelmente vou precisar falar com Aline mais tarde. Será que você podia mandar uma coruja pedindo pra ela vir almoçar com a gente hoje?
- Quer que eu arranje um lugar em Hogsmeade para vocês almoçarem também? – Jorge perguntou brincando, mas Cinthia não estava prestando muita atenção, ocupada em procurar as botas debaixo da cama.
- Ah, é melhor não. Pode ser na loja, como sempre.
Jorge revirou os olhos por causa da distração dela. Era nessas horas que ele tinha que lembrar de tudo por ela. – E você vai trabalhar sem comer nada?
- Hum, é mesmo! Obrigada por me lembrar! – ela disse, dando um beijinho rápido na bochecha dele e saindo em seguida do quarto, passando pela pequena salinha e rumando para a cozinha da pensão.
Jorge ficou alguns segundos parado, pensando se deveria ver o que dizia a carta que ela jogara no lixo. Mas ele mal teve tempo de dar dois passos na direção do banheiro que Cinthia já estava de volta com uma maçã meio mordida na boca. Pensando uma segunda vez, era melhor não quebrar a confiança dela fuçando em algo que ela não queria que ele soubesse.
- O que aconteceu afinal? – Perguntou ele outra vez.
- Eu já falei que não tenho tempo, e acho que nem permissão para falar. – Ela pegou uma maleta do armário e checou o que havia dentro, comendo a maçã com a outra mão.
- E por que a Aline pode saber?
- Talvez eu te conte no almoço também, OK?
- Humpf! OK...
Jorge ficou calado depois disso, vendo Cinthia pegar alguns papéis e terminar a maçã num piscar de olhos. Ela andou até ele parecendo confusa.
- Já faz um tempo que você não me bombardeia com perguntas sobre o meu trabalho. Por que isso?
- Primeiro: eu já desisti a algum tempo de tentar descobrir qual é o seu trabalho através de perguntas diretas. Segundo: eu ainda estou com sono!
- Ih, é mesmo! Você não precisava ter acordado tão cedo por causa da coruja. Desculpe, mas esse é um assunto importante. Enquanto não chega a hora de abrir a loja você pode tentar dormir um pouco.
- Vou tentar – disse, sentando na cama um pouquinho emburrado. Cinthia se aproximou dele, deu-lhe um beijo suave e pegou a maleta que havia deixado aos pés da cama.
- Não fique com essa carinha de cachorro abandonado. Eu te amo. Até daqui a pouquinho!
Jorge não conseguiu conter um sorriso. Era difícil conviver com Cinthia e com a pessoa cheia de segredos que ela se tornou depois de Hogwarts, mas valia a pena. Cinthia também retribuiu o sorriso e aparatou.
Mas não foi para o prédio do Ministério que Cinthia foi. A coruja que ela recebeu tinha um feitiço de velocidade, e foi Farfield quem a mandou. Ele pedia que fosse até o antigo correio da capital o mais rápido possível. Da última vez que Cinthia ouviu o lugar ser mencionado foi em uma mensagem interceptada dos Comensais da Morte que ela tivera que decifrar a pouco mais de um mês. Na época ela não tinha certeza se havia entendido direito o código, mas o seu chefe insistiu que ela tinha que aprender a entregar o trabalho no prazo pedido e arrancou a cifra e o código de sua mão. Uma equipe de aurores foi mandada para o corujal na noite passada, e pelo jeito não havia retornado. E o pior: ela sabia que nesta equipe estava Douglas, e que eles teriam que avisar os familiares dos desaparecidos mais tarde. Por isso precisava falar com Aline, já que podia ser menos doloroso saber isso através de um amigo, e Fred e Jorge também tinham o direito de saber.
Cinthia achou melhor desaparatar do lado de fora do prédio para ter uma melhor visão externa do local. O antigo correio era um grande prédio de esquina com a fachada quadrada e os fundos arredondados, provavelmente onde ficavam as corujas. Cinthia já vira o correio novo, que era pelo menos três vezes maior que este. E definitivamente o velho correio dava um novo significado a palavra antigo; as paredes estavam quase totalmente descascada, praticamente todas as vidraças se encontravam quebradas, com poucas salvas dos vândalos da capital, e o tempo judiara bastante da construção. Era literalmente um prédio abandonado. Teve que atravessar a rua para entrar pela porta da frente; nenhum trouxa xereta se preocuparia em espionar os vizinhos àquela hora da manhã, estando ainda escuro do lado de fora. Mas mal a velha sineta da porta anunciou a sua chegada, Farfield apareceu por uma ao lado da recepção bastante agitado.
- Eu mandei aquela coruja há meia hora com um feitiço de velocidade. Por que demorou tanto?
- Olá, Farfield. Acho que a coruja não aprendeu a aparatar até Hogsmeade com o feitiço de velocidade que você pôs nela. – Cinthia disse tentando ignorar o humor de Farfield. Ela mal tomara um café da manhã, estava com sono, fazendo hora extra e ainda teria que ouvir um sermão de pontualidade do seu chefe, que exigia que o serviço fosse feito num estalar de dedos. Antes que Rupert decidisse dar o sermão de pontualidade e eficiência, Cinthia se interessou em saber o que havia acontecido. – O que aconteceu aqui?
- Bem, como você sabe – ele começou a conduzir Cinthia até o corujal do correio -, na noite passada o SCI3 veio interferir naquela reunião de Comensais iniciantes e era esperado que tivessem pouco trabalho e voltassem dentro de duas horas. Mas aparentemente foram emboscados e até agora não se sabe o paradeiro deles.
- E por que eu fui chamada para esse caso? Se não me engano o Stuart é que cuida dos casos de desaparecimento.
Farfield parou na porta do corujal, respirando fundo como se a idéia de dar aquele trabalho para Cinthia também não tivesse sido escolha sua e disse: - Bem, o Pickles foi hospitalizado ontem à tarde no Hospital St. Mungus por causa de uma poção para curar resfriados mal-feita, e o Kansas e a Strange não quiseram aceitar este caso porque não tem a ver com as especializações deles.
Cinthia sabia que eles não haviam pegado o caso para dar a ela uma chance de trabalhar, já que Farfield dava preferência a eles em qualquer caso. Mas todos os colegas de trabalho de Cinthia achavam que ela merecia tanto crédito quanto eles e sempre descartavam alguns casos para que ela tivesse alguma experiência fora do escritório.
- E quanto ao Lou? – Cinthia perguntou já sabendo a resposta.
- Eu confio mais em você do que no Lewis para cuidar deste caso – ele disse como se preferisse engolir um vidro de esquelesse ao invés de dizer aquilo, tentando não olhar para o rosto de Cinthia.
- Então agora eu sou necessária para a DI...
- Você é a mais qualificada na Divisão da Inteligência para este caso, por isso eu te chamei aqui. De qualquer maneira, não tem nada a ver com homicídios ou trouxas, especialidades de Kansas e de Strange, e foi você quem traduziu o código que trouxe os aurores aqui, não foi?
Cinthia sentiu uma enorme pedra ser largada em cima da sua consciência e não disse nada, odiando ter sido lembrada daquilo. Ela se virou para o lugar em que eram deixadas as corujas e viu com um frio no estômago que houve uma batalha no lugar, e que um pedaço da parede interna havia desabado. Havia alguns aurores do SCI vasculhando o local e colocando faixas roxas e laranjas ao redor para cercar a sala. Cinthia se virou para o seu chefe, que olhava para tudo com uma frieza que ela ainda não conseguia ter diante de tais situações.
- O que eles descobriram até agora?
- Não muito. Aparentemente havia mais Comensais aqui do que os aurores puderam dar conta e eles foram rendidos. Acharam esta mensagem na sala em que guardavam os pacotes. – Farfield entregou um papel para Cinthia. Códigos eram a sua especialidade, por mais que ela já tivesse participado de alguns casos atuando diretamente nas investigações.
- É o mesmo código da mensagem anterior... – Cinthia murmurou para si mesma enquanto avaliava o papelzinho. Sem precisar abrir a maleta que trouxera para pegar o código, ela o traduziu em poucos minutos para Farfield: - "A iniciação será realizada... duas horas antes... do combinado há sete semanas. Venha ou não... será perdoado." - Aquilo deixou Cinthia um pouco mais aliviada. Ela mão havia errado na tradução já que os Comensais haviam mudado de planos a pouco mais de duas semanas. Mas ainda assim havia um erro. - Como foi que o SCI não encontrou esta mensagem antes?
- Apesar do ótimo trabalho que eles fazem – ele disse com um certo sarcasmo. - Ocasionalmente algumas das mensagens acabam escapando. Por isso estamos aqui, para ajudar na perícia do local e descobrir mais pistas. E como você não tem participado de muitas investigações diretas eu pensei em deixa-la fazer a perícia desta vez. Eu não chequei uma marquinha de queimado sequer.
Cinthia olhou desconfiada para o chefe. Ela nunca esperaria uma atitude dessas vindo dele, ainda mais que esta não era a área dela. Rupert era um pouco atado a regras e regulamentos demais, e Cinthia soube mais tarde que ele apoiava Fudge cegamente antes do Ministro perceber que Dumbledore estava certo. As atitudes dele no escritório também passaram a Cinthia a impressão de que ele era um aristocrata que supervalorizava o puro sangue bruxo, mas essa atitude de dar uma chance a ela a deixava com uma dúvida no lugar da boa impressão.
Os olhos de Cinthia logo se fixaram em um ponto além de Rupert, passando por cima de seu ombro e parando nos restos da parede desabada.
- Será que ninguém notou que aquela pilha de tijolos está se mexendo? – Cinthia apontou, fazendo Farfield e os outros aurores se virarem para os tijolos, que realmente estavam se mexendo como se tivesse alguma coisa querendo sair de baixo.
Os aurores do SCI correram para mover os tijolos, e logo eles acharam uma pessoa em baixo daquela pilha. Era Kelly Wildshot, e ela estava cheia de cortes e alguns hematomas, além de um pouco pálida. Quando eles a ajudaram a se levantar ela mal pôde ficar de pé.
- O Travis... cof, cof... ainda está aí embaixo... cof, cof!
- OK, nós já vamos desenterrá-lo – Rupert disse, apoiando Kelly na parede mais próxima e se virando para Cinthia em seguida. – Christino, eu quero que você cuide dela e pergunte o que aconteceu.
- Eu? – Cinthia perguntou, ainda não acreditando que ele estava deixando aquele caso nas mãos dela.
- É, você. Ainda temos que desenterrar um auror, ande logo!
- Certo.
Cinthia se agachou ao lado da aurora que parecia estar bastante abatida por causa dos ferimentos. Cinthia não sabia nenhum feitiço que a ajudasse por que não havia prestado muita atenção às aulas que teve no último ano de Hogwarts de Medicina Mágica, e agora se arrependia disso. O jeito era esperar eles chamarem um medibruxo e fazer logo as perguntas.
- Qual é o seu nome? – Cinthia começou.
- Wildshot, Kelly Wildshot.
- Muito bem, Kelly. Você consegue se lembrar exatamente do que aconteceu?
- Algum incompetente da DI traduziu um código errado e nós caímos em uma emboscada! – a aurora falou, bastante irritada. Cinthia tentou ignorar este comentário se lembrando que a maioria dos aurores não sabia quem eram os investigadores da Inteligência.
- Eu quis dizer quando vocês chegaram aqui, no antigo correio.
A aurora explicou como não haviam encontrado ninguém ao chegar, e de como Travis havia sido nocauteado logo em seguida. Cerca de vinte Comensais os cercaram e eles tentaram resistir, mas ela foi atingida por um feitiço estuporante e não viu mais nada do que aconteceu depois.
- Bom, definitivamente foi uma emboscada – Cinthia murmurou para si mesma.
- Aquela mensagem de que era uma reunião de Comensais novatos era falsa, só para poder abater aurores! – Kelly resmungou.
- A reunião aconteceu mesmo, eu não errei na tradução. Eles mudaram o horário em cima da hora provavelmente para armar a emboscada...
- Você é uma das investigadoras da Divisão da Inteligência? – A aurora perguntou, quase incrédula, cortando a linha de pensamento de Cinthia, que estava tentando juntar as peças para descobrir o que havia acontecido de errado.
- Sim, eu sou. – Ela respondeu secamente.
Wildshot continuava a olhá-la com incredulidade. A aurora podia estar machucada e se sentindo mal de ter fracassado na missão, mas Cinthia não gostou nem um pouco do tom na voz dela. Parecia ter uma ponta de preconceito. Cinthia sabia que era muito baixinha para padrões britânicos e ainda tinha um pouco de sotaque por ser brasileira, e era isso o que a entregava. Mas agora tinha que ser profissional e continuar com as perguntas, mas Kelly não ajudou muito.
- Você tem certeza de que não se enganou quando traduziu a hora?
- Se você está tão duvidosa da minha competência tente perguntar ao Douglas quando o acharmos, ele é meu amigo e pode dizer o quanto as minhas traduções são confiáveis. Ele é da SCI3 também, não é? Mas espere, eu sou a única chance que vocês têm de encontrá-lo caso ele não esteja no prédio. Vejamos então se eu não vou me esforçar um pouco mais para salvar um amigo!
Cinthia ficou encarando a aurora, sentindo os olhos marejarem de leve. Ela não sabia o quão difícil era o trabalho de investigação, que a responsabilidade da vida de mais de um auror caiam sobre as decisões dela, e não tinha o direito de duvidar do seu trabalho.
- Você é mesmo amiga dela? – Kelly perguntou, agora sem um traço de incredulidade no rosto, mas ainda um pouco desconfiada.
- Desde os primeiros anos de Hogwarts, e eu conheci ele quase cinco anos antes disso – Cinthia disse ainda seca, engolindo as lágrimas de raiva.
- Desculpa ter duvidado, eu só não costumo fracassar nas missões. Ninguém arriscaria a vida de um amigo assim.
- Você ficaria surpresa – Cinthia disse se levantando – de como existem pessoas que fazem isso.
"Por que as pessoas adoram tanto jogar o peso da culpa na consciência dos outros?" Cinthia se perguntou. "Primeiro o Farfield, agora uma aurora que eu nem conheço. Eu vou ter que resolver esse caso, ou nunca vou parar de me culpar."
Cinthia foi falar com Farfield para ver se podia cuidar de todo o resto das investigações caso essa busca minuciosa dos aurores da SCI não trouxesse mais resultados. Ele estava falando com um dos aurores, e quando terminou Cinthia se aproximou dele.
- Farfield, eles acharam mais alguma coisa?
- Sim, encontraram. Não há nenhum sinal dos outros três aurores, nem mesmo os corpos, mas outra mensagem foi esquecida para trás, no lixo. Foi lançado um feitiço de diminuição nela, mas o bruxo que fez isso não executou o feitiço direito. Veja se não é a mesma de antes.
Ele entregou a Cinthia um papelzinho de tamanho 1cm x 1,5cm com alguns símbolos minúsculos escrito nele. Cinthia abriu a sua maleta e tirou uma lupa de dentro, quase encostando o papel no nariz.
- Não, esta é mais comprida que aquela – disse por fim. – E eles usaram outro tipo de código.
- Você pode decifrar isso, certo?
- Vou tentar. – Cinthia estava prestes a aparatar para o escritório, mas aí se lembrou de Aline. – Ah, e quando vão avisar as famílias dos aurores desaparecidos?
- Depois que você decifrar a mensagem, para sabermos se foram raptados ou só desapareceram. Bem, de um jeito ou de outro vamos dizer que desapareceram para não preocupá-los muito, então vamos mandar as corujas assim que possível.
- Certo.
Cinthia aparatou diretamente para a sua sala, que era dividida com os outros cinco investigadores da DI, sendo que Farfield tinha a sua própria sala. Ainda eram sete e quarenta, e nenhum dos outros havia chegado ainda. Melhor assim. Ela poderia começar a trabalhar sem ter de agüentar as perguntas incessantes de Wyatt, que adorava pregar peças e fazer piadinhas com os colegas de trabalho. Mas ninguém atrapalhava Cinthia quando ela estava trabalhando. Mesmo que tentassem falar com ela, Cinthia sempre se concentrava tanto que raramente escutava o que eles falavam. E agora ela iria se empenhar mais ainda para não deixar um amigo na mão, algo que ela achava imperdoável.
- Não... isso não faz sentido... talvez se... acho que essa letra está errada...
- Ela se concentra mesmo, né? – Lou Lewis disse para Wyatt Kansas, que estava do outro lado da sala assistindo Cinthia trabalhar na sua mesa atulhada de papéis.
- É. E a precisão dela tem sido de 94 até agora, mais alta que de qualquer um que já passou pela DI!
- Mas muitos outros investigadores já tiveram uma taxa quase tão alta de acertos em toda a história do Ministério. – Agora era Emily Strange que falava, olhando para Cinthia, e esta não escutava uma palavra do que os colegas diziam.
- 83 foi a mais alta até agora em uma carreira completa. – Foi a vez de Lou, que sabia toda a história da DI de trás para frente e salteado apesar de ter entrado para a DI só um ano antes de Cinthia. – E é raro começar com uma margem de acerto tão alta em códigos.
- Bom, podemos ver o ranking dos melhores investigadores durante o almoço, o que acham? – Sugeriu Emily. – Falta menos de uma hora mesmo.
- Eu consegui!!! – Cinthia disse se levantando e contemplando o código decifrado. Mas não eram boas notícias de qualquer maneira, e logo seu sorriso foi apagado.
- O que diz? – Lou perguntou já sabendo que um dos aurores desaparecidos era amigo de Cinthia.
- Eu acho melhor mostrar isso pro Farfield antes. – Cinthia andou até a porta do chefe e parou. - Mas se estiverem muito curiosos podem dar uma olhada na minha mesa. – Ela bateu na porta e entrou.
Lou deu uma risadinha e se levantou para olhar a mesa da colega, dizendo:
- Claro, como se não conseguíssemos esperar para saber o que aconteceu...
Mas ele não entendeu nada do que estava escrito nos papéis da mesa de Cinthia. Muitos ainda tinham metade do código misturado com letras, frustrando a sua tentativa de ler a mensagem.
- Agora vamos ter que esperar mesmo.
Cinthia bateu na porta e entrou, fechando-a em seguida. Ela colocou o papel com a cifra na mesa em frente a Farfield, e ele leu a mensagem.
"A emboscada será realizada no horário antigo da iniciação. Os aurores capturados ficarão sob vigilância em um lugar ainda indeterminado. O Comensal com essa informação estará encontrando os outros do grupo em Bristol, no balcão da loja de animais da quinta avenida, às 15 horas do dia dez.
Senha: Vocês têm ovos de hipogrifo?
Contra-senha: Aqui eles não vendem isso, mas tenho alguns artigos que podem lhe interessar."
- Um novo recorde! Você nunca decifrou uma mensagem tão rápido.
- Eles usaram um código simples dessa vez. Acho que não tiveram tempo para inventar algo mais complicado.
- Bom, bom. Melhor para a gente! Vou passar essa mensagem para a SCE agora mesmo. Bom trabalho, Cinthia.
"É só isso?" Cinthia pensou confusa. "Eles vão precisar da gente para continuar a investigação."
- Er, Farfield?
- Mais alguma coisa?
- Não vai ter ninguém da DI acompanhando o caso?
- Não, não dessa vez. A SCE pode cuidar disso muito bem.
- Não, não pode! – Cinthia disse numa voz um pouco mais alta do que pretendia, mas não conseguia abaixar o tom. Ela sabia que muitos da SCE eram competentes, ou não estariam trabalhando ali até hoje, mas não queria perder o rumo da investigação. – Eles cuidam dos casos fora do país e não estão acostumados a lidar com esse tipo de missão. Qual é o sentido em mandar alguém da SCE, afinal?
- Acontece que todos da SCI estão ocupados com outras missões agora, e a SCE não precisa da nossa ajuda para cuidar de um caso simples como esse. Pode se retirar agora.
- Você precisa mandar alguém da DI junto! – Cinthia se exaltou. Farfield juntou as mãos mantendo os cotovelos apoiados na mesa, olhando para ela bem sério.
- Você quer que eu mande você na missão, não é? - Cinthia não respondeu nada, mas devolvia o olhar sério do seu chefe. - Eu acho desnecessário que alguém da DI acompanhe este caso, já que é trabalho da SCE cuidar de boa parte da espionagem e tenho certeza que eles também pensam assim. Além disso, o fato de você ser amiga de um dos aurores capturados atrapalharia a investigação por causa do seu envolvimento emocional.
- Mas isso não afeta...
- Sim, afeta o seu trabalho. Você já está exaltada. Eu sugiro que tire uma licença por enquanto.
- Mas nós começamos com o caso e seria bom que fôssemos até o fim com ele. Mande a Emily, o Wyatt, ou até Lou, mas mande alguém!
- Agora não é mais uma sugestão. Você está oficialmente de licença por tempo indeterminado. Pode se retirar agora.
Cinthia abriu a boca para falar alguma coisa, xingar o chefe, qualquer coisa, mas isso só pioraria a situação. Como ele podia ser tão estúpido? Bem, a SCE poderia dar conta do caso sozinha, mas a DI tinha o direito de ir até o fim do caso se quisesse. Cinthia fechou a boca e cerrou os punhos tentado se conter.
- A porta fica logo atrás de você – Farfield disse com o sorriso cínico crispando nos cantos da boca, e ela não teve outra alternativa senão sair do escritório, quase batendo a porta quando o fez.
- E aí? Vai ou não contar pra gente o que estava escrito na mensagem? – perguntou Lou parando na frente dela com um pulo. Cinthia olhou para ele séria, deu a volta e foi até sua mesa.
- Acho que não é mais do nosso interesse o que tinha na mensagem – ela disse, começando a arrumar algumas coisas que poderia precisar enquanto estivesse de licença. – Vão dar o caso para a SCE.
- O quê? – exclamou Wyatt, que já trabalhava com Farfield há muitos anos. – Isso não faz o menor sentido!
- É, foi o que eu disse a ele. E por isso estou tirando uma licença.
- Você o quê? Mas e se ele mudar de idéia? Você é a melhor decifradora que a DI já teve! Não pode tirar uma licença agora que o seu amigo está em perigo na mão dos Comensais da Morte!
Cinthia parou de fazer o que estava fazendo e soltou um suspiro, mas continuou de cabeça baixa. Odiava ter que lembrar daquilo, e sabia que Emily não o falara por mal, mas só o que queria era mesmo sair dali.
- Bom, como a licença foi forçada, eu acho que o Farfield não vai mudar de idéia nem que uma gárgula cague na cabeça dele. Que horas são? – Ela perguntou tentando mudar de assunto.
- Vinte pra meio-dia – Lou respondeu percebendo a desanimação dela. – Não se preocupe, estaremos ajudando a SCE se eles precisarem.
- 'Brigada.
- Já vai? – Emily perguntou.
- É, fiquei de encontrar uma amiga na hora do almoço.
- A gente se vê daqui a dois dias, você vai ver. – disse Wyatt com um sorriso.
- Até lá, então.
Cinthia aparatou direto para a loja de Fred e Jorge em Hogsmeade. Jorge estava virando a plaqueta da porta para fechar a loja e se virou um pouco surpreso para ela.
- Percy entraria na caverna de um trasgo antes de sair mais cedo do trabalho.
- Hum... pois é... - Cinthia não sabia como falar para Jorge que estava com problemas (até demais) no trabalho. – Estou de licença. Forçada.
- O quê? Por que?
- Divergência de opiniões com Farfield – ela disse, colocando a sua maleta em cima do balcão. Sua raiva estava passando, mas estava ficando cada vez mais preocupada e desanimada por causa de Douglas. E ela lembrou, por Aline também. – Você mandou aquela coruja para Aline?
- Mandei. Você está bem?
- É, estou. – Ela tentou sorrir, mas não foi um sorriso muito convincente. – Descobri que não é uma boa idéia contrariar o chefe, mas logo eu volto para o trabalho. É o Fred que está fazendo o almoço hoje? – Cinthia perguntou, tentando mudar novamente de assunto. Não queria envolver mais pessoas no seu problema.
- É. Por isso eu já vou deixar os sais de fruta e antídotos para veneno por perto.
Cinthia deu uma risadinha pelo nariz e perguntou: - O que ele está fazendo?
- Eu não faço a mínima idéia. Ele disse que ia fazer alguma coisa diferente hoje, já que Aline vem. Ah, e ela mandou uma coruja avisando que ia chegar logo depois do meio-dia.
- Até que foi bom eu ter chegado mais cedo. Assim tenho tempo para organizar umas coisinhas.
Cinthia abriu a maleta enquanto Jorge entrava por uma porta ao lado do balcão, onde ficava a cozinha, para tentar descobrir o que Fred estava cozinhando. Ela tirou a mensagem decifrada de dentro e se apoiou no balcão, pensando no que dizer para Aline quando ela chegasse.
"Oi Aline! Que bom que você pôde vir, faz um tempão que a gente não se vê. Sabia que o seu marido foi raptado ontem à noite por Comensais da Morte? Quer provar o prato especial do Fred?"
Aquilo soava extremamente estúpido para Cinthia, mas ela não conseguia colocar os próprios pensamentos em ordem para achar uma maneira suave de dar a notícia. Estava sempre mandando corujas para Aline, mas tinham se visto apenas duas vezes fora o dia do casamento dela. Cinthia não conseguia se imaginar dando uma notícia tão ruim para a amiga, e se sentia mal só de imaginar como Aline iria encarar aquilo.
Mas seus pensamentos logo foram interrompidos por um alto "crack!" vindo do meio da loja. Aline aparatou na sua frente, e Cinthia viu no relógio que eram exatamente meio-dia e cinco. A amiga sorriu ao vê-la e as duas se abraçaram. Agora Cinthia não sabia mesmo o que falar para Aline.
- Faz um tempão que a gente não se vê, né? – Aline começou.
"Pelo menos isso eu não precisei falar" Pensou Cinthia.
- É mesmo. Esse seu curso toma um bocado de tempo, hein.
- Mas pelo menos ele só dura dois anos, e na hora do almoço eu posso ir visitar os meus amigos – ela disse ainda sorrindo, mas tinha algo diferente em seu rosto.
Cinthia tinha que falar a ela, uma hora tinha que falar.
- É, Aline...
- Ei, vocês duas! – Jorge chamou da porta da cozinha. – Fred acabou a sua experiência grotesca, podem vir ver. Oi Aline!
- Oi... experiência grotesca?
- Ele fez o almoço hoje – Cinthia disse. Aline continuou com a mesma cara desconfiada de antes. – Não se preocupe. Depois de uns dois meses os dois se cansaram de misturar logros na comida. Agora eles só fazem isso nos feriados e finais de semana.
- OK, dessa vez eu vou confiar neles. Mas só dessa vez.
Elas entraram na cozinha e viram Fred com um enorme sorriso atrás da mesa. Havia uma bandeja coberta no centro da mesa, rodeada por quatro pratos. O cheirinho parecia bom, deixando Cinthia, Jorge e Aline ainda mais curiosos com o prato especial.
- O que você preparou? – Cinthia perguntou, se sentado.
- Ah, eu achei um livro de receitas da mamãe que deve ter ido parar no meu malão por acidente, e resolvi fazer um dos pratos. Vejam!
Fred tirou a tampa e apresentou para eles uma tigela cheia daquele macarrão em forma de tubinho, misturado com tomate, azeitonas pretas, cubinhos de queijo e mais algumas coisas que pareciam gostosas, mas irreconhecíveis.
- Meus parabéns, Fred! – Jorge disse, e Fred já ia estufando o peito quando ele acrescentou: - Não queimou nada dessa vez!
- Melhor que queimar as próprias sobrancelhas com creme de canário. – Fred revidou.
- Foi um acidente! E foi você que provocou a explosão daquela vez.
- Eles estão discutindo isso há três semanas. – Cinthia cochichou no ouvido de Aline, que se sacudia em risadas silenciosas. Eles não haviam mudado muito desde a época de escola.
Serviram-se do prato de Fred, comprovando o que o cheiro sugeria: era muito gostoso! O almoço seguiu descontraído, e eles falavam de amenidades e do pessoal que encontraram depois de Hogwarts e o que estavam fazendo.
- E vocês se lembram do Jonathan, claro. – Cinthia disse depois de já terem terminado a sobremesa. Jorge fechou a cara e Fred quase riu do irmão, mas ela continuou falando assim mesmo. – Eu esbarrei com ele esses dias no Ministério e adivinhem só: ele tinha acabado de conseguir um emprego lá. Agora ele é um Monitorador Mágico.
Jonathan era um dos brasileiros que foram para Hogwarts, e por isso foi mais fácil para Cinthia ficar amiga dele lá do que na escola trouxa. Nos últimos anos de Hogwarts ele teve uma queda (quase do tamanho de um poço sem fundo) por Cinthia, e por isso Jorge tinha ciúmes dele. Era de se esperar que isso já tivesse passado, mas era um sentimento involuntário nele.
- Em que Departamento ele está? – Aline perguntou, parecendo um pouco distante.
- No de Acidentes e Catástrofes Mágicas, por isso eu não o vejo muito.
Jorge deixou escapar um suspiro, e Cinthia olhou meio incrédula para ele.
- Não me diga que você ainda...
Mas ela foi interrompida por uma explosão que veio do andar de cima.
- ... lá se vai mais um caldeirão... – Cinthia emendou à frase anterior.
- Eu sabia que a gente não podia ter deixado a poção de macaco no fogo muito alto – Jorge disse, um tanto aliviado por arranjar uma desculpa para não responder a meia pergunta de Cinthia enquanto ele e Fred se levantavam para ir ver o estrago.
Depois que os dois saíram, Aline olhou para Cinthia bastante confusa.
- Nem queira vê-los testando essa poção – Cinthia disse. – É pior que os cremes de canário.
- Dá pra imaginar pelo nome.
Seguiu-se um silêncio incômodo, e Cinthia aproveitou que Fred e Jorge estavam longe para finalmente falar com Aline sobre o que queria.
- Aline, você recebeu alguma coruja do Ministério hoje? – Ela perguntou cautelosamente.
Foi incrível ver como a expressão no rosto da amiga mudou de repente. A cabeça de Aline pendeu sobre o peito desanimadamente, e a pergunta de Cinthia já estava respondida por isso. Mas Aline respondeu com palavras também.
- Você já deve saber o que aconteceu, já que também trabalha no Ministério. Eles mandaram uma coruja pouco antes de eu vir para cá... dizendo que Douglas desapareceu durante a missão... da noite passada... - Aline se segurava ao máximo para não chorar. Desde que recebera a coruja tentou não deixar a tristeza a dominar, mas seria impossível conter aquilo por muito tempo. Cinthia achava que eles não deveriam esconder a verdade da família, e muito menos da sua própria amiga.
- Ele não desapareceu apenas. Foi raptado. Armaram uma emboscada de última hora. Eu sinto muito...
Aline colocou as mãos no rosto e começou a chorar o mais silenciosamente que podia, deixando Cinthia sem saber o que fazer. Ela nunca vira Aline ficar tão abalada, nunca mesmo, sempre a vira encarar aquele tipo de situação com a cabeça erguida, parecendo até meio briguenta. E era uma das primeiras vezes que a via chorar.
Cinthia se sentou ao lado da amiga e a abraçou, sabendo o quanto àquela notícia devia ser dura para ela. Na verdade ela não sabia porque nunca havia passado por aquilo, mas tentava consolá-la como podia.
- Calma, os outros aurores vão encontra-lo, você vai ver. Eu nunca vi eles abandonarem alguém antes, e tenho certeza de que ele vai voltar bem. Eu prometo.
- Não me prometa isso! – Aline falou entre soluços ainda mais fortes. – O Douglas prometeu isso antes de ir para essa maldita missão e veja o que aconteceu! Eu pedi que ele não fosse, sabia que alguma coisa ruim ia acontecer. Eu devia tê-lo amarrado em casa...
- Eles vão fazer de tudo para encontra-lo, disso eu tenho certeza.
Cinthia não sabia mais o que falar para confortar a amiga, e Aline continuava a chorar e soluçar com o rosto enterrado nas mãos. Quando o choro diminuiu um pouco, Cinthia se levantou e colocou água na chaleira para fazer um chá, talvez aquilo acalmasse Aline. Enquanto a água esquentava, ela se sentou novamente ao lado da amiga e colocou uma mão em seu ombro, mas Aline continuava a chorar e murmurava algumas palavras desconexas de vez em quando.
Fred e Jorge apareceram na porta da cozinha logo em seguida com algumas manchas de pelos marrons nas vestes, ficando chocados com a cena. Eles nunca imaginavam que veriam Aline daquele jeito, e sempre faziam piadinhas justamente por ela ser a mais "durona" dos cinco.
- O que aconteceu? – Jorge perguntou, e as duas se viraram para eles.
- Vocês sabem como o trabalho do Douglas é perigoso, certo? - Cinthia respondeu no lugar de Aline já que esta, apesar de ter diminuído o choro, ainda não conseguia falar direito. - Bem, ele teve uma missão ontem à noite e foi pego em uma emboscada.
- Você quer dizer que ele foi pego pelos Comensais? – Fred disse colocando uma das mãos atrás da cabeça, bastante preocupado. Cinthia receou que Aline chorasse mais cada vez que repetissem isso, mas não foi o que aconteceu. – Caracas! Eu nunca imaginei que isso pudesse acontecer com ele, pelo menos não tão cedo.
A chaleira com água começou a apitar e Cinthia pediu que eles a trouxessem até a mesa enquanto se sentavam de frente para elas. Cinthia colocou uma xícara na frente de Aline, mas ela não tomou o chá de imediato.
- Escuta Aline, se você quiser passar a tarde aqui, com a gente, podemos fechar a loja – Jorge disse. – Um dia não vai fazer diferença, e você vai enlouquecer se passar o dia sozinha naquele apartamento.
- Ah, não. Não precisa – ela disse com a voz meio pastosa, dando em seguida uma fungada. – Eu não quero incomodar. Além disso, eu tenho aulas à tarde.
- Pelo amor de Deus! Aline, ao menos uma vez na vida falte à aula! – Fred disse. – Se você mandar uma carta de aviso ou algo assim eles vão entender e até te forçar a passar pelo menos um mês em casa.
Aline olhou bem para os dois e depois para Cinthia, e pela cara deles ela só ia conseguir sair dali com uma boa briga.
- OK. Mas não precisam fechar a loja. Vai ser melhor com o barulho de gente.
- Não se preocupe tanto – Cinthia disse empurrando a xícara mais perto de Aline. – Eu tenho certeza de que estão fazendo alguma coisa para encontra-lo nesse exato momento.
"E se não estiverem, eu vou chutar alguns traseiros quando voltar", Cinthia pensou.
Aline pegou a xícara e deu alguns goles, mas seus olhos continuavam marejados. Fred murmurou alguma coisa sobre pegar pena e pergaminho para mandar um aviso ao curso de Aline e saiu da cozinha. As lágrimas começaram a correr novamente pelo rosto dela, mas tentava se conter.
- O que eu posso fazer agora?... Como eu posso saber se ele está bem?...
- Logo vão chegar notícias, você vai ver – Jorge disse buscando com os olhos a ajuda de Cinthia. Mas ela apenas murmurou um rápido "já volto" e se levantou, indo até o balcão da loja. Ela pegou a mensagem que decifrara mais cedo e refletiu por alguns instantes.
"O Comensal com essa informação estará encontrando os outros do grupo em Bristol, na loja de animais da quinta avenida, às 15 horas do dia dez."
"Dia dez" pensava Cinthia, "já é amanhã. E Bristol não fica muito longe de Londres, se não me engano..."
- Cinthia, você se lembra onde nós colocamos aquele tinteiro reserva? – Fred perguntou detrás do balcão sem perceber que ela estava lendo aquele pedaço de pergaminho bastante concentrada.
- Hãn... eu acho que você e Jorge colocaram na terceira gaveta do lado esquerdo - Ela disse sem dar muita atenção a ele.
- Obrigado! – Fred tirou o tinteiro de lá. – Puxa, você perdeu bastante daquela mania de esquecer as coisa e ser avoada depois que acabamos Hogwarts.
- Eu vou dar uma saída.
N/A: Pam-pam-PAM!!! Será que a Cinthia tem algo em mente ou simplesmente voltou a ser esquecida e desligada? Descubram logo após os comerciais o emocionante desfecho dessa aventura!
PS.: Se vocês ainda não dormiram nessa parte da história, eu agradeço muito! Sei que estou relaxando um pouco no jeito de escrever, mas prometo que vou tentar melhorar, não que vou conseguir. Afinal, ninguém controla TPM e as conspirações do destino que nos deixam deprimidas, certo? E o fato de eu estar com a cabeça cheia de merda (figurativamente) não está me ajudando muito, então eu peço para que sejam compreensivos. Por favor...
E comentem, me mandem e-mails, nem que seja pra criticar. É bom saber que pelo menos um Zé-alguém da vida lê as minhas fanfics. Adoro muito tudo isso! Adoro muito isso tudo! Adoro isso muito tudo! Adoro isso tudo muito!
