Correção: Castlevania The Simphony of The Night na verdade é da Konami® e não da Capcom® como eu havia comentado.

Notas: Gente, só essa semana que eu descobri que em Castlevania há quatro finais diferentes. Esta fic é contada após o terceiro final do jogo, onde Alucard vai embora e Maria fica.

No melhor final,o quarto, Maria vai atrás dele. Não é o caso da fic. Hehe ;)

CASTLEVANIA The Simphony of Love

Capitulo dois – A casa do penhasco

Dois anos se passaram.

Maria agora estava com dezenove anos, recebendo inúmeras propostas de casamento.

– Muito bem, mocinha. Conseguiu espantar mais um pretendente... – Richter sentou numa poltrona, colocando os pés num banquinho.

– São muito covardes... tem medo de vampiros...

– Eles têm medo desse cálice sinistro! – ele tomou o cálice das mãos de Maria – como ele te entregou isso? Andaram se encontrando?

– O que quer dizer com isso! – perguntou Maria furiosa

– Ora, essa historia que ele te entregou durante a noite é bastante suspeita, não acha?

– Não, se custas a acreditar, nada poderei fazer. – ela pegou o objeto dourado das mãos do amigo e pôs num pedestal, acima da lareira, abaixo de uma cruz de prata.

– Mudando de assunto... – disse Richter tomando uma posição mais seria – nossa situação está complicando...

– Sim, nunca mais apareceu um trabalho decente para nós... estamos novamente ficando no anonimato... – ela sorriu ironicamente

– É, somos praticamente os últimos caçadores de vampiros... e vampiros não mais existem...

– Existe sim... um... – ela passou o dedo indicador pela borda do cálice

– Vai começar...

Antes que Maria começasse a falar, eles ouvem batidas na porta do quarto.

Maria pergunta quem é, e uma voz feminina afirma ser a senhoria da pensão.

A mulher entra no quarto. Aparentava ter uns cinqüenta anos, cabelos brancos, usava um vestido velho com um avental branco por cima.

– O que deseja, Senhora? – Maria perguntou

Richter levanta, respeitando a presença da senhora no quarto.

– Um pastor está lá embaixo, deseja falar–lhes.

– Se for mais um trote, ponho–o para fora a pontapés! – disse Richter

Ao descerem, eles encontram um homem de 40 anos, usando uma capa marrom com o capuz abaixado. Ele estava sentado no balcão, tomando um caneco de leite quente.

– Vocês são Maria e Richter? – ele perguntou, levantando–se

O homem era pálido, tinha olheiras, uma expressão doente. Seus olhos eram azuis, cabelos castanhos.

– Sim, e o senhor? – perguntou Maria

– William Holmes.

– E o que o senhor pretende? – perguntou Richter

– A fama de vocês já ultrapassa os limites da Europa, Senhor. Por isso vim contratar vocês.

– Nos contratar para...? – perguntou Maria

– Coisas estranhas vem acontecendo na minha aldeia... vivemos das ovelhas, somos muito humildes. Mas de um tempo pra cá, algumas ovelhas amanheceram mortas...

– Não somos veterinários... – disse Richter impaciente

– Ouça–me, por favor... algo bebe o sangue delas... já perdemos três ovelhas essa semana... – o homem tentou explicar – isso vem acontecendo desde que um homem misterioso chegou na nossa aldeia...

– Um homem? – perguntou Richter – Como é esse homem?

– Meu filho insiste em dizer que é um vampiro, no começo achei que fosse imaginação dele, mas...

– Mas? – insistiu Maria

– Ele não sai durante o dia, a noite vemos um homem de capa preta e capuz andar pela cidade... Já chamamos um padre, mas não adianta, parece que evapora quando invadimos a casa dele...

– Características físicas, você sabe me informar? – perguntou Richter

– Bom, ele é um pouco mais alto que o senhor... é pálido como a lua cheia... não temos coragem de olha–lo...

– Ele já atacou alguém? – perguntou Maria – tem noticias de desaparecimentos?

– Por enquanto não... lembrei–me de um detalhe! Ele foi uma vez à taverna, mas não retirou seu capuz. O Sr. Gregory, dono da taverna, disse que seus olhos são frios, sem cor... por favor, suplico que venham comigo até a aldeia... pagaremos, faremos tudo o que for possível...

– De onde o senhor veio? – perguntou Richter

– Das terras do Norte...

– Não custa nada irmos dar uma olhada, não é mesmo, Richter?

Os dois caçadores aceitaram. Já fazia algum tempo que não eram contratados para um caso assim. Ambos subiram para seus quartos, arrumaram suas poucas coisas, armas e assessórios. Colocaram na carroça do homem e partiram sem pensar duas vezes. Foi uma viajem exaustiva, dois dias gelados sobre uma carroça desconfortável.

Até que finalmente chegaram a uma pequena vila. As ruas de pedra com pequenas casas, mostrava a simplicidade do local. Havia uma praça central na frente de uma igreja no estilo românico.

Maria olhou bem e viu algo que a deixou arrepiada. Uma cruz para as condenações na fogueira. Lembrou–se de quantas pessoas inocentes haviam sido mortas pela ignorância de certas pessoas, e inteligência, até demais, da igreja católica que queria poder a todo custo, manipulando as mentes e condenando os que queriam um pouco mais de conhecimento.

– Onde o senhor mora? – perguntou a caçadora

– Logo ali, naquela casa verde...

Ele andou com a carroça por mais alguns metros e foram recebidos com alegria pelos habitantes do povoado.

– Helen! – disse o senhor – Maria, essa é Helen, minha filha.

– Muito prazer, Helen! – Maria cumprimentou a garota de cabelos castanhos, iguais aos do pai, que aparentava ter uns quinze anos.

– Você vai matar o vampiro! – perguntou um garotinho de 6 anos, este tinha os cabelos ruivos

– Sim, vamos sim! – respondeu Richter amigavelmente – quem é você?

– Phillip, meu filho! – William respondeu sorrindo – Samara, eles chegaram!

Da porta da casa surge uma mulher muito bonita. Seus cabelos ruivos eram lindos e longos, seus olhos eram verdes e tinham um brilho de uma esmeralda ao sol. Tinha trinta anos e não parecia já ter tido dois filhos. Seu corpo era esbelto e perfeito dentro daquele vestido de camponesa. Richter sentiu algo ao vê–la, mas em fração de segundos, decidiu esquecer.

– Muito prazer... – disse Richter – Sua esposa?

– Sim, minha esposa, mãe dos meus filhos! – disse orgulhoso

– Fico feliz pelo seu regresso... – disse Samara abraçando seu marido. – venham, vamos entrar... vocês devem estar cansados!

A casa era realmente muito simples. Na sala, uma mesa de jantar, duas poltronas velhas em frente a uma pequena lareira. Mais aos fundos um forno a lenha e um balcão.

Ao lado haviam duas portas, onde um cômodo foi dividido em dois. Uma cama de casal num lado e duas pequenas no outro. Alguns baús pequenos e uma cruz sobre cada cama. O chão era de madeira, forrado com tapetes feitos com a lã tirada das ovelhas que criavam.

– Vamos, sentem–se! – disse Helen enquanto a mãe trazia uma bandeja com chá.

– O chá é bom, não importem–se com os copos... – sorriu Samara amavelmente

Conversaram um pouco. Tempo suficiente para tomarem o chá. Logo William chegou bem humorado.

– Consegui instalar vocês na pensão do Sr. Thomas! Vocês já podem ir para lá!

– Senhor meu marido, que mal lhe pergunte. – disse Samara

– Sim...? – perguntou William enquanto sentava–se numa poltrona velha

– Quantos quartos reservou?

– Um só, ora... – disse arrancando uma risada abafada de sua filha

– Pai, eles não são casados! – disse Helen

O pai levou a mão a testa e fechou os olhos.

– Estão falando sério? – perguntou o pai

Na verdade, Maria e Richter eram como se fossem dois irmãos. Ela não se importava em dividir o quarto com Richter. Mas também, ela não poderia dizer isso jamais. Não ficava bem para uma donzela dividir o quarto com um homem que não fosse seu marido.

– Bom, você parece cansado... – disse Richter – se quiser, poderemos resolver esse impasse pessoalmente...

– De jeito nenhum! – disse William – o erro foi meu, não poderei deixar que... – ao levantar, o homem faz uma expressão de dor, levando em seguida a mão ao peito.

– William! – disse Samara ajudando o marido a sentar novamente – você está muito doente... por favor, descanse...

– Bobagem... eu consegui... andar quilômetros... para busca-los... – William tentou falar

– Sr. Holmes! – disse Maria – você fica, Helen pode nos acompanhar até a pensão, tudo bem?

– Sim, papai...eu os acompanho... – disse a garota

Desapontado, o homem acaba aceitando depois de muita insistência.

– Tudo bem... desculpem por não... conseguir acompanha-los...

– Não se preocupe...ficaremos bem, já enfrentamos perigos piores... – respondeu Richter

Todos na sala sorriem discretamente.

Helen os acompanhou até a pensão, que ficava ao lado da praça, perto da igreja.

– Então, vieram caçar o vampiro da casa do penhasco? – Helen perguntou

– Não viemos caçar ninguém... – explicou Richter – viemos investigar. Caso seja realmente um vampiro, aí sim caçaremos.

– Mas você disse... Casa do penhasco? – perguntou Maria curiosa

– Sim, logo atrás da igreja tem um bosque. Atravessando esse bosque você chega a um penhasco onde tem uma pequena casa, acho que só tem mesmo um cômodo. – disse Helen – É lá que ele mora.

– Ele não sai de casa? – perguntou Maria novamente

– Raramente. Só o vimos à noite, vagando pelas ruas, sozinho. Ainda assim, anda como se não quisesse ser reconhecido. – respondeu a jovem – bom, chegamos! Sr. Thomas! – Helen chamou tocando o sino no balcão do bar.

Apareceu um homem vestido de branco, rechonchudo, muito simpático. Logo o problema dos quartos foi resolvido.

Richter amavelmente,fez questão de acompanhar a senhorita até sua casa novamente, enquanto um criado da pensão carregava sua bagagem.

Maria entrou no quarto que não era muito diferente dos aposentos na outra pensão.

Percebeu que no quarto havia uma lareira e a primeira coisa que fez foi abrir sua mala e pegar aquilo que a trazia conforto: a capa e o cálice.

Deitou–se na cama forrada, pôs a capa sobre parte de seu corpo e começou a ler novamente os escritos do cálice dourado. E sorriu.

Batidas na porta interrompem seus pensamentos. Três batidas rápidas e duas mais lentas eram quase como uma característica das batidas de Richter.

– Entre... Richter... – disse Maria

– Que sorriso de mulher apaixonada é esse? – perguntou sorrindo também e cruzando seus braços

– Richter, estive pensando...

– Percebi, devia ser um pensamento muito bom!

– Richter! – Maria usou um tom de voz repreensivo

– Perdão. – pigarreou – o que estava pensando? – Richter sentou na cama

– Será que esse homem que estamos investigando... é ele?

– Ah não, Maria! – Richter levantou – o que te leva a pensar que é?

– E o que te leva a pensar que não? Richter, um homem que só sai a noite, animais morrendo...

– Maria, escuta. Se fosse há alguns anos, com certeza seria um vampiro. Mas não é, vampiros não existem mais!

– Mas ele existe! Ele é um vampiro! – Maria levantou alterando a voz

– Tudo bem... – Richter controlou sua respiração – vamos lá agora?

Maria sorriu e concordou. Richter já estava acostumado com o gênio da amiga e ir naquela casa só iria adiantar o trabalho mesmo.

Maria desceu como um tufão, estava animada para irem logo.

– Senhorita caçadora de vampiros! – disse Richter descendo as escadas com uma caixa na mão – por acaso pretende ir sem suas armas?

Maria deu um sorriso sem graça e voltou para pegar suas armas: um chicote, suas estacas, e uma cruz de prata que pendurou ao pescoço.

Richter armou–se com sua corrente, cruz de madeira e um vidro de água benta.

Todos os curiosos pararam para observar a preparação dos "heróis".

– Vocês vão precisar de um guia. – disse o dono da pensão – mas ninguém quer se arriscar...

– Acho que conseguiremos ir sem problemas! A Srtª Helen nos disse o caminho. – respondeu Maria

Então os caçadores seguiram seu caminho. Atravessaram o bosque sem problemas em menos de dez minutos. As arvores eram baixas e muito próximas. As copas bloqueavam a fraca luz solar, o que dava um ar de noite no local.

Ao saírem daquele lugar tenebroso, avistaram imediatamente uma velha casa de madeira na beira do penhasco. Como era muito pequena, parecia mais ser uma cabana.

– Terrível... – comentou Maria

– Vamos entrar? – perguntou Richter

– Vamos nos aproximar...

Com cautela, ambos aproximaram–se da casa e encostaram os ouvidos para escutar algum ruído de dentro. Nada. Parecia estar vazia. Bateram na porta, mas ninguém atendeu.

– A porta está aberta... – cochichou Richter dobrando a maçaneta – Vamos entrar com calma...

Silenciosamente Richter abre a porta, deixando a luminosidade entrar na casa. Perceberam que era realmente muito simples, pois só havia uma caixa de madeira com um colchão de feno por cima, forrado com um lençol branco. Ao lado, encostado a parede uma escrivaninha. Em cima dela, eles viram um livro aberto e uma pena sobre ele.

Perto da cabeceira da cama, havia dois baús. Um deles estava aberto e repleto de livros.

– Nada fora do comum, não é? – perguntou Richter – a não ser por esses livros...

Richter olhou para baixo e reparou no elegante tapete que ficava ao lado da cama.

– Maria, vamos antes que o dono da casa volte... – disse Richter

– Ah... sim...

– Maria! Você não vai ler o que não é da sua conta! – repreendeu ao ver que Maria estava prestes a tocar no livro aberto sobre a escrivaninha.

A caçadora fez uma expressão desapontada, mas achou melhor sair logo daquela casa.

Os dois amigos voltaram a vila, mas sem resposta nenhuma para dar aos moradores. Preferiram não tocar no assunto.

Mais tarde, logo após o por do sol, Maria e Richter reuniram–se com William para preparar um plano que atraísse o estranho morador... mas qual?

Continua...