Parte 2: Perto demais do Paraíso
Os pássaros faziam a maior algazarra na árvore à frente da janela de Touya e Yukito acordou. Abriu os olhos devagar e levantou depressa ao constatar que não estava em sua casa. Lembrou-se então as palavras de Touya no dia anterior, "Eu te amo, Yuki.", será mesmo que ele quis dizer isso? Procurou Touya pelo quarto e o encontrou no pequeno sofá, todo encolhido e descoberto com o lençol se arrastando no chão.
"Ele disse que me ama, mas eu não sei o que fazer.", pensou Yukito, "Toda a vida que vivi foi uma mentira e isso só pode fazer parte dela também. Touya não pode me amar porque eu não existo. Isso deve ser uma ilusão provocada por ele. Acho que Touya não me ama e mesmo que sinta alguma coisa... sente por ele e não por mim. Só tem uma coisa que u posso fazer."
Touya mexeu-se no sofá e acordou também, viu uma grande tristeza nos olhos de seu amado e isso foi como uma punhalada em seu peito, uma imensa dor atravessou seu coração e ele quase chorou antecipadamente.
- Bom dia, Touya! – disse Yukito sorrindo, não parecia mais imerso em pensamentos e sim feliz, mas Touya apesar de ter perdido o poder que tinha, sabia como ninguém ler as emoções alheias e sabia muito bem como o amigo estava triste.
- Bom dia, Yuki...to! – respondeu, tentava e conseguia manter a voz normal, embora seu coração se acelerasse a cada segundo, mantinha-se numa aparente calma, mas sabia que não conseguiria manter-se assim por muito tempo, precisava saber o que Yukito pretendia fazer depois de ouvir o que tinha ouvido e porque motivo estava tão triste? – Você parece bem melhor hoje... mas parece triste, o que lhe deixou assim, Yukito? – perguntou esperando não parecer apressado.
Yukito baixou a cabeça, era agora , precisa manter-se o mais natural possível, para que Touya não desconfiasse que estava mentindo ou escondendo algo.
- Agora você já sabe que eu... que eu não sou humano, eu não sou um homem normal. – ele disse de cabeça baixa e na mais absoluta tristeza. Isso não era mentira, mas também não era toda a verdade deveria mentir um pouco, ou melhor, omitir algumas coisas e ficar com elas somente para ele. Para ele e o outro ele.
- Eu sempre soube disso, Yukito. – disse Touya muito sério. Seu coração deu um salto, mas precisava falar ou morreria sufocado com essa angustia.– Não lembra do que houve ontem a noite?
Yukito mordeu os lábios para segurar o choro e cerrou os olhos para impedir as lágrimas de caírem, não poderia chorar, não agora e na frente de Touya.
- Na verdade não muito. – mentiu. – Só lembro de estar abraçando você e depois tudo ficou escuro e eu... eu acho que desmaiei. – Ele apertou o lençol nas mãos e levantou a cabeça olhando para Touya. – Não lembro o que houve antes também, na hora em que agente estava estudando.
Touya sentiu o coração parar e por um momento sua respiração ficou suspensa. O que Yukito lhe dizia era uma barbaridade. Como ele poderia esquecer o que tinha havido? Como ele poderia esquecer do beijo? De sua declaração? De seu amor... Estaria ele brincando?
Piscou para tentar voltar a realidade e tentar digerir as duras palavras de Yukito. Ele estava mentindo. Sabia, não, tinha certeza de que ele estava mentindo. Mas por quê? Por que mentiria? Pensou em perguntar isso, pensou em chamá-lo de mentiroso, pensou em se jogar na cama em cima dele e o beijar novamente, pensou em... ficar calado. Imaginou também que essa fora a decisão de Yukito, mentir fôra a forma que encontrara para não magoá-lo, para não ter que dizer que não amava e que não o desejava como era desejado.
Ficou parado sem nada dizer, apenas olhava para Yukito e ao mesmo tempo amaldiçoava e entendia sua decisão. Não sabia se preferia essa mentira ou a amargura de ouvir de Yukito que ele não o amava. O que era pior a indiferença ou um não dito em sua cara pela pessoa que mais amava?
- ...ya? Touya?
- Ah... o que?
- Você está bem? – perguntou Yukito preocupado, será que o que dissera o afetara tanto? – você parecia perdido dentro de você mesmo...
- Desculpe-me Yukito. – ele disse tentando disfarçar sua dor. – Mas isso não me importa.
- O que não importa Touya? Seus pensamentos?
- Não é isso, gomem, Yukito. – Touya apressou-se em desculpar-se quando percebeu que podia ter sido grosseiro em sua resposta. – Eu falei sobre quem você é.
- Ah! – exclamou Yukito desapontado. – Sobre o que eu sou.
- Eu disse ontem que isso não tinha importância, pois eu sempre soubera e disse também que... – Touya engoliu em seco. – que não importava o que aconteceria, seriamos sempre amigos.
Yukito sentiu o coração parar em seu peito. É claro que ele não dissera a última frase ontem, tudo isso vinha de seu coração neste exato instante. "Melhor assim", pensou. Esforçou-se para mostrar um sorriso para Touya.
- Então é melhor descermos. – sugeriu Yukito. – Caso contrário chegaremos atrasados na aula.
- Você estar certo. – concordou Touya. – Pode tomar banho aqui e depois tomaremos café. Passaremos em sua casa para pegar seu uniforme. Fique a vontade, Yukito.
"Porque estou falando essas coisas?" Touya não pode deixava de pensar, "Yukito já dormiu aqui em casa em outras ocasiões e porque toda essa cerimônia agora? Estou com medo de estar perdendo ele, mas agora de outra forma. Se Yukito se afastar de mim pelo que eu disse ontem a noite eu acho que morreria. É melhor fazer o jogo dele e fingir que eu não disse realmente nada e manter-me um pouco distante para que ele não pense que eu vou tentar algo.. mas eu não conseguiria ficar longe dele. Deus, será que ele realmente esqueceu nosso beijo?"
ooOoo
Touya já estava cheio das fugas de Yukito. Seu coração se apertava com cada recusa, com cada dispensa que lhe era dada. Yukito se afastava cada dia mais, ele não conseguia entender o porque disso, tinha certeza que seu amigo gostava dele também e não via motivos para ele fingir que nada ouvira, que nada acontecera naquela noite.
Depois de alguns dias dessa maneira, ficou esperando que Yukito saísse da sala de aula, ele estivera fugindo há vários dias, saindo mais cedo ou mais tarde só para se desencontrar de Touya, mas dessa vez ele cuidara para que isso não acontecesse e ficou esperando no estacionamento onde o amigo viria pegar a bicicleta para ir embora.
- Touya? – exclamou Yukito surpreso, pensou em dar meia volta e até virou-se para fazer isso, mas foi agarrado pelo braço.
- Não fuja, Yuki. – Touya implorou. – Preciso que converse comigo.
- Por favor, Touya, não faça isso. – Yukito implorou.
- Yuki... – Touya sussurrou chegando bem perto de seu rosto.
Yukito sentiu o rosto corar e fechou os olhos com as mãos de Touya segurando seu rosto e sua cintura, aproximando-se cada vez mais.
Um barulho fez com que eles se separassem ligeiro e ao constatar que fora apenas o vento, Yukito empurrou um pouco o amigo para que se afastasse e baixou a cabeça.
- Por favor, Touya eu não quero falar sobre isso.
- Foi alguma coisa que eu disse Yukito? – Touya gritou com as lágrimas vindo à seus olhos. – Me responda!
- Não é você, Touya. – Yukito respondeu continuando de cabeça baixa, também já estava chorando e escondia o rosto para que o amigo não visse. – É tudo o que aconteceu comigo, tudo o que eu descobri... Touya eu não sou...
- EU JÁ DISSE QUE NÃO LIGO! - Touya gritou mais uma vez.
- MAS EU LIGO! – Yukito gritou, levantando a cabeça e saiu correndo para longe de Touya.
- Yukitooooo! – Touya caiu de joelhos chorando, sua desconfiança de que Yukito lembrava-se sim de seu beijo e da declaração agora tornara-se uma certeza maior ainda, e também que Yukito gostava dele também. Só não conseguia entender o porque ele estava tão confuso, dissera que o amava, não seria isso suficiente?
ooOoo
Enxugou as lágrimas e levantou-se, não desistiria de seu amor assim tão fácil. Teria que mostrar a Yukito que o amava e que queria ficar com ele, independentemente de ele ser ou não humano, mas primeiro teria que descobrir o porque de tanta resistência.
Touya trabalhou o dia inteiro pensando em Yukito, ele trabalhava a seu lado, mas não pronunciava-se de forma alguma, não deixava que chegasse perto ou o tratava de forma imensamente formal. Seus colegas até perguntavam se havia acontecido algo entre eles, mas ele também disfarçava e dizia sempre que estava tudo bem.
Yukito já ia saindo da lanchonete, mas Touya o deteve mais uma vez, passando com a bicicleta na frente dele, fazendo-o frear.
- O que está fazendo Touya. – Yukito perguntou assustado. - Quer matar a nós dois?
- Quero falar com você, Yukito. – disse Touya sério. – E não vou permitir que fuja antes de termos essa conversa.
- Da última vez que conversamos você me revelou o que eu sou de verdade. – Yukito retrucou tristemente. – O que quer agora, Touya?
- Não vou falar no meio da rua. – Touya disse. O sol já se punha atrás deles. Deixando a rua em volta deles escura, enquanto alguns postes de luz começavam a se acender lentamente, ele olhava inflexível para Yukito aguardando sua resposta.
Yukito estava de cabeça baixa, ainda montado na bicicleta, não sabia como fugir daquela situação totalmente embaraçosa. Touya aguardava sua resposta e ele conhecia muito bem seu amigo para saber que ele ficaria ali a noite toda se fosse preciso.
- Está bem Touya. – disse finalmente. – Você pode ir a minha casa daqui à uma hora?
- Estarei lá. – disse Touya virando a bicicleta e partindo apressado. Voaria com a bicicleta se pudesse. Esclareceria tudo esta noite.
ooOoo
Touya mal chegara em casa e correu para tomar um banho, queria estar bem cheiroso para seu Yuki, nem tomou café e saiu correndo com a bicicleta. Sakura e Fujitaka ficaram se perguntando o porquê de tanta ansiedade, Sakura de nada desconfiou, mas seu pai desconfiou que isso tinha algo haver com o amigo do filho.
Yukito também tomara banho, mas ao contrário de Touya, não estava esperando um belo desfecho ou uma noite romântica. Deixou a água escorrer por seu cabelo, percorrendo seu corpo, sem querer ele pensou nas mãos de Touya, tocando-lhe, beijando seu corpo... afastou esse pensamento na mesma hora, não sabia se isso era algo seu ou vinha dele. Agora não tinha mais certeza se o que dizia, se o que fazia e o que pensava eram ações suas ou vinha do ser que realmente era ele.
Ajoelhou-se no chão do banheiro e chorou compulsivamente. E o amor? O amor que tinha por Touya não era seu? Esse sentimento não vinha de seu coração? Como poderia amar Touya e ser amado por ele se não sabia se esse sentimento era seu ou não?
Ficou ali quase meia hora sentado e chorando, ou apenas pensando em como iria fazer Touya desistir do que estava querendo. Eles jamais poderiam ficar juntos. Levantou-se, limpou o espelho embarcado e olhou seu rosto, estavam um pouco inchados, seus olhos um pouco vermelhos. Não poderia enfrentar Touya dessa forma. Vestiu-se e foi arrumar a mesa, tinha certeza que Touya não tomaria café e preparou tudo para jantarem.
Um minuto antes das sete da noite a campanhia tocou e ele foi abrir, respirando profundamente.
- Boa Noite, Yukito! – ele cumprimentou sério.
- Konbawa, Touya! – respondeu, dando passagem a Touya, pegando as flores que ele lhe trouxera.
- Você já jantou? – Yukito perguntou, sabendo que a resposta seria negativa.
- Não. – Touya respondeu sério. – Não consegui conter a minha ansiedade e sai de casa há mais de meia hora e fiquei rodando por ai.
- Então, eu vou pôr a mesa.
Touya acenou com a cabeça, melhor seria deixar as coisas correrem normalmente até chegar a hora de conversarem seriamente. Jantaram sem que nenhum dos dois dissesse nada durante todo o tempo, Yukito permaneceu sempre de olhos baixos, sem querer encarar Touya, que pelo contrário não tirava os olhos dele. Sua ansiedade era gigantesca e ele tinha ímpetos de pular naquela mesa e beijá-lo mostrando todo o seu amor, mas não estragaria tudo como da primeira vez, teria que saber os motivos de seu amigo e amado primeiramente.
Terminaram o jantar e Yukito levantou-se para recolher a louça, levou-as para cozinha e começou a lavá-las, Touya já não agüentava mais aquele silêncio e foi atrás dele.
- Eu vou te ajudar, Yukito. – ele disse pegando a louça para enxugar a louça que Yukito lavava. – Assim acabamos mais rápido.
Yukito nem ao menos olhou para o amigo, acenou com a cabeça e abriu a torneira. Touya deu um longo suspiro e deixou o prato de lado, puxou o braço de Yukito, fazendo ficar de frente para ele e o segurou pelos ombros.
- Por que você não olha para mim, Yuki? – ele perguntou irritado, segurando-o pelos ombros.
- Touya, não...
- Não o quê? – ele indagou. – Eu não entendo, desde aquele dia você está estranho comigo, fugindo... Yuki, eu...
- Não me chame assim Touya. – ele implorou com o rosto virado para o outro lado. – Faz parecer que temos uma intimidade que não temos.
- E porque não podemos ter? – Touya perguntou desesperado.
Yukito soltou-se dos braços dele e se afastou chorando.
- Porque não. – retrucou. – Touya, eu jamais saberei se você está comigo ou com ele.
- Yukito eu te amo! EU AMO VOCÊ YUKITO! – Touya rebateu gritando. VOCÊ.
- Mas EU sou ELE e ELE sou EU. – Yukito gritou de volta. – Eu nem sei se o amor que eu tenho por você é mesmo meu, Touya. Eu nunca poderei saber se você ama a mim ou a ele. Você sempre soube quem eu era e isso me deixa ainda mais na dúvida.
- Yukito...
- NÃO, TOUYA! Eu não quero ouvir mais nada. – ele disse caindo no chão com as costas encostadas na parede, enxugou as lágrimas e engoliu o choro. – Essa conversa não vai levar agente á lugar nenhum... vá embora por favor.
Touya que estava de frente para seu amado continuou em seu lugar, ele via Yukito jogado no chão, com os olhos vermelhos e o dispensando de sua vida para sempre e não sabia o que fazer. Agora sabia o motivo de Yukito se sentir tão inseguro e não podia recriminá-lo por isso, mas não aceitaria isso assim tão facilmente.
- Você me ama, Yukito? – ele perguntou olhando diretamente para ele.
- Com todas as minhas forças, Touya. – Yukito respondeu encarando-o. – Mas eu não sei se ele te ama também. O amor que eu sinto por você pode ser apenas reflexo do que ele sente, ou você esqueceu que eu não existo?
- Você existe, Yuki. – disse Touya ajoelhado-se de frente para ele. – Existe para MIM, existe para a Sakura, existe paraminha familia. Toda a sua vida não é uma mentira, tudo foi você quem viveu e não o Yue. As lembranças guardadas em sua memória são apenas suas e não dele. Ele ficou guardado dentro de você até agora e você saber que ele exista nada mudará.
- Mudará sim, Touya. – retrucou levantando-se. – Pelo amor de Deus, Touya, vá embora daqui. Eu não quero ficar com você, eu não posso ficar com você, embora eu te ame, não posso ficar com você. Vá embo...
Sua frase foi abafada por um beijo sufocante, Touya o empurrou para a parede e o prendia com seu corpo, tomando-lhe os lábios passeando com a língua e explorando a boca de seu amado Yukito.
Ele se assustou com a reação de seu amigo e sua paixão, mas assim como ele, tinha a sede de sua boca, de seu corpo e aceitou o beijo, rendendo-se ao fogo que o consumia loucamente. A voz de Yui lhe veio a mente lhe mandando repudiar Touya, mas ele não ligou. Abraçou Touya e o beijou com todas as suas forças, aos poucos foi perdendo a consciência até que desmaiou.
Touya sentia o coração disparar, beijar Yukito a força era a única forma de não deixá-lo escapar de suas mãos de uma maneira tão estúpida. Quase morreu de felicidade quando ao invés de afastá-lo, Yukito o abraçou e correspondeu a seu beijo desesperado. A aflição tomou conta de si quando sentiu os braços de Yukito folgarem-se e sua boca parar de beijá-lo, segurou Yukito que desfaleceu em seus braços, mas foi obrigado a soltá-lo quando um luz de energia o envolveu.
Uma onde de raiva invadiu o seu corpo fazendo-o tremer dos pés à cabeça quando viu Yue á sua frente. Ele mantinha os olhos fechados, flutuando um pouco acima do chão, com suas grandes asas meio abertas e os braços cruzados sobre o peito.
- Por que fez isso? – Touya perguntou em seu tom de voz calmo, mas que na verdade poderia explodir a qualquer minuto.
- Touya, você não ouviu o que ele disse? – Yue perguntou abrindo seus olhos, que fizeram a alma de Touya se congelar tamanha era a frieza presente neles. – Ele não quer você.
- Mentira. – Touya replicou com calma. – Ele me ama, assim como eu a ele e você é quem impede que nós fiquemos juntos.
- Não seja tolo, Touya. – disse Yue. – Ele sou ele e EU não amo você.
- Você... você já amou alguém Yue? – perguntou mantendo o mesmo tom de voz calmo. – Eu acho que não. Uma criatura como você, deve ser desprovida de coração e de sentimentos como o amor...
- Cale-se, humano. – falou Yue com a mesma frieza, pousando no chão. – Você não tem o direito de falar assim comigo.
Touya sorriu triunfante, então aquela criatura, então ele tinha sentimentos, então achara o seu ponto fraco.
- Devia amar Clow, não é verdade? – Touya perguntou. – Amava seu antigo Mestre?
- Isso não tem nada haver com você. – replicou Yue pousando no chão. – É melhor calar-se.
- Deixe que Yukito viva em paz. – Touya pediu. – Deixe que ele viva a vida que ele sempre conheceu. Se você já amou algum dia sabe como que me sinto. Eu te imploro Yue. – pediu Touya caindo de joelhos.
Yue lançou a Touya um olhar de nojo e completo desprezo.
- Não vou fazer o que me pede mesmo que me implore de joelhos. – Yue falou friamente. – Conforme-se em saber que Yukito é apenas uma fantasia para mim no mundo dos humanos. Ele é desprovido de sentimentos, tudo o que Yukito sente é um reflexo do que eu sinto, por isso Touya, ele não pode amá-lo.
- Mentira sua. – Touya falou com as lágrimas descendo livremente por sua face. – Ele me ama. Ele me disse que me amava.
- Adeus Touya. – disse Yue caminhando lentamente em direção a porta para sair da cozinha, Touya correu atrás dele, quando o alcançou, ele estava parado na porta de saída com esta aberta. – Vá embora e deixe-me em paz.
Touya não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Yue, o Juiz Yue, sentenciara que ele jamais teria aquele que amava, o mandava ir embora, esquecer tudo.
- Yukito...
- Adeus, Touya. – disse Yue.
Sem saber mais como agir e quase não enxergando as coisas por causa das lágrimas ele saiu, derrotado e xingando-se por não ter mais coragem para lutar contra Yue. Tudo o que ele falara... ele dissera que Yukito não tinha sentimentos, que o que ele sentia era reflexo do que Yue sentia... mas isso queria dizer que... então... será que... não podia ser, o próprio Yue dissera que por isso Yukito não podia amá-lo... mas se ele estivesse tentado esconder as coisas?.
Ele vagou pelas ruas até muito tarde, seus passos eram displicentes, sem direção para ir, sua cabeça girava e doía ainda mais quando ele pensou na possibilidade de Yue amá-lo. Isso era muito improvável, mas não impossível...
Continua...
