Parte 3: Amor Com Amor Se Paga?
Os dias se passaram e ele obedeceu as ordens de Yue, Yukito também não fazia questão de se aproximar dele e eles praticamente ignoravam as indagações das outras pessoas que perguntavam sempre se eles haviam brigado. Apesar de manterem certa distância, eram constantes as trocas profundas de olhares que as vezes duravam longos minutos. Amavam-se com os olhos e ambos sentiam uma imensa tristeza em seus corações. Touya se perguntava se suas suspeitas estavam corretas e quebrava a cabeça arquitetando como iria confirmá-la.
Finalmente teve sua oportunidade. Era uma noite chuvosa e ele chegou ensopado em casa, Sakura correu para ajudá-lo a retirar o casaco molhado, ele subiu diretamente, tomou um banho quente e deitou-se na cama, sua cabeça só tinha um pensamento: Yukito. Nos últimos dias andava mesmo pensando no que Yue lhe dissera "...Yukito é apenas uma fantasia para mim no mundo dos humanos. Ele é desprovido de sentimentos, tudo o que Yukito sente é um reflexo do que eu sinto, por isso Touya, ele não pode amá-lo." Será então que o que Touya sentira todo esse tempo era por Yue? Não queria acreditar nisso, não, sabia que a quem amava era Yukito, mesmo que eles fossem a mesma pessoa.
- Pensando em mim, Touya? – a voz de Yue invadiu o quarto de Touya e seu coração quase parou. Agora que dera a Yue os poderes que possuía, não conseguia sentir mais a sua presença quando se aproximava, isso dera a ele o quesito surpresa o que não era nada bom para Touya.
- Lendo pensamentos agora Yue? – Touya perguntou de modo sarcástico.
- Então estava mesmo pensando em mim? – Yue deixou escapar um leve tom de surpresa em sua voz e Touya levou um susto quando pensou ter visto um faiscar nos olhos dele.
Por um instante passou-lhe pela cabeça que Yue não era o ser frio que mostrava ser, ficara abalado quando falara em Clow e isso significava que o seu antigo mestre tivera mesmo uma grande importância na vida e no coração do Juiz.
- Importa-se com isso? – Touya perguntou no mesmo tom sarcástico, levantou-se devagar e caminhou até Yue que estava parado junto da janela do quarto de Touya, foi por onde entrara e de modo tão silencioso que não pode ser percebido. A chuva caia agora tão fraca que mal podia ser percebida, apenas o barulho do vento e dos passos de Touya no assoalho denunciavam haver vida no lugar.
Yue ficara estático no mesmo lugar que entrara, demonstrou surpresa ao ouvir que era nele que Touya pensava e uma sensação de conforto pousou-lhe no coração, seus olhos fecharam-se para tentar disfarçar a alegria inesperada que sentia. Quando viu Touya levantar-se e chegar perto de si sentiu que seu coração disparara, estava com medo. Com medo do que ele faria.
Touya ficou a centímetros dele, seu rosto não demonstrava nenhuma expressão e seus olhos mantinham-se frios e distantes. Era, na verdade, um disfarce, queria que Yue sentisse na pele o que era ser tratado com tamanha frieza, queria ver seus olhos implorassem por alguma reação de sua parte e agora era o seu momento de maior fragilidade e ele demonstrava isso.
- O que faz aqui, Yue? Veio me ver?
- Lógico que não. – respondeu desviando os olhos. – Vim para vigiar Sakura, as coisas estão mudando com ela, mas você deve saber disso.
- Sei, Yue. Lógico que sei. – Touya falou, mantendo o sarcasmo em sua voz. – Mas a Sakura não esta em meu quarto, e é aqui que você está.
Yue olhou para ele surpreso, parecia ter sido pego numa armadilha ou fazendo algo que não devia, estava sem saída agora. Como iria explicar-se para Touya se nem ele mesmo sabia que impulso incontrolável o levara a ir até quarto dele. Seu coração disparara, o rosto de Touya estava a centímetros do seu, já sentia a respiração dele chocar-se contra seu rosto.
Sem pensar agarrou Touya pela cintura e empurrou sua boca contra a dele, conduzindo-o em direção a cama e deitando-se por cima dele.
Touya não reagiu, deixou-se ser empurrado por Yue para a cama e abriu a boca permitindo que a língua dele invadisse a sua, mas foi só isso que fez. Ficou parado, com as pernas fechadas e braços abertos, seus olhos, também abertos não demonstravam nenhum sentimento. Apenas sua cabeça funcionava sem parar mesmo com a surpresa de ter suas suspeitas confirmadas: então Yue gostava mesmo dele, outra coisa não justificaria essa reação louca.
Yue se esfregou no corpo de Touya e ao ver que ele não reagia de modo algum a seus estímulos no corpo e nem a seu beijo abriu os olhos encontrando duas pedras de gelo a encará-lo. Levantou, afastando-se dele rapidamente como se olhasse para algo asqueroso e encarou-o de volta, agora era a raiva que tomava conta de seu corpo.
- Você o prefere, Touya? – perguntou sem alterar a voz. – Prefere uma fantasia a mim? Se pode me ter, por que o quer? Para quê? Se nós somos a mesma pessoa?
Touya levantou-se devagar e encarou-o, fitando seus olhos com o máximo da indiferença que podia possuir, Yue podia ser Yukito, mas era Yukito quem ele amava e, na verdade eles não pareciam ser a mesma pessoa.
- Porque é a ele que ele que eu amo. – respondeu friamente. – Apesar de sempre saber que Yukito não era humano, eu me apaixonei por ele. Eu queria estar ao lado dele, segurar a mão dele e cuidar dele. Era por seu sorriso que eu me derretia, sua alegria, delicadeza e inocência é que me encantavam. Por isso, apesar de tudo, é a ele quem eu amo e não me importa que ele seja o seu reflexo nesse mundo Yue, eu sei que ele me ama. Yukito pode ser, como você mesmo diz, uma fantasia, mas ele é diferente de você, ele tem calor no corpo, ele tem vida pulsando em seu corpo, diferentemente de você, que parece frio, incapaz de amar. Você fala que os sentimentos dele são um reflexo do seu, mas você pode, Yue, garanti que o amor que sente por mim não partiu dele?
Yue estava chocado com as palavras de Touya, jamais poderia imaginar que seu amor para com Yukito fosse tão forte a ponto de fazer Touya rejeitá-lo. Não conseguia acreditar que havia sido rejeitado e o pior é que fora trocado por ele mesmo. Não entendia como Touya podia amar a Yukito e não amá-lo também. Sentia-se derrotado, humilhado por si mesmo. Suas palavras foram tão duras, ele fôra tão cruel...
- Pensei que fosse ficar feliz em saber que eu também gosto de você. – ele disse baixando os olhos, as lágrimas começavam a descer e ele tocou no rosto espantado, a última vez que chorara fôra quando Clow morrera, depois disso nunca mais havia derramado uma lágrima se quer, mas não diria isso ao homem que o rejeitara. Mais lágrimas começaram a correr e ele virou de costas para Touya envergonhado. – Nem sei há quanto tempo sinto isso, só percebi que estava apaixonado por você quando me deu seus poderes, tentei então afastar-me de você, fazendo com que Yukito se afastasse. Plantei todas aquelas duvidas na cabeça e no coração dele, fazendo com que ficasse confuso com relação ao que sentia por você, mas ele continuou a amá-lo e eu também.
Touya ouvia atentamente as palavras de Yue, a tristeza em sua voz era ressonante e sem querer teve pena dele, queria lhe dizer uma palavra de conforto, mas elas não existiam, nada poderia mudar o que estava acontecendo e as palavras que dissera não poderiam ser recolhidas, até porque não era isso que ele queria.
- Naquele dia na casa de Yukito você disse que o amava e ele também lhe falou isso, foi por muito pouco que ele não se entregou a você. – Yue continuou. – Eu não poderia permitir uma coisa dessas, pois seria a confirmação que eu o amava também, o tratei com frieza para você ter raiva de mim, pensando que dessa maneira você teria raiva dele também, mas ficavam sempre se olhando e o amor entre vocês crescia a cada dia. Eu não estava suportando mais essa situação e por isso vim aqui hoje, Touya... Mas você parece ter feito a sua escolha e eu não posso mudar isso.
- Me desculpe, Yue. – disse Touya melancolicamente, a máscara de pessoa fira que usava acabara de cair, ele não via mais motivos para continuar fingindo que não tinha sentimentos, quando eles queria explodir dentro de si: ódio, rancor, pena e amor misturavam-se e ele não consegui amais ignorá-los. – Peço perdão por ter de tratado de maneira tão depreciável. Eu desconfiei que você sentia algo por mim desde o nosso último encontro, mas não podia imaginar que era tão forte o seu sentimento. Só não queria aceitar que o que Yukito sentia por mim vinha de você. Desculpe-me mais uma vez, mas é a ele, a sua fantasia que eu amo. Posso estar louco, mas esse é o meu verdadeiro sentimento.
- Eu entendo, Touya. – ele disse enxugando as lágrimas, mas a tristeza em sua voz continuava gigante. – Apenas Clow me amou como eu sou de verdade. Prefere Yukito por ele não parecer uma aberração como eu. Comigo você jamais poderia caminhar na rua, ao ir ao cinema, não é verdade? Jamais poderia fazer as coisas que um humano faz normalmente, não é Touya?
- Não. Não é isso, Yue. – Touya apressou-se em dizer, ele levantou-se e pôs as mãos no queixo de Yue, fazendo-o olhar em seus olhos. – Você é a criatura mais linda que poderia existir no mundo e eu a amaria certamente se não amasse a Yukito primeiro, mas você não é uma aberração, jamais pense assim novamente. Sinto muito, Yue, sinto muito mesmo.
Yue sorriu muito, mas muito discretamente, tão discreto que Touya não pode ver, fechou os olhos e afastou delicadamente as mãos dele de sua bochecha.
- Obrigado, Touya.– Yue disse com sua costumeira calma. – Mas isso não acalma meu coração, que doerá para sempre por causa disso. Mas eu me conformo. Não há nada que eu possa fazer. Preciso isso agora. – Ele disse afastando-se em direção a janela. – Adeus Touya.
Touya o viu pular a janela e desaparecer, deitou-se na cama e mergulhou a cabeça no travesseiro. Mudou seu conceito com relação a Yue, logo ele que parecia ser tão frio, mas se fora capaz de chorar, toda aquela aparente indiferença só servia de máscara para sua própria defesa. Não sabia o que aconteceria daqui para frente, mas desejava ter uma nova chance para amar Yukito.
- O que faz no colégio tão cedo, Yuki? – perguntou Touya de trás da árvore onde Yukito estava recostado, com ar distante e aparentemente preocupado.
- Meu Deus, Touya! – ele exclamou saltando rapidamente assustado, levando a mão ao coração. – Não me assuste desse jeito.
Faltavam mais de quarenta minutos para a primeira aula começar e a manhã estava um pouco fria, ambos vestiam casacos por cima do uniforme do colégio, apesar do impacto inicial que Touya causou no amigo, olhavam-se sérios e depois de alguns minutos Yukito baixou os olhos acabando com o contato que tinham.
- Eu posso perguntar o mesmo, não Touya? – ele disse mantendo os olhos baixos.
- Passei na sua casa e me disseram que você tinha saído mais cedo. – Touya explicou sério. – Sabia que o encontraria aqui.
- Você me conhece tão bem, Touya. – Yukito disse quase sorrindo, mas virou-se de costas, não queria olhar para o amigo, pois isso trazia imagens dolorosas em sua mente. – Mas o que veio fazer aqui?
- Vim te ver, é claro. – respondeu aproximando-se dele. Yukito recuou um pouco e se aproximou da árvore. – Yuki, ainda não terminamos nossa conversa.
Yukito virou o rosto para o lado, a proximidade de Touya se tornava incomodativa para ele que queria manter-se o mais afastado possível.
- Já disse tudo o que tinha a dizer, Touya.
Touya aproximou-se mais e encostou-o na árvore, encostando cada braço seu na arvore e de um lado da cabeça do amigo, aconchegando seu corpo no dele. Yukito permanecia imóvel, com os braços pendendo ao lado do corpo e sentindo o calor de Touya a vir esquentá-lo. Quase sem querer levantou a cabeça e encontrou os olhos de Touya a lhe devorar e seus lábios ficaram muito próximos. Touya levou lentamente sua cabeça para mais perto da de Yuki, seus lábios estavam quase se tocando...
- O que estão fazendo? – perguntou um menino com os olhos arregalados fixo nos dois. O garoto não devia ter mais de 10 anos, usava o uniforme da mesma escola que Sakura, era loirinho e com duas ametistas gigantes a encarar os dois que se separaram imediatamente.
- Nada que te interessa moleque. – disse Touya com os dentes semicerrados, pensando que se esse menino tivesse sua idade não escaparia de levar um soco no meio da cara por atrapalhá-lo na melhor hora que conseguira com Yukito. – Suma daqui imediatamente.
A ordem de Touya foi quase uma ameaça, o que fez o menino sair correndo arrastando sua mochila apavorado. Touya virou-se e viu que Yukito já ia se distanciando, aproveitara a distração proporcionada pelo garoto para escapar sem que Touya visse. Ele pegou a sua própria mochila, que abandonara antes ao chão, e correu atrás de seu grande amor.
- Yukito! – gritou, mas isso só fez com que ele andasse a passos mais rápidos, mas Touya correu e o alcançou. – Yuki!
- Não, Touya! – ele exclamou chorando. – Já disse para me deixar em paz, não me faça sofrer mais ainda.
- Você pode acabar com esse sofrimento agora Yuki. – Touya disse segurando-o pelo braço. – Basta dizer que quer ficar comigo.
- Eu não quero Touya. – ele retrucou.
- Quer sim. – Touya replicou. – Posso ver isso em seus olhos, Yuki. Diga que me ama e quer ficar comigo, por favor, Yuki.
- ME DEIXA, TOUYA. – ele gritou empurrando Touya, que caiu de bunda no chão, e saiu correndo.
Touya levantou-se e correu atrás dele mais uma vez.
- NÃO VOU! – ele gritou de volta, jogando-se no chão agarrando a perna dele, fazendo-o cair e jogando-se por cima dele. – Não vou não. JAMAIS TE DEIXAREI EM PAZ PORQUE EU TE AMO!... – ele gritou ofegando. – Eu te amo demais e não sei mais viver sem você, Yuki... Prefiro a morte a continuar vivendo sem você, meu amor.
Ver Touya chorar novamente por sua causa doeu demais no coraçãozinho de Yukito, seus braços que estavam impensados pelos de Touya no chão, deixaram de lutar e ele olhou finalmente nos olhos de Touya. Seu coração se acelerou, ele não queria mais lutar, não queria mais estar nessa luta inútil que era ignorar o amor que sentia por Touya, queria ele e seu coração, seu corpo, sua alma pedia por ele, entreabriu os lábios e pensou em parar, mas as lágrimas de Touya tocaram seus olhos e face.
- Eu... te... amo... Touya. – ele disse lentamente. Eu quero ficar com você... hoje e sempre, Touya...
"Ele disse", Touya pensou desesperado. "Ele disse que me ama," Ele dissera tudo o que Touya queria ouvir. Se fosse cardíaco teria certeza absoluta que seu coração pararia nesse momento, o momento mais maravilhoso de sua existência. Ambos sentiram que o tempo parara e o rosto de Touya desceu lentamente... devagar seus lábios tocaram os de Yukito que continuavam aberto após pronunciarem de forma tão sensual o nome de seu amado.
Os braços de Touya soltaram os de Yukito e seguraram seu rosto, sentir que o amor de sua vida devolvia o beijo de forma tão delicada o fez chorar, mas dessa vez de felicidade. Yukito o envolveu com seus braços e quando sentiu as lágrimas de Touya caírem em seus rosto mais uma vez e abriu os olhos assustados.
- Está chorando, meu amor? – perguntou espantando-se.
- De felicidade, meu amor. – Touya respondeu enxugando as lágrimas. – Sou a pessoa mais feliz desse mundo.
Yukito sorriu e quase fez Touya chorar novamente.
- Há quanto tempo não vejo seu sorriso, Yuki. – ele comentou sorrindo no meio das lágrimas. – O sorriso mais lindo do mundo, quero que sorria sempre para mim, meu amor.
O sinal tocou chamando a atenção dos dois amantes. Touya levantou-se e olhou ao redor, estava muito próximos do colégio e numa posição muito suspeita, se alguém os pegasse ali, seria o maior falatório da história da cidade. Ele olhou para Yukito que pela cara de espanto parecia pensar a mesma coisa. Levantou-se e deu a mão para ele levantar-se também.
- Touya, se nos pegassem... – Yukito falou, mas Touya calou-o com um beijo delicado nos lábios.
- Eu sei. – falou sorrindo para seu amado. – Viu como até mesmo nossos pensamentos combinam? – Ele riu alto e pegou a mão de Yukito beijando-a. – Eu te amo Yukito.
- Também te amo, Touya. – ele respondeu.
Os dois caminharam o mais juntos que podiam até a entrada do colégio, foram alvos de olhares tão indecorosos que fizeram Yukito corar intensamente. Touya olhou para ele e sorriu de sua vergonha, não era de hoje que recebiam esses olhares, a única diferença era que antes não havia nada além de amizade e amor contido, agora estavam mesmo juntos, e para Yukito era como se todo mundo já estivesse sabendo. Sorriu para ele mais uma vez e entraram na sala para assistir a primeira aula do dia.
Saíram da escola quase correndo. Era senta-feira e ambos estavam loucos pra se verem livres de tantos: " Ah! Que bom que fizeram as pazes" ou " Que legal ver vocês juntos novamente" ou "Briguinha desfeita, né?", que ouviram durante toda a semana. Embora soubessem que alguns desses comentários eram perfeitamente inocentes, outros, pelo contrário vinham carregados de malícia, acompanhados de pura perversão, que deixam Yukito morto de vergonha e Touya de muito mal-humor por tanta indiscrição.
Voltaram a pedalar devagar assim que se distanciaram da escola e viram que não havia mais ninguém a vista. Touya era só felicidade e Yukito só rubor, pedalou em direção a sua casa e convidou timidamente Touya com o olhar, este entendeu imediatamente e o seguiu.
A noite caia lentamente em frente a eles e o céu vermelho alaranjado do crepúsculo convidava os amantes para uma noite romântica juntamente com a lua quase cheia que começava a brilhar no alto.
Touya mal esperou que entrassem e agarrou Yukito num beijo selvagem e apaixonado correspondido prontamente, a vontade que sentiam do corpo um do outro manifestou-se no mesmo instante em ambos, Touya o puxou para cima fazendo-o montar em seu colo e o imprensou na parede.
- Espera, Touya. – ele disse respirando de volta o ar que Touya lhe tomara. – Vamos para meu quarto. Quero que seja especial.
Touya recriminou-se por sua ânsia e tesão desenfreados, mal pensou em seu amado e que essa seria sua primeira vez. Como pudera ser tão estúpido aponto de tentar possuí-lo de forma tão alucinada? Puxou suas pernas de volta para o alto e caminhou segurando-o até o quarto. Quando chegaram debruçou-o devagar na cama e ajoelhou-se entre suas pernas, de onde ficou a olhar seu rosto rubro de fogo e de vergonha por uns instantes.
- Perdoe-me por minha indelicadeza, Yuki. - Touya disse abaixando-se um pouco e acariciando o rosto dele. – Prometo que farei de tudo para que sinta menos dor possível, meu amor.
Yukito sorriu para ele e corou mais quando Touya levou suas mãos até seu tórax e começou a desabotoar lentamente sua camisa. Touya alisou seu peito e circulou seus mamilos com os dedos, arrancando-lhe um suspiro tímido, seus lábios pousaram de leve no lugar e sugaram delicadamente o mamilo de Yukito que gemeu um pouco mais alto e levou as mãos até o cabelo dele.
Touya subiu os beijos e lambeu-lhe o pescoço, voltando para a boca, enquanto suas mãos concentravam-se em abrir a calça de Yukito e em seguida a sua própria. Levantou-se um pouco e a retirou juntamente com sua cueca, sua avantajada ereção mostrou-se ansiosa arrancando um olhar de espanto de Yukito ao ver como era grande e grosso o membro do rapaz que amava. Touya sorriu maliciosa diante da cara de Yuki e levou as mãos a seu quadril para retira-lhe também a calça.
O pênis de Yukito também mostrou-se excitado, mas era menor do que o de Touya, este desceu da cama e começou a beijar o pé de seu amado, enquanto sua outra mão acariciava a outra perna subindo no mesmo ritmo que sua boca, logo estava entre as coxas de Yukito e lambia-lhe a virilha de um lado e outro fazendo carinho em suas pernas.
Yukito gritou de prazer quando Touya começou a chupar seus testículos e segurar seu pênis, voltou a boca para o umbigo de Yuki enquanto bombeava com as mãos o membro pulsante de seu amado, fazendo movimentos de vai e volta, arrancando-lhe mais e mais gemidos de prazer. Quando sua mão foi molhada com o pré-gozo de Yukito ele desceu e abocanhou o membro, chupando-o com força, fazendo o membro entrar e sair de sua boca, até que foi inundada com o sêmem de seu amado.
Esperou alguns segundos para Yukito recuperar-se do orgasmo e fez com que ele levantasse as pernas, deixando a pequena entrada a mostra em sua frente. Yuki corou muito quando Touya sorriu marotamente e mais ainda quando este cuspiu parte de seu próprio sêmem na entrada de seu ânus e enfiou a língua ali no meio.
Touya retirou a língua da entrada de Yuki e enfiou um dedo, arrancando outro grito dele, que nesse momento apertava tanto os lençóis a ponto de quase rasgá-los tamanha era a força empregada por causa do prazer misturado a uma pequena dor que sentia. De repente um pensamento aterrorizante tomou conta de sua mente e fez um arrepio percorrer-lhe o corpo: o membro de Touya iria entrar em seu corpo, se apenas um dedo lhe causava dor, imagina todo o pênis de seu amado?
- Touya, para! – ele gritou tremendo o corpo.
Touya olhou para ele e sorriu-lhe quando leu em seus olhos o medo que sentia. Retirou o dedo e deitou-se por cima dele, beijando seus lábios com carinho.
- Não precisa se preocupar, meu amor. – disse calmamente. – Já não disse que não permitirei que sinta muita dor? Não poso dizer que não vá sentir nenhuma, mas farei que sinto a menor possível e que isso seja muito prazeroso para você.
Yukito balançou a cabeça concordando e foi beijado novamente, dessa vez com mais vigor e sentiu o pênis duro de Touya tocar-lhe as pernas. Touya foi descendo sem retirar os lábios do corpo de seu amado e suas mãos voltaram a passear na entrada dele, enfiando agora dois dedos no lugar.
- Seu sêmem servirá para deixar mais confortável a entrada, meu amor. – explicou enfiando o terceiro dedo.- Confie em mim...
- Ah!...Eu... confio... ah! ah! – disse entre gemidos. – Eu confio... meu amor.
Touya retirou os dedos ao sentir que ele parecia pronto, o envolveu pela cintura e deitou-se por cima dele devagar puxando seu quadril um pouco para cima. Posicionou o pênis na entrada dele e começou e penetrá-lo muito vagarosamente. Sentiu o corpo de Yukito contrair-se assim que sua glande entrou e o beijou no pescoço.
- Calma, meu amor. – sussurrou beijando-lhe a face e os olhos que fecharam-se com a dor que sentiu. – Relaxe que vai ficar bom, meu amor.
Yukito abraçou-o com força e tentou seguir as instruções de seu amado amante, gritou de dor quando mais da metade do membro de Touya o penetrou. Touya beijou uma lágrima que escorreu de seu olho e pensou em desistir, mas quando começou a retirar o pênis Yukito o segurou pelas nádegas.
- Não, Touya. – ele disse depressa. – Eu quero...
Touya o beijou na boca abafando um último grito quando entrou todo nele, ficou parado por alguns instantes e quando a cara de dor de Yuki diminuiu, ele começou a mover-se devagar, primeiros fez movimentos circulares com o pênis e depois começou movimentos de entra e sai.
Assim que a dor diminuiu, Yukito concentrou-se em prestar atenção nos movimentos de Touya, logo que a dor praticamente sumiu uma onda de prazer passou a subir por seu corpo e então começou a acompanhar os movimentos do amante.
Quando viu que Yukito já sentia-se bem, Touya aumentou os movimentos e as estocadas dentro dele. Os dois começaram a gemer com um prazer intenso ao finalmente consumar inteiramente o amor que sentiam um pelo outro, enfim eram um só; corpo, alma e coração, encontravam-se e fundiam-se com a volúpia dos dois amantes.
Yukito apertou mais Touya contra si ao sentir que estava perto de alcançar seu clímax e o sentiu empurrar-se mais contra seu corpo. Gozaram juntos, com Yukito espirrando sêmem em seu próprio abdômen e no de Touya, enquanto este o preenchia com toda a prova de sua paixão.
Os amantes arquejaram abraçados e assim continuaram por muitos minutos, quando Touya fez menção de retirar o pênis, Yukito sorriu malicioso e balançou a cabeça negativamente, seu amor largou o pênis mesmo amolecido ali. Cansados continuaram juntinhos sem querer soltar-se nunca mais, sentindo que se o mundo acabasse naquele exato instante era assim que queriam morrer: fundidos num só.
- Te amo, Yuki. – Touya disse deitando a cabeça no peito de Yuki.
- Eu também te amo, Touya. – ele disse sorrindo para seu amado. – Eu te amo muito, muito, muito.
Touya levantou a cabeça e beijou-o na boca, chupando a língua e Yukito e saboreando cada parte dos convidativos lábios de seu amado amante.
Yukito sentiu seu coração bater acelerado, exalando felicidade. Estar ali com Touya era a coisa mais maravilhosa que podia acontecer. Apesar de tudo, uma sombra de dúvida pairava em seu coração, que amava Touya, não era dúvida alguma, e agora tinha certeza também que ele o amava também. A dúvida mesmo era se Touya amava a ele ou a ao outro, e se de alguma forma ele podia exercer uma fascinação tão grande em seu amado, para fazê-lo sentir esse desejo tão louco, esse amor tão desesperado.
Fechou os olhos tentando espantar esses pensamentos que amarrotavam sua felicidade. Suspirou cansado e percebeu que seu amado já dormia em seu peito, acariciou-lhe o cabelo e também agarrou no sono. Não deixaria nunca mais que nada atrapalhasse seu amor para com Touya.
FIM
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Terminei! Nossa fazia tempo que eu queria fazer uma fic assim com Touya x Yukito. Tenho que dizer, meu primeiro casal Yaoi, antes mesmo de que saber o que era Yaoi (só tomei conhecimento de Yaoi em outubro de 2003 OO! ). Essa fic eu tenho essencialmente na cabeça desde que eu assistia a série em 1999/2000; dei nela mais importância à Yukito do que à Yue, pois ultimamente tenho lido muita fic de Card Captor Sakura que praticamente ignora os sentimento do pobre Yuki em detrimento do Juiz Yue.
Bem espero que tenham gostado... Onegai, me mandem comentários, eu já estou desestimulada a escrever por não recebê-los e estou a ponto de entrar em depressão por causa disso. Please, comentem mesmo que pra dizer que achou ruim ou onde devo melhorar... por favor, gente!
Beijinho à todos!
