Capítulo Um – A Família McPearson
Sentada embaixo de uma árvore uma garota lia, concentrada e pensativa, um poema. A garota se apertava um pouco, estava com frio; o vento era gélido e indicava que em menos de um mês o outono reinaria. Um garoto alto e com os cabelos loiros platinados se aproximava.- Paris? – ele chamou. A garota resmungou dando a entender que estava ouvindo. – Chegou um bilhete de seu pai.
- E o que dizia? – ela perguntou enquanto colocava o pergaminho que lia ao seu lado.
- Ele viajou... A mando do Ministro. Disse que iria resolver alguns negócios em Bruxelas. Fica na Bélgica, não é muito longe.
- Eu sei onde isso fica seu idiota. Avisou quando volta?
- Idiota?! – ele perguntou erguendo as sobrancelhas.
- Ah, eu estava brincando, Draco – ela disse impaciente. – Meu pai avisou quando volta?
- Ele disse que queria chegar a tempo de se despedir de você antes de irmos pra Hogwarts. Parece que ele queria te desejar boa sorte, afinal, é seu último ano lá.
- Assim espero – ela disse rindo.
- Ah, você é inteligente, não tem porque ficar com essa frescura achando que pode repetir o ano.
- Ai... Último ano. Estranho, antes eu não via a hora de acabar os estudos, parecia que os anos demoravam décadas para passar... E agora parece que foi tão rápido.
- Argh... Pra mim não está passando tão rápido assim. Bom, voltando ao assunto. Meus pais falaram que você vai ficar na Mansão conosco. Amanhã iremos ao Beco Diagonal comprar o material.
- Tudo bem. Er... Mas eu não tenho dinheiro... Tenho, mas não é o suficiente.
- Ai – disse Draco fingindo impaciência -, depois eu é que sou idiota não é?! Se seu pai não mandou dinheiro meu pai paga, afinal, é seu padrinho... E mesmo que não fosse, meus pais te adoram, com certeza pagariam.
- Ah, pode confessar, você também me adora. Só tem medo de admitir – ela disse rindo.
- Isso não merece uma resposta. Vamos.
- Draco, ultimamente você está tão estressado, sabia?! Acho que isso é falta de uma namorada. Hummm... – ela pensou um pouco – Me parece que a Pansy é bem chegada em você... O que me diz, hein?
- Te digo pra calar a boca e andar logo, estou com pressa – ele disse arrastando Paris pelos braços.
- Aqui está! – disse Draco à sua mãe mostrando Paris.- Bom dia, Paris, como vai? – Narcisa a cumprimentou.
- Estou bem, obrigada Sra. Malfoy.
- Você não se acostuma à me chamar de Narcisa, não é mesmo?!
- Se em 17 anos não aprendeu, não vai ser agora que ela irá mudar – disse Lúcio entrando na sala, que conseguiu fugir de Azkaban há pouco tempo junto com os outros comensais. – Além disso, ela mostra respeito se referindo a nós como Sr. e Sra.
- Bom dia, Sr. Malfoy. Er, desculpe a pergunta, mas, quando o senhor veio pra casa? Não deveria estar escondido? Afinal, praticamente o ministério inteiro está atrás do senhor.
- Bom dia Paris. Eles já 'revistaram' a mansão algumas vezes e não crêem que eu estou aqui, além do mais, um dia em casa não trará suspeita. Draco já te avisou sobre seu pai?
- Sim, acabou de avisar.
- Certo... Acabamos de receber outra carta, é uma autorização para você levar a Gringotes amanhã e pegar dinheiro no cofre.
- Vocês vão ao Beco Diagonal amanhã bem cedo – disse Narcisa. – E eu vou à Travessa do Tranco, preciso comprar algumas coisas... E vender outras.
- Ah, mas porque não podemos ir também? – perguntou Paris meio indignada. – Vocês nunca me levaram lá, e se depender do meu pai, afz, ele vive trabalhando, então não tem tempo.
- Porém, você sabe que se seu pai não trabalhasse dificultaria as coisas para o Lord das Trevas...
- É, eu sei, eu sei... O Lord não teria tantas informações assim. Eu entendo isso... Eu acho.
- Não reclame, Paris – disse Narcisa. – Quando conhecer Voldemort verá que vale o esforço.
- Só aceitarei se ele me deixar ser uma Comensal – ela respondeu rindo. – Será que tenho chances?
- O Senhor das Trevas aprecia a lealdade da sua família, o sobrenome McPearson é muito honrado no nosso mundo - começou Lúcio. – Além do mais, o fato do seu pai trabalhar no Ministério e da sua mãe ter sido uma Comensal, muito honrada por sinal, lhe dá créditos a mais.
- Tenho certeza de que terá sua chance, Paris – disse Narcisa, - você é muito astuta, e esperta e Voldemort sabe reconhecer isso nos seus seguidores.
- Espero que sim – ela disse um pouco agitada. – Draco já tem seu lugar praticamente garantido, não?!
- Sim. Como sabe, sou bem mais inteligente que você e ele já percebeu isso – disse Draco zombando de Paris.
- Pena que não basta ser apenas inteligente, não é, Draco?! Você pode ser inteligente, porém tem que ser esperto. E isso, bom, não vamos discutir – ela disse rindo.
- Chega, parem os dois – disse Lúcio. – Já está resolvido, amanhã cedo vocês vão ao Beco Diagonal e Narcisa vai à Travessa do Tranco, e sem reclamações – ele adicionou ao ver Paris abrindo a boca. – Draco, vá até a casa de Paris para ajudá-la a trazer seu malão e o que mais for levar para Hogwarts.
- Você já foi na Travessa do Tranco, não é?! – Paris perguntou a Draco enquanto os dois entravam em seu quarto.
- Sim, algumas vezes – respondeu meio indiferente.
- Tem muita coisa? O lugar é legal? – ela perguntou parecendo uma criança.
- Bom, não pude ver direito, você sabe que meu pai não gosta que eu saia por aí sozinho ou que mexa nas coisas... Então só vejo o que ele compra... Essas coisas você sabe o que são.
- Ah. É verdade. Mas ele faz isso por cautela... Imaginem o que não iam falar se encontrassem dois Malfoy em um lugar que só vende artefatos de Magia Negra?! Um prato cheio para aquele santo da cicatriz encher o seu saco.
- Argh – Draco fez uma careta. – Não quero estragar meus últimos dias de férias pensando no Potter.
Paris riu quando viu a cara que Draco fez. Depois colocou em seu malão suas vestes, livros, pergaminhos, penas, tinta e algumas – para não dizer quase todas - parafernálias.
- Ai... Me ajuda aqui, Draco – ela estava sentada em cima do malão... Já que o mesmo não fechava, estava completamente estufado. Draco começou a rir. – O que há de engraçado?!
- É apenas engraçado... Porque mulheres levam tanta coisa dentro de uma mala? Depois reclamam que não conseguem carregar. Você está levando praticamente seu quarto inteiro.
- São apenas coisas necessárias – ela disse, pulando sentada na mala.
- Eu não entendo isso - ele disse apontando para alguns cremes de beleza que ela carregava – como algo necessário.
- Mas são! Se você fosse mulher entenderia. Porém homens são estúpidos demais para poder entender algo tão simples assim e eu não vou gastar energias te explicando isso.
- Claro, se sobrar alguma energia em você depois de conseguir fechar esse malão.
- Cala a boca e me ajuda aqui – ela disse emburrada. Draco a tirou de cima da mala, colocou seu pé forçando a mala a se fechar e puxou o zíper. Ele virou para ela e sorriu com o canto da boca.
- Não fala nada! – Paris disse emburrada. – Ah, minha Firebolt não está muito boa – ela comentou enquanto ia pegar a vassoura. - Tão velha. Você viu a Quickeagle? Bem que eu queria uma daquelas... Mas meu pai não teve nem tempo de me ouvir pedindo.
- Você sente falta de tê-lo em casa sempre ao seu lado, não é mesmo?!
- Ah... De vez em quando. É porque é muito estranho ser a única mulher da casa. Minha mãe foi para Azkaban quando eu tinha apenas um ano de idade; quase dois... Meu pai só tinha experiência em criar homens – ela sorriu. – Foi difícil para ele e meus irmãos me criarem o mais feminina possível – ela riu.
- Parece que não deu tão certo assim... – Draco comentou.
- Hei, olha lá como fala.
- Eu estava brincando, Paris. Se bem que, se você ainda não percebeu, você joga Quadribol melhor que os garotos... Sem contar que uma vez você derrubou o Crabbe com uma porrada, lembra?
- Ele que é mole demais. E, eu cresci jogando Quadribol com meus irmãos, você sabe muito bem disso. Bom, vamos logo pra sua casa... Estou com fome.
- Não está esquecendo de nada?!
- O quê? – ela disse olhando em volta... – Oh, Toula, me desculpe – ela pegou a gaiola da sua coruja parda, sua vassoura e entregou para Draco.
- Não quer que eu leve o malão? Está pesado.
- Não precisa, obrigada – ela segurou o malão junto de si, virou nos calcanhares e desaparatou.
- Grr. Ela anda extremamente folgada só porque agora tem permissão para aparatar e desaparatar – disse Draco enquanto começava a descer as escadas da Mansão McPearson.
A garota aparatou no jardim da Mansão Malfoy, pois, um fato conhecido por todos é que a Mansão é protegida por um feitiço anti-aparatamento. Paris segurou firme na alça de seu malão e o arrastou – com o maior esforço possível – para dentro da mansão.
Mais ou menos 10 minutos depois Draco chegou carregando a Firebolt de Paris e Toula, sua coruja.
- Obrigada, Draco – ela agradeceu sorrindo.
- Draco? – eles ouviram Narcisa chamando. – Leve Paris para o quarto dela.
- Já estou indo! – ele gritou de volta. – Vamos! Mas que barulho é esse? – Draco se virou e viu Paris arrastando o malão.
- Não me olhe assim, seu idiota, a mala é pesada, eu estou cansada e não vou agüentar carregá-la sozinha...
Draco sorriu zombando, tirou a varinha do meio das vestes e com um simples movimento fez o malão flutuar ao lado da garota.
- Sem... Uma... Palavra... Draco – ela disse pausadamente. Sabia que Draco iria zombar dela por não ter feito logo este simples feitiço.
Paris pegou a vassoura e a coruja e foram na direção do andar onde ficam os quartos.
Depois de colocarem tudo de Paris no cômodo, eles desceram para almoçar. Após o almoço, enquanto estavam sentados na sala de estar conversando, Lúcio os avisou que no jantar daquela noite eles teriam dois convidados, então era bom estarem bem vestidos.
Eles passaram a tarde na sala conversando... No geral sobre Lord Voldemort, Comensais e Magia Negra. Quando faltavam duas horas para o jantar, Narcisa pediu que Draco e Paris subissem para tomar banho e se vestirem.
- Quem virá aqui, Draco? – ela perguntou enquanto subiam as escadas.
- Eu não sei. Provavelmente Comensais... Meu pai não seria louco o suficiente para trazer alguém do Ministério aqui em casa, afinal...
- Sim... Mas, não é arriscado? Digo, seu pai está foragido, grande parte do Ministério está procurando por ele e se por acaso descobrem sobre esse jantar... Não é perigoso?
- Eu diria que sim – respondeu Draco pensativo, - porém meu pai sabe o que faz e eu não questiono.
Quando Paris terminou de tomar seu banho, lembrou-se de que não tinha nenhuma roupa para a ocasião dentro de seu malão. E que não poderia nem ao menos abrir o malão, caso contrário não conseguiria mais fechá-lo. "Mas que droga!" Resmungou para si mesma. Ouviu passos vindo de seu quarto e se assustou. "Quem estará aqui?!".
- Draco?! – ninguém respondeu. – Sra. Malfoy? Aliás, Madrinha?! – nada. Ela saiu da banheira, se enrolou na toalha e foi andando cautelosamente até o quarto.
Ela gritou assustada, porém era apenas Rob, o elfo-doméstico. – Você é louco? Quase me mata de susto?! – ela esbravejou.
- Perdoe Rob, Srta. McPearson, por favor... Vim porque a Sra. Malfoy mandou este vestido para a Srta. usar hoje no jantar. Por favor, perdoe Rob, não fale nada para a Sra. Malfoy.
- Por Salazar, eu quase tive um treco – ela começou a rir... De nervosismo. – Tudo bem.
BACK! A porta abriu com força e Draco entrou só de calças no quarto.
- O que aconteceu, Paris? Eu ouvi você gritando! – ele perguntou desesperado.
- Nada... Sua mãe disse para Rob vir aqui e colocar este vestido em cima de minha cama, e eu me assustei, só isso.
- Elfo imprestável! – disse Draco olhando com desprezo para Rob.
- Perdoe-me, Sr. Draco Malfoy – disse Rob se curvando, - não era a intenção de Rob assustar a Srta. McPearson.
- Saia logo daqui, elfo! – gritou Draco. E o elfo saiu assustado. – Pensei que tinha acontecido algo com vo... – Draco parou de falar. A garota o olhou intrigada, e depois entendeu o porque ele parou de falar... Ela estava de toalha parada ali, bem na frente de Draco.
- Sai daqui, Draco! – ela gritou.
- Ah, não foi por nada, viu. Eu venho aqui para ver se está tudo bem com você, já que a Srta Problemática aí soltou um grito, você não me agradece e ainda me expulsa.
- Desculpa, mas saia... Eu estou nua... Tenha dó. Saia para eu me trocar – ela disse muito corada.
- Argh! – resmungou um Draco muito aborrecido saindo do quarto. – Vai entender essa aí!
Quando Draco fechou a porta ela tirou a tolha, secou seu corpo e foi se trocar.
- Nossa! – ela exclamou ao ver o vestido em cima de sua cama. – É lindo.
O vestido que Narcisa tinha lhe mandado era maravilhoso. Ela o vestiu. Era muito macio... Um vestido azul petróleo, ela não fazia idéia de que pano seria aquele, mas adorou. Ia um palmo abaixo do seu joelho... Alças finas e delicadas que faziam um belo contraste com sua pele tão branca e seus olhos verdes. Nas costas um pequeno zíper quase que impercebível, e um decote em V, deixando uma parte de suas costas despidas. Também havia uma sandália em cima da cama... Preta, salto alto fino e muito delicada, com finas tiras.
- Droga de zíper – ele estava emperrado. – Fecha! Fecha! Fecha! Bateram à porta... - Cacete! Era o que faltava – resmungou. – Quem está aí? – perguntou mal- humorada.
- Paris? Está pronta?!
- Ah, Draco. Quase... Entre aqui.
- Pra quê? Não vai me expulsar dessa vez não é?!
- Há-há. Muito engraçado, Draco... É sério, entre aqui.
- O que você quer? – ele perguntou enquanto entrava. Draco usava um terno verde escuro de veludo, uma camisa verde em um tom mais claro e sapato preto... Não avistou Paris – Cadê você?!
- Aqui! – ela disse saindo do banheiro.
- Fala o q... Nossa. É você mesma? – ela perguntou ao vê-la com o vestido que Narcisa mandou.
- Pára com isso, sem ladainhas pel'amor de Merlin.
- Não vou caçoar de você. É que... Você está tão diferente... Está... Está muito bonita com esse vestido... E... Você entendeu.
Ela sorriu maliciosamente arqueando a sobrancelha direita.
- Não, querido, não estou muito bonita, eu já nasci assim, estou apenas ressaltando minha beleza – ela analisou Draco da cabeça aos pés. – Só me lembro de ter visto você vestido assim em duas ocasiões. O baile de Hogwarts no ano do Torneio Tribruxo e naquele jantar que seus pais deram ano passado, com os Comensais reunidos.
- É... Não gosto muito dessas roupas. Acho que fico...
- Bonitinho – ela completou. Draco a fitou.
- Admita, McPearson! Está apenas com vergonha de dizer... Me acha lindo – disse sorrindo maliciosamente.
- Se você pensa assim, não vou contrariá-lo – Paris deu de ombros.
- Pra quê queria que eu entrasse aqui?
- Oh. Aqui – Feche o zíper pra mim, não consigo, parece emperrado... – Draco aproximou sua mão do zíper e Paris deu um passo para frente. – Calma, só quero avisar pra tomar cuidado com onde coloca a mão... Se derrubei Crabbe não será difícil te derrubar também.
Paris sentiu um leve arrepio percorrer suas costas quando Draco encostou a mão fria em seu corpo quente.
- Você é gelado demais, Draco – ela disse antes que ficasse sem graça.
- Cala a boca e não me enche... Sempre fui assim e você nunca reclamou... Pronto, o zíper está fechado, agora vamos.
- Calma... Vou prender meu cabelo... – Paris fez um penteado simples... Um coque firme e alguns fios soltos na frente e na nuca. Em seguida passou um batom claro, quase não se percebia e depois um pouco – na verdade um muito – de perfume. – Agora vamos!
- Oh, o vestido ficou maravilhoso em você, Paris – disse Narcisa quando Paris e Draco chegaram na sala.
- Hum. Está muito bonita, Paris – disse Lúcio Malfoy. – A última vez que a vi tão bem arrumada... Aliás, a primeira vez que a vi arrumada, foi naquele jantar que Narcisa e eu demos no ano passado.
- Lúcio! – Narcisa advertiu. – Isso não é coisa que se fale a uma mulher.
- Mas é verdade, o que posso fazer?! – ele respondeu sinceramente.
- Tudo bem... Eu não ligo pra isso.
- Está vendo o que perde, Draco?! – Lúcio disse olhando para o filho.
- Não começa, pai!
- Argh. Porque vocês insistem tanto nisso hein?! – Paris perguntou emburrada se jogando no sofá ao lado de Lúcio. Draco fez o mesmo. – Isso é muito chato. Estão cansados de saber que isso nunca daria certo.
- Primeiro que chatos são vocês dois – respondeu Narcisa. – E segundo vocês não sabem se daria certo ou não já que nunca tentaram.
- E nem vamos tentar – completou Draco.
- Não seja tão precipitado, Draco... – disse Lúcio.
Depois que jantaram, Lúcio pediu para Draco e Paris subirem.
- Er, Draco? – ela chamou envergonhada.
- O que você quer? – ele perguntou cansado.
- Você... Você pode ficar no meu quarto?! Só um pouco.
- Porquê?!
- Você sabe que não consigo dormir se estiver sozinha aqui... Não sei por quê, mas sempre lembro da minha mãe.
- Tudo bem, eu fico, apesar de achar que é somente frescura sua.
Eles deitaram na cama e ficaram conversando por um bom tempo, até que adormeceram, sem ao menos tirarem as roupas que usaram no jantar.
Passados 10 minutos, Paris acordou assustada e ofegante.
- O que aconteceu?! – perguntou Draco assustado, acordando também.
Paris esfregou os olhos e sentou-se na cama.
- O mesmo sonho de sempre... Minha mãe, com o rosto pálido e ossudo, olheiras profundas e levando o Beijo do Dementador – os olhos de Paris lacrimejaram. – Está vendo só, Draco?! Eu não disse? Não consigo dormir aqui, eu sempre sonho com o dia em que minha mãe foi morta – os olhos da garota lacrimejaram. Draco riu. – Qual é a graça nisso, Draco?! – ela perguntou rouca e um pouco emburrada.
- Você é a graça, Paris.
- Porque eu?! O que eu fiz?
- Eu apenas acho engraçado o fato de você tentar ser tão durona com todos que conhece quando, na verdade, é frágil como uma inocente criança.
- Como ousa dizer que sou frágil? – ela estava alterando o tom de sua voz. – Isso é completamente patético, Malfoy! Além do mais, isso não tem nada a ver com ser forte ou não... Se quando você fechasse os olhos tivesse flashes de sua mãe recebendo O Beijo, entenderia bem do que falo.
- Calma. Não precisa ficar brava. - Bah! – ela ficou de costas para Draco, porém ele percebeu que ela não estava brava, virou-se apenas para esconder que chorava. O garoto sentiu-se um tanto culpado.
- Ora, Paris, você sabe que não falei por mal... – ele disse colocando a mão no ombro da garota, com intenção de virá-la de volta pra ele. E antes que Draco pudesse perceber, Paris o estava abraçando. Ele ia se desvencilhar da garota... Porém gostou, aquilo era confortável... E ele estava gostando de abraçar um corpo tão quente e frágil como o dela estava naquele momento.
- Draco? – ela chamou rouca, tentando esconder qualquer sentimento. – Fique aqui até eu dormir, só até eu dormir.
- Tudo bem... Eu fico até a hora que quiser... É só ficar calma.
Paris continuava chorando... Então ela escorregou, deitando-se na cama; Draco fez o mesmo, e ela ficou segurando a mão dele. Na manhã seguinte eles ouviram Rob bater à porta para avisar que tinham que acordar. Ela ainda estava segurando a mão de Draco; que agora estava quente. Paris sorriu docilmente.
- Obrigada – agradeceu fitando Draco. Ele sorriu. – Não se acostume a me ver agradecendo por algo garoto! – ela acrescentou rapidamente.
- Por Salazar – eles ouviram Lúcio gritando, – mande-os descerem logo!
- Vamos – disse Draco soltando a mão de Paris, - é melhor irmos antes que meu pai suba aqui.
Draco foi para o seu quarto. Paris escovou os dentes, se trocou – depois de alguns segundos pulando no malão tentando fechá-lo, pensou em como estava sendo estúpida... Afinal, pra que servia sua varinha?! – e depois desceu. Draco já estava lá.
- Mudaram de idéia, hein?! – perguntou Narcisa sorrindo.
- Do que está falando? – Draco estava sem entender nada.
- Você e Paris. Dormiram no mesmo quarto ontem.
- MÃE! – gritou Draco.
- Não grite com sua mãe, moleque! – advertiu Lúcio.
- Desculpe. Mas como podem pensar uma coisa dessas?! Eu fiquei lá porque a Paris não conseguia dormir direito. Ela sonhou novamente com sua mãe.
- Como foi o sonho? – perguntou Narcisa interessada.
- O mesmo de sempre – Paris respondeu inquieta.
- Ela recebendo o Beijo?! – perguntou Lúcio.
- Sim. Não sei porquê, mas sempre que durmo aqui sonho com isso.
- É estranho – disse Narcisa. – Não tem algo aqui em casa que a faça lembrar de sua mãe?
- A Senhora. Sempre que a olho lembro de minha mãe.
- É, pensando bem – começou Lúcio, - são mesmo parecidas. Só que o cabelo de sua mãe era escuro como o seu. - Sim... Deve ser por isso – respondeu Paris sorrindo.
A mãe de Paris, Margareth DeLowe McPearson [DeLowe era seu nome de solteira], fora uma Comensal da Morte, muito honrada por, na época de maior poder de Lord Voldemort, bolar planos mirabolantes para acabar com os sangue-ruins e traidores da época. Logo após a abstinência de poder de Lord Voldemort, ela foi capturada, junto com outros Comensais e mandada para Azkaban. Pouco tempo depois, Margareth McPearson recebeu O Beijo do Dementador. Paris era muito nova quando isso aconteceu, mas tem flashes em sua memória do desespero de seu pai e irmãos por causa do ocorrido. No começo fora muito difícil. Conseguiram superar, mas não por inteiro... O pai de Paris, Paul William [Bill] McPearson, trabalha no Ministério da Magia, no Departamento de Mistérios, assim, passando muitas informações para Voldemort. Além de Paris, ele tem mais três filhos; Gregory, 23 anos, que joga Quadribol profissional na Irlanda. Ashton, 20 anos, que tem uma loja de artefatos de magia das trevas na Holanda. E Frederick, 19 anos, que ainda não sabe o que quer da vida, portanto, não trabalha e vive às custas de seu pai.
- Eu estou com fome – resmungou Draco.
- Sim, vamos tomar café – disse Narcisa acenando para os elfos trazerem a comida. – Assim que terminarem de tomar o café da manhã, vocês dois vão para o Beco Diagonal.
- Porque você não vai junto conosco – perguntou Paris – já que têm que ir à Travessa do Tranco?
- Eu vou um pouco mais tarde. Lúcio irá embora hoje, logo cedo, e depois disso eu vou à Travessa.
- Certo... Bom, creio que não verei o senhor tão cedo, não é mesmo? – perguntou Paris referindo-se a Lúcio. – Já que Draco e eu voltamos amanhã para Hogwarts.
- Eu não estaria tão seguro disso, Paris – disse Lúcio sabiamente. Paris arqueou as sobrancelhas e o encarou como se perguntasse o que ele estava planejando.
Logo que terminaram de tomar o café da manhã, Draco e Paris dispararam para o Beco Diagonal. Paris passou no Banco Gringotes, pegou dinheiro e depois foram comprar os materiais.
- O que você tem que comprar? – perguntou Draco tentando olhar a lista de Paris.
- Um monte de coisas... Livro disso, livro daquilo, mais penas, pergaminhos, o professor de DCAT quer que compremos um diário para anotar nossos sonhos...
- Ah, ele pediu isso pro sexto ano também – disse Draco analisando a lista de materiais.
- Ah, antes, vamos até a loja de artigos para quadribol... Quero te mostrar a Quickeagle – e saiu arrastando Draco pelo caminho.
Paris parou na vitrine e ficou olhando, completamente bestificada para a vassoura.
- É linda não é, Draco?! – ela perguntou toda boba.
- Hum. Na verdade é mesmo. Lançaram quando que eu não fiquei sabendo?!
- Tem mais ou menos uma semana. E é por tempo limitado, apenas enquanto durar o estoque de vassouras... Mas poucas pessoas vão comprar, custa 4.000 galeões.
- Aqueles dali são uns que só vão ficar olhando – disse Draco rindo e olhando para dentro da loja. Paris virou-se para olhar... Harry Potter, Ronald Weasley, Gina Weasley e Hermione Granger estavam do lado de dentro da loja, parados em frente ao estoque de vassouras. Potter e os dois Weasley estavam babando em cima das vassouras, e Hermione estava resmungando em um canto perto deles.
- Aproveite para olhar bastante, Weasley! – disse Draco sarcasticamente enquanto entrava na loja e se aproximava deles. – Pelo menos isso é de graça.
- Cala a boca, Malfoy – disse Potter virando-se.
- Uhh... Ele vai defender sua namoradinha, bem que eu achei que tinha algo a mais nessa amizade.
- Estranho saber pronunciar a palavra amizade Malfoy – disse Rony, - já que não tem nenhuma. Só consegue amigos por causa do dinheiro do seu pai.
- Estranho é você saber pronunciar a palavra dinheiro, Weasley – disse Paris entrando na loja, - já que você não vê nem a cor.
- Vamos embora – disse Granger segurando Weasley para não avançar em Draco e Paris. – Não vamos estragar o nosso dia perdendo tempo com dois Sonserinos.
- Verdade... – disse Draco. – Seria honra demais para uma sangue-ruim Grifinória.
Harry Potter saiu olhando para Paris... Não entendia porque, mas mesmo ela sendo uma Sonserina, ela a achava linda e sempre ficava assim quando a via.
- Ah, Potter? – Paris chamou docilmente. Ele olhou estonteado. – Não se esqueça...
- Esquecer o quê? – ele perguntou.
- Que vocês são perdedores e nós vamos ganhar de vocês no Quadribol – disse Paris rindo. – Afinal, este ano eu entro no time – Draco riu e Potter virou as costas e saiu da loja.
Depois que compraram o material escolar foram à sorveteria esperar Narcisa Malfoy para irem embora.
N/A: hum, nem sei o que escrever aqui o.o'... enfim, é a segunda fic que escrevo, porém a primeira que escrevi é tão ridícula que eu desconsidero ¬¬' sim, como devem estar pensando, eu sou Sonserina, e com orgulho! ... humm, os agradecimentos e beijos especiais, certo? sim... à Rita, claro, por betar a fic pra mim '... à Diana Prallon, por ter indicado a Rita pra mim... Luna, Siryn, Maya, Mari {que me deu as idéias para os nomes XD}, Tati {AngelB}, Anna, Lux, Panin, Defeca, Ana B. Borguin, Gra P. Malfoy, Aline Malfoy e Lolo {todos estão participando da fic o/}... e por fim, mas não menos importante, para quem está acompanhando a fic {okie, eu sei, ainda é o primeiro capítulo, rs, então, pra quem vai acompanhar, certo? hehe}... e por favor, deixem reviews! digam se estão gostando ou não, se eu deveria mudar, acentuar ou qualquer outra coisa durante a história, okie? e caso alguém queria conversar comigo, meu MSN é o malfoyginnyhotmail.com ...
