Na
manhã seguinte, logo que o café foi servido, Dumbledore
levantou-se para dar um aviso. Paris viu que muitos alunos estavam
olhando atentos para a mesa dos professores, porém achou sua
torrada mais interessante, afinal, a fome era grande, e a mesa cheia
de comida muito mais convidativa naquele momento.
- Todos devem
estar curiosos para saber quem é esta senhorita ao meu lado. –
disse Dumbledore sorrindo; então fez sinal para ela se
levantar.
Uma mulher de 27 anos, cabelos loiros platinados, e um rosto muito bonito. Usa vestes largas: uma calça azul marinho e um suéter preto.
- Como sabem – Dumbledore continuou, - há alguns anos temos dificuldade em manter um professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Foi difícil encontrar um candidato à vaga, pois todos conhecem os casos dos últimos cinco professores. Portanto, agradeço de todo o meu coração, a esta senhorita, que apesar de conhecer os fatos que acompanham o cargo, aceitou vir lecionar em Hogwarts, professora Anne Munro! – Dumbledore bateu palmas, e foi seguido por uma saraivada vinda de todas as mesas.
Paris
e Draco engasgam ao ouvir o nome da professora, e começam a
tossir descontroladamente. No instante seguinte, Paris joga sua
torrada no prato, e cerra os olhos para a mesa, onde a nova
professora está sorrindo para Dumbledore.
- Draco? –
chamou, agitada. Ele olhou para a garota. – O que-
- Eu não
faço idéia – ele a cortou, a voz quase inaudível
– e é melhor não falar disso aqui.
Paris abriu a
mochila, que estava aos seus pés, e pegou seu horário
de aulas... Depois de ler e reler todo o pergaminho, seu rosto se
fechou em uma expressão desgostosa.
- O que tem de tão
bom no horário?
- Tenho dois tempos de DCAT... Depois de
amanhã! – acrescentou com a voz arrastada.
Nos dois dias que sucederam, o assunto pelos corredores de Hogwarts não era outro senão Anne Munro. Paris estava ansiosa para conversar com a nova professora, porém tentou parecer o mais calma possível durante os dias de espera, ou algumas pessoas perceberiam que ela a conhecia e isso poderia trazer problemas. Na terça-feira, ela mal terminou de almoçar, pegou sua mochila e foi correndo pra sala de DCAT, arrastando Selena em seus calcanhares.
-
Creio que vocês já tiveram muitos professores abordando
esta matéria, não? – perguntou Professora Munro para
a sala. – Alguém pode me dizer quais foram e o que os
ensinaram? – Paris sorriu falsamente e levantou a mão; a
professora sorriu para ela. – Sim, como se chama?
- Paris
McPearson.
- McPearson? Já ouvi muito sobre este nome...
Por fim, poderia me dizer quais foram os professores?
- Tivemos
cinco professores. Nos nossos primeiro e segundo anos, Professor
Quirrel. Terceiro ano, Gilderoy Lockhart...
- O que enlouqueceu,
perdeu a memória, algo do tipo, não é? –
perguntou Munro.
- Este mesmo. Quarto ano, Remo Lupin...
- O
Lobisomem? – a professora interrompeu novamente.
- Sim,
infelizmente foi o próprio – ao ouvir isso, alguns alunos
murmuraram contra Paris. – Quinto ano, disseram ser o tal
Olho-Tonto Moody, mas-
- Como assim "disseram" ser ele?
– perguntou uma Corvinal.
- Informação confidencial, querida, não é da sua conta!
-
Muito bem, vamos parar com isso! – interrompeu Munro. – Continue
Srta. McPearson, por favor.
- E no nosso sexto ano foi a
Professora Dolores Umbridge, indicada pelo Ministro da Magia. Humn,
em certo ponto, foi bom tê-la por aqui – sorriu, perdida em
lembranças.
- Muito bem... E o que aprenderam?
- Quirrel
não era lá um ótimo professor, tinha medo da
própria sombra. Lockhart era ridículo a tal ponto de
que nos deu, uma vez, um exame com perguntas sobre ele e seus
prêmios. Lupin, sendo sincera, ele foi um bom professor. Foi
quando começamos a realmente aprender. Moody, também
foi muito bom, ele sim ensinou Defesa Contra as Artes das Trevas. E
Umbridge, não tivemos aulas práticas, apenas
teóricas...
- Soube que alguns alunos montaram um grupo
escondido para praticar a defesa contra as artes das trevas, é
verdade? – perguntou a professora.
- Sim, sim – disse Paris
meio indiferente. – Potter. Como sempre, tentando aparecer...
Umbridge conseguiu pegá-lo, mas, como já era de se
esperar, Dumbledore livrou aquela cara nojenta do grifinório.
- Certo, então vamos começar a aula... Vocês
têm muito que aprender.
Parecia
que o tempo tinha voado. Todos estavam empolgados com a aula e quando
menos esperavam, o sinal bateu anunciando o final dos dois tempos que
eles tiveram de DCAT.
- Ah, Srta. McPearson? – chamou Munro. –
Poderia esperar um momento? Gostaria de conversar com você.
Paris
assentiu. Depois que os outros alunos foram embora, Munro guiou Paris
até seu escritório. A garota largou sua mochila do
lado, sorriu e disse:
- O que deseja, Professora? – deu ênfase
à palavra.
A mulher riu.
- Como vai, Paris? –
perguntou.
- Hum, na mesma de sempre... Muitas pessoas que se
estressam facilmente com brincadeiras inocentes, muitos fãs de
Potter, e também muitos deveres por contra dos exames
N.I.E.M.'s, então, devo dizer que poderia estar melhor. Já
você e os outros comensais andam se divertindo muito, hum? E,
se me permite dizer, enlouqueceram, não?! Uns atacam em plena
luz do dia, matam dois aurores, deixam um fugir e a outra vem dar
aula em Hogwarts!
-
Não, não estamos loucos – riu Munro. – Aquele
ataque aos aurores foi idéia de seu padrinho. E eu vim dar
aulas por ordens do Lord.
- Perdão, como?
- Sinto muito, Paris, mas não posso ficar contando detalhes. Eu sei que posso confiar em você, mas ainda assim, fui proibida falar sobre isso com qualquer um, e isso inclui você e Draco, é claro.
- Bah, tudo bem. Meu padrinho também é cheio disso... Sem falar de Bellatrix, é claro – ela rolou os olhos.
- Aliás, ela disse que precisa falar com você nas férias do Natal.
- Ainda faltam três meses!
- Sim, mas o recado está dado. Agora vá embora, é melhor...
- Até mais! – acenou saindo pela porta do escritório.
-
Então, conversou com Munro? – perguntou Draco enquanto
voltavam para o salão comunal depois do jantar.
- Sim... –
eles chegaram no salão comunal. Sentaram perto da lareira,
conversando baixo para ninguém mais ouvir. – Ela está
aqui a mando do Lord das Trevas.
- Como assim? – perguntou
Draco, confuso.
- Ela não quis contar... Disse que foi
proibida de falar sobre isso para qualquer pessoa, inclusive nós
dois. E também disse que aquele ataque que matou dois Aurores
foi idéia do seu pai.
- Bom, eles sabem o que fazem né... Paciência.
- Não se preocupe, se tivesse acontecido algo com seu pai, Munro teria avisado.
-
Ela falou se o Ministério ainda está investigando os
arredores da Mansão ou se vão revistá-la
novamente?
- Não, não disse. Mas acho que não
estão correndo muito atrás disso, sei lá.
-
Mas o Ministro da Magia disse que eles trabalhariam como nunca para
capturar os comensais foragidos... Lembra-se? – perguntou Draco.
-
Sim... Mas você conhece Fudge. Ele vive dando depoimentos, mas
a cada 20 palavras, só deve-se acreditar em 5, e olhe lá.
-
Isso é verdade... Que seja, eu já vou dormir. Boa
noite.
- Boa noite! – Paris sorriu e foi para o seu dormitório
também.
