Capítulo Quatro – Anne Munro

Na manhã seguinte, logo que o café foi servido, Dumbledore levantou-se para dar um aviso. Paris viu que muitos alunos estavam olhando atentos para a mesa dos professores, porém achou sua torrada mais interessante, afinal, a fome era grande, e a mesa cheia de comida muito mais convidativa naquele momento.
- Todos devem estar curiosos para saber quem é esta senhorita ao meu lado. – disse Dumbledore sorrindo; então fez sinal para ela se levantar.

Uma mulher de 27 anos, cabelos loiros platinados, e um rosto muito bonito. Usa vestes largas: uma calça azul marinho e um suéter preto.

- Como sabem – Dumbledore continuou, - há alguns anos temos dificuldade em manter um professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Foi difícil encontrar um candidato à vaga, pois todos conhecem os casos dos últimos cinco professores. Portanto, agradeço de todo o meu coração, a esta senhorita, que apesar de conhecer os fatos que acompanham o cargo, aceitou vir lecionar em Hogwarts, professora Anne Munro! – Dumbledore bateu palmas, e foi seguido por uma saraivada vinda de todas as mesas.

Paris e Draco engasgam ao ouvir o nome da professora, e começam a tossir descontroladamente. No instante seguinte, Paris joga sua torrada no prato, e cerra os olhos para a mesa, onde a nova professora está sorrindo para Dumbledore.
- Draco? – chamou, agitada. Ele olhou para a garota. – O que-
- Eu não faço idéia – ele a cortou, a voz quase inaudível – e é melhor não falar disso aqui.
Paris abriu a mochila, que estava aos seus pés, e pegou seu horário de aulas... Depois de ler e reler todo o pergaminho, seu rosto se fechou em uma expressão desgostosa.
- O que tem de tão bom no horário?
- Tenho dois tempos de DCAT... Depois de amanhã! – acrescentou com a voz arrastada.

Nos dois dias que sucederam, o assunto pelos corredores de Hogwarts não era outro senão Anne Munro. Paris estava ansiosa para conversar com a nova professora, porém tentou parecer o mais calma possível durante os dias de espera, ou algumas pessoas perceberiam que ela a conhecia e isso poderia trazer problemas. Na terça-feira, ela mal terminou de almoçar, pegou sua mochila e foi correndo pra sala de DCAT, arrastando Selena em seus calcanhares.

- Creio que vocês já tiveram muitos professores abordando esta matéria, não? – perguntou Professora Munro para a sala. – Alguém pode me dizer quais foram e o que os ensinaram? – Paris sorriu falsamente e levantou a mão; a professora sorriu para ela. – Sim, como se chama?
- Paris McPearson.
- McPearson? Já ouvi muito sobre este nome... Por fim, poderia me dizer quais foram os professores?
- Tivemos cinco professores. Nos nossos primeiro e segundo anos, Professor Quirrel. Terceiro ano, Gilderoy Lockhart...
- O que enlouqueceu, perdeu a memória, algo do tipo, não é? – perguntou Munro.
- Este mesmo. Quarto ano, Remo Lupin...
- O Lobisomem? – a professora interrompeu novamente.
- Sim, infelizmente foi o próprio – ao ouvir isso, alguns alunos murmuraram contra Paris. – Quinto ano, disseram ser o tal Olho-Tonto Moody, mas-
- Como assim "disseram" ser ele? – perguntou uma Corvinal.

- Informação confidencial, querida, não é da sua conta!

- Muito bem, vamos parar com isso! – interrompeu Munro. – Continue Srta. McPearson, por favor.
- E no nosso sexto ano foi a Professora Dolores Umbridge, indicada pelo Ministro da Magia. Humn, em certo ponto, foi bom tê-la por aqui – sorriu, perdida em lembranças.
- Muito bem... E o que aprenderam?
- Quirrel não era lá um ótimo professor, tinha medo da própria sombra. Lockhart era ridículo a tal ponto de que nos deu, uma vez, um exame com perguntas sobre ele e seus prêmios. Lupin, sendo sincera, ele foi um bom professor. Foi quando começamos a realmente aprender. Moody, também foi muito bom, ele sim ensinou Defesa Contra as Artes das Trevas. E Umbridge, não tivemos aulas práticas, apenas teóricas...
- Soube que alguns alunos montaram um grupo escondido para praticar a defesa contra as artes das trevas, é verdade? – perguntou a professora.
- Sim, sim – disse Paris meio indiferente. – Potter. Como sempre, tentando aparecer... Umbridge conseguiu pegá-lo, mas, como já era de se esperar, Dumbledore livrou aquela cara nojenta do grifinório.
- Certo, então vamos começar a aula... Vocês têm muito que aprender.

Parecia que o tempo tinha voado. Todos estavam empolgados com a aula e quando menos esperavam, o sinal bateu anunciando o final dos dois tempos que eles tiveram de DCAT.
- Ah, Srta. McPearson? – chamou Munro. – Poderia esperar um momento? Gostaria de conversar com você.
Paris assentiu. Depois que os outros alunos foram embora, Munro guiou Paris até seu escritório. A garota largou sua mochila do lado, sorriu e disse:
- O que deseja, Professora? – deu ênfase à palavra.
A mulher riu.
- Como vai, Paris? – perguntou.
- Hum, na mesma de sempre... Muitas pessoas que se estressam facilmente com brincadeiras inocentes, muitos fãs de Potter, e também muitos deveres por contra dos exames N.I.E.M.'s, então, devo dizer que poderia estar melhor. Já você e os outros comensais andam se divertindo muito, hum? E, se me permite dizer, enlouqueceram, não?! Uns atacam em plena luz do dia, matam dois aurores, deixam um fugir e a outra vem dar aula em Hogwarts!

- Não, não estamos loucos – riu Munro. – Aquele ataque aos aurores foi idéia de seu padrinho. E eu vim dar aulas por ordens do Lord.
- Perdão, como?

- Sinto muito, Paris, mas não posso ficar contando detalhes. Eu sei que posso confiar em você, mas ainda assim, fui proibida falar sobre isso com qualquer um, e isso inclui você e Draco, é claro.

- Bah, tudo bem. Meu padrinho também é cheio disso... Sem falar de Bellatrix, é claro – ela rolou os olhos.

- Aliás, ela disse que precisa falar com você nas férias do Natal.

- Ainda faltam três meses!

- Sim, mas o recado está dado. Agora vá embora, é melhor...

- Até mais! – acenou saindo pela porta do escritório.

- Então, conversou com Munro? – perguntou Draco enquanto voltavam para o salão comunal depois do jantar.
- Sim... – eles chegaram no salão comunal. Sentaram perto da lareira, conversando baixo para ninguém mais ouvir. – Ela está aqui a mando do Lord das Trevas.
- Como assim? – perguntou Draco, confuso.
- Ela não quis contar... Disse que foi proibida de falar sobre isso para qualquer pessoa, inclusive nós dois. E também disse que aquele ataque que matou dois Aurores foi idéia do seu pai.

- Bom, eles sabem o que fazem né... Paciência.

- Não se preocupe, se tivesse acontecido algo com seu pai, Munro teria avisado.

- Ela falou se o Ministério ainda está investigando os arredores da Mansão ou se vão revistá-la novamente?
- Não, não disse. Mas acho que não estão correndo muito atrás disso, sei lá.
- Mas o Ministro da Magia disse que eles trabalhariam como nunca para capturar os comensais foragidos... Lembra-se? – perguntou Draco.
- Sim... Mas você conhece Fudge. Ele vive dando depoimentos, mas a cada 20 palavras, só deve-se acreditar em 5, e olhe lá.
- Isso é verdade... Que seja, eu já vou dormir. Boa noite.
- Boa noite! – Paris sorriu e foi para o seu dormitório também.