Capítulo Sete – Desejo Reprimido.

Amanheceu. O grupo de Aurores que foram enviados para vasculhar os terrenos da escola, agora acompanhava os alunos na viagem de volta para casa.

- Quando será que Dumbledore irá abrir a escola novamente? – perguntou um Corvinal; um grupo de alunos Corvinais estava conversando com alguns Lufos no Expresso de Hogwarts.
- Não tenho a mínima idéia – respondeu um Lufo. – Nunca soube de algo assim que tenha acontecido na escola.
- A não ser daquela vez que mataram a nascida trouxa – outro comentou. – Minha mãe estudava aqui, e disse que o diretor Dippet, acho que era o nome dele, quase fechou a escola.
- E também tiveram os ataques, aqueles em que Gina foi levada para a tal Câmera Secreta que Salazar Slytherin construiu – lembrou Luna Lovegood, que estava entre o grupo dos Corvinais.

- Mas, nunca fomos mandados para casa... – choramingou Susan Bones. – Os Comensais da Morte, eles... Eles poderiam ter matado qualquer um de nós.

- Talvez, seja melhor apenas não pensar nisso... O importante é que ninguém morreu.

- Por enquanto, não é? – disse Luna, distraída. Os outros lançaram olhares petrificados à garota.

- Vocês não vão comer como porcos hoje, não é? – perguntou Paris para Crabbe e Goyle. Os três estavam em uma cabine, juntamente com Selena, Draco e Pansy.
- O que será que os Comensais vão fazer com os alunos que foram capturados? – perguntou Selena. Draco fitou Paris com uma expressão de "Você já contou pra ela?" e Paris sacudiu a cabeça, negativamente; logo os dois concluíram...

- Tremere, só pode! – disse. – Com certeza ela ouviu alguma coisa e saiu espalhando pela escola inteira.
- Não vamos falar disto – interrompeu Paris com uma voz severa.
- Eu concordo com ela – defendeu Draco.
- E porque não? – perguntou Goyle. Paris revirou os olhos.
- Simplesmente não vamos falar sobre isto. Não agüento mais este assunto – mentiu. - Será que o Lord vai matar os alunos ou vai deixar isso para os Comensais? – perguntou Goyle, ignorando o comentário de Paris.
- Ora! Mas por Salazar! – grunhiu Paris completamente irritada. E em seguida saiu da cabine. Draco foi atrás da garota.
- Você está bem, Paris? – perguntou sentando-se ao lado da garota.
- Não muito – ela respondeu com a voz arrastada. Draco ficou esperando uma explicação. – Eu recebi uma carta do meu pai – acrescentou ao perceber a expressão do garoto.
- E? – Draco disse fazendo sinal com as mãos para que ela prosseguisse.
- E ele quer me tirar de Hogwarts.
- Pensei que não via a hora de sair logo desta escola...
Paris o encarou com uma expressão terrivelmente desgostosa.
- Apenas não gosto de estudar – respondeu algum tempo depois.
- E por que seu pai quer isso?
- Por causa do emprego. O Ministério o transferiu para a França – informou cabisbaixa.
- Pensei que ele estivesse na Bulgária.
- É... Eu também.
- Mas... E daí? – perguntou Draco indiferente.
- E daí? – ela repetiu indignada. – Eu não quero me mudar. Mas também não quero abandonar meu pai de uma vez.
- E o que vai fazer?
Paris encolheu os ombros. Novamente parecia aquela menina frágil que Draco vira em sua casa, chorando por causa de um pesadelo, e neste momento ele sentiu vontade de abraçá-la.
- Eu não quero abandonar ninguém. Não quero ficar longe do meu pai e do meu irmão, mas também não quero ficar longe de Bellatrix, de seus pais, Emmiot e nem mesmo de você – ele estremeceu. – Você é a única pessoa em que eu confio Draco, e você sabe que confiança é um assunto complicado pra mim.
- É claro que confia em mim, porque... Bem, isso não interessa, não é? Quando seu pai vai se mudar?
- Eu não sei nem se ele volta. Ele quer que eu vá pra lá nas férias de Natal.
- Mas... Você poder ser transferida assim? Sem mais nem menos, no último ano, para outra escola?
- Meu pai conversou com Maxime... Não sei como conseguiu, mas ela me aceitou em Beauxbatons.
- Não vamos pensar nisso agora. Você ainda tem dois meses pra decidir. E sabe que se precisar, meus pais irão te recolher, não se preocupe – disse em um tom de voz um tanto carinhoso para um Malfoy, e sorriu. Desta vez foi Paris que sentiu vontade de abraçá-lo. E foi o que fez. Draco recuou.
- Eu não vou fazer nada, Draco – alertou. – É apenas um abraço – e desta vez o garoto retribuiu. Ficaram abraçados durante alguns minutos. Então Paris o largou. – Do que você tem medo? Nunca abraça ninguém. Recua até quando eu vou abraçá-lo.
- Eu não tenho medo, só acho isso uma besteira – respondeu simplesmente. Na verdade, era medo. Medo de que algum sentimento que ele sempre evitou pudesse surgir.

- Você é um péssimo amigo nessas horas, sabia disso, Draco?

- Eu venho até aqui pra conversar com você, e ainda me diz isso? Bah! – resmungou, sua voz mais arrastada do que nunca.

- Não sabe dar conselhos... – riu-se. – Não sabe confortar... Aliás, mal sabe terminar frases, e-

- Huh, cala essa boca, Paris! – ele se sentou no outro banco, fitando a paisagem pela qual passavam.

Ao desembarcarem na Plataforma 9½, Paris e Draco avistaram Narcisa Malfoy; e para a surpresa dos dois, Frederick e Ashton – irmãos de Paris – estavam ao lado de Narcisa. Paris correu e pulou em Ashton. Há muito não o via, já que é raro o irmão ir visitá-la.
- Hey, baixinha, calma! – disse Ashton rindo.
- Quando veio da Holanda? – perguntou Paris, agitada. – E porque não me escreveu em Hogwarts?
- Sim, eu estou ótimo e você? – riu-se. – Cheguei há uns três dias. E não escrevi porque... Bem, não interessa.
- Não vai me cumprimentar? – perguntou Frederick sorrindo e com os braços abertos, esperando um abraço, então Paris pulou nos braços do outro irmão. – Me disseram que você foi ótima no jogo de ontem contra a Corvinal.
- Quem disse? – ela perguntou desconfiada.
- Isso vai lhe agradar muito – Frederick riu. Paris ficou encarando o irmão esperando a resposta. – Emmiot – neste momento Draco bufou, e os olhos de Paris brilharam ao ouvir a resposta.
- O que ele disse? Só falou isso? – perguntou.
- Ele disse que você está jogando muito bem, foi ótima no jogo e... "Por Salazar, Fred".
- O quê? – perguntou confusa.
- Não se finja de tapada, Paris! Você sabe o que ele quis dizer... Você é linda, e blablabla, a mesma besteira de sempre.
O coração de Paris acelerou; algo muito comum de acontecer quando ouvia alguém falar sobre Emmiot. Então ela sorriu – ainda assim, tentando esconder a felicidade.
- Eu sabia que você ficaria assim – disse Ashton rindo. - Porque não admite que gosta do cara?
- Bah! Eu não gosto dele... Vocês é que são ridículos!
- Se você diz que é assim... Então é assim! – ironizou Frederick. – Mas, das duas, uma... Ou você gosta do Emmiot, ou então desse garotinho Malfoy, aí!

- Lúcio e eu sempre achamos que seria maravilhoso um namoro entre Paris e Draco! – sorriu, Narcisa.

Paris e Draco arregalaram os olhos ao ouvir os comentários.

- Argh, por favor! – resmungaram em uníssono.

- É melhor irmos embora, huh? – sugeriu Narcisa. – Já é tarde.

- Pankiston passou aqui em casa hoje à tarde – comentou Ashton. Eles haviam chegado em casa a uns quarenta minutos. Paris já tinha tomado seu banho e estava preparando o jantar.
- O que ela queria? – perguntou, interessada.
- Soube que eu estava em casa e veio conversar. Ela disse que você, de certa forma, ajudou os Comensais ontem – Ashton sorriu, e Paris sorriu de volta, enchendo o peito, demonstrando triunfo.
- Não fique tão convencida... Luna me contou o incidente que obrigou você a os ajudarem... Tsc, continua bisbilhotando em tudo que não é da sua conta, huh?
Paris abriu a boca, mas o que disse foi cortado por um som que veio do andar de cima da mansão.
- ASHTON! – berrou Frederick. – Suba aqui. Rápido!
- Estou indo! – Ashton gritou de volta. – Ah, Paris? – a garota virou-se pra o irmão. – Capriche no jantar, okay?!
- Ora, não enche o saco! Agradeça por eu aceitar fazer esse papel ridículo e estar cozinhando pra vocês! Que, aliás, só estou dando essa enorme honra aos dois porque é raro jantarmos juntos! E além do mais, você nunca reclamou da minha comida, e agora vem com isso de capriche no jantar e blablabla-
- Não estou reclamando... – cortou Ashton, rindo da irritação da irmã. – É pra caprichar no cardápio. Temos um convidado para o jantar, e ele vai dormir aqui.
- Que convidado? Se soubesse que viria mais gente aqui eu pediria para os elfos cozinharem.
- Besteira. Você cozinha muito bem e sabe disso. E nada de elfos! Tem quase oito meses que não como algo feito por minha irmãzinha.

- Irmãzinha, irmãzinha... – Paris resmungou qualquer coisa inaudível.

Depois de quase duas horas o jantar estava pronto. Alguém bateu à porta.
- Paris! – chamou Ashton da sala de visitas. – Pode atender?
- Está me achando com cara de elfo-doméstico, é?! – disse indignada.
- Atenda, Paris! – ele insistiu.
Toc toc.
- Já vai, inferno! – disse caminhando para a porta.

Toc Toc. A pessoa não parou de bater.

- POR SALAZAR, SE VOCÊ ENCOSTAR NESSA MERDA DE PORTA MAIS UMA VEZ, SEU INFELIZ FILHO DA MÃE, VAI DESEJAR NÃO TER NASCIDO! – gritou abrindo a porta.
- Boa noite, Paris! Desculpe... Se te aborreci – disse o rapaz parado à porta.

Paris, que era branca como uma vela, ficou vermelha como sangue. E esperou bem uns trinta segundos antes de conseguir voltar a respirar.
- Boa noite, Emmiot! – cumprimentou. – Não sabia que era você o convidado – deu ênfase à palavra enquanto fitava Ashton, que estava no corredor olhando os dois.
- Acredite, eu garanto que se ela soubesse que o convidado era você não ficaria irritada desta forma – disse Ashton rindo e indo até a porta.

- Ah, mas como você é conveniente, Ash! - Paris sorriu nervosamente. - Entre, Emmiot – disse rapidamente tentando mudar de assunto. O rapaz sorriu, então foi conduzido até a sala de visitas.
- Eu vou chamar o Fred – disse Paris.
- Pode deixar que eu o chamo – interrompeu Ashton. – Fique fazendo sala para o nosso convidado – levantou as sobrancelhas e subiu as escadas.
Cinco minutos se passaram. Ashton ainda não voltara. Paris e Emmiot estavam em profundo silêncio, era possível ouvir apenas dois sons: a respiração dos dois e o fogo crepitando na lareira da sala. Emmiot estava envergonhado, pois tinha certeza de que Fred tinha contado a Paris os comentários que ele fez; e Paris estava envergonhada porque tinha certeza que Emmiot sabia que Fred lhe havia contado sobre os comentários.
- Ahn – Emmiot resolvera quebrar o silêncio, - Ashton me disse que você faria o jantar.
- Sim, fui eu que fiz – a garota respondeu um pouco envergonhada.
- Disse que adora sua comida, e que você cozinha muito bem.
- Você conhece meu irmão tão bem quanto eu... Ele adora tudo o que faço.
- É... Ele adora tudo o que sua "baixinha" faz – disse Emmiot sorrindo. Paris ficou ainda mais embaraçada à menção do "baixinha".
Frederick e Ashton finalmente apareceram, sentaram-se e os quatro conversaram durante um bom tempo; até que o assunto se virou para Paris. Diziam como ela jogava quadribol tão bem, como crescera nesses últimos meses – era uma das coisas que Paris mais odiava: "ah como você cresceu, querida!".
- Aliás, Emmiot – começou Frederick, - Paris ficou muito feliz com os comentários que você fez.
- Radiante, eu diria! – ajudou Ashton. – Com todos os comentários.
Paris, que já tinha voltado a sua cor normal, ruborizou.

- Ah, eu vou pôr a mesa – disse apressadamente.
- Peça para um dos elfos fazer isto! – disse Frederick.
- Não, pode deixar, eu mesma faço.
- Quer ajuda? – ofereceu Emmiot, levantando-se.
- Obrigada, mas não é pre...
- É claro que ela quer! – interrompeu Ashton, como se isto fosse a coisa mais óbvia do mundo. Paris sorriu e foi para a sala de jantar, acompanhada por Emmiot.

Kisy, a elfa, trouxe a prataria, quatro taças de cristal e a comida, em seguida retirou-se, por ordem de Paris. A garota começou a arrumar a mesa do jantar.
"Porque ele não diz nada?! Vai ficar aí parado me encarando?! Bah, mas que idiota!", ela pensou olhando disfarçadamente para Emmiot.

"Ela é tão delicada. E ela mudou tanto, nem parece mais a menina que conheci há 10 anos atrás que me tratava como um de seus irmãos... Ela está linda!", Emmiot disse mentalmente enquanto fitava Paris ajeitando uma madeixa do cabelo que insistia em cair sobre seu rosto.

- Emmiot – disse Paris trazendo o rapaz de volta dos seus pensamentos, - você pode ir arrumando as taças enquanto eu arrumo os talheres?! – ele sorriu e assentiu. – Obrigada.
"Por Merlin, isso aí não aprendeu nem a ter educação e dizer 'sim, Paris' 'não, Paris', 'vá à merda, Paris, faça você mesma!'. Grrrr. Bah! Mas que homem, huh?!", pensou irritada.
"Idiota! Diz alguma coisa... O que ela vai pensar se você só ficar aí mudo! Vai ficar com frescura simplesmente por causa de um comentário?!". Por fim, Emmiot resolvera dizer alguma coisa... Não sabia o quê, mas achou que qualquer coisa serviria.
- Então, Paris, como vai a escola? – perguntou, e automaticamente pensou que não era uma boa pergunta.

"Urgh, palhaço! Você estava melhor de boca fechada", indignou-se Paris.

- Bem... As matérias não são assim tão complicadas como meus irmãos falavam. E finalmente os professores resolveram parar de falar dos N.I.E.M.'s, isso já estava me enchendo – disse de forma que parecia estar vendo os professores à sua frente falando sobre os exames. – Emmiot... – ela disse mudando completamente o tom de sua voz e a expressão em seu rosto; agora estava séria e intrigada. – O que vocês fizeram com os alunos seqüestrados?

Por um instante Emmiot hesitou. Não deveria sair por aí contando os planos dos Comensais para qualquer um, mas por outro lado, Paris já sabia alguma parte do plano, e ela era uma das – pouquíssimas – pessoas que gozavam de sua confiança, então não viu mal algum em contar isso a ela.
- Por enquanto nada que os prejudique. Precisamos deles intactos para seguir com o plano adiante – então foi interrompido por Frederick e Ashton que apareceram na sala de jantar.
- Está tudo pronto?! – perguntou Frederick – Estou morrendo de fome.
Paris assentiu. Tinham acabado de arrumar a mesa.
Então se sentaram e finalmente iriam jantar. Depois de fartos com o jantar e a sobremesa, seguiram novamente para a sala de visitas e lá ficaram conversando durante um bom tempo. Até que o sono bateu e decidiram subir para os seus quartos – os quartos da Mansão McPearson ficavam no segundo andar.
Paris estava deitada em sua cama, com o pensamento longe. Talvez não tão longe assim, seu pensamento estava a poucos metros, em um dos quartos reservados para hóspedes.
"Digo... Ele me conhece há uns 10 anos, mas o que há de mau nisso?! Afinal, as pessoas crescem... E é comum que se sintam atraídas. E saber o que ele pensa sobre mim me deixou feliz, feliz até demais, eu diria. Claro, não estou dizendo que sou apaixonada por ele, porque não sou, mas realmente fiquei feliz demais ao saber o que ele pensa sobre mim, e isso é estranho! Porque eu não fico tão feliz assim quando outra pessoa diz que sou bonita... O que é o caso do Draco, por exemplo... Argh! E porque você tem sempre que lembrar desse infeliz e estragar os bons pensamentos?".
Precisava parar de pensar nisso, então decidiu tomar um chá e ir para a sala de Astronomia; sempre que queria ficar sozinha e relaxada ia até lá. Ficava no terceiro andar, em cima da biblioteca. Bill McPearson sempre fora fascinado por Astronomia, por isso mandou construir uma sala com livros, telescópio e tudo o mais... Paris não era tão fã assim do assunto, mas depois de seu quarto e da biblioteca, era o lugar da casa que ela mais adorava. Fred e Ash achavam de extremo absurdo que Paris passasse por pouco nos exames de Astronomia da escola, sendo que tinha todo o material preciso ali, em casa. Ela chamou Kisy e disse que levasse o chá até a sala.

Emmiot acordou com sede. Estava descendo as escadas quando esbarrou em algo pequeno; era Kisy, carregava a bandeja com o chá de Paris, a mesma bandeja que, ao encontrão com Emmiot, deixou cair no chão. Porém Kisy foi rápida, e com o estalar do dedo evitou que o barulho ecoasse pela casa acordando os outros.

- O que está fazendo andando por aí há esta hora, elfo? – brandiu Emmiot.
- Perdoe Kisy, senhor McDermitt, por favor. Kisy não fez por mal, não senhor. A menina McPearson pediu que Kisy levasse seu chá até a sala de Astronomia, onde ela está, e Kisy estava obedecendo.
- Insinua que a culpa foi minha? – perguntou Emmiot, apesar de saber de quem realmente fora a culpa, não ia submeter-se a dizer isso a um elfo-doméstico, seria o cúmulo.

- De forma alguma senhor, a culpa é toda da Kisy. Elfo burro. Foi a Kisy atrapalhada que não avisou quando viu que o senhor estava vindo em sua direção. Perdoe-me senhor e, por favor, não conte para menina McPearson, ela irá castigar Kisy.
- Castigar? Era o que você merecia, elfo. Porém não irei perder meu tempo dizendo isto a Paris. Volte para a cozinha e, quando voltar traga outro chá, irei acompanhar a srta. McPearson.
- Então o senhor também estará na sala de Astronomia do senhor William? – perguntou Kisy.
- Não, criatura – respondeu Emmiot estupidamente, - irei acompanhá-la enquanto estou no banheiro! – e saiu pisando firme na direção das escadas que levavam ao terceiro andar da mansão.
Em seguida Kisy desceu para a cozinha e foi preparar mais chá.

Emmiot chegou na biblioteca; olhou a sua volta até que achou a portinhola que levava à sala de Astronomia. Uma porta preta, de madeira, talhada detalhadamente com o brasão da família McPearson – uma varinha e uma serpente, entrelaçadas, e uma estrela prateada no topo. A porta não tinha maçaneta, porém, Emmiot sabia como se entrava. Empunhou a varinha – mesmo estando de pijama carregava sua varinha, afinal, nunca se sabe à que hora iremos precisar nos defender ou atacar – e sussurrou:
- Serpens! – e com um "click" a portinhola abriu-se e cresceu, possibilitando que Emmiot passasse por ela. Subiu a escada em caracol o mais silenciosamente possível, mas não foi tão sigiloso assim, não a ponto que Paris não ouvisse os passos.
- Ash? – Ela perguntou desconfiada. Ninguém respondeu. – Fred? – nada, então ela empunhou sua varinha; assim como Emmiot, Paris sempre anda com sua varinha, é tão paranóica com isso que, quando dorme, a varinha fica embaixo de seu travesseiro.
Escondeu-se atrás de uma pilha enorme de livros e esperou que a pessoa ficasse à sua vista. Emmiot chegou ao topo das escadas, olhou para a sala e não avistou Paris, então entrou, talvez ela estivesse procurando algum livro em outra parte da sala, pensou, afinal, o lugar não era tão pequeno assim.
- Estupefaça! – a garota gritou, apontando a varinha para Emmiot, que voou e caiu estuporado sobre outra pilha de livros. – Oh, Merlin! Emmiot? – ela disse, reconhecendo o rapaz. – Enervate! Oh, por que não avisou que era você, idiota?! Você está bem?
O rapaz sacudiu a cabeça, piscou os olhos e tateou o chão, tentando se levantar. Paris segurou seu braço e o ajudou.
- Ah, Emmiot, me desculpe – ela disse preocupada.
- Não precisa desculpar-se, está tudo bem. Deveria ter avisado que era eu.
- É claro que deveria! Eu quase lhe lanço uma Maldição Imperdoável, mas pensei que poderia ser um dos meus irmãos brincando, então achei melhor não.
- Uma maldição imperdoável? – ele disse, sarcástico. – E, por acaso, sabe lançar uma?
- É óbvio que sim. Pensa que sou uma Lufa-Lufa ou o quê? Tsc.
- Mas sabe lançar direito?
- Sei lançar até melhor do que você, se duvidar! Pra ser sincera, eu aprendi a lançar todas as maldições com a mais pura perfeição!
- E com quem aprendeu?
- Ah, está interessado agora, é? Enfim... Não é da sua conta – disse com firmeza.
- Se você diz – riu-se Emmiot. Não duvidava da capacidade da garota, porém achou difícil que ela já soubesse lançar, tão perfeitamente assim, as famosas e temidas maldições imperdoáveis.
Passado algum tempo – em que Paris ensinava Emmiot a fazer algumas previsões através das estrelas, – Kisy chegou trazendo as duas xícaras de chá.
- Oh, mas aonde foi fazer esse chá? – perguntou Paris com a voz irritada. – Na Pensilvânia?! Porque demorou tanto?
- Perdão, Srta. McPearson, mas encontrei o senhor McDermitt no caminho e ele pediu que Kisy voltasse à cozinha e preparasse outro chá. Kisy trouxesse o chá para o senhor acompanhá-la.
- Deixe a bandeja aí em cima da mesa e suma da minha frente! Antes que resolva mostrar para Emmiot como sei lançar uma maldição perfeitamente.
- Com licença, Srta. McPearson – fez uma reverência, e retirou-se.
- Elfo infernal – resmungou Paris, enquanto pegava sua xícara de chá e ia sentar-se no sofá perto de uma das janelas. Emmiot fez o mesmo.
- Emmiot... – disse Paris, se ajeitando no sofá para sentar de frente para o rapaz. – Vou falar sem fazer rodeios, okie? O que meus irmãos disseram é verdade? – ela perguntou ficando séria.
- Sobre o quê? – ele perguntou enquanto tomava um gole de chá. Obviamente ele sabia "sobre o que" ela estava falando.
- Os comentários que fez sobre mim – disse, bebendo da xícara.
Emmiot deu um longo gole em sua xícara.
- O que eles lhe contaram? – perguntou.
- Ora, você sabe o que eles contaram... Não me venha com essas!
Fez uma pausa.
- Sim, foi o que eu disse – respondeu finalmente.
- Então, realmente me acha bonita? – ela perguntou.
- Por que não acharia?!
Paris sorriu.
- E sobre sua reação? – perguntou Emmiot. – É verdade? Você ficou mesmo radiante como seu irmão disse?
- Eles são exageradamente exagerados... Não fique tão feliz assim, porque eu não reajo assim a qualquer comentário.

- Você não muda...

- E pra que preciso mudar? Não vejo precisão de mudar nada em mim, se quer mesmo saber...

- Humn. Modéstia nunca foi uma qualidade sua...

- Falando assim, ninguém diria que você é sonserino, Emmiot... McPearson é sinônimo de superioridade. Modéstia jamais será um defeito meu... Isso é coisa para pobres criaturas como os Weasleys, por exemplo.
Emmiot sorriu e os dois se calaram. Permaneceram assim por alguns minutos – que pareceram horas.

"Tudo bem... Se esse idiota não toma atitude alguma, eu tomo!" ·- No que está pensando agora? – perguntou Paris, que não achou nada mais interessante para perguntar ao rapaz.
- No que dizer a você – ele respondeu.
Sorriu maliciosa, colocou a xícara de volta na mesa e disse:
- Então por que, ao invés de pensar, não me beija?
Emmiot ergueu as sobrancelhas, por fim mergulhou sua mão direita na nuca de Paris e com a esquerda a puxou para si, beijando-a. As línguas procuravam-se fervorosamente. Emmiot colocou sua mão esquerda por debaixo da blusa do pijama de Paris e estava acariciando sua barriga; a garota sentia alguns arrepios com a mão fria tocando seu corpo quente. Emmiot brincava passando o dedo indicador em volta do umbigo da garota. Paris o puxava para si, o abraçava, queria aquele beijo mais do que qualquer coisa, e há muito tinha vontade de que isto acontecesse.
- Hem-hem! – eles ouviram alguém limpando a garganta e na mesma hora pararam de se beijar. Paris havia esquecido. Mas, um pouco à direita da janela estava um belo quadro da família: Bill, Margareth, Ashton, Frederick, Gregory e ela – ainda no colo de sua mãe, pis não passava de um bebê – na sala de visitas da Mansão McPearson.
- Oh, Merlin, desculpe-me papai – a garota disse envergonhada.
- Tudo bem – disse Bill, desgostoso. - Que não se repita. Olá, Emmiot! – disse fitando o rapaz.
- Senhor McPearson – ele cumprimentou desconcertado.
- Ah, venha – disse Paris puxando Emmiot pelo braço. Então os dois saíram da sala. Ela não parou e não disse nada até chegarem na porta de seu quarto. Emmiot olhava do quarto para Paris.

- Ora, não seja ridículo, Emmiot – ela disse revirando os olhos, - não vou arrastá-lo para o meu quarto.
- Então o quê? – ele perguntou desolado.
- Então o quê? Ora, é óbvio, não? Eu vou dormir... Boa noite! – disse simplesmente, deu um beijo rápido no rapaz e entrou para o seu quarto, batendo a porta na cara de Emmiot.
"Boa noite? Bah! Não vai nem me dizer alguma coisa?! Fazer algum comentário?! Ahhh, onde já se viu! Então pra que essa pressa toda de me arrastar até aqui?", ele resmungava mentalmente enquanto ia para o seu quarto.
Paris deitou-se na cama e sorriu. "Ele beija bem, diga-se de passagem...", pensou rindo. "Melhor que Draco?", uma voz ecoou em sua cabeça. "Argh! Será que eu não posso ter UM pensamento sem ser atormentada?", respondeu, virando na cama e puxando o edredom até a cintura.

N/A:

Perdão pela demora da atualização da fic. Mas, realmente não estou conseguindo conectar todos os dias.

Okie. Não me cruciem... D/G está por vir xD. Já basta meu-outro-eu me lançando maldições o tempo todo por não atualizar e por não fazer as coisas acontecerem mais rápidas... Apenas tenham um pouquinho mais de paciência, okie!?

Ah, Serpens é o nome de uma Constelação Estelar. Pois é. Eu queria que tivesse uma portinha secreta com uma senha desse tipo e tal, e já que era sala de Astronomia... Deu nisso xP.

Perdão² pelo título ridículo, mas não consegui pensar em outro TT. Título nada-a-ver-mor, eu sei. Os dois. Ia colocar A Sala de Astronomia ou qualquer coisa assim... Mas, achei isso muito –Enquanto isso, no lustre do Castelo...- Ééé. Castelo Rá-Tim-Bum sim, heuaheuahea. Se alguém tiver uma idéia legal de título, não hesite em me dizer, okie!? Rs.

Doumoarigatou pra todo mundooo. Porque eu amo receber reviews, hehe. O próximo capítulo, EU PROMETO, PROMETO que coloco até o dia 19.

Aliás, não esqueçam! Dia 18 tem POTTERCON. Lálálá. Que feliz. Eu amo EPs xDD

Se alguém quiser me adicionar no MSN: Ou, se quiserem mandar e-mails, mandem para , porque eu não verifico a caixa de entrada do Hotmail xP. Não, e-mail demais pra cabeça, rs. Só do Fotolog têm uns 400 por dia TT... O outro, eu verifico que palavra mais estranha o.O pelo menos três vezes por semana ;)

kata kata