O Lago de Gelo

Universo Alternativo Rin – Sesshoumaru. Uma guerra bilógica está para começar, duas potências tem poder para destruir ou salvar a raça humana. Rin é subitamente afastada de seu cargo e se vê em um lugar estranho rodeada de perguntas sem respostas. O que fazer quando seus maiores medos se tornam realidade?

Capítulo 1.

Sesshoumaru parou o carro em uma daquelas lojas de conveniência que existem nas estradas. Olhou pelo retrovisor para a garota que se remexia no banco de trás de seu carro. A jovem olhou ao seu redor confusa.

- Onde eu...?

- Vejo que já acordou – a garota olhou para ele assustada

- Q-Quem é você? – perguntou ela em uma voz trêmula

- Pelo visto você não se lembra – Sesshoumaru sorriu intimamente ao notar a confusão aumentar ainda mais no rosto da jovem – Se você costuma se esquecer das coisas desse jeito, não deveria pedir ajuda a estranhos...

Rin olhou para o rapaz na sua frente. Ele não estava ajudando. Ela começou a se levantar para sentar no banco, mas teve que parar ao sentir uma súbita dor no abdômen e alguma coisa quente escorrer pela sua barriga. Lembrava-se agora por que estava ali. Voltou a se deitar com as cenas dos acontecimentos anteriores voltando a sua cabeça. Teve que conter as lágrimas ao sentir a dor aumentar e o machucado latejar mais a cada segundo.

- Não devia ter se levantado – resmungou Sesshoumaru saltando do carro e entrando no banco de trás

- Desculpe – murmurou a garota. Ele se limitou a olhá-la de esguelha enquanto pegava a caixa de primeiros socorros de debaixo do banco e começava a retirar as ataduras que a envolviam.

- Foi você que me salvou, não foi? – o outro permaneceu em silêncio com a atenção voltada para o remédio que começou a aplicar nela. Rin fez uma careta ao sentir o ferimento arder ainda mais por um momento e depois, como que miraculosamente, a dor começar a diminuir drasticamente fazendo com que uma sensação de conforto se espalhasse por seu corpo – Eu nem sei como agradecer, eu...

- Então não agradeça – cortou Sesshoumaru. Rin olhou para ele chocada. O homem estava sentado na ponta do banco encarando-a com frieza. Ela observou quando ele notou as mãos sujas do sangue dela e suspirou desanimado pegando mais gaze e se limpando.

Ele tinha longos cabelos prateados que lhe chegavam até a cintura. O rosto possuía manchas arroxeadas nos lados e seus olhos eram dourados. Prestando atenção nas suas mãos, ela notou que ele tinha garras. "Deve ser um youkai" pensou observando também que ele usava roupas impecáveis e que o carro parecia bem caro "Deve ser rico também... porque alguém assim ajudaria uma humana como eu?"

- Você pretende ficar me olhando por quanto tempo? - perguntou uma voz fria tirando-a de seus pensamentos

- M-me desculpe, eu... – sentiu que ruborizava ao encontrar os olhos que pareciam ser tão gelados e ao mesmo tempo tão bonitos.

- Você deve ficar deitada, eu não quero ter que parar toda hora para trocar os curativos – Rin acentiu com a cabeça. O youkai fez uma pausa encarando a menina. Ela tentou ver alguma coisa por trás da expressão impassível. Nada. Ele parecia não ter sentimentos. Sesshoumaru se virou para a porta e voltou para o banco da frente dando partida no carro.

- Qual o seu nome? – perguntou a jovem. Se iria conviver com ele por um tempo, pelo menos deveria saber alguma coisa sobre ele.

- Sesshoumaru

- Ah... E pra onde nós estamos indo?

- Para a minha casa

- Certo, e onde...

- Você pode fazer o favor de ficar calada? – Rin se encolheu no banco diante da resposta dele. Desistindo de tentar entabular alguma conversa com ele, ela se ajeitou melhor no banco deixando-se voltar aos seus pensamentos. Milhares de perguntas passaram pela sua cabeça. Não tinha idéia de onde estava e a rápida visão que teve da estrada quando se sentara não era o suficiente para que conseguisse se localizar. Rendendo-se ao cansaço e ao incomodo da dor provocada pelas feridas, deixou-se adormecer.

Poucos minutos depois, Sesshoumaru chegou à grande mansão que era a sua casa e estacionou. Ainda não conseguia definir a personalidade da jovem, mesmo depois de observá-la durante toda a viajem. Notara a expressão preocupada dela um pouco antes de adormecer, mas também notara o medo que vivia em seus sonhos e que a levava a gritar e a se debater. Mas inegavelmente ela tinha autocontrole o suficiente para não demonstrar dor quando seus ferimentos se reabriram.

Inclinou-se para pegá-la no colo se dirigindo para a casa. Pelo que sua intuição lhe dizia ela continuaria sendo um mistério para ele durante muito tempo. Deu um chute na porta fazendo com que abrisse e entrou dando um outro chute para que a mesma se fechasse.

- Sesshoumaru, até que enfim você che... – começou uma voz vinda de trás dele. Mas a voz se calou ao ver o que Sesshoumaru estava carregando

- Bom dia Inu Yasha

- B-bom dia... – Sesshoumaru se esforçou para não rir da cara que seu irmão fazia ao vê-lo acompanhado de uma humana – Quem...?

- Silêncio

- Mas...

- Silêncio

- Mas você...

- Silêncio – rosnou o youkai ameaçadoramente. O hanyou engoliu em seco dando espaço para que Sesshoumaru pudesse subir as escadas. Ele passou pelo hanyou sem lhe dirigir nenhuma palavra. Não que isso fizesse importância já que, no momento, Inu Yasha estava olhando abobalhado para o irmão.

Ainda se controlando para não rir, ele caminhou pelos muitos corredores do lugar até chegar a um grande quarto já totalmente mobiliado e decorado: o lugar tinha uma cama enorme ao lado da janela, um armário que estava a um canto, uma escrivaninha onde estavam todos os materiais de escrita e desenho possíveis e imagináveis e uma estante cheia de livros. Existia uma porta do outro lado do quarto que dava para um banheiro.

Sesshoumaru colocou-a na cama tomando cuidado para não acordá-la. Dando mais um suspiro desanimado, ele se retirou do quarto. Provavelmente seus dias iriam passar a serem incrivelmente longos a partir de agora.

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Inu Yasha observou Sesshoumaru entrando na cozinha e vasculhando os armários em busca de comida. O meio-youkai estava chocado até agora com a atitude dele. Sesshoumaru, que nunca gostara de humanos, ele, que dizia que eles deviam ser extintos, tinha trazido uma humana para casa?

- Sesshoumaru? – o youkai finalmente achou o que estava procurando e se voltou para a mesa começando a comer

- Hm

- Você está se sentindo bem? – Sesshoumaru olhou-o de esguelha continuando a comer

- Estou – respondeu friamente

- Ah... Quem é a humana? – perguntou hesitante. Tratando-se do irmão mais velho, você nunca sabia o que poderia acontecer. Levar um grande soco na cara, receber uma resposta polida, ou não receber resposta nenhuma eram igualmente naturais para ele.

- Alguém que eu encontrei na rua

- Certo... Humm... Como você encontrou?

- Ela estava em apuros e ferida, me pediu ajuda e eu ajudei... Qual o problema com você? – perguntou irritado ao ver Inu Yasha se engasgar com o leite

- Você... – foi interrompido por um acesso de tosse – você ajudou um humano?! Quer que eu chame um médico?

- Fico contente com a alta impressão que você tem de mim, irmãozinho – disse ele sarcástico. Inu Yasha se endireitou na cadeira tentando conter a tosse

- De nada – sorriu satisfeito ao ver o irmão revirar os olhos – qual o nome dela?

- Rin

- Ok... E qual...? – se interrompeu ao ver o olhar fulminante que Sesshoumaru lhe lançava – humm... Isso quer dizer que se eu perguntar mais alguma coisa, viro espeto para o jantar? – Sesshoumaru concordou com a cabeça – Certo... Eu já vou indo para a faculdade – disse se levantando rapidamente e sumiu do cômodo antes que acontecesse um atentado contra a sua vida.

- Jaken! – gritou Sesshoumaru assim que ouviu o barulho do carro de Inu Yasha se afastar

- Sssim, sssenhor SSSessshoumaru – veio a voz abafada do criado ao lado dele

- Existe uma humana que está hospedada aqui – disse ignorando a expressão surpresa que o servo fez – ela deve ser atendida em tudo o que quiser, mas não a deixe sair da propriedade. Chame um alfaiate, quero roupas novas para ela. Entendido?

- Sssim, ssenhor - Ele se levantou e saiu da casa e poucos instantes depois pode-se ouvir o barulho de um veículo saindo em alta velocidade deixando para trás o servo ainda abismado com as atitudes do seu amo.

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Rin abriu os olhos lentamente sentindo-se bem em meio aos travesseiros que haviam na cama. Finalmente as perguntas que ela vinha reprimindo desde a primeira vez que recuperara a consciência vieram à tona terminando com todo o bem estar que sentia instantes antes. Tomando cuidado para não abrir os machucados, ela se levantou. Teve que se segurar na cabeceira da cama para não perder o equilíbrio.

Deu uma boa olhada a sua volta surpreendendo-se com o luxo do aposento. Que tipo de desconhecido abrigaria uma pessoa que ele nunca tinha visto antes em um lugar assim? E ainda por cima agindo com completa indiferença quando a questão era falar diretamente com ela. Caminhou lentamente até a mesa onde estava um computador se sentando em frente a ele.

Quantos dias faziam desde que ela estava neste lugar? Onde exatamente ela estava? Quem era realmente o dono desta casa? Existiriam mais pessoas morando ali? Como ela fazia para sair dali? Como poderia entrar novamente em contato com sua empresa e falar com seu chefe? Passou a mão pela testa tentando achar um modo de responder a tantas perguntas que apareciam ao mesmo tempo. As lembranças que tinha de seu último dia antes de se deparar neste lugar não eram nada boas. Seu superior lhe tinha dito para tomar cuidado com um ataque contra ela. Isso provava que ele conseguia ver longe, se não ela não estaria ali agora.

Respirou fundo tentando pensar com clareza. A primeira coisa que ela deveria fazer era se comunicar com seu chefe. Depois ela pensaria como sairia dali. E ela tinha que sair dali rápido, já que era uma peça muito importante naquilo que se transformara em uma verdadeira guerra biológica.

Pensando assim, Rin ligou o computador. Talvez se ela conseguisse mandar um e-mail?

- Pelo visto você já está bem melhor. – comentou alguém às suas costas – já tomando atitudes para fugir daqui. Você quase me surpreende.

Rin congelou ao ouvir a voz e de virou lentamente. Lá estava ele, Sesshoumaru, aquela pessoa que tinha resgatado-a sem nenhum motivo aparente e que parecia estar cuidando dela. Ele a olhava sem demonstrar nenhuma emoção, mas Rin pode observar um brilho em seus olhos que indicava que ele estava se divertindo com o embaraço dela.

- Há quanto tempo eu estou aqui?– perguntou ela. Talvez sua presença não fosse ruim de todo, certo? Quem sabe ele não poderia responder algumas de suas questões?

- Três dias – respondeu ele parecendo entediado."Três dias" pensou Rin angustiada "O que será que está acontecendo na empresa agora? Eu não podia ter me afastado de l".

- Onde eu estou?

- Nova Orleans.

- Longe de tudo o que é perto – resmungou Rin consigo mesma. Como diabos ela conseguiria voltar para Montreal? A situação estava começando a ficar complicada...

- Não exatamente. – replicou Sesshoumaru – meu avião pode deixá-la em qualquer ponto do mundo em aproximadamente vinte minutos. – Rin levantou os olhos surpresa por ele ter ouvido suas palavras. Ela tinha falado muito baixo para alguém normal ouvir. Mas logo depois ela se lembrou de que ele era na verdade um youkai, sua audição era aguçada. Ela teria que tomar cuidado com o que falasse daqui para frente.

Mas logo que o choque por ele ter respondido a uma coisa dita em tom baixo passou, ela conseguiu analisar a resposta dada em si. Vinte minutos em qualquer parte do mundo? Essa espécie de avião só era usado por pessoas que trabalhavam para o governo ou que tinham muita influência, já que o "produto" tinha tecnologia de ponta. Se ele possuía um avião desse porte, não era qualquer um. "Quem é ele afinal?" Mal sabia que ele também se perguntava sobre isso no mesmo momento.

Oi gente! Tudo bem?

Bom, eu já tinha a idéia de postar essa fanfic a algum tempo, mas faltava inspiração.

Eu sei que eu ainda não terminei a minha primeira fic, e que postando outra eu só posso me deixar ainda mais confusa, mas eu não resisti à tentação.

Espero que vocês gostem! Mandem comentários por favor, opiniões são muito bem vindas! Beijos,

Raya.