O Lago de Gelo
Capítulo 2.
- O que você quer de mim? - perguntou Rin quebrando o silêncio incômodo que se instalara no aposento.
- De você? Nada. – a jovem o encarou perplexa.
- Então por que você está cuidando de mim? Por que me mantém aqui?
- Eu estou apenas fazendo um favor a um amigo meu. Ele pediu para que eu a deixasse em segurança... É o que estou fazendo.
- Mas quem...? – Sesshoumaru levantou a mão fazendo sinal para que ela se calasse.
- Não tente fugir, é impossível sair daqui sem a minha permissão. Você pode ligar para sua empresa, eles não vão conseguir ajudá-la de qualquer jeito. – ele se levantou e caminhou até a porta – O jantar sai em alguns minutos, você vai achar roupas no armário – dizendo isso, saiu.
- Feh! Convencido – sussurrou Rin cruzando os braços. Pegou o telefone que estava ao lado do computador e discou o número do escritório de seu chefe. "Não vão me achar, é?" Levou-o ao ouvido e esperou. Começou a ficar nervosa à medida que os toques passavam e ninguém atendia. Desligou e ligou de novo esperando que na segunda tentativa alguém respondesse.
- Droga, não tem ninguém – Suspirou e pôs o aparelho no gancho. Ela teria que ficar mais tempo naquela casa... Olhou ao seu redor procurando alguma coisa que a distraísse. Para sua extrema raiva e frustração, cada vez que ela ficava nervosa, seu apetite, que era normalmente nulo, aumentava drasticamente – no momento, a idéia do jantar sobre o qual o dono da casa falara era extremamente tentadora.
Amaldiçoando-se mentalmente pela sua falta de controle sobre o próprio estômago, Rin foi até o armário trocando a longa camisola por umas das muitas peças que existiam dentro do mesmo. Demorou-se um instante olhando para as ataduras presas ao redor da sua cintura. Qual seria a extensão dos seus ferimentos? Balançou a cabeça e terminou de vestir a blusa, deixando o quarto em seguida.
Caminhou a esmo pelos corredores do lugar procurando por alguma escada que levasse para a sala de jantar. Depois de alguns minutos em que ela se sentia mais perdida do que jamais em sua vida, a garota começou a se irritar com a situação.
- Você é a Rin?– ela se voltou para onde vinha a voz. Encontrou um meio – youkai olhando para ela curiosamente.
- Sou eu mesma... Quem é você?
- Inu Yasha – ao ver o olhar confuso dela, ele completou – meio irmão do Sesshoumaru.
- Ah... Como você sabe meu nome?
- Sesshoumaru me disse
- Como ele sabe o meu nome? – exclamou Rin surpresa. O hanyou deu de ombros, indiferente.
- Você está perdida?
- Estou, eu... Onde é a sala de jantar? – Inu Yasha fez sinal para que ela o seguisse e passou a caminhar pelos corredores com aparente segurança. Segundos depois eles estavam descendo a escada principal e entrando na sala de jantar.
Mesmo depois de ter passado algum tempo no lugar, Rin ainda se impressionava com a suntuosidade dele. Sentou-se em uma as muitas cadeiras que a mesa possuía.
- Pode se servir – disse Inu Yasha depois de um tempo vendo que ela continuava parada.
- Mas nós não vamos esperar pelo Sesshoumaru?
- Ele nunca janta aqui – respondeu o hanyou simplesmente encolhendo os ombros
"Que gente mais estranha..." pensou Rin enquanto comia "Eu preciso sair logo daqui".
- Sesshoumaru pediu para que você fosse falar com ele – informou Inu Yasha quando viu que ela tinha acabado. Ele apontou para uma porta no final da sala – entre ali, a maior porta à esquerda é a biblioteca, ele deve estar lá.
- Ah, sim, obrigada – Rin se levantou seguindo o caminho indicado. Assim que entrou no cômodo, viu o youkai sentado perto da lareira debruçado sobre papéis que estavam em cima de uma mesa.
- Estava imaginando quando você viria – comentou quando ela se aproximou
- Eu quero ir embora daqui – disse Rin ignorando o que Sesshoumaru tinha dito
- Pode ir, à vontade. – Mais uma vez, Rin encarou-o atônita.
- Mas... Mas você disse... – ele levantou a cabeça dos documentos que estava lendo pela primeira vez desde que ela tinha entrado
- Para onde você pretende ir? – perguntou ele cruzando as mãos e apoiando a cabeça nelas
- Para casa – respondeu ela imaginando se ele tinha problemas mentais. Para onde mais ela iria se não para casa?
- É? Atacaram você dentro da sua própria casa a apenas quatro dias atrás. Você realmente acha seguro voltar para lá? Imaginei que fosse mais esperta. Além disso, você está em Nova Orleans, como pretende voltar para Montreal? – Rin sentiu suas mão ficarem geladas à medida que ia escutando.
- Eu posso comprar as passagens e ir para um hotel. Eu tenho dinheiro suficiente para isso – replicou ela tentando manter a voz firme
- Sim, você poderia fazer isso... Mas seus cartões de crédito forma cancelados.
- O que?! – Sesshoumaru abriu uma pasta ao lado e tirou alguns documentos de lá entregando-os a ela. Ela passou os olhos por eles sentindo-se tonta ao ver que sua conta tinha sido cancelada. Nenhum dinheiro, nenhuma maneira de voltar para casa... – Foi você quem fez isso?
- Por que eu faria?
- Por que você salvaria uma humana?
- Por que não?
- Por que não fechar minhas contas, então?
- Era para deixar você sangrando na rua? – Rin suspirou e balançou a cabeça
- Desculpe...
- Você não tem como sair daqui, aceite.
- Sim, eu tenho como. – respondeu Rin sentindo a raiva contra ele crescer. – Eu posso ligar para a minha empresa, e eles vão vir me buscar. E você não vai me impedir de ligar, nem de sair daqui!
- Tem razão, não vou. – disse ele e voltou a escrever tranqüilamente
- "timo
- Mas você tem certeza de que eles iriam te ajudar? – questionou ele depois de algum tempo em silêncio.
- Como assim? Claro que eles viriam, eu trabalho lá há anos – ele se levantou da cadeira e pegou um telefone portátil que estava sobre uma mesinha.
- Tente então – ele estendeu o aparelho. Rin hesitou por alguns segundos antes de tomar o telefone de sua mão e discar rapidamente o número do prédio. Desta vez atenderam quase imediatamente.
- Biologika's boa noite – veio uma voz entediada do outro lado da linha.
- Boa noite, aqui quem fala é Rin Kurosawa, eu gostaria de falar com o ramal 3244, por favor. – ela aguardou pacientemente a ligação ser transferida e deu um suspiro de alívio ao ouvir a voz de seu chefe.
- Sr. Suzuki? Sou eu, Rin.
- Rin? – veio uma voz alarmada do outro lado da linha
- Sim senhor. Eu fui atacada e acabei saindo do Canadá e...
- Sinto muito, mas não há nada que nós possamos fazer por você. – o tom vinha frio e controlado agora, como quando se fala com alguém indesejado. A jovem sentiu que o sangue se esvaía de sua face e que seu corpo todo tremia.
- Como? Mas... Eu trabalho aí, o senhor me conhece desde pequena. Eu só preciso de uma passagem, não tenho dinheiro...
- Como eu já disse antes, não há nada que se possa fazer nesta situação. Pelo que consta nos dados da empresa, você foi demitida.
- O que?!
- A senhorita não vem ao trabalho há três dias, não mandou notícias nem nada... Conhece as regras, faltas não são admitidas aqui. – "Senhorita?!" pensou ela " Ele nunca me chamou de senhorita! Ele me conhece desde os três anos de idade, pelo amor de Deus!"
- Mas eu tive motivos! Eu... Fui atacada e ferida, me tiraram do país, não foi por vontade própria!
- Não nos interessa os seus problemas pessoais. – Rin sentiu que as pernas lhe faltavam e caiu no chão com as lembranças de tudo o que passara e fizera por aquele lugar enquanto ouvia a voz indiferente do seu mentor lhe dizendo que há muito já não estavam satisfeitos com seu trabalho.
- Como você desapareceu sem dar explicações, não receberá o salário dos dias que trabalhou. Acho que a nossa conversa está encerrada, qualquer dúvida, a secretaria está aberta. Boa noite. – a linha foi cortada, mas ela continuou com o fone no ouvido durante um longo tempo. Por fim, Sesshoumaru tomou o aparelho de suas mãos e o devolveu para o gancho.
- Você já sabia que isso tinha acontecido, não é? – questionou Rin com um fio de voz tentando organizar o caos que se instalara na sua mente. Notou o youkai na sua frente assentido em silêncio.
Afastou a franja dos olhos como se isso pudesse tirar a neblina que a impedia de raciocinar com clareza.
- Por que eles me demitiriam? Eu sempre fui considerada a melhor cientista da empresa... – murmurou a jovem parecendo estar falando mais para si mesma do que para o homem ao lado. Afundou o rosto nas mãos em um gesto de abandono, como se estivesse desistindo de tudo.
- Você trabalha para uma associação que faz pesquisas para descobrir curas para os vírus que mais matam pessoas no mundo, não é? – ela concordou, ainda em choque com as notícias que lhe deram em tão pouco tempo.
- Tudo estava correndo bem... Quer dizer, tinha aquela desavença com a... – arregalou os olhos subitamente entendendo o que tinha acontecido – Meu chefe estava preocupado com a empresa que concorre com a gente... Ele disse que ela estava fazendo ameaças, mas nunca me explicou exatamente o que eles queriam... Será que eu fui afastada por isso?
- Nunca conte com a lealdade de um ser humano – comentou Sesshoumaru. Rin olhou para ele incrédula com sua calma diante da situação.
- Não! Eu preciso descobrir o que está acontecendo! Se eles estão ameaçando o Sr.Suzuki, eu tenho que achar uma forma de parar com isso. – ela se interrompeu pensando nas suas chances. "Eu estou presa na casa de um desconhecido, sem dinheiro, sem meios de me comunicar com ninguém, sendo perseguida por um bando de assassinos de aluguel..." Suspirou admitindo que não conseguiria fazer nada sozinha. Engolindo o orgulho e todas as palavras que tinha dito antes para o dono da casa, a jovem se levantou. – Eu... Preciso da sua ajuda...
Sesshoumaru deixou escapar um sorriso diante das palavras dela.
- Você vai ter toda a ajuda de que precisar – afirmou ele antes de se retirar da sala.
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Oi gente! Tudo bem?
Desculpem pela demora em atualizar, mas é que eu estava totalmente atolada com provas, testes, revisões e tudo mais... Eu não entendo como que todos os estudantes do planeta ainda não enfartaram ¬¬
Em todo caso, espero que vocês tenham gostado do capítulo. Nos próximos vai ficar mais legal, prometo. Chantagem, suborno e espionagem! -
Miko No Shizai - Olá Rin-chan! Que surpresa a sua presença por aqui tão cedo! Certo, não me olhe com olhos malvados ao ler isso, sim? Lembre - se dos seus sentimentos gentis em relação a minha pessoa XD. Kissus e Ja ne.
Shampoo-chan - Fico feliz por você ter gostado da fic! Os erros de digitação são culpa do meu computador... aparentemente, ele resolveu fazer inovações na língua portuguesa ¬¬ No momento eu estou em guerra com ele... Amontoado de fios maldito... Desculpe pela demora, eu vou tentar atualizar mais rápido, das próximas vezes... Beijos, Raya
Lan Ayath - Muito obrigada! Fico muito feliz por você estar gostando! Beijos, Raya
Kagome-chn LP - Olá! Sim, sim, mistérios são bons, não é mesmo? É um orgão do governo sim. Guerras entre países pode ser interessante também, acho... Beijos, Raya
Juli-chan - Oi, tudo bem? Que bom que você está gostando da história. Vou tentar atualizar o mais rápido possível. Kissus, Ja ne.
Eyewear - Humm... o que aconteceu com a Rin vai aparecer mais para frente. Que bom que você está gostando da história! Beijos, Raya
Rigel - Yo no hablo espanõl muy bien, mas estoy feliz por usted estar gustando de mi historia. Atenta y sinceramente, Raya.
Carol Ogawara Kun Sama - Oi, tudo bem? Que bom que você está gostando, isso me deixa muito feliz! A Kagome pode até aparecer, mas provavelmente não vai ter um papel muito importante não... Romance entre Rin e Sesshy vai ter sim, e só esperar um pouquinho que começa. Desculpa pelo atraso, eu vou tentar ser mais rápida das próximas vezes. Beijos, Raya.
