O Lago de Gelo
Capitulo 3.
Sesshoumaru parou diante da porta esperando que os carregadores terminassem de colocar os enormes pacotes dentro da casa. Assinou rapidamente os recibos e fechou a porta.
"Para que esse monte de caixas, Sesshoumaru?" perguntou Inu Yasha sentado em cima do corrimão.
"Bom dia para você também, irmãozinho" disse dando uma olhada rápida nele "Você vai acabar caindo daí" comentou
"Preocupado comigo?" Inu Yasha sorriu diante do olhar irritado do youkai "Você não respondeu minha pergunta. Para que essas caixas?"
"Eu sei para que elas servem e o que tem dentro. Você não. Os deuses quiseram assim, aceite isso" respondeu ele em um tom de voz neutro enquanto fazia sinal para que Jaken trouxesse um carrinho e acomodava as caixas dentro dele.
"Eu vi sua namorada ontem" falou Inu Yasha resolvendo mudar de tática e passando a seguir seu irmão, que ia para o porão empurrando o carrinho.
"Ela não é minha namorada" replicou Sesshoumaru tranqüilamente.
"Ainda" completou o hanyou rindo do rosnado que Sesshoumaru deixou escapar "Mas já que você não gosta dela, nem se importa... Eu acho que vou fazer uma visita... Kagome brigou comigo hoje, preciso de carinho..."
O youkai virou-se de repente segurando Inu Yasha pela gola da camisa
"Você não toca nela, entendeu?" sibilou ele em um tom ameaçador
"E essa demonstração de raiva e ciúmes é por que você não gosta dela?" questionou o meio-youkai. Por um instante, Sesshoumaru se imobilizou, desconsertado, mas logo depois largou o irmão tentando recuperar a compostura.
"Eu não lhe devo satisfações" disse voltando a tomar seu caminho
"Você a ama?"
"Não, mas amo a idéia de te matar. Serve?"
"Se você continuar rabugento desse jeito vai acabar assustando sua namorada" disse Inu Yasha antes de se virar para ir para a faculdade.
Sesshoumaru não se deu ao trabalho de responder, simplesmente ignorou o hanyou e continuou a fazer sua tarefa.
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Rin olhou para a porta ao ouvir passos no corredor. Segundos depois, a mesma foi aberta e o dono da casa entrou.
"Bom dia" cumprimentou Rin hesitante. O youkai acenou com a cabeça enquanto se aproximava e se agachava em frente a jovem.
"Eu preciso trocar seus curativos" disse ele, explicando o motivo da pequena maleta que carregava. Rin concordou em silencio deixando que ele retirasse as ataduras.
"Você já sabe o que vai fazer com relação ao seu emprego?"
"Não exatamente... Há alguns meses atrás, nós começamos a estudar doenças que poderiam transpor a barreira das espécies e acabar atacando humanos... Foi nessa época que nós começamos a ter problemas com essa outra empresa... Ela passou a tentar barrar nossos progressos, colocou espiões que sabotavam os equipamentos... Até que semana passada meu chefe chegou no laboratório parecendo muito preocupado e me disse que tomasse cuidado. Dois dias depois eu fui atacada..."
"Então você acha que ele está sendo chantageado?"
"Eu não sei... Mas eu quero voltar na minha empresa, talvez eu possa encontrar alguma coisa que explique isso."
"Você diz entrar escondida lá." Sesshoumaru terminou de fazer o curativo e se levantou "Isso é crime" Rin mordeu os lábios e concordou com a cabeça
"É, eu sei. Acho que a primeira coisa a fazer seria voltar na minha casa. Eu tenho algumas amostras lá que eu estava começando a estudar quando isso aconteceu... Talvez tenha alguma informação. O único problema é que eu não tenho mais um laboratório para trabalhar."
"Isso não é um problema" disse Sesshoumaru lentamente. "Daqui a cinco minutos nós vamos lá então. Suponho que você já saiba como chegar no térreo" comentou ele erguendo as sobrancelhas, divertido. Rin corou lembrando-se de como ela saíra correndo da sala na outra noite, seguindo-o e resmungando alguma coisa sobre não saber chegar no seu quarto.
"Sei" disse ela envergonhada. Queria parecer forte na frente dele, mas de algum modo, nunca conseguia fazer isso. Observou em silêncio enquanto ele se afastava antes de se dirigir ao banheiro para trocar de roupa.
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Ela ficou parada um instante enquanto olhava parcialmente paralisada a bagunça que se tornara o seu antigo lar. Sesshoumaru veio entrando logo em seguida evitando cuidadosamente cacos de vidro e pedaços de moveis que cobriam o chão.
"Eles vasculharam a minha casa!" exclamou Rin no que parecia ser uma mistura de raiva e confusão. Sesshoumaru concordou em silêncio enquanto olhava ao redor.
"As amostras devem ter sido levadas então" comentou o youkai girando nas mãos o que parecia ter sido antes uma moldura de um quadro. Rin lançou-lhe um olhar de esguelha parecendo ainda mais irritada.
"Elas estavam num lugar seguro" resmungou ela começando a caminhar na direção da despensa "Eu não sou tão estúpida assim."
O youkai fez um leve som de surpresa, o qual foi gentilmente rebatido com um banco voando na sua direção.
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A passagem ficava atrás do armário de mantimentos, escondida por várias camadas de latas e sacolas. Tirando-as rapidamente de uma das prateleiras, Rin abriu um pequeno compartimento onde estava uma caixa de isopor, que a jovem pegou e verificou com um sorriso.
"As amostras estão aqui" disse ela enquanto se levantava e começava a caminhar para a saída carregando a caixa "mas eu não tenho nenhum lugar onde trabalhar, então acho que isso não vai ser muito útil." Sesshoumaru continuou andando, murmurando alguma coisa que tinha o som de 'humanos' enquanto procurava a chave do carro.
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O hanyou ficou em silêncio durante vários minutos, fitando o irmão com um ar desorientado.
"Ok... Vamos ver se eu entendi... A humana de quem você está cuidando acha que seria útil se nós invadíssemos uma empresa para ter mais informações. E então você vem me pedir ajuda para executar o plano porque você concorda com isso."
Sesshoumaru suspirou irritado, encarando o irmão com impaciência.
"Exatamente"
"Certo, deixe-me reformular a pergunta. Você vai invadir uma empresa!"
"Não seja ridículo Inu Yasha. Essas pessoas podem estar planejando matar milhões de humanos."
"Eu entendi essa parte!" disse o hanyou levantando-se bruscamente da poltrona e começando a caminhar pela biblioteca. "O que eu não entendi é desde quando você começou a se importar com isso! Ou essa humana que você trouxe para casa. Quem é ela? Por que você deixa-a ficar aqui? Por que você a ajuda? Você sempre teve ódio de humanos!"
"Eu tenho os meus motivos e eles não lhe dizem respeito" disse o youkai em uma voz perigosamente calma, se levantado lentamente da sua própria poltrona. "A raça dela pode correr perigo. Eu preciso de ajuda."
Inu Yasha passou a mão pelos cabelos em um gesto de exasperação pelas atitudes do irmão.
"Você sempre foi bom com sistemas" disse Sesshoumaru num tom casual enquanto sorria levemente. O hanyou respirou fundo enquanto virava-se na direção do outro.
"Como e quando?" perguntou simplesmente enquanto voltava a se sentar. Sesshoumaru abriu um sorriso ainda maior diante da resposta. Estava na hora de uma pequena conspiração.
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Os três estavam dentro do carro parado, este escondido pelas sombras que as árvores faziam. Estavam em frente ao edifício enorme da empresa, um complexo admirável com quatro blocos, jardins internos e um gerador potente o suficiente para abastecer Nova Iorque inteira por meses.
"Bom, os seguranças desse lugar deixam muito a desejar, estamos todos aqui e Kagome vai fazer um escândalo se nós não chegarmos em casa em cinco horas. O que diabos vocês ainda estão esperando aqui dentro?" Sesshoumaru contraiu os lábios diante da manifestação pouco elegante do irmão, enquanto destravava as portas para que Rin saltasse do banco traseiro.
"Está pronto irmãozinho?" perguntou vendo o hanyou se acomodar na poltrona e concordar com cabeça. Um computador portátil e uma conexão com a internet, sempre foi tudo o que o meio-youkai precisara para armar as mais diversificadas confusões desde pequeno, coisa que lhe rendera muitos meses de castigo na infância.
"Já estou há algum tempo" comentou com desagrado "Quero acabar logo com isso, portanto, seja breve na sua invasão, certo?"
O youkai se afastou, retirando enquanto se aproximava da cerca de arame um alicate que permitiria a entrada. Segundo Rin, o laboratório mais importante ficava escondido em um subsolo dentro dos jardins e nem ela mesma tivera permissão para entrar nele, apensar de saber sua localização. Portas automáticas e câmeras seriam facilmente burladas por Inuyasha.
Eles caminharam evitando os fachos de luz que corriam o terreno em busca de possíveis invasores e mantendo sempre em mente a posição dos guardas que percorriam o lugar. Rin apontou uma pequena reentrância no chão e ajoelhou-se, afastando as plantas que escondiam uma placa de metal com a entrada.
Sesshoumaru rasgou o metal abrindo espaço para ambos passarem, contando com o irmão para refrear os alarmes. Quando desceu, Rin já corria em direção à sala principal, a fim de achar documentos que explicassem o que estava de fato acontecendo.
O youkai passou por ela, examinando os armários de metal com arquivos e abriu um em especial, encontrando frascos selados cheios de líquidos e pedaços de tecidos.
"Isso serve?" Rin aproximou-se tomando um dos vidros e prendendo a respiração ao ler os rótulos
"Oh, deuses..." murmurou passando os olhos pelos outros frascos. Sesshoumaru afastou-se olhando fixamente para a porta. Cheiro de pessoas e estava ficando próximo. Franziu a testa enquanto mandava que a menina e apressasse. Já podia ouvir o som das armas sendo engatilhadas e conteve um suspiro irritado pensando nas conseqüências que a garota lhe trazia com suas idéias.
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"Oh droga" praguejou Inuyasha olhando as câmeras. Guardas começavam a se espalhar pelo local, avisados por algum mecanismo que ele não interrompera. Saltou do carro xingando o irmão de todos os nomes que pode se lembrar enquanto se aproximava do primeiro segurança que chegava ao local onde Rin e Sesshoumaru tinham desaparecido.
O homem foi obrigado a parar de passar informações aos outros pelo rádio ao ser arremessado a fim de perder a consciência pelo hanyou, que tentava ganhar tempo para os outros dois.
Foi ao fim de cinco minutos que estes saíram, encontrando um meio youkai mal humorado pela falha nos planos e com as roupas em um estado lastimável.
"Você é a pessoa mais detestável com quem eu tive o desprazer de ser da mesma família" resmungou ainda ofegante apontando o dedo para Sesshoumaru. Este olhou a sua volta, encontrando uma procissão de seguranças caídos no chão ao seu redor. "E é bom que estas drogas destes potes tenham alguma coisa de útil dentro e ..."
"Cale-se" cortou Sesshoumaru refazendo o caminho para o carro. Rin passou a frente do hanyou seguindo Sesshoumaru, lançando um sorriso indulgente a ele ao fazê-lo. O hanyou enxugou o filete de sangue que escorria pelo queixo amaldiçoando o irmão e o que ele denominava como 'suas malditas excentricidades'.
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Olá! Nossa, eu acho que bati todos os meus recordes em matéria de atraso desta vez... Desculpe... Espero ser bem mais rápida da próxima vez... A boa notícia éque eu tenho muitas idéias sobre o que fazer nos próximos caps então é provável que eu não demore até o Natal para postar outro XD
Muito obrigada às pessoas que comentaram e que tiveram paciência com o meu infindável atraso! Deixaram esse projeto de autora muito feliz! Beijos,
Raya
