Beijos Desequilibrados
Capítulo III - Confidências

Disclaimer : Não, eu não sou a autora de Saint Seiya... Se fosse, os golpes do Afrodite-sama não seriam rosas, mas algo que tivesse a ver com o signo de Peixes... Saint Seiya pertence a Masami Kurumada, Toei Animation, etc. Sou apenas uma fã desocupada que coloca os personagens amados em situações diferentes... Amelie Bertaux, Althea e as gêmeas são criações minhas.

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Era segunda-feira de manhã. O céu amanhecera meio nublado, dando aquele clima frio gostoso de ficar na cama. Mas isso era praticamente impossível para os cavaleiros de ouro, à exceção de Aldebaran, que estava de folga. Kamus acordou cedo, como de costume. Hoje ele iria treinar sozinho, mas queria começar cedo. Não gostava de ser censurado, portanto fazia tudo impecavelmente. Tomou um banho e foi tomar café da manhã. As servas haviam preparado Baklava, um prato russo que consistia numa espécie de massa – feita com amêndoas, nozes, pistache, canelas – e coberta com um xarope de açúcar, água, suco de limão e água de flor de laranjeira. Kamus estava começando a se surpreender com as aptidões e gostos culinários de suas servas. Enquanto comia, a serva de olhos e cabelos negros se aproximou da mesa onde estava.

"Kamus-sama, chegou uma correspondência do Grande Mestre."

"Aproxime-se, Althea. E entregue-me a carta."

A serva estremeceu. Raramente Kamus as chamavam, principalmente pelo nome. Mas, se ele sabia quem era quem, isso era um sinal que ele era muito atencioso. Althea se aproximou e estendeu um envelope lacrado à vela, de cor dourada. Kamus pegou o envelope e sorriu.

"Muito obrigado, Althea. Pode continuar seus afazeres."

Althea enrubesceu e partiu. Kamus lançou um olhar preocupado ao envelope e o abriu. Respirou aliviado ao ver que não se tratava de mais uma união dourada.

Cavaleiro de Ouro da Casa de Aquário,

Convoco-te para que venhas até o salão de Athena às 8 horas. O assunto será breve e não deve atrapalhar teus afazeres.

Grande Mestre

Kamus olhou a hora. Eram quase oito horas. Vestiu a armadura de ouro e subiu o lance de escadas. Ao passar por Peixes, viu Afrodite trajando a armadura de Peixes e se dirigindo para fora, segurando uma rosa da cor de sangue.

"Bonjour, Afrodite. Com licença, preciso passar pela tua casa."

"Bom dia, Kamus. Pode passar." – Afrodite continuou a descer as escadas.

Kamus subiu o que faltava para chegar ao salão(1). Ao entrar, percebeu que o Grande Mestre ainda não se encontrava lá. Aguardou um tempo em pé, até que o Mestre apareceu. Kamus fez uma reverência e tornou a olhá-lo.

"Creio que deve estar curioso para saber o motivo desta convocação." – A voz do Grande Mestre soou rouca e grave – "Eu tenho uma proposta a te fazer."

"E qual seria, Grande Mestre ?"

"Tem um aspirante a cavaleiro na Sibéria, Kamus. O nome do garoto é Isaac e a armadura almejada é a de Cisne. Acho que tu serias o mestre ideal para este garoto. O que me dizes ?"

"Não pretendia abandonar a casa de Aquário por enquanto, Grande Mestre. Mas, se, no entanto, esta for a vossa vontade, aceitarei e cumprirei sem problemas."

"Não quero que isso te soe como uma ordem. É uma proposta, já te disse. Pense por um mês e decida se realmente quer treinar o garoto. Um mestre não deve treinar alguém forçadamente. Agora vá. Estás dispensado."

Kamus fez uma nova reverência e partiu. Passou pela casa de Peixes, agora vazia, e entrou em sua própria casa. Estava fora de cogitação ele retornar à Sibéria. Mesmo que o clima de lá lhe fosse agradável, ele queria continuar no Santuário. Saiu lateralmente da casa de Aquário, chegando a um local amplo e perfeito para treinamentos. Ficou lá por boa parte da manhã, treinando só. Os acontecimentos do dia anterior ainda vagavam em sua mente. Miro cada vez mais perto de si, pronto para beijá-lo... Quais seriam as intenções de Escorpião com aquilo ? Brincar com ele ? Se bem que Kamus continuava com uma idéia fixa na cabeça : talvez se tivesse Miro por uma noite, ele pudesse esquecê-lo. Mas como aquilo também lhe soava absurdo ! Ele não queria se tornar mais uma das conquistas de Miro.

Parou de treinar e tomou um banho. Um banho muito demorado. Saiu e foi até a sala de jantar, almoçar. A comida era Pato com laranja. Tinha um olhar vago durante a refeição. Depois de comer tudo o que lhe fora servido – Kamus estava com um apetite descomunal naquele dia – ele se virou para Althea, que se encontrava em pé, observando-o comer.

"Althea, hoje é o dia de compras ?"

A serva novamente estremeceu. Estranhou profundamente o quanto seu amo estava falante naquele dia.

"Sim, Kamus-sama."

"Poderia me passar a lista ? Eu mesmo quero fazer estas compras."

Althea estranhou. Era raro ver Kamus saindo em direção à vila. Não se demorou e foi buscar o que lhe fora pedido. Voltou rapidamente e entregou o papel à Kamus, que lhe agradeceu, sorrindo.

"Pode retirar a mesa. Mais tarde eu volto com as compras."

Kamus se levantou e deixou Althea e mais uma serva loira limpando tudo. Entrou no quarto, vestiu roupas simples e saiu. Desagradava-lhe a idéia de sair sem sua armadura, mas não iria passear no vilarejo com ela. Desceu por uma passagem secreta, chegando à casa de Áries, vazia. Foi andando e chegou até a vila.

Havia uma grande movimentação, apesar dos habitantes fazerem suas feiras pelo período da manhã. Muitos o cumprimentavam cheios de respeito, mas espantados. Era realmente muito raro ver Kamus andando pelas ruas. Ele foi andando em várias barracas, barganhando. Comprou tomates, cebolas, batatas, carnes diversas. Estava com duas sacolas cheias de frutas e verduras e se dirigiu a uma garota de cabelos castanhos, que fazia compras.

"Com licença, você não é serva de Miro ?"

A garota olhou para Kamus e se assustou. Fez uma grande reverência.

"Sim, Kamus-sama."

"Tem alguém aqui lhe ajudando com as compras ?"

"Sim. Estou aqui com minha irmã gêmea, ela está me ajudando. Nós já estávamos voltando par o templo de Escorpião."

"Gostaria de pedir um favor a vocês. Poderiam levar estas duas sacolas para o templo de Aquário ? Claro, se vocês não levarem coisas demais..."

"Não se preocupe, Kamus-sama. Levaremos com todo prazer."

Kamus estendeu as duas sacolas para a garota com quem falava, que não carregava nada.

"Merci, garotas."

As duas sorriram e partiram. Kamus pretendia ficar mais um pouco na cidade. Pretendia comprar alguns vinhos e coisas do gênero, algo que só ele poderia fazer. Ou, no máximo, Althea. Afinal, tinha de admitir que aquela mulher tinha um bom gosto para comida. Ficou meio incomodado de pedir o favor às garotas, mas... Fazer o quê ?

Entrou numa loja de bebidas e ficou um bom tempo analisando vinhos e champagnes. Cheirou, bebericou e decidiu por algumas garrafas. Comprou alguns queijos franceses. Saiu da última loja com uma sacola em mãos. Estava ficando tarde, era melhor voltar para seu templo. Andava por uma rua quando viu uma figura muito peculiar vindo pelo lado oposto, distraída.

Era uma mulher loira, de cabelos lisos que voavam delicadamente com a suave brisa que soprava, e olhos tão azuis que pareciam duas safiras. Andava elegantemente, com um vestido branco rodado, e tinha sua atenção voltada para as vitrinas. Kamus a olhou com um quê de incredulidade.

"Amelie ! O que Amelie pode estar fazendo na vila do Santuário ? Ela não pode entrar aqui ! Como conseguiu ? Bem, considerando seu dinheiro e poder, deve ter achado um método..."

Kamus a olhava de cima a baixo. Estava deslumbrado com a visão daquela mulher tão linda que só ficava atrás das deusas. Seus olhos marejaram.

"Ela continua belíssima... Por que simplesmente não consigo odiá-la ? Ela mexe muito comigo ainda... Apesar de todos estes anos, continuo a admirá-la... Como da primeira vez que a vi."

Amelie sentiu que era observada e se virou para ver quem o fazia. Quando viu aquele homem em pé, com uma roupa simples, porém impecável, segurando uma sacola e olhando fixamente para ela, estremeceu. Seus dois olhos azuis brilharam e umedeceram e a boca bem talhada deu um sorriso. Kamus ficou aterrorizado por dentro ao perceber que ela o tinha visto e que vinha correndo em sua direção. Seu primeiro impulso foi fugir, mas aquela atitude não poderia ser feita de uma maneira patética, afinal tinha uma reputação a zelar. Transpareceu uma expressão fria e entrou num beco ao seu lado, calmamente. A distância que os separava era relativamente grande e, quando Amelie entrou no beco correndo, Kamus não estava mais lá. Este havia subido no telhado e observava a garota, com uma expressão triste. Uma lágrima solitária deslizou em sua face quando ele decidiu voltar para seu templo. Afinal não ficava bem para ele ficar agachado num telhado observando uma garota.

Kamus entrou rapidamente na casa de Aquário e colocou sua sacola em cima da mesa. Entrou no quarto e deitou-se na cama. Não queria ser incomodado. Sua cabeça latejava muito. A visão daquela mulher mexera muito com ele. Não conseguia parar de pensar nela, em seus olhos, em sua boca. Não que a amasse. Ele sabia que disto estava livre. Mas ela o fascinava. Despertava seu desejo. E ele não conseguia odiá-la, apesar de tudo o que lhe aconteceu. Ficou quieto na cama por um bom tempo, até que ouviu uma batida na porta e uma voz conhecida.

"Kamus-sama, permite a minha entrada ?"

"Sim, Althea." – Kamus se sentou na cama e ficou olhando para a porta do quarto.

Althea entrou e ficou parada próxima a porta. Falou num tom baixo.

"Kamus-sama, desculpe-me o atrevimento, mas percebi que o senhor não está bem. Acabei tendo a ousadia de lhe preparar um banho e uma boa comida. O senhor precisa relaxar."

Kamus a olhou com carinho. Parece que a preocupação de Althea com a sua pessoa mexeu um pouco com ele. Achava que poderia contar com ela. Deu um sorriso – o que assustou a garota.

"Aceito o banho e a comida, Althea. Merci beaucoup."

Kamus se levantou e se dirigiu para o banheiro que ficava fora do quarto, sendo seguido por Althea. Este era bem grande, com uma banheira enorme no centro que lembrava um pouco uma piscina. Não que fosse tão grande quanto uma, mas tinha uma boa profundidade no meio. Olhou para a cômoda que tinha mais ao lado e viu as toalhas que a serva havia separado para ele.

"Kamus-sama, vou me retirar agora. Deseja alguma coisa ?"

"Por enquanto não."

Althea se retirou. Kamus se despiu, prendeu seus cabelos o alto da cabeça e entrou na água gelada. Havia alguns lírios espalhados pelo banheiro e um doce aroma de canela também o impregnava. Kamus descansou a cabeça latejante na borda da banheira e passou um bom tempo de olhos fechados, relaxando. Aquela serva parecia adivinhar tudo o que se passava com Kamus e ele parecia gostar disso. Ela conseguia enxergar o que ninguém mais conseguia : o Kamus que existia por debaixo de toda frieza. Nem Miro o fazia; o que acontecia é que o muro de gelo de Kamus se quebrava na frente de Escorpião.

Percebeu que nutria um grande carinho pela serva. Lembrou-se de quando chegara ao Santuário. Sim, ele a escolhera dentre tantas outras mulheres, não sabia o porquê. Mas agora entendia. Era como se adivinhasse que poderia confiar nela. E de fato confiava. Decidiu que deveria conversar com ela. Saiu da banheira, enrolou-se numa toalha e saiu do banheiro. Althea estava do lado de fora, observando. Enrubesceu ao ver seu mestre naquele estado.

"Althea, pode me acompanhar até o quarto ?"

"Sim, Kamus-sama."

Os dois foram até o quarto. A mulher estava trêmula, não entendia bem o que seu mestre quis dizer com aquilo. Entrou no quarto e ficou encostada à porta fechada. Kamus se virou para ela.

"Vou trocar de roupa. Poderia se virar ?"

Althea obedeceu. Apenas ouvia o barulho de Kamus se vestindo e enrubescia cada vez mais. Ouviu os passos de seu mestre e uma claridade crescente. Kamus havia acendido mais algumas velas.

"Venha cá, Althea."

Ela se virou e viu que ele trajava uma calça azul marinho e estava sem camisa, sentado na cama. Ela seguiu em direção a ele e parou em frente à cama.

"Poderia pentear meus cabelos e fazer uma massagem no meu couro cabeludo ? Estou com uma dor de cabeça infernal..."

Althea pegou uma escova em cima do criado mudo e se sentou na cama, atrás de Kamus. Começou a pentear os cabelos macios e sedosos de seu mestre, vendo que eles não estavam embaraçados. Terminou logo. Então iniciou a massagem no couro cabeludo, tocando delicadamente a cabeça dele com a ponta dos dedos.

"Você é muito boa nisso, Althea."

"Obrigada, Kamus-sama."

"Seus dedos estão gelados... Isso é muito bom."

Althea enrubesceu. Mas ver aquele homem tão à vontade na presença dela a encorajou para ser indiscreta.

"Kamus-sama, gostaria de lhe fazer uma pergunta."

"Oui, minha cara."

"O senhor é apaixonado por Miro-sama, não ?"

Kamus não esperava uma pergunta destas e corou violentamente. Mas Althea não podia ver nada além de seus cabelos.

"Pergunta indiscreta, non ?"

"Desculpe-me, Kamus-sama." – Althea parou a massagem e fez menção de se retirar.

"Continue a massagem, sim ? Eu vou lhe responder, Althea. Você me inspira muita confiança. E preciso conversar com alguém sobre este assunto." – Ela enrubesceu mais uma vez – "Sim, eu amo Miro."

"É correspondido ?"

"Não sei... Acho que não. Miro nunca me olhou com outros olhos. Você tem alguma opinião diferente ?"

"Acho que Miro-sama não teve oportunidade de conhecer o amor. Talvez o ame e não saiba, porque nunca experimentou a sensação de amar antes."

"Entendo... É um bom ponto de vista."

"Por que o senhor não se declara ?"

"Não conseguiria, Althea."

"Tem medo de amar, Kamus-sama ?"

Kamus se virou. As mãos de Althea caíram no colo da garota e ele a fitou nos olhos. Ela enrubesceu pela milésima vez naquele dia.

"É incrível como você me conhece tão bem... Você consegue entrar no meu coração, mesmo com todas as defesas. Você é uma grande amiga, Althea."

"Obrigada, Kamus-sama. Apenas consigo enxergar o que se passa no coração das pessoas que me são importantes."

"Althea... Não quero mais que você me trate como um mestre. Trate-me como um amigo. Pois você não é mais minha serva, é minha grande amiga. Por favor, nunca traia a confiança que deposito em você."

"Jamais, Kamus-sama !" – Althea abriu um enorme sorriso.

Kamus depositou um beijo estalado na testa da garota.

"Kamus-sama, por que o senhor tem medo de amar ? Foi algo que aconteceu no seu passado ?"

"Primeiro, não me chame de senhor. Sou seu amigo, lembra ? Sim, foi algo que ocorreu no meu passado. Gostaria de lhe contar tudo. Algum problema ?"

"Nenhum."

Kamus ficou sentado de frente para Althea e preparou-se para desabafar tudo. A garota o mirava com interesse e curiosidade.

"Lembro-me do dia em que conheci Miro... Faz alguns anos, quando cheguei da Sibéria. Eu havia sofrido uma grande decepção amorosa e o meu coração havia se fechado mais para o amor ou qualquer outro tipo de sentimentos. Meu mestre dizia que sentimentos enfraquecem o homem, mas nunca o ouvi. Acho que deveria começar a fazer isso..."

"Não, Kamus-sama ! Que sentido a vida de uma pessoa se esta se privasse de seus sentimentos ? Além do mais, isto é impossível ! Basta estar vivo para sentir."

"Era assim que eu pensava, Althea... Quando pensei em ouvir meu mestre, Miro surgiu em minha vida. Aquele jeito trapalhão dele, as brincadeiras infantis, o exibicionismo... Tão diferente de mim ! Não sei o motivo, mas acabei me encantando por ele. Rapidamente viramos amigos."

"Sim. Eu me lembro das vezes que Miro-sama bagunçava todo o templo de Aquário tentando tirar o senhor – Kamus a olhou, censurando-a – bem, você, do sério."

"É, ele parece gostar de me tirar do sério... Quando dei por mim, percebi que o amava loucamente. Mas ele sempre estava envolvido em aventuras amorosas e eu tinha medo de me deixar levar. Medo de amar, como você disse. Cada vez que eu o via com uma garota diferente, um ciúme doentio e uma inveja se apoderavam de mim que eu ficava a ponto de matar a primeira pessoa que aparecesse na minha frente !"

"Ah, agora entendi porque você quebrou tantos vasos..." – Althea fez uma cara de "finalmente-eu-entendo-suas-atitudes-desconexas" e Kamus sorriu.

"Sim, quebrava-os para não cometer loucuras..." – os olhos de Kamus marejaram – "Sentia tanta inveja que pensamentos malucos se apoderaram de mim. Achava que, se o tivesse por uma noite, conseguiria esquecê-lo."

"Não acho prudente, se realmente quer esquecê-lo, Kamus-sama. Mas, talvez, se ele o tiver por uma noite, acabe percebendo o quão importante você é na vida dele. Acabe percebendo que o ama."

"Será, Althea ? Será que ele me ama mesmo ?" – a voz de Kamus estava trêmula – "Eu acho que não conseguiria suportar mais uma decepção amorosa... Mas preciso tê-lo ! Sinto que, depois do que aconteceu ontem, não conseguiria resistir se tivesse uma oportunidade."

"Desculpe-me a pergunta indiscreta, Kamus-sama, mas o que aconteceu ontem ?"

"A melhor pergunta seria 'O que quase aconteceu ontem ?', Althea." – Kamus corou um pouco – "Bem, ontem o Miro tentou me beijar. E quase obteve sucesso. Se não fosse você avisando que a refeição dele já estava pronta..."

Althea enrubesceu um pouco.

"Desculpe-me por te interromper, Kamus-sama."

Kamus deu um sorriso e enxugou os olhos.

"Eu te agradeço por interromper. Não sei o que teria acontecido se você não tivesse chegado."

"Kamus-sama, se Miro-sama tentou beijá-lo, é porque ele sente algo pelo senhor, ou melhor, você."

"Não acho, Althea. Talvez ele só tenha se deixado levar pelo clima e pela música..."

"Se tiver outra oportunidade, não a desperdice, Kamus-sama."

Kamus deu um grande sorriso e fez um carinho nos cabelos da garota, assanhando-os. Ela enrubesceu.

"Kamus-sama, desculpe-me a indiscrição, mas qual foi a decepção amorosa que você já sofreu ?"

"Ah, isto é uma longa história..."

A garota o ouvia atentamente, apenas fazendo algumas exclamações. Kamus se sentiu tão bem depois, parecia aliviado em dividir aquilo com alguém. Alguém que não poderia ser Miro. Kamus até tentou disfarçar, mantendo sua pose altiva, mas não conseguiu : estava chorando muito quando terminou de contar sua história. Num impulso, Althea o abraçou carinhosamente. Kamus iria repeli-la, mas desistiu.

"Kamus-sama, não se preocupe. Eu sempre estarei aqui com o senhor... Quero dizer, você... Mas precisa comer alguma coisa. Preparamos um lanche para o senhor. Ou melhor, você... Ai, fiquei meio confusa."

Kamus deu um sorriso. Althea ficou mais desconcertada. Kamus raramente sorria e fazer isto tantas vezes num mesmo dia era um milagre !

"Sim, vamos."

Saiu da cama e foi até a sala de jantar, seguido pela garota.

Continua...

- # - # -

N/A : Voltei ! Afrodite-chan faz a sua participação especial na fic ! Não ache que fosse colocá-lo, mas o Kamus-chan precisava subir as escadarias, né ? E o Saga-sama também apareceu ! Althea fez a sua estréia ! Se alguém aqui assiste "Friends", repare que o nome dela é o mesmo nome da avó da Monica e do Ross que falece – falta de criatividade é fogo ! O que acharam dela ?

Quando estava escrevendo, inicialmente, a cena em que o Kamus-chan cruza com a Amelie, o coitado tinha saído correndo... Aí a minha querida Perséfone-san me confirmou o quão ridículo o coitado estava... Imagina o Kamus-chan fugindo de uma francesinha ! Que mico...

Nota :

(1) Percebam que o mar de rosas não existe na escadaria atrás da casa de Peixes. Para mim, aquelas rosas foram colocadas por Afrodite apenas para impedir que os cavaleiros de bronze chegassem à sala do Mestre no caso de ele ser derrotado. Afinal, rosas não nascem em pedras...

Agora vamos aos meus 4 reviews !

Anna-Malfoy – Seja bem vinda ! Mais uma pessoa leu a minha fic ! Parece que não sou tão invisível assim... Bem, realmente ia rolar um beijo lindo... Fiquei na vontade ao escrever também ! Eu também não gosto da Amelie – como uma criadora tem coragem de dizer uma coisa destas ? – mas simplesmente adoro a Althea. O que achou dela ? Espero que continue gostando da minha fic ! Beijinhos !

Anne – Não se preocupe que você não foi a única a não reparar naquela música... Eu só vim perceber que se tratava de Pathetique quando eu assisti o episódio de Kenshin na última reprise do Cartoon Network... E como você disse, se rolasse o beijo ia perder a graça. Bem, pra variar, digo que não é nada de grave o que a Amelie fez. Espero que continue gostando da fic ! Beijinhos !

Arashi Kaminari – Olá ! "Anbaransu na Kiss" é o terceiro encerramento de Yu Yu – se eu não me engano. É o encerramento em que Hiei, Kurama, Yusuke e Kuwabra aparecem andando... Também aparecem os grupos que lutaram no Torneio das Trevas – diria até que é o encerramento do Toguro. A música é cheia de pequenas repetições e começa assim : "Wareta kagami no naka/ Utsuru kimi no sugata/ Naite iru Naite iru/ Hosoi tsuki o nazoru yubi" Consegue se lembrar depois de todas estas informações ? ' Eu não vi o filme "Kids", é bom ? Não pensei em fazer nenhuma tira sem graça, foi apenas o primeiro nome de bebida que me veio a cabeça, só pra ilustrar a fic... E o nome do perfume é bem estranho mesmo... ' Obrigada por ler as minhas fics! Espero que continue gostando ! Beijinhos !

Perséfone-san – Eu não sabia que você queria Pathetique... Por que não me disse antes ? E quem disse que você não está fazendo muito pra me ajudar ? E quantas cenas eu consertei depois dos teus puxões de orelha ? Você está revisando a fic pra mim, oras ! Te adoro, beijinhos !