Beijos Desequilibrados
Capítulo VII – Doce Tentação
Disclaimer : Se a Saori estava o tempo todo com a ânfora junto dela dentro do pilar central, então por que não trancou Poseidon antes ? Santa incompetência !
Saint Seiya pertence a Masami Kurumada, Toei Animation, etc. Sou apenas mais uma maluca que se aproveita dos coitados dos cavaleiros... '
Amelie Bertaux, Althea, as gêmeas, Lótus e Joseph são criações minhas.
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Mais um sábado havia chegado. A semana transcorrera numa monotonia que só o Santuário parecia ter. Miro estava estranhamente quieto, sentado à mesa, olhando o seu prato sujo depois de terminar de comer o café da manhã. Não tinha a mínima idéia de como iria gastar todo aquele dia de folga num lugar tão entediante. Pensou na única possibilidade que lhe parecera adequada : Kamus.
"O Kamus pode ser chato, resmungão, viver brigando comigo, mas eu simplesmente o adoro ! Não sei porque, mas ele me parece tão legal ! Muitos me chamariam de louco... E hoje é sábado, ele também está de folga... Acho que vou perturbá-lo um pouquinho... Se o Shaka estivesse livre também, eu passaria lá para chamá-lo. Eu nunca pensei que ele fosse me dizer que gostou de importunar o Kamus também ! Ainda bem que tive a idéia de almoçar na casa dele naquele dia. No dia em que aquela garota morreu..."
Miro fez uma cara estranha ao se lembrar da garota. Não sabia bem o motivo, mas a idéia de ela ter sido tão íntima de Kamus o incomodava bastante. Gostava de saber que Kamus era diferente apenas com ele e desagradava-lhe o fato de pensar que Kamus poderia ter sido mais espontâneo com outra pessoa que não ele. "Sim, vou até a casa de Aquário. Está decidido !". Levantou-se e foi tomar um bom banho. Ajeitou-se e colocou perfume. "Agora estou impecável. Vamos ver se aquele francês vai me censurar..."
Miro foi subindo impecavelmente as escadarias. Shura soltou uma exclamação de admiração quando ele passou, falando algo sobre ele estar cheiroso demais para encontrar um amigo. Sorriu. Kamus não era apenas um amigo, era alguém extremamente especial. Chegou a Aquário e viu que tudo estava muito silencioso. Encontrou uma serva loira varrendo o chão.
"Bom dia. Onde está Kamus ?" – perguntou educadamente.
"Bom dia, Miro-sama." – a serva ergueu a cabeça para Miro – "Kamus-sama não saiu do quarto ainda. Creio que deve estar dormindo."
"Dormindo ? Até essa hora ?" – Miro olhou e viu que o relógio marcava dez horas – "Tem algo muito errado aqui..." – Com passos decididos, Miro foi rumando até o quarto.
"Espere, Miro-sama !" – A serva foi atrás dele – "Kamus-sama não gosta de ser incomodado enquanto está no quarto !"
"Eu não vou incomodá-lo, não se preocupe." – Miro duvidada um pouco de suas palavras, mas continuou andando até o quarto. Bateu.
"Miro-sama..."
"Já disse que está tudo bem !" - Miro estava extremamente impaciente – "Eu vou cuidar dele, pode se retirar !"
"Com licença..." – a serva saiu, assustada.
Miro estava preocupado. Não ouviu nenhuma resposta às suas batidas e repetiu o gesto.
"Kamus ? Você está aí ?"
Silêncio.
"Kamus ! Responda, por favor !"
Nenhuma resposta.
"Eu vou colocar a porta abaixo ! Você tem cinco segundos... 5... 4... 3... 2... 1..."
Um estrondo pode ser ouvido nas casas de Peixes e Capricórnio. Miro tinha arrombado a porta do quarto de Kamus com um grande estrondo, usando ferroadas da agulha escarlate nas dobradiças e derrubando a porta no chão. Encontrou um corpo extremamente pálido e magro na cama. Kamus estava deitado em posição fetal, trajando apenas um short curto negro, com os cabelos desgrenhados e com as costas viradas para Miro.
Miro olhou aquele corpo e pensou no pior. Correu e tocou as costas do amigo, sentindo-as geladas. Geladas, mas vivas. Acompanhava o movimento da respiração de Kamus com um certo alívio. Voltou, levantou a porta e a colocou 'no lugar'. Retornou para a cama, sentou-se discretamente na ponta e começou a afagar os cabelos lisos de Kamus, recompondo-os.
"Miro ?" – a voz de Kamus soou fraca.
"Kamus, você acordou !"
"Oui, ouvi um barulho muito alto, não tinha como não acordar. Como você entrou aqui ?"
"Bem... É que, sabe o barulho que você ouviu ? Era eu... Arrombando a porta..."
"Como ? Você arrombou a minha porta ?" – Kamus se virou. Sua voz estava mais forte, mas ele tinha uma aparência horrível. Ficou de barriga para cima, mirando o rosto desconcertado do amigo.
"Eu tive de..."
"Você podia ter batido na porta !"
"Mas eu bati ! Você que não respondeu, aí eu fiquei preocupado. Falando nisso, que aparência é esta ? Nem parece o francês impecável que eu conheço !"
"Não tenho vontade de fazer nada..."
"Ah, mas você vai fazer !"
"Como ?" – Kamus olhou para ele, intrigado. Miro sorriu.
"Sabia que você fica lindo assim, quando faz uma cara intrigada e fala bem educada e ironicamente 'como ?'" – Miro imitou Kamus.
"Miro !" – Kamus ficou envergonhado, mas tentava não demonstrar um sorriso que teimava em desabrochar – "Você hoje caprichou na produção..."
"É verdade... Queria ver se você ia me censurar. Mas parece que trocamos os papéis hoje, não ?"
"Não. Você não me deixou terminar : como subiu aqui sem usar a armadura de ouro ? Você não sabe que devemos usar o nosso traje cerimonial, mesmo em folgas ?"
"Ai, Kamus, você não existe..." – Miro deu um beijo estalado na testa do amigo – "Agora vamos cuidar de você. Você precisa de um bom banho primeiro..." – Miro se levantou – "Vem, levanta."
Kamus começou a se sentar na cama, ainda fraco. Miro estendeu a mão para ele, que a segurou. Estava muito feliz de ver aquele homem tão preocupado assim com ele. Foi se levantando, mas não teve forças e caiu ajoelhado no chão.
"Eu não sabia que você estava tão fraco assim ! Desculpe-me, Kamus !" – Miro passou um braço pela cintura de Kamus e apoiou um braço do amigo em seu pescoço – "Vamos, eu te ajudo com o banho."
"Como ?" – Kamus ergueu as sobrancelhas. Miro riu.
"Bobinho ! Por que o espanto ? Você não tem nada que eu também não tenha..."
"Miro... Eu não acho uma boa idéia..."
"Se você se incomoda tanto em ser observado por mim, tudo bem. Acho que posso pedir à serva para te ajudar..."
"Não !" – Kamus foi categórico – "Eu posso fazer isso sozinho."
"Agora sou eu que não acho uma boa idéia..." – Miro entrou no banheiro – "Consegue ficar de pé sozinho ?"
"Posso tentar." – Miro soltou o amigo e ele conseguiu se equilibrar.
"Olha, meu bem, o nosso bebê já consegue ficar de pé sozinho ! Daqui a pouco ele vai andar ! Pega a máquina, rápido !" – Miro fez uma voz bem fininha e começou a acenar como uma mulher desesperada.
"Miro !" – Kamus deu um olhar de reprovação para Miro, apesar de ter um sorriso nos lábios.
"Tá bom, eu paro, seu chato ! Agora tire a roupa que eu só saio daqui quando você estiver dentro daquela banheira."
"Miro..."
"Eu já disse que tudo o que você tem eu tenho também, mas parece que você não acredita... Se isso te incomoda tanto, não se preocupe, não vou olhar. Vou encher a banheira." – Miro se dirigiu até a banheira, dando as costas para Kamus, que continuou parado.
"Não estou ouvindo o barulho de roupas sendo tiradas..." – Miro virou-se e viu que Kamus não se movera – "O que foi ?"
Silêncio. Kamus não queria tentar tirar o short, tinha medo de cair.
"Se você não vai tirar, eu tiro."
"De jeito nenhum, Miro !"
"Então tire, oras !"
Como viu que Kamus não esboçara nenhuma reação, Miro se aproximou e ficou de frente para ele. Fechou os olhos – num gesto de respeito pelo amigo - abaixou-se e retirou o short de uma só vez. Voltou até a banheira.
"Pronto. Não olhei. Agora venha logo."
Mais uma vez o silêncio reinou naquele banheiro.
"O que foi ? Por que não vem ?"
Kamus não respondeu. Ele simplesmente não se atrevia a dar um passo, pois tinha certeza que se desequilibraria. Ficou sem reação.
"Não consegue andar ?"
"Oui."
"Eu vou te pegar."
"Não !"
"Cala a boca ! Você já reclamou demais por hoje."
Miro se virou e fitou um Kamus completamente sem graça e sem roupas. Aproximou-se e o suspendeu nos braços, caminhando com ele até a banheira. Kamus protestava, mas Miro fingia não ouvir. Colocou o amigo cuidadosamente na banheira previamente cheia com água bem fria.
"Agora vamos ver estas suas pernas..."
"Como ?"
"Ai, Kamus, eu disse que essa sua cara era bonitinha, mas também não precisa abusar ! Vai acabar perdendo a graça se eu me acostumar com ela..."
"O que você vai fazer ?"
"Vou massagear as suas pernas. Acho que o sangue não circulou direito, por isso você está sem conseguir mexê-las." – Kamus fez menção de abrir a boca novamente – "E não reclame mais ! Você não tem nada que eu já não tenha visto, francamente !"
Kamus ficou sem ação. Miro buscou um banco pequeno e se sentou próximo a banheira. Arregaçou as mangas da camisa, prendeu o cabelo e olhou para Kamus.
"Vamos, o que está esperando ? Coloque estas pernas para fora da água !"
Kamus obedeceu, colocando a perna esquerda para fora. Miro começou a massagear os dedos do pé esquerdo, colocando os dedos de sua mão nos vãos entre os dedos do pé de Kamus e fazendo movimentos. Depois, pressionou com seus polegares a sola do pé dele. Massageou a perna e a metade da coxa, fazendo mais carinhos que massagem. Kamus tentava se controlar como podia, mas a água ainda era transparente, afinal de contas.
"Agora a outra perna, Kamus." – Ele obedeceu, recolhendo a perna já massageada para dentro d'água e espirrando um pouco do líquido – "Eu estou todo molhado ! Credo..." – Miro tirou a própria camisa e a jogou de lado.
Recomeçou a massagem. A visão de Kamus estava completamente nublada de desejo. Aqueles toques, que mais lembravam carícias, junto com a contemplação do tórax nu do amigo o estavam deixando louco. As mãos experientes de Miro percorriam toda a extensão de sua perna direita, dirigindo-se para sua coxa.
Miro levantou-se do banco e se ajoelhou ao lado da banheira, para facilitar a massagem. Tocando a parte interna da coxa direita do amigo, ele finalmente percebeu que não eram só as pernas de Kamus que estavam respondendo àquela massagem. Aproximou-se mais do amigo, deslizando suas mãos para a virilha dele e mantendo seus rostos muito próximos. Notou que Kamus prendeu a respiração e ficou olhando para os olhos dele. Olhos lindos que alternavam entre seus olhos e sua boca. Deu um sorriso e colou seus lábios no ouvido de Kamus, sussurrando :
"Vou providenciar o seu café da manhã. Acho que já pode terminar o banho sozinho."
Miro voltou a fitar o francês. Apertou-lhe a coxa e se aproximou dele, roçando tentadoramente seus lábios próximo ao canto da boca do amigo. Deu um novo sorriso e saiu. Fechou a porta do quarto e se encostou, silenciosamente, na parede. Ofegava.
"Miro, acalme-se ! Não vá fazer nenhuma besteira... Naquele dia, Kamus estava bêbado. Agora, além dele estar bem sóbrio, está fraco ! O melhor que você fez foi sair dali mesmo. Kamus podia estar respondendo apenas por estar fraco... Mas o que foi que eu fiz naquele dia senão isso ? Ah, é melhor eu me controlar. Foi melhor assim."
Quando Miro saiu de dentro do banheiro, Kamus soltou todo o ar que tinha preso em seus pulmões. Fez uma cara de alívio. Seria um alvo mais do que fácil se Miro tivesse tentado algo, e ficava feliz por ele não ter feito nada. Mas também ficava triste. "Eu não causo nenhum desejo àquele homem ? E, se o faço, o desejo é tão fraco a ponto de ser controlado ? Mas quem sou eu para falar de controle ! Eu que controlo todos os meus impulsos – bem, quase todos. É melhor eu continuar meu banho mesmo."
Miro se desencostou da parede e seguiu até a cozinha, onde encontrou a serva loira que vira antes.
"Prepare o café da manhã para Kamus."
"Sim, Miro-sama. O que quer que eu sirva ?"
"Bem... Pode servir algumas frutas, pães e bolos. E suco de laranja."
"Tudo bem, Miro-sama."
A serva começou a fazer o que lhe fora mandado. Miro deduziu que talvez Kamus se demorasse no banho e deu uma volta pelos fundos do templo de Aquário. Viu o túmulo de Althea e se lembrou da serva de olhos e cabelos negros que sempre estava presente na sala de Kamus. Teve um ligeiro acesso de raiva, mas conteve-se e voltou para a sala. Ficou sentado no sofá durante um tempo até que a porta do quarto de Kamus foi deslocada para o lado, revelando o francês em roupas simples, azuis, com uma toalha ao redor do pescoço.
"Miro, o que você fez com a minha porta ! Você estava louco mesmo, não ?" – Kamus arremessou a toalha na cara de Miro.
"Bem, as pessoas costumam dizer que sou louco..." – Miro deu uma risada e foi em direção a Kamus, segurando a toalha ligeiramente úmida – "Mas vejo que melhorou um pouco. Já consegue andar !"
"Exato." – Kamus ficou meio desconcertado e tentou disfarçar – "Mas você vai pagar pelo conserto da porta."
"Tudo bem, eu pago. Mas agora você vai comer. Não foi porque eu disse que você estava comendo demais que era para você simplesmente parar de comer ! Venha." – Dizendo isso, Miro puxou Kamus pelo braço e o levou até a copa, onde a mesa estava posta.
"Você não vai comer ?"
"Não, Kamus. Já tomei café hoje. Ei, você." – Miro se dirigiu à serva – "Vá até o vilarejo e providencie alguém para consertar a porta do quarto de Kamus imediatamente."
A serva olhou para Kamus de maneira interrogativa.
"Vá, eu a autorizo." – Kamus respondeu e ela partiu.
"Mas eu também sou um cavaleiro de ouro, por que ela não me obedeceu ?"
"Porque ela é MINHA serva, e não sua." – Kamus frisou bem o pronome antes de colocar uma torrada na boca.
"Você está com fome mesmo, hein ? Mas coma bem direitinho, hoje eu vou gastar o meu dia com você."
"Fazendo o que ?" – Kamus pegou o copo de suco e começou a beber.
"Bem, primeiro vamos treinar um pouco."
"Como ?" – Kamus quase cuspiu o suco que estava na boca.
"Treinar. Por que ? O que é que tem de errado ?"
"O estranho é você querer treinar, ainda mais num dia de folga !"
"Ah, Kamus, não enche !" – Miro fez uma careta – "Você não perde a chance de me censurar ou me criticar."
"Claro ! Preguiçoso do jeito que você é !"
"Kamus !" – Miro fez uma cara brava – "Anda, come e vamos treinar. É o tempo que consertam a porta."
"Hum, esta torrada está maravilhosa ! Prova." – Kamus estendeu a torrada até perto da boca de Miro.
"Não quero, já disse."
"Come."
"Nã..." – Kamus aproveitou e enfiou a torrada na boca de Miro – "Hum, ela tá boa mesmo..."
"Não fala de boca cheia !"
"Ah, Kamus, deixa de palhaçada ! Parece até que invertemos os papéis hoje... Vamos ?"
"Sim, mon ami."
Miro se levantou, deixando a toalha em cima da mesa. Kamus levantou e seguiu Miro para o exterior do templo. Dirigiram-se até uma área aberta entre os templos de Capricórnio e Aquário. O local tinha muitas pedras e uma árvore solitária. Miro subiu em cima de uma pedra alta e começou a dar pulinhos.
"E aí ? Corpo a corpo ou com técnicas especiais ?"
"Você é bem hiperativo, non ? Deveria usar esta energia para fins produtivos sempre..."
"Kamus...!" – Miro apontou para ele como se fosse desferir uma agulha escarlate.
"Corpo a corpo, sem técnicas especiais."
"Agora sim. Começar !"
Miro desapareceu subitamente no ar e Kamus começou a se concentrar para localizar o amigo. Tinha uma expressão austera e se movimentou rapidamente para trás, num salto que lembrava uma cambalhota. Localizara Miro atrás de si, tentando atacá-lo pelas costas. Quando estava no meio do salto, Miro desapareceu novamente. "Ele é muito rápido... Mas acho que não vou ter dificuldades...". Desceu graciosamente e, quando ia recomeçar a sua busca, sentiu o ar se deslocar próximo a si. Tentou desviar, mas o soco de Miro o acertou de raspão.
Quando Miro desferiu o soco, contava encontrar apoio no corpo de Kamus. Com o desvio, ele tentou desaparecer novamente, mas se desequilibrou. Agarrou-se à primeira coisa que encontrou : a camisa de Kamus. O francês, achando que era um ataque, se afastou rapidamente e, como conseqüência, sua camisa ficou toda rasgada e Miro deu de cara no chão. Quando ouviu o sonoro baque de algo caindo e viu Miro beijando a terra, Kamus não agüentou e deu uma gargalhada.
"Ai, Miro, só você mesmo para levar um tombo desses ! E eu achando que era um ataque..."
"Ai, pára de rir que essa doeu, Kamus ! Pelo menos sua camisa ficou inutilizada..." – Miro limpou o rosto e deu língua para o amigo.
"Eu gostava tanto desta blusa..." – Kamus tirou a camisa retalhada e aproveitou um pedaço do pano para amarrar seus cabelos num rabo de cavalo baixo. Miro observava o francês e seu tronco pálido atentamente.
"Prendendo o cabelo, não é ?" – Miro mal terminou a frase e desapareceu novamente. Kamus ficou tentando achá-lo quando sentiu seus cabelos sendo puxados para baixo.
"Golpe baixo, Miro !"
"Você é que está muito distraído hoje... Não tem nem graça lutar com você assim..."
"Como é que é ?" – Kamus iria revidar, quando Miro o prendeu pelo pescoço, colando os corpos, consequentemente.
Ao sentir o tronco despido de Miro junto com o seu, Kamus perdeu a noção do que seria um raciocínio lógico. Aquele corpo quente junto ao seu era muito torturante. Miro também estava adorando aquele contato, mas simplesmente não conseguia controlar a vontade de tirar aquele francês do sério. Assim, aproveitou sua mão livre para dar pequenos arranhões no tronco pálido do amigo. Quem sabe, com um pouco de sorte, ele o tiraria do sério de uma maneira proveitosa ?
Kamus quase se descontrolou completamente ao sentir os arranhões. Seu corpo começou a reagir de um jeito que ele não queria e ele se viu desesperado. Aproveitou suas longas unhas e as encravou no braço de Miro que o sufocava, abrindo feridas que sangravam relativamente bastante. Miro deu um grito de dor e soltou Kamus, saltando para longe, mas soltando os cabelos do francês antes.
"Seu francês sádico !"
"Sádico ? Isto é luta corpo a corpo. E você não falou nada sobre as minhas unhas..." – Kamus começou a lamber os seus dedos melados com o sangue daquele homem que o enlouquecia.
Miro se deliciou com a visão. Kamus, com os cabelos soltos e meio revoltos caindo no rosto, com uma cara animalesca lambendo suas 'garras' meladas com o seu sangue era uma figura digna de uma pintura. Deu um sorriso malicioso e passou uma mão nos cabelos. Kamus não pôde deixar de notar um volume se despertando nas calças de Miro e sorriu, desaparecendo em seguida. Miro ficou atordoado. Aquele francês ainda iria atacá-lo de verdade ?
A resposta veio rápida. Kamus deu um belo chute no rosto de Miro, fazendo voar longe. Gargalhou. Foi caminhando até o local onde Miro provavelmente havia caído e encontrou uma fonte. A fonte que existia próxima à casa de Capricórnio. Ficou esperando pelo amigo durante algum tempo, de costas para a fonte, quando uma rajada de água fria caiu em cima de sua cabeça. Miro havia, de fato, se escondido dentro da fonte e agora estava de pé. Seus cabelos estavam mais abaixados devido à água. Sua calça branca estava meio transparente e ainda mais agarrada, marcando as coxas bem talhadas do grego. Kamus virou-se, surpreso com o banho e encontrou Miro gargalhando.
"Você não precisava ter me molhado !"
"E que graça teria se eu não tivesse feito isso ?" – Miro jogou mais água em cima do francês.
"Ah, vamos ver só..." – Kamus entrou rapidamente na água.
Kamus e Miro passaram um bom tempo brincando como duas crianças. Fazia um bom tempo que Kamus não se sentia assim, leve como um menino, sem as preocupações de um adulto. Miro era uma companhia agradabilíssima e se divertia como nunca. Não achava que o seu amigo carrancudo fosse capaz de brincar daquele jeito. Os dois se molhavam e tentavam afundar um ao outro. Depois de um bom tempo, Kamus conseguiu afundar Miro na água. Este se levantou bruscamente e empurrou o amigo até uma pedra, imobilizando seus braços e colocando seu corpo contra o dele.
"Ah, agora você vai ver, francês ! Quem mandou me afundar, hein ?"
"E o que você vai fazer ?" – Kamus desdenhou – "Cuidado para não se afogar na água, escorpiãozinho..."
"Quem desdenha quer comprar..." – Num gesto muito mais que provocativo, Miro colou seus lábios aos de Kamus.
Continua...
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N/A : Este foi um dos capítulos mais divertidos de se escrever ! As palavras fluem muito mais facilmente quando o Miro está em foco. Este capítulo quebrou um pouco da seriedade da fic, ficou bem legal. Particularmente, foi um dos capítulos que mais adorei escrever ! Gostaria de dar um aviso também : estou começando a faculdade, passando por uma fase de adaptação, então posso atrasar um pouquinho os capítulos. Estou me esforçando o máximo para escrever logo e enviar para a Perséfone-san revisar. Não gosto muito de atrasos, mas estou fazendo o meu melhor !
Mural de recadinhos da Chibi-chan !
Amy-Lupin-Black – Olá ! Você é a primeira pessoa que disse gostar da Amelie ! Meus parabéns ! Também sou idealista – sou de peixes – mas às vezes coloco um pé na realidade. E quanto a loirinha (por que será que eu ainda não dei um nome à coitada ?), o Kamus tinha que tentar culpar alguém... Fica mais fácil de suportar a dor. Mas ele não ficou com raiva dela, isso é o importante. Beijinhos !
Anna-Malfoy – Olá ! Mais uma pessoa que sentiu falta da Amelie ! Lembra-se que ela disse que só passaria duas semanas na Grécia ? Ela deve ter voltado para França ! Bem, o Miro quis dizer que o Kamus deveria se controlar menos e aproveitar mais a vida. De que jeito, isso só o francês pode saber... Beijinhos !
Anne – Olá ! Bem, acho que tragédia é o meu segundo nome. Mas este capítulo veio mostrar que não são apenas coisas ruins que ocorrem na vida do francesinho, não é mesmo ? Há coisas que são necessárias e uma delas foi a morte da coitadinha. Ah, sobre o caso do Kurama : a Ayame estava procurando um template do Kurama e caiu no meu blog – é que eu tinha dito que estava procurando um template do Kurama... A partir daí, começamos a nos falar virtualmente. Beijinhos !
Caliope Amphora – Olá ! Toda vez que leio a parte da água da privada, não consigo deixar de rir ! O Kamus está sendo muito judiado nas minhas mãos... Coitado ! Mas acho que este capítulo veio como redenção, não ? Beijinhos !
Celly M – Olá ! Bem, não sei se você foi a única que pensou que a Althea estava fazendo charminho, mas pelo menos foi a única que se manifestou. Quando eu estou lendo uma fic, sempre penso nas coisas mais mirabolantes e que levem para um lado negativo – o bilhete do Shaka para o Mu na sua fic, "Romances Impossíveis?", por exemplo. É natural. Beijinhos !
hakesh-chan – Olá ! Que bom que você deu uma chance para a fic ! Eu também achei que o enterro dela na casa de Aquário ficou meio forçado... Mas talvez fosse mais forçado se ela tivesse ficado com os outros cavaleiros enterrados. É que eu não queria deixá-la muito longe do Kamus, mesmo morta. Beijinhos !
Ilia-chan – Olá ! Olha, eu abri uma discussão uma vez quanto ao fato do Kamus ser seme ou uke. O Miro é seme por natureza – acho que ninguém duvidaria disso – mas a personalidade do Kamus me faz vê-lo como seme, transformando o Miro num uke. É como se o Miro se deixasse ser uke apenas para o Kamus. Quanto aos pesos, eu tenho estes dados pesquisados e pretendo utilizá-los – de uma maneira bem inútil, mas serve de ilustração para a fic. Beijinhos !
Kitsune Youko – Olá ! Primeira pessoa que falou algo a respeito de um disclaimer ! Coloquei aquele mais de palhaçada mesmo, mas, se pensar direitinho, o Mu e o Shion são uns sádicos, gostam de matar pobres cavaleiros fracos que tentam consertar suas armaduras em vão. Espero que continue gostando da história ! Beijinhos !
Mikage-sama – Seja bem-vinda ! Você chorou mesmo ? Sério ? (infla o peito com orgulho) Ai, que bom ! Deixa-me mais feliz saber que consegui emocionar alguém ! Olha, eu tenho msn, mas estou com um probleminha. Assim que eu voltar a entrar, te adiciono, sim ? Beijinhos !
Perséfone-san – Olá ! Sempre respondo em ordem alfabética e você quase sempre fica por último ! Eu não achei o Misty charmoso não – é impossível para mim conseguir um feito destes ! Não tenho muito o que dizer, você lê o capítulo antes de todo mundo mesmo... Dividi um pouquinho diferente do que você tinha dito – acho que ficou melhor assim. Beijinhos !
