Beijos Desequilibrados
Capítulo XII – Chuva Solitária

Disclaimer : Como é que ninguém nunca tinha visto aquele jardim gigantesco ao lado da casa de Virgem – e mesmo assim, todo mundo sabia onde a porta ficava ? Como Saga, Shura e Kamus vestiram as armaduras dos espectros por cima das sappuris ? Mistério...

Saint Seiya pertence a Masami Kurumada, Toei Animation, etc. Sou apenas mais uma maluca que se aproveita dos coitados dos cavaleiros... '

Amelie Bertaux, Althea, as gêmeas, Lótus, Catarina e Joseph são criações minhas.

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Era noite alta na Grécia. A lua estava esplendorosamente cheia naquele oito de novembro, despontando por trás da acrópole iluminada. Um espectador solitário, sentado no chão de um local isolado, fazia reflexões sobre a própria vida. Gradualmente, o céu aberto e negro da foi adquirindo uma coloração acinzentada, anunciando um verdadeiro temporal para aquela noite que antes prometera tanto.

"Prenúncio de uma desgraça." – murmurou para si.

Contrariado, levantou-se e resolveu caminhar pela cidade. Tinha as mãos atadas nos bolsos de uma calça ligeiramente folgada. Seus cabelos cacheados caíam pelos seus ombros enquanto andava com um ar de indiferença pelas ruas. Uma chuva fina decidiu por se precipitar sobre a sua cabeça.

Aqueles estavam sendo os cinco anos mais longos da vida de Miro. Tentara, em vão, dormir. Ainda não sabia o que era pior : permanecer acordado sem Kamus ou adormecer sem nenhuma perspectiva de um futuro feliz. Os sonhos lhe eram por demais perturbadores e o amanhã era apenas outro dia qualquer. Por que simplesmente não adormecia e não acordava nunca mais ?

Sua roupa estava visivelmente molhada; os cabelos grudavam-lhe na face, deixando-o com um aspecto ainda mais sombrio. Olhou para o lado e viu uma janela iluminada numa casa qualquer. Havia um casal jantando animadamente numa mesa. Os sorrisos daquelas pessoas doeram-lhe tanto quanto um soco no estômago. Kamus o fazia tão feliz e fora cego o bastante para nunca perceber tal fato ! Chateou-se e decidiu voltar.

Ao pisar no primeiro degrau do templo de Áries, a chuva, até agora sua companheira, pareceu querer implicar consigo. Grossas gotas caíam em seu corpo – tão grossas quanto as lágrimas que saíam de seu coração.

"Droga. Hoje está tudo dando errado comigo."

Olhou para o céu e deixou que a água lavasse seu rosto. Era, de fato, uma pena que não pudesse lavar também as suas dores. Numa última resolução, resolveu ir até o templo de Aquário. Se não havia condições de ter Kamus perto de si, pelo menos se juntaria as outras coisas que ele também deixara para trás.

Subia vagarosamente todos os milhares de degraus que o separavam de seu destino. Lentamente, divisou o templo circular imerso em escuridão, exceto por um fino feixe de luz. Além do gostoso barulho da chuva que caía, Miro pôde escutar também uma suave melodia cantarolada. Parou subitamente. Aquela língua não era francês ?

Deixou-se guiar pela canção e chegou a porta do templo de Aquário. Não acreditava no que via; sua mente devia estar lhe pregando uma peça. Na extremidade oposta do ambiente, uma figura estava de pé, olhando as gotas caírem. O coração do grego disparou. Definitivamente, só poderia ser aquela uma pessoa.

"Kamus ?" – falou com uma voz meio arrastada.

A figura tornou-se para trás com o objetivo de ver quem a chamava. Kamus continuava magnificamente belo e seu rosto denotava mais maturidade. Seus cabelos estavam mais longos, porém permanecia pálido como mármore. O francês fez uma cara de espanto ao vê-lo.

"Miro !" – Kamus se aproximou rapidamente – "Você está encharcado ! Saia já desta chuva !"

"Olá para você também, Kamus." – Miro sorriu. O primeiro sorriso sincero nos últimos cinco anos.

O tom de preocupação na voz do amigo lhe fora extremamente reconfortante. Entrou no templo e fez uma poça d'água abaixo de si. Kamus gentilmente afastou as mechas de cabelo de Miro de seu rosto e viu o quanto estava pálido e magro. Pousou sua mão direita na bochecha dele, fazendo-lhe um carinho com o polegar.

"Você precisa se trocar ou vai pegar um resfriado. Vamos, venha até o meu quarto."

Kamus puxou gentilmente um Miro sorridente pelo braço. O grego ainda não podia acreditar no que estava acontecendo. Será que finalmente Athena resolveu lhe fazer um agrado por serviços prestados ? Kamus entrou no quarto, soltando o braço de Miro. Foi até o banheiro e pegou uma toalha e, depois, umas roupas bastante folgadas. Estendeu-as para o grego, que fez questão de roçar seus dedos nas mãos do francês. Ambos arrepiaram-se com o toque.

"Miro, troque-se no banheiro. Esta roupa te servirá, ainda mais que você emagreceu. Emagreceu demais." – Miro notou, com alegria, um tom de censura na voz do amigo – "E está muito pálido também. Não deve estar se alimentando direito."

"Não precisa se preocupar. Agora está tudo bem comigo." – Miro sorriu e foi até o banheiro.

Voltou cinco minutos depois com roupas parecidas com as de Kamus, exceto pela cor verde. Encontrou o francês de pé, com um pequeno embrulho nas mãos. Só tomou conta de si quando percebeu que Kamus tinha se aproximado o suficiente dele para que pudesse sentir seu cheiro doce. E então se viu sendo abraçado por ele.

"Feliz aniversário, Miro." – Kamus falou ao pé do ouvido.

"Muito obrigado, Kamus."

Miro abraçou Kamus com todas as forças que podia. Queria prendê-lo para si com aquele abraço e nunca mais deixá-lo partir para longe. Não suportaria a dor de mais uma separação. Demoraram-se naquela posição, apenas aproveitando as sensações, até que Kamus se afastou com um sorriso.

"Sei que não posso compensar os outros aniversários, mas este presente é especial. Lembrei-me de que você gostou disso uma vez." – Miro abriu o pacote e viu que ganhara um cd.

"É aquele cd ?"

"Exatamente. Você gostou tanto dele que resolvi te dar."

"Kamus, eu não posso aceitar. É sua seleção de músicas pessoal."

"Eu ficaria muito triste se você recusasse." – Kamus deu um sorriso.

"Muito obrigado. Mas não acredito que você tenha se deslocado da Sibéria até aqui só para me entregar um presente de aniversário."

"Na verdade, o Grande Mestre me convocou até aqui, novamente. Ele está tentando me convencer a voltar para cá já faz um bom tempo."

"E por que você não volta ?" – um raio de esperança atingiu o grego.

"Não posso abandonar os meus dois discípulos, Miro."

"É uma pena... Esse Santuário não é o mesmo sem a sua presença. Nada tem graça sem o seu ar de superioridade e suas censuras."

"Miro..." – Kamus sorriu e se dirigiu até a janela, debruçando-se.

Miro sentiu que finalmente chegara a hora de agir. A última deixa de Kamus não podia ser desperdiçada; outra oportunidade destas poderia nunca mais aparecer. Lembrou-se de um provérbio grego – 'Raposa que espera frango cair do poleiro morre de fome.'. Aproximou-se vagarosamente da janela e encostou suas duas mãos no parapeito da mesma, com Kamus entre seus braços. Aproximou seu rosto do ouvido do francês e sussurrou :

"Não parei de pensar em você um minuto sequer em todos estes anos..." – percebeu que Kamus se preparava para falar – "Shh. Apenas me ouça. Eu só quero que entenda o que sinto por você. Eu te amo tanto... Deixa-me provar os meus sentimentos..."

Notou que Kamus estremecera com suas palavras e resolveu arriscar. Era tudo ou nada. Encostou seus lábios no ouvido dele, dando pequenos beijos. Mordiscou de leve a cartilagem e passou a sugar o lóbulo da orelha, vendo a cabeça do francês se amolecer gradativamente até se encostar em seus ombros. Kamus estava se rendendo a seus carinhos.

Sorriu internamente, afinal, não era tarde demais. Passou os braços pela cintura de Kamus e sentiu que o francês alisava-os. Entrelaçaram as mãos, num gesto mudo de cumplicidade. O francês virou-se de frente e Miro pôde finalmente contemplar o olhar do amigo. Um olhar terno. Era o velho Kamus que estava diante de si, naquele momento, de mãos entrançadas com as suas.

Ambos sorriram. Miro distribuiu beijos por toda a bochecha esquerda de Kamus, trilhando um caminho até o pescoço. Afastou delicadamente os fios de cabelo do amigo com um sopro e mordiscou a pele alva e arrepiada. Fez-lhe carinhos no pescoço até que Kamus soltou as suas mãos e as passou por seus ombros. Ergueu o olhar.

Encararam-se mutuamente durante breves segundos. Miro trouxe Kamus para mais junto de si pela cintura, sentindo as unhas longas de Kamus acariciarem seu couro cabeludo. Brincou com seu nariz, passando a ponta dele na de Kamus enquanto se aproximava lentamente. Estavam quase se beijando quando o som de batidas nervosas na porta encobriu a doce melodia da cumplicidade de dois amantes.

"Kamus-sama ! Uma carta para o senhor !"

Miro separou-se de Kamus um tanto contrariado e se encostou no parapeito, observando as atitudes do amigo. Viu Kamus conversar com a serva loira, fechar a porta e vir caminhando em sua direção com um ar preocupado.

"O que foi, Kamus ?" – Miro cruzou os braços.

"Uma carta da Sibéria, enviada por Hyoga... Muito estranho..."

Kamus abriu o envelope e percorreu rapidamente o conteúdo da carta, que parecia ser pequeno. Miro notou que Kamus estava mais pálido que o costume – se é que isto era possível – e tinha uma expressão de terror. Percorria o trajeto das linhas repetidas vezes.

"Kamus, por Athena, o que tem escrito nesta carta ? Estou ficando assustado !" – Miro impacientou-se.

"Sinto muito, Miro, mas preciso voltar para Sibéria imediatamente." – Kamus tinha uma expressão de dor no rosto.

Kamus abriu o guarda-roupa num rompante e tirou uma pequena mala de dentro. Colocou-a em cima da cama e a abriu, conferindo as coisas que estavam dentro dela de maneira apressada.

"Kamus ! O que está acontecendo ?" – segurou o braço do amigo.

Kamus fechou a mala e virou o rosto para Miro, encarando-o.

"Meu discípulo mais velho, Isaac, morreu ontem no mar da Sibéria. Eu realmente preciso ir, Miro."

"Como ?" – Miro surpreendeu-se.

"Não sei como aconteceu, Hyoga não explicou direito." – Kamus parecia muito transtornado – "Simplesmente preciso voltar... Entender o que aconteceu..." – balançava a cabeça para ambos os lados.

"Kamus, olhe para mim." – segurou o queixo do amigo e virou o rosto dele para si – "Não importa como esta fatalidade ocorreu, isto não foi culpa sua. Não se martirize. E pode chorar se quiser... Não será nenhum sinal de egoísmo."

Kamus fitou longamente os olhos carinhosos de Miro. Franziu as sobrancelhas e deixou-se cair pesadamente sobre o amigo, que o acolheu nos braços. Permaneceram abraçados durante o tempo suficiente para que o francês se acalmasse.

"Quando chegar lá, escreva para mim." – afagou-lhe os cabelos – "Quero saber de tudo o que está acontecendo, não deixe de mandar notícias."

"Tudo bem." – Kamus deu um sorriso triste.

"Vou avisar as duas servas para esperarem pelas suas notícias. Não quero imprevistos." – deu um beijo estalado na testa do francês – "Agora vá. Você realmente precisa ir."

Notou o olhar triste de Kamus sobre si; porém havia um brilho estranho no último olhar que lhe dirigira. O que seria aquilo ? Seguiu até o parapeito da janela e voltou a observar a chuva que caía, ainda mais forte desta vez.

"Então era a morte do discípulo dele... Acho que você já cumpriu o seu papel, minha amiga."

Uma felicidade egoísta se apoderou momentaneamente de Miro : se o discípulo de Kamus estava morto, então ele poderia retornar para Grécia ! Porém lembrou-se do discípulo mais novo; teve impulsos de matá-lo também, mas resolveu afastar esses pensamentos egoístas. Aquilo não condizia com o seu comportamento.

"E nem ao menos chorou na minha frente... Há coisas que realmente não mudam."

Fechou a janela do quarto e se dirigiu até a porta. Com um breve murmúrio de adeus, saiu e seguiu até o seu templo. Os sonhos prometiam ser mais agradáveis naquela noite.

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Kamus chegou a Kohoutek como um furacão. A cidade toda se encontrava num silêncio mórbido e entrou em sua casa num rompante. Percebeu Hyoga sentado em uma cadeira, de frente para a lareira, com Yakoff a seus pés. O barulho que causara ao abrir a porta assustara o discípulo, que o olhava assustado. Tinha um aspecto horrível, os olhos inchados e olheiras profundas.

"Me-mestre Kamus !" – o loiro correu e o abraçou pela cintura, afundando seu rosto no tronco do francês.

"Hyoga..." – sua voz soou grave – "O que aconteceu aqui ?"

"Mestre... Eu acordei mais cedo para... Visitar a mamãe."

"Você foi visitar a sua mãe ?" – levantou o rosto do garoto pelo queixo, mirando-o fixamente nos olhos.

"S-sim..."

Kamus desferiu um forte soco no estômago do pupilo, fazendo-o se chocar contra a parede. Yakoff pretendia correr atrás de Hyoga, mas ele o impediu, indicando que o garoto fechasse a porta da casa. Aproximou-se lentamente; seus passos ecoavam dentro da sala quieta.

"Este soco foi para você aprender a não me desobedecer, Hyoga. Agora me olhe nos olhos e continue a sua história !" – falou seco.

O garoto russo levantou o rosto agora avermelhado da profunda vergonha que sentia. Não conseguia olhar diretamente para o mestre e buscava apoio em Yakoff, encostado à porta. O francês se agachou e segurou o queixo de Hyoga, forçando-o a olhar para si.

"Eu fui mergulhar... Não sabia que por lá tinha uma correnteza... Fiquei preso no navio da mamãe e desmaiei..." – as lágrimas saltavam dos olhos do garoto – "Acordei ainda dentro d'água e vi que o Isaac me carregava, tentando quebrar o gelo para retornarmos, mas desmaiei de novo... Quando dei por mim, estava só no meio da planície congelada..."

"Isaac morreu por sua irresponsabilidade, Hyoga." – Kamus falava entre os dentes – "Se você tivesse me ouvido desde o primeiro dia que chegou aqui, isso nunca teria acontecido ! Eu disse para você ficar longe daquele navio ! Como você pôde ser tão idiota ? Quantas vezes não lhe disse para tirar a idéia absurda de rever sua mãe da cabeça ? Quantas vezes não lhe disse para aprender a lutar pela justiça ? Mas você não me deu ouvidos, menino ! Desobedeceu-me sem pensar duas vezes ! E o seu gesto irresponsável acabou custando a vida de outra pessoa !"

"Mestre... Meu queixo... O senhor o está machucando..."

"Isaac era de longe o mais apto a se tornar cavaleiro ! Ele era quem realmente se importava com a justiça, e não você, um reles menino sentimental ! Quantas vezes não lhe disse que os sentimentos só nos levam a tragédia ? Agora que já conseguiu o que queria, não vou mais treiná-lo ! Simplesmente me recuso a dar uma armadura sagrada a alguém que não pretende usá-la a favor da justiça ! Você me decepcionou muito, Hyoga !"

"Perdão..." – o menino chorava sem parar – "Por favor, mestre, não me abandone !"

"Tarde demais, Hyoga. Deveria ter pensado nisto antes." – seguiu até a porta, onde um Yakoff assustado deu passagem – "Mais tarde conversaremos novamente sobre isso." – saiu, batendo a porta.

Andou sozinho em direção ao único lugar em que verdadeiramente se sentia em casa : a imponente parede de gelo eterno. Seus únicos companheiros em sua jornada, e nem por isso menos solitária, eram suas lágrimas e seus sonhos despedaçados. Isaac morrera muito jovem. Se não tivesse tido a idéia – e isso graças à ajuda da falecida Catarina – de ir à Grécia para ver Miro, poderia ter evitado tal tragédia.

'Não importa como esta fatalidade ocorreu, isto não foi culpa sua. Não se martirize.'

Miro... Era incrível como aquele grego o transportava para os limites de algum lugar dentro de sua própria mente. Limites entre sua razão e sua emoção. Caminhava na corda bamba dos sentimentos sem saber quando iria finalmente cair. Sentia, na verdade, que tinha caído há muito tempo, mas que só agora tinha se estraçalhado no chão.

Os conselhos de Catarina lhe foram completamente estúpidos. Além de perder o discípulo mais velho, perdera também o resto que sobrava de sua ternura. Como aquele grego ainda mantinha consigo as duas servas, pivôs de todo aquele cataclismo entre eles ? Era lógico, e nunca lhe parecera tanto, que Miro nunca mudaria seu jeito de ser. Um predador nunca consegue se livrar do hábito da caça.

Sempre que remexia neste ponto de sua vida, saía mais machucado. Iludira-se tanto desta vez, acreditando que, se deixasse seu orgulho de lado ao menos uma vez na vida, pudesse finalmente se acertar com ele. Estava disposto a pagar este preço. Como no velho ditado francês : 'Não se pode fazer uma omelete sem quebrar alguns ovos.'. Acabou descobrindo que precisava quebrar ovos demais para fazer aquela omelete. Porém tudo tem um limite, e ir tão fundo magoaria seu amor-próprio.

Isaac morrera por sua culpa. Havia mentido quando dissera a Miro que fora a Grécia a pedido do Grande Mestre. Afastou-se de seus pupilos exclusivamente porque, depois de tanto tempo, resolvera seguir as palavras de Catarina. "Uma comemoração do anniversaire de Miro... Voilà ! Tudo o que consegui foi matar o meu discípulo...". Por que tivera a estúpida idéia de ir à Grécia só para revê-lo ?

Via-se, então, num dilema : treinar Hyoga iria contra a sua formação. Todavia, não treinar o garoto implicaria no retorno a sua tão odiada Grécia. Estava confuso demais para tomar qualquer decisão e ninguém teria capacidade para ajudá-lo. Sentou-se nas geleiras. Desejava se tornar uma criancinha e voltar para o colo dos seus pais ainda vivos. Abraçou os próprios joelhos e perdeu a noção de quanto tempo passou ali, sentindo o vento frio assanhar seus cabelos.

Por que sempre as pessoas que lhe eram mais caras eram arrancadas de sua vida desse jeito ? Sentia-se um aziago; matava a todos que se preocupavam com ele. Tudo fora culpa sua, por ser tão fraco. Tomou uma decisão para seu dilema. Levantou-se e seguiu até sua casa. Entrou e foi até o quarto, encontrando Hyoga sentado na cama. Abriu o guarda-roupa e empilhou suas coisas. O garoto se intrigou.

"Mestre, o que está fazendo ?"

"Hyoga..." – olhou para o discípulo – "O seu objetivo era quebrar o gelo que o separava de sua mãe morta e você já o alcançou. Não posso dar a armadura de Cisne a alguém que não quer se tornar um cavaleiro. Seu treino acaba por aqui. E estou retornando à Grécia imediatamente."

Continua...

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N/A : Sinceramente, acho que vou começar a postar apenas nos fins de semana... Está ficando mais fácil para mim. Aproveito aqui para fazer uma consideração a respeito da música que tanto cito nesta fic : Pathétique. Sim, tem um acento – não o coloquei antes porque o cd de Beethoven que tenho aqui trazia o título sem acento. Desculpem a minha laicidade na explicação, por favor ! Bem, Pathétique, na verdade, tem "nome" e "sobrenome" : Piano Sonata No.8 in C minor, Op.13 'Pathétique'. Ela é dividida em três "partes", por assim dizer : I. Grave - Allegro Molto e con Brio (a maior de todas), II. Adagio Cantabile (a citada nesta fic) e III. Rondo: Allegro (curiosidade para quem dança Pump It Up : esta parte é a música original de "Beethoven Virus").

Ah, e mais um esclarecimento : a Kitsune Youko mandou uma review dizendo que o Hyoga não sabia que o Kido – ou velho garanhão, como a Celly tanto gostou – era o pai dele. Na verdade, o Hyoga sabia. No mangá – só não digo o número porque estou me mudando e ele foi encaixotado – quando o Ikki conta aos outros cavaleiros de bronze, o Hyoga diz que já sabia, que estava indo ao Japão com a mãe dele conhecer o pai, Mitsumasa Kido, quando o navio afundou. E, quando ele finalmente conheceu o pai, este o tratara como um garoto qualquer. Agradeço a todos que me mandaram reviews e, além das duas fofas já citadas, um beijo especial para Calíope, Anne, hakesh-chan, Ilia-chan, Thami-chan e Lunne. Ah, sem esquecer que nunca pensei que a Catarina fosse ter a repercussão que teve ! Beijos !