Beijos Desequilibrados
Capítulo XIII – Inferno

Disclaimer : Se o Shun já tinha aquela correntinha desde que era um bebê, por que a mesma só foi aparecer na saga de Hades ? Teria sido muito mais interessante se ela aparecesse desde o começo e depois fosse mostrado seu verdadeiro significado, concordam ?

Saint Seiya pertence a Masami Kurumada, Toei Animation, etc. Sou apenas mais uma maluca que se aproveita dos coitados dos cavaleiros... '

Amelie Bertaux, Althea, as gêmeas, Lótus, Catarina e Joseph são criações minhas.

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Kamus chegara decidido a Grécia. Entrara em seu templo circular, deixando suas coisas a um canto, no quarto. Seguiu as escadarias que o levavam até o templo do Mestre e se apresentou perante ele.

"Sejas bem vindo, Kamus. A que devo tua visita ?"

"Muito obrigado, Grande Mestre. Decidi aceitar seu pedido para voltar a residir na Grécia."

"Muito bom !" – deu uma exclamação de aprovação – "Mas qual motivo te fez acatar meu pedido tão subitamente ?"

"Meu discípulo mais velho, Isaac, faleceu no mar da Sibéria. O mais novo não está qualificado para ser um cavaleiro, apesar de possuir competência para tal. Seus ideais não são o amor e a justiça."

"Tudo bem. Podes seguir para teu templo, aqui está tudo como antes."

"Com licença." – Kamus fez uma reverência e saiu.

Desceu novamente até Aquário. Sua serva loira o estava esperando com um grande sorriso no rosto e uma deliciosa refeição pronta. Assustou-se em perceber como aquela mulher poderia ser eficiente.

"Kamus-sama, que bom que está de volta !" – a loira correu para recepcioná-lo – "Preparei uma refeição que estava anotada no antigo caderno de receitas de Althea, acho que o senhor irá gostar."

"Muito obrigado, menina." – respondeu, sem emoção.

Lembrou-se de Althea. A promessa que lhe fizera sobre felicidade. Será que esta ainda era possível para si ? Dirigiu-se até a copa e ficou maravilhado com o que viu : Coq Au Vin(1). Fazia séculos que não comia uma refeição francesa ! Pôde perceber, encantado, que teria como sobremesa Petit Gateau(2) ! Sentou-se e comeu como se não o fizesse há vários dias.

Depois de um banquete, sentiu-se tentado a tomar um bom banho. Ah, como tinha saudades do seu querido templo ! Aquela banheira era confortável; desejava que ela estivesse na Sibéria quando morava por lá. Descansou sua cabeça na borda da banheira e tentou organizar seus pensamentos. Tinha tomado uma decisão quando voltara para o Santuário; só esperava que aquilo doesse menos do que aparentava.

Seguiu até sua cama e arrumou suas coisas novamente no guarda-roupa. Olhou-se no espelho; trazia consigo um ar muito mais maduro e frio do que aquele menino que saíra dali, há 5 anos. Sempre se perguntava se era certo se fechar daquela forma e ouvia em resposta, dentro de sua mente, a voz de seu mestre ecoando. 'Sentimentos sempre nos levam a fatalidade'. Só precisava seguir aquela frase e tudo estaria resolvido.

Ouviu batidas apressadas na porta de seu quarto. "Será que Shaka percebeu que voltei e veio me visitar ? Realmente seria agradável conversar com ele." Andou tranqüilamente até a porta e a abriu, sendo pego de surpresa por um abraço apertado. Aqueles cabelos cacheados que conhecia tão bem estavam espalhados e o dono deles mantinha seu rosto em seu pescoço. A respiração quente do grego o arrepiava.

"Você precisa se concentrar, Kamus."

"Kamus, finalmente você voltou ! Por que não me mandou uma carta ? Por que não me avisou que tinha voltado ?"

Kamus não se mexeu, tampouco respondeu. Miro levantou o rosto e encontrou a expressão mais fria que já vira no rosto do francês. Soltou-o e se dirigiu até a parede, encostando-se nela.

"O que você está fazendo aqui, Miro ?" – finalmente falou, seco.

"O que estou fazendo aqui ? Ora, estou vindo lhe ver, meu amor !"

Kamus foi até a porta e a fechou. Encostou-se nela e olhou para o grego.

"Amor ?" – riu, sarcástico – "Por que está me chamando deste jeito ridículo, Escorpião ?"

"Já cansei de dizer que detesto quando você me chama de Escorpião, Kamus." – franziu as sobrancelhas – "E o que houve com você em três dias ?"

"Não houve nada comigo. Você é que está estranho... Está bêbado ?"

"Por que está me tratando deste jeito ? – falou, magoado – Não foi assim que você me recebeu dias atrás !"

"Era seu aniversário. Seu estado lastimável me deu pena; apenas fiz um gesto de caridade."

Ao ouvir tais palavras, Miro descontrolou-se. Seguiu em direção a Kamus e desferiu um sonoro tapa em sua bochecha. Aquele tapa doera muito mais no coração de Kamus do que em seu coração.

"Por que você tem que ser sempre tão idiota, Kamus ?" – Kamus ouvia sua própria voz ecoar dentro de sua cabeça.

O francês sorriu, sarcástico. Virou seu rosto novamente para Miro, que o olhava confuso e extremamente magoado.

"Não preciso de sua pena, Kamus. Sinceramente, não acredito que você não sinta mais nada por mim." – colocou sua mão na bochecha de Kamus que acabara de ser acertada.

"Se você que se iludir, vá em frente. Depois não diga que não o avisei." – repeliu a mão do grego.

"Não estou me iludindo. Você quis voltar, apenas não sei o que houve para ter mudado de idéia tão repentinamente ! Por que simplesmente não dá uma chance para nós ?"

"Não existe nenhum 'nós', Escorpião." – lançou-lhe um olhar congelado – "Nunca existiu."

"Mas você disse que me amava !"

"Sentimentos são uma perda de tempo. Esta é uma lição que você deveria ter aprendido há mais tempo."

"Não me interessa o julgamento que você faz da finalidade dos sentimentos; isto pode ser mudado com o tempo. O que realmente importa é aquilo que você nutria por mim !"

"Nutria, disse muito bem. Ou você achou que eu sempre estaria esperando por você ?" – riu ironicamente.

"Esperaria a vida toda por você, meu amor."

"Realmente achei... Pensei que o que sentia por mim era verdadeiro. Será que só você não consegue enxergar que podemos ser felizes juntos ? Não adianta continuar construindo essa barreira de arrogância e indiferença, Kamus. O amor que sinto por você é o melhor instrumento para quebrá-la."

"Não há nenhuma barreira aqui exceto a que você mesmo construiu."

Tais palavras feriram Miro como um tapa. O grego já sabia que era o responsável por todas as modificações comportamentais de Kamus, mas ouvir isso da boca do próprio ser amado era muito pior. Terrivelmente pior.

"Miro... Salve-me... Salve-me de mim mesmo..."

"Se eu pudesse voltar atrás, não teria feito muitas coisas. Não teria me deitado com as duas garotas e, consequentemente, matado o seu sentimento. Mas será que simplesmente você não pode acreditar em mim ? Eu sou um monstro tão cruel a ponto de você não poder acreditar em meu amor ? Tudo o que nós vivemos não pode simplesmente ser jogado no lixo !"

"Entenda, meu caro : nós não vivemos nada. Isso tudo não passa de uma ilusão que você construiu para si próprio. Agora, se puder me dar licença." – apontou para a porta.

"Realmente não há chance de recomeçarmos ?"

Miro seguiu na direção apontada, decidido. Kamus aguardava que o grego saísse quando sentiu ser empurrado contra a parede. Os lábios de Miro se chocaram com os dele violentamente, causando-lhe um pequeno corte. A maciez dos lábios daquele grego o tirou de sintonia; perdeu a noção do que estava fazendo e do que deveria fazer.

Sentiu a língua de Miro forçar passagem pela sua boca e entreabriu os lábios. O gosto metálico de seu próprio sangue invadiu-lhe a boca. Se tinham de se separar, que pelo menos sentisse o gosto daquele beijo uma última vez. Mas desta vez tinha algo diferente. Não era apenas mais um beijo; era algo violento, desesperado, canibal... Desequilibrado. Os dois se tragavam numa ferocidade tal que a cena mais parecia uma briga. Um duelo entre a racionalidade do francês e o sentimentalismo do grego. Miro apartou o beijo; encostou sua testa na de Kamus e olhou profundamente em seus olhos.

"Eu te amo, Kamus. Você deveria me dar uma chance, isto não pode ser o fim."

"Eu ainda te amo, Miro. Sempre te amei."

"Você já conseguiu o que queria, Escorpião. Agora retorne para casa, não há nada para você aqui." – falou secamente.

A dor e as lágrimas que saltavam dos olhos de Miro serviram como a punhalada final no coração de Kamus. O grego abriu a porta e deu um último olhar para Kamus.

"Se este é o seu desejo, vou respeitá-lo. Não quero que meu amor seja um estorvo para você, Aquário. E nem se preocupe, nunca mais na minha vida irei de incomodar." – com um estrondo, bateu a porta atrás de si.

"Eu quero que você me incomode... Eternamente."

O francês passou intermináveis segundos apenas mirando o vazio. O que tinha acabado de fazer ? Magoara demais a pessoa que mais amava no mundo. Agora sim, tudo estava acabado e sem a mínima chance de recomeçar.

Então, finalmente, se permitiu chorar. Encostou-se a parede ao lado da porta e sentou-se no chão, com os joelhos flectidos e abraçados contra o tronco. Desejava ardentemente que aquilo tudo não tivesse passado de um terrível pesadelo e que iria acordar, em sua cama, abraçado por Miro, no dia seguinte ao que ficaram juntos pela primeira vez. Porém o francês sabia muito bem que querer não significava poder ea realidade era dura demais. Kamus achava que iria morrer com tanta dor e ódio por si próprio.

Chorando, instintivamente cantarolava aquela música francesa que tanto lhe lembrava Miro. Aquilo servia-lhe de alento; não sabia o porquê, mas aquelas palavras lhe revigoravam o ânimo.

"Dieu réunit ceux qui s'aiment.(3)" – com um sussurro quase inaudível, adormeceu na mesma posição em que se encontrava.

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Shaka subia lentamente as escadarias que o guiavam até o salão do Grande Mestre. Segundo as informações que recebera, o francês voltara definitivamente da Sibéria após a morte de seu discípulo mais velho. Mas aquilo era realmente estranho. Kamus voltara e nem sequer o avisara ?

Chegou a um silencioso templo circular e entrou, curioso. Procurou Kamus por todo o lugar, em vão. Cruzou com a serva loira no lado de fora, próximo ao túmulo de Althea e da frondosa oliveira.

"Bom dia, garota. Onde está o seu mestre ?"

"Bom dia, Shaka-sama. Kamus-sama ainda não se levantou hoje."

"Tudo bem, irei até o quarto dele. Obrigado."

Seguiu até o local onde a serva lhe informara e bateu calmamente. Não recebeu resposta. Girou a maçaneta e a encontrou aberta. Estranhou. Sua curiosidade fora maior e abriu lentamente o aposento. Nenhum sinal de Kamus na cama. Entrou vagarosamente.

A cena que presenciou o chocara. Kamus estava dormindo no chão, sentado. Tinha sangue seco no lábio inferior. Parecia um anjinho acuado. Shaka nunca o vira tão desprotegido. Ajoelhou-se e colocou suas mãos no ombro do amigo, chamando-o baixinho pelo nome.

"Shaka ?" – falou sonolento, tentando acostumar a visão com a claridade do aposento.

"Kamus." – sorriu – "Por que não me avisou que tinha voltado ?"

"Déjà vécu(4) !"

Shaka franziu o cenho.

"O que houve com seu lábio ? E por que está dormindo no chão ?"

Kamus pareceu finalmente acordar depois dos questionamentos de Shaka.

"Não foi nada." – levantou-se.

"Tampouco sou a reencarnação de Buda." – irritou-se – "Kamus, não sou idiota !"

"Shaka, me deixa."

"Eu sei o que houve. Foi o Miro, não é ? Qual foi a idiotice que você fez desta vez ?" – impacientou-se.

"Acalme-se, você não está no seu templo ! E não tem o direito de falar assim comigo !"

"A burrada deve ter sido muito grande para tê-lo deixado naquele estado lastimável. Aquele homem está arrasado e inconsolável ! Está a ponto de matar o primeiro que ouse falar com ele."

"Miro... Não coloque as coisas deste jeito..."

"Eu não falei nada mais que a verdade."

"E que verdade foi esta que te deixou tão abalado também ?"

"Não lhe devo satisfações."

Shaka riu-se. Foi até a janela e se encostou no parapeito, mirando o francês.

"Sei que deve estar sofrendo, mal humorado. Mas é bom ter certeza do que faz. Miro pode simplesmente se cansar de ser enxotado e arranjar alguém que o dê carinho, para variar."

"Melhor para ele." – disse, indiferente.

"Se é assim que você quer... A escolha é totalmente sua, apesar de colocar em xeque a felicidade de outra pessoa também. Só espero que não se arrependa quando for muito tarde porque, um dia, todos nós cansamos de ficar sozinhos."

"Sinto nesta sua frase um tom de saudades ?"

"Saudades ?" – Shaka franziu o cenho – "Saudades do que ?"

"A melhor pergunta seria 'de quem'." – sentou-se na cama; suas costas doíam.

"Nunca tive relacionamentos para ter saudades." – sentou-se também.

"E o Mu ?" – olhou, curioso.

"O que o Mu tem a ver com o nosso assunto original ?"

"Não tente despistar, Shaka. Você sempre amou aquele homem."

"Acho que não lhe interessa o que sinto ou deixo de sentir pelo Mu. De qualquer forma, a amizade que nós tínhamos morreu no instante em que ele se recusou a voltar ao Santuário, mesmo com os pedidos do Grande Mestre. Não gosto de traidores. Além do mais, nutrir algo por alguém seria ir contra quem realmente sou e contra a minha filosofia de vida."

"Não sei o que pensar dele, realmente não o vejo há muito... Este clima pesado me desagrada. E aplico o que disse a mim também. Ah, Shaka, antes de tentar resolver os problemas dos outros, você deveria resolver os próprios."

"Você está insuportável hoje, Kamus." – levantou-se.

"Outro déjà vécu !"

"Acho melhor voltar para Virgem. E pense bem sobre o que lhe falei."

"Não há o que pensar."

Shaka partiu. Kamus se deitou na cama e fitou o teto.

"Miro... Você seria capaz de fazer isso ?"

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Miro achou que fosse morrer.

Na realidade, teria tentado se matar se não houvesse jurado fidelidade à Athena. Seria vergonhoso para a honra dos cavaleiros ter, entre eles, um suicida por motivos pessoais. A deusa deveria estar acima de todas as paixões.

Aquele ano infernal parecia se arrastar propositalmente. Achava que sua situação não poderia se tornar pior quando Kamus lhe dissera aquelas palavras horríveis. Acabara aprendendo da maneira mais dolorosa que o fundo do poço era sempre mais embaixo do local onde se encontrava.

Por mais que tentasse, o amor incontrolável que sentia continuava infectando suas veias e a dor corroia seu interior como o mais potente dos ácidos. Se os seus carinhos e palavras doces eram um fardo para o francês, então pararia de incomodá-lo tal qual prometera.

Às vezes sentia uma imensa saudade de sua infância. Época onde as intrigas não existiam e a inocência povoava seu coração. Tempo das histórias contadas por Saga nas ruínas. Ah, Saga...! Tinha saudades daquele homem tão puro e doce que sempre arranjava um tempinho para dedicar-lhe, ouvir suas besteiras e fazer-lhe carinhos. Se Saga não tivesse desaparecido, tinha certeza que poderia se abrir com ele. Certamente o outro grego teria um caminho a indicá-lo.

Gostaria profundamente de ter escolhido uma outra vida. Se nunca tivesse conhecido Kamus, talvez não se encontrasse em tal situação. Por que não poderia ter sido um jornalista de sucesso numa revista grega, viver num apartamento bom e ter liberdade ? Seria muito mais fácil que viver sob a constelação de Escorpião e a fidelidade à Athena. O destino era realmente implacável.

Decidiu voltar-se para os treinos, afinal era seu juramento que ainda o mantinha vivo. Tentava esquecer Kamus a cada soco que desferia, a cada filete de sangue que via escorrer em seu adversário ou em si próprio. E ao chegar em casa, todas as noites, mesmo cansado, sua mente sempre vagava em direção ao francês. Seus pensamentos gostavam de se esconder naquele olhar hostilmente congelado.

Isso se aplicava também a seus sonhos. Numa freqüência que crescia exponencialmente, sonhos com Kamus eram uma constante em sua vida. E o mais interessante é que, em quase todos, o aquariano morria... Em suas mãos. Perdera as contas de quantas vezes, no meio da madrugada, acordava suado e perturbado, emitindo um sonoro "não". Não suportaria ver Kamus morrer e agradecia mentalmente por tudo não ter passado de mais um pesadelo.

Mas será que realmente seria melhor para si que Kamus continuasse vivo ?

Continua...

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N/A : Desculpe-me o atraso, mas não tive culpa ! A mudança me deixou todo este tempo sem computador e internet – o que me deixou maluca, com trabalhos se acumulando. Só hoje tenho um quarto para dormir... São meros detalhes.

No capítulo passado, a Lunne deixou uma review interessante. Esse comentário vai para aquelas (creio não ter leitores homens) que não leram o mangá, assim como ela. No mangá, o cavaleiro de Cristal não existe, assim como milhares de outros cavaleiros criados exclusivamente para o anime com a finalidade de encher lingüiça. Há também outras diferenças que vão ser mostradas aqui na fic, em partes. Respondida a sua pergunta, minha queridinha ? (sorri)

Outra coisa : a Catarina morreu sim, Calíope. Não queria me arrastar escrevendo a morte dela, acho que esta fic já está por demais repetitiva com toda lenga-lenga dos dois. Ah, e a parte do "jornalista de sucesso numa revista grega" foi uma clara alusão e homenagem à Santuário Times, sua fanfic maravilhosa (fazendo propaganda). Sem mais delongas, mais beijos para Celly, Litha-chan, Anne, hakesh-chan, Kitsune Youko, Dark Wolf e Shakinha.

Notas :

(1) Coq Au Vin é uma refeição francesa com frango cozinhado num caldo com vinho, alho-porró, cenouras, conhaque, entre outros ingredientes.

(2) Petit Gateau, como muitos de vocês já devem conhecer, é um bolinho de chocolate de casca crocante e recheio cremoso. Pode ser servido juntamente com sorvete de creme.

(3) "Deus reúne os que se amam", em francês.

(4) Déjà vécu é uma ilusão epiléptica durante a qual a pessoa interpreta mal situações que lhe passam a ter características anormalmente familiares. Déjà vu é também uma ilusão, mas não de uma situação e sim de um objeto. Ainda há o déjà entendu, onde a ilusão se refere a sons.