OXFORD UNIVERSITY

Chapter - Friends Forever

Author - BETTIN

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Adrienne, meio sem jeito, puxou uma cadeira e a colocou perto da cama onde agora Marguerite estava deitada, abraçando o travesseiro. Marguerite chorara muito. Sentia-se fraca e desesperançada.

- Você deve estar me odiando pela minha omissão, não é Madge? Adrienne estava com a cabeça baixa olhando para os dedos entrelaçados sobre as pernas dobradas.

- Não, Adrien! Não! Marguerite meneava negativamente a cabeça e fechava e abria suavemente os olhos ao levantar sua cabeça do travesseiro. Seus grandes olhos estavam avermelhados e inchados. Mas havia perdão neles.

- Sua omissão em parte, é culpa minha! Você sempre quis me ajudar. Quis me orientar desde o primeiro dia em que nos conhecemos, aqui neste quarto! É que eu... tenho esse jeito de querer resolver tudo ao meu modo, por mim mesma. Como sempre fiz...todo o tempo...a vida toda! Lembra do Mr. Sinclair, de quem te falei? Ele sempre me advertiu sobre esse meu modo impulsivo! Veja bem, Adrienne, não a estou absolvendo de todo pelo seu mal comportamento! Você poderia ter mais atitude, entende! A essa altura, Marguerite sorria.

- Eu sei! Mas você não gosta de me ouvir! E de repente tudo passou a ser só o Andrew! Você só falava nele, o seu mundo girava em torno dele. Quantas vezes você me censurou sobre qualquer coisa que eu dissesse sobre Andrew de Sunderland!

- Não me fale esse nome! Você está proibida, entendeu? Gritou Marguerite.

- Tudo bem, tudo bem! Mas eu também sou uma pessoa só, Madge! E eu não queria perder a sua amizade! Homens são ótimos para bons momentos e para nos manter financeiramente. Mas fora isso, não podemos contar muito com eles!. Acreditei que me mantendo reservada com relação a certos acontecimentos, eu não a faria infeliz e você não se afastaria. Errei eu sei! Mas acreditei que ele era um bom homem! Nem em meus piores pesadelos, passou pela minha cabeça que ele faria algo contra a vontade de alguém. Quando aconteceu comigo, eu também estava de acordo, você me compreende? Adrienne estava sendo sincera.

- Tudo bem...tudo bem...Mas agora eu tomei uma decisão! Não quero ficar mais um minuto aqui neste lugar! Vou arrumar as minhas coisas e ir para bem longe de Oxford, de Londres e se possível da Inglaterra! Declarou Marguerite, levantando-se.

- Mas e o seu Curso de Literatura! Perguntou Adrienne, que nunca se acostumara a impulsividade da amiga.

- Que se dane o curso e essa maldita universidade! E você? Não me diga que aqui você encontrou o que tanto procurava? Ela indagou a amiga.

- É verdade! Já descobri tudo que precisava saber sobre pedras, minérios e outras químicas de identificação. Quanto a um bom marido, creio que os franceses podem ser melhores que os homens daqui! Adrienne sorria.

- Os franceses? Ir para a França? Os olhos de Marguerite faiscavam de contentamento.

- Isso mesmo, Madge! Você nunca ouviu aquela frase "Paris espera por nós". Li no jornais que tudo de melhor está acontecendo em Paris agora. Boa música, artes, os ricos trocando seus lugares costumeiros pela Cidade Luz... o que você acha? Adrienne arqueou a sombrancelha.

- Maravilha! Eu sei que tem um trem que parte de Londres para Folkstone. De lá podemos tomar um barco para Boulogne Sur Mer. Tá certo que é um barco pequeno, meio nojento e a viajem será demorada, mas tudo ficará bem! Devaneava Marguerite.

- Que história é essa de trem Londres/Folkstone, Madge! É evidente que sairemos do porto de Dover para Calais que é muito mais rápido. Não estou entendo você? Uma ruga de preocupação apareceu na fronte de Adrienne.

- É o meu passaporte Adrien...Ele é falso! Ou melhor, todos os meus documentos são falsos! Marguerite fazia aquele trejeito com a boca e olhava para o lado, quando sentia-se assim, envergonhada.

- Como assim...falsos! Você é Marguerite Krux! Como você não tem um passaporte verdadeiro?

- Apesar de ter sido inserida na alta roda social de Londres como Marguerite Krux, eu não possuo nenhum documento que prove isso! Eu nem sei se possuia uma certidão de nascimento como Marguerite Smith, meu nome, antes de ser adotada aos 10 anos. E depois de tudo que aconteceu, Elliot Krux me tirou todos os direitos, eliminando qualquer documento que prove a minha adoção!

- Você não possui documentos verdadeiros e não é filha legítima dos Krux? Oh! Meu Deus! Sente-se aqui e me conte esse história direito, Madge! Adrienne pegou as mãos da jovem e a fez sentar na cama ao lado dela.

E assim, depois de um longo relato, Adrienne olhava com carinho para a amiga, e segurando-lhe a mão, prometeu:

- Nada, nem ninguém, machucará você novamente Madge, eu prometo! Estamos juntas e precisamos uma da outra agora. Não se preocupe que não contarei sobre isso para ninguém! Mesmo porque, o que eu ganharia com essa história triste, não é mesmo? Bem...então precisamos ir até a Estação Ferroviária verificar a que horas sai o trem para Londres amanhã cedo! Adrienne deu uma piscada e levantou-se, baixando em seguida e puxando uma mala enorme que estava embaixo da sua cama.

- Obrigada! Foi quase um sussurro que saiu da garganta de Marguerite. Quando ela viu a amiga puxar a mala sob a cama, ela própria sentiu-se como uma. Tudo o que aprendeu e viveu nunca a fez sentir-se melhor do que uma mala barata de viagem!

Eram quase 06h30 quando Adrienne acordou Marguerite. Elas viajaram quase dois dias até chegarem à Folkstone, ontem, às 17h00. As duas quase tiveram um sobressalto, quando o agente ferroviário, quis conferir pela segunda vez, os documentos de Marguerite, quando embarcaram no trem que partia de Londres para Folkstone.

Dormiram numa pensão fedorenta no porto, para economizar o pouco dinheiro que possuíam. Antes, compraram passagens num barco que fazia a rota Folkstone/UK-Boulogne Sur Mer/FR.

- Anda Madge! O navio sairá às 08h00, precisamos nos aprontar, garota! Era sempre assim, todos os dias. A metódica Adrienne versus a preguiçosa Marguerite!

Vestiram-se de forma simples e em pouco tempo já estavam prestes a embarcar. Tudo correu tranquilamente quando o agente da capitania dos portos conferiu o passaporte de ambas. Quase nem olhou para os passaportes, carimbando-os e despachando as duas jovens com sua pressa costumeira. Depois de ver as duas embarcarem, acendeu seu cachimbo e perguntou-se: "De quem ou do quê, aquelas duas estavam fujindo? Eram jovens, bonitas e elegantes. Falavam um inglês impecável. Neste anos todos, ele aprendeu a reconhecer os motivos e anseios de todos aqueles que partiam dos portos distantes do cais de Dover. Mas elas estavam com sorte...este seria um dia de céu claro e o canal estava calmo". Tragou suavemente a fumaça do seu cachimbo.

Elas estavam debruçadas no convés do pequeno barco, enquanto este se distanciava do cais, quando ouviram uma voz na multidão a chamar por alguém no barco. Foi quando elas avistaram um homem, que corria pelo pier, acompanhando o barco, que singrava as águas do canal em direção a França.

- Marguerite! Marguerite! A voz do homem ecoava sonora o nome dela.

- Andrew!!!! Havia supresa quando uma olhou para a outra e disseram o nome dele ao mesmo tempo!