OXFORD UNIVERSITY

Chapter 12 - The Sadness of Roxton

Author: BETTIN

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Havia perplexidade nos rostos de Marguerite e Andrew. Fora uma surpresa para ambos aquele reencontro. Passaram dez longos anos desde a última vez que se viram pela última vez, enquanto o barco se distanciava do porto de Folkstone.

Foi Andrew quem se adiantou a cumprimentar Marguerite e Roxton, estendendo primeiramente a mão para o caçador.

- Prazer em conhecê-lo Lord Roxton! Sua fama de excelente desportista e exímio caçador percorre toda a Europa, embora muitos acreditem que o senhor, assim como toda a expedição estivessem mortos.

- Como o senhor pôde ver, estamos vivos e bem, Professor de Sunderland! Nenhum dos elogios diminuiu a desconfiança e o enorme desagrado por parte de Roxton ao ver aquele homem. No mesmo instante olhou para Marguerite, para confirmar as suas suspeitas.

- Como está Miss Krux! Continua a chamar-se Miss Krux, acredito? Ele fez uma reverência e beijou a mão direita de Marguerite, que a retirou rapidamente.

- Sim, ainda sou Marguerite Krux! Mas responda-me uma pergunta: como conseguiu chegar até o platô? Ela o olhava receosa. Cruzara os braços sobre o peito na tentativa de abafar as batidas do coração. Ele ainda mexia com os seus sentimentos. Que ódio! Por que sentia-se assim, abalada diante dele. Esse pensamento a atormentava, apesar de transmitir uma certa tranquilidade aos demais.

Já vivenciara de tudo um pouco naquele planalto misterioso. Mas encontrar Andrew fora a pior das surpresas. Ele a fazia recordar de um passado que a muito custo ela tentava esquecer. Também havia o medo dele contar a todos o envolvimento deles em Oxford. Já perdera muito coisa; agora queria manter parte do que lhe restara: a integridade tão bem cuidada e reservada diante dos seus amigos.

- Vocês já se conheciam? Verônica perguntou intrigada. E o coração de Marguerite gelou.

- Sim! Há dez anos atrás eu lecionava Química na Universidade de Oxford e Miss Krux era aluna do Curso de Literatura e Línguas Clássicas. Não é mesmo Marguerite? Ele sorria.

- Por favor, mantenha Miss Krux, soa melhor aos meus ouvidos! Marguerite retribuiu o sorriso, irônica.

- Mas você me disse outro dia que estudou Gemologia, Marguerite? Verônica perguntava desconfiada .

- Bem...na verdade, quem estudava Gemologia, uma das matérias do Curso de Geologia e Ciências do Solo, era a minha amiga Adrienne Montclaire. Mas como dividíamos o mesmo quarto, e era um curso muito interessante, praticamente estudávamos juntas, entendeu? Será que ela conseguiria se safar com essa desculpa? Conhecia Verônica, desconfiada por natureza, a jovem não se satisfazia com respostas vagas.

- Tudo bem! Se é assim! Verônica deu de ombros.Não aceitou de todo aquela resposta, mas achou melhor relevar. Além do quê, havia um desconhecido na sua casa, que além de conhecer Marguerite, conhecia também o Challenger, pois segundo a conversa anterior a chegada de Marguerite e Roxton, ambos lecionaram juntos na Universidade de Dublin e Edimburg. Malone então, estava fascinado com os conhecimentos de Andrew sobre rugby, o esporte que Malone praticava na Irlanda. A conversa entre os dois estava animada e o professor narrava os últimos acontecimentos na Inglaterra e em toda a Europa. Disse também que o mundo passava por transformações conflitantes, havia a revolução russa, as insurreições alemãs, e o medo de uma segunda guerra mundial deixava o mundo todo temeroso. Ned como todo jornalista, sentia-se renovado e procurava escrever quase tudo que ouvira.

Ela tinha que concordar que ele era muito educado e carismático. Apesar dos seus quarenta e poucos anos, ele ainda era um homem belíssimo! E que sorriso que ele tinha! Seus grandes olhos também pareciam sorrir. Resolveu baixar um pouco as suas defesas diante daquele estranho.

Mas não Roxton. O caçador se retirou para o laboratório dizendo que precisava fabricar mais munição. Não participou do jantar. A fome desaparecera. Tudo que sentiu foi um bolo no estômago e a ameaça de um inimigo pior que qualquer dinossauro ou canibal. Viu a cor sumir do rosto de Marguerite ao vê-lo, percebeu que suas mãos tremiam levemente. Quem foi esse homem na vida dela? Teriam sido amantes, além de colegas na Universidade de Oxford? Só de pensar em tal possibilidade e não aguentando mais a tensão, desfechou um soco, com a mão espalmada, num dos troncos de sustentação do laboratório.

Minutos depois, Challenger desceu com um prato de comida e uma taça de vinho. Ele percebera a hostilidade do amigo para com o professor e resolveu conversar um pouco com John.

- Oi meu velho! Trouxe essa refeição para você! Tá certo que precisamos de mais cartuchos de balas, mas não é justo você ficar sem comer, depois de um dia tão longo, não é mesmo! Challenger colocou um guardanapo de pano sobre a mesa rústica, em seguida a bandeja com a refeição, os talheres e o vinho.

- É muita gentileza sua, meu amigo! Mas estou sem fome! Roxton não desviou o olhar um segundo do seu trabalho. Para preocupação de Challenger.

- Você não vai provar nem o meu vinho, John? Você sabe o que é cuidar do plantio destas uvas, escondê-las dos animais e pragas, esperá-las maturar e colocá-las naqueles barris na adega de pedras que você me ajudou a construir perto do riacho, afim de fermentá-las e de desfrutarmos um pouco dos confortos da civilização! Challenger procurou ser leve e divertido, na intenção de suavizar a tensão que rondava Roxton.

Porém passados alguns minutos e sem uma resposta de Roxton, Challenger foi mais incisivo na pergunta:

- Você está recusando o vinho porquê? É o professor de Sunderland não é? O que foi que ele te fez para você ficar assim? É um homem educado, de bons costumes...O que há, meu velho? Challenger realmente estava preocupado com ele.

- Nada, George! Nada! Agora se você não ficar chateado comigo, eu gostaria de ficar sozinho! Por favor, meu bom amigo! Era uma súplica de alguém que sofria.

Challenger conhecia Roxton, ele estava sofrendo por causa de Marguerite e Andrew de Sunderland. Challenger se levantou e começava a subir as escadas quanto Roxton perguntou:

- Como ele conseguiu chegar até aqui? Agora ele olhava diretamente nos olhos de Challenger.

- Por uma das fendas que o terremoto provocou. Ele disse que amanhã mostrará o caminho para sairmos do platô.