Obrigada pelas reviews! Marguerite sempre surpreende! Beijos para a Lady K, Lady F, Spirita, Cris, Nessa, Mila, Marie, Pat, Claudia B, Jess Nobre, Rosa, Jessyca Pinheiro, Ju Avalon, Mary e Taiza.
OXFORD UNIVERSITY
Chapter 23 - Without Pardon
Author: BETTIN
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Marguerite armou o gatilho do rifle, quando ouviu aquela voz nojenta e fria de Peter Radcliffe lhe dizer:
- É melhor você jogar esse rifle no chão, Miss Krux! Ou serei obrigado a estourar os miolos do nosso amigo, Lord Roxton! Ele continuou com o fuzil apontado para a cabeça do John, e olhou de soslaio para Marguerite, com um sorriso cínico nos lábios, fazendo-a cumprir imediatamente as ordens dele!
- Você quer que eu os mate agora, Andrew? O avião está pronto! Acabemos logo com isso! A voz de Radcliffe era tão gelada e cortante, quanto um vento úmido de inverno.
- Claro que não! Pelo menos por enquanto! Dê-me o fuzil e os amarre! Foi a ordem de Sunderland.
Roxton e Marguerite foram amarrados numa das prateleiras, de forma que ficaram sentados no chão, lado a lado, com os braços atados nos troncos.
- Quer dizer, que é com esse tipo de gente que você trata de negócios, Marguerite? John não conseguia olhar para ela, pois os seus olhos estavam fixos nos de Radcliffe. Marguerite por sua vez, permaneceu calada com os olhos abaixados.
- Não são apenas negócios, Lord Roxton! Eu gosto desta mulher! Senão, não teria ido atrás dela no porto de Folkstone a dez anos atrás! Mas as circunstâncias fizeram com que eu a perdesse! Disse Sunderland, olhando para Marguerite que continuava olhando para o chão.
- Conheço muito bem as tais circunstâncias que o impediram de ir atrás dela, Sunderland! Se você está com o Radcliffe, você está na máfia irlandesa, não é mesmo? Eu estive pessoalmente nas regiões dominadas por vocês, no extrativismo do carvão! Roxton falava, enquanto Radcliffe andava de um lado para o outro, com o fuzil em punhos, como um felino a observar a sua presa!
- Que vocês utilizavam trabalho escravo, isso nunca foi segredo nem mesmo para o Parlamento! Mas usarem crianças de dez, oito, até sete anos de idade para esse tipo de trabalho, foi um dos crimes mais sórdidos que eu já presenciei! Roxton continuava a falar. Sem perceber que neste momento, rolava uma lágrima no rosto de Marguerite.
- Essas crianças nunca atingiram a idade dos doze anos! Tiveram a sua infância roubada e a elas foi destinada a pior das mortes! Morte por asfixia crônica! Chegavam a sofrer até dois anos contínuos, com os seus pulmões endurecendo e sendo sufocadas dia após dia! Roxton falava com tal ódio, que Marguerite podia sentir os seus ombros tremerem, pois estavam muito próximos, praticamente encostados!
- Só me expliquem uma coisa, que eu não consegui entender até hoje? Vocês dois têem filhos que eu sei! Como puderam assistir todas aquelas mortes infantis, jogando-os naquele barracão fétido, quando aqueles pequenos já não tinham mais utilidade para vocês? E irem para as suas casas, olharem para seus filhos e ainda dormirem em paz? Me digam? Como? A última palavra foi dita por Roxton num grito de raiva!
- Você sabe que eu quis fugir de tudo aquilo, não sabe Marguerite? Fui lecionar na Universidade de Oxford e depois na Universidade de Dublin! Eu nunca quis participar dos negócios da minha família! Ele olhava para ela, que se recusava a levantar o olhar.
- Ah! Então é você o herdeiro dos O'Brian, hein? Eu sabia que não havia me enganado a seu respeito, desde o momento em que o vi! Roxton estreitara os olhos com a descoberta.
- Levanta o rosto Marguerite! E admire o seu amiguinho, assassino de crianças! Contemple-o, Marguerite! Roxton gritava isso olhando para Sunderland. Marguerite, inclinou levemente a cabeça para ver o rosto do John. Era possível ver os ossos dos maxilares dele moverem-se ante ao ódio que imperava nele!
Marguerite, tornou a baixar a cabeça, só levantando apenas os olhos para olhar Sunderland, uma vez e tornou a olhar para o chão de terra novamente.
- Eu nunca autorizei aquilo! Foram ordens do meu pai! Eu não sou um assassino, Marguerite! Olhe para mim!!! Andrew gritou, em tom de súplica.
- Olhe para o mafioso O'Brian, Marguerite! Ele até pode não ter feito o trabalho sujo, mas Radcliffe o fez! E agora estão em comunhão com os alemães! Muito bem! Mesmo depois da derrota para os Aliados, esses carniceiros não aprenderam nada mesmo! Roxton falava alto, se pudessse, esganaria Radcliffe, com as suas próprias mãos.
Radcliffe se aproximou compassadamente e com a sua bota, chutou o lado direito do rosto do Roxton e então falou:
- Você já me deu muito trabalho no passado, Lord Roxton! Você e as suas ligações militares já atrapalharam demais os negócios da família O'Brian! Radcliffe virou-se para Sunderland e com ar enfastiado lhe disse:
- Vamos acabar logo com isso, Andrew! Você não precisa desta mulher! Pode ter qualquer outra melhor, é só estalar os dedos...Assim! Radcliffe estalou os dedos para endossar a sua idéia.
- Chega, Peter! Disse Sunderland, levantando a mão, como quem dá um comando para seu subalterno.
- Venha comigo, Marguerite? Anabelle faleceu a quatro anos! E devido a guerra, enviei os meninos para um colégio na Suíssa! Case-se comigo? Poderemos começar uma nova vida, juntos! Andrew disse essas palavras com suavidade e agachou em frente a mulher amarrada e, ao levantar o queixo dela, Marguerite lhe cuspiu no rosto e disse:
- Nunca! Você é o homem mais repugnante, desprezível e covarde que eu já tive o desprazer de conhecer em toda a minha vida! Nunca! Nunca eu me casaria com um tipo como você! E se fosse obrigada a isso, abortaria cada filho seu que eu gerasse! Para que o sangue podre que corre em suas veias, jamais contaminasse a humanidade! Marguerite gritava esse torrencial de desaforos com todo o ar que os seus pulmões permitiram.
Sunderland, sentindo uma mistura de humilhação, surpresa e revolta, desferiu um tapa no rosto dela. O que fez Roxton tentar se soltar e chutá-lo, porém inutilmente.
- Mato-os agora, Andrew? Perguntou Radcliffe, calmamente.
- Não! Deixe-os aí! Esses dois se merecem! Além do mais, esse lugar maldito é um perfeito inferno para quem viveu ou foi criado no luxo e no conforto! Pobres diabos! Olhe só para as suas roupas puídas e manchadas! O avião já está carregado, Peter? Ótimo! É melhor irmos! Precisamos voltar o quanto antes para a base na Venezuela! Sunderland falava essas palavras com o olhar fixo no rosto de Marguerite, enquanto estalava o maxilar com a mão direita.
- Adeus Melanie! Havia um certo ressentimento no olhar do Andrew, antes de dar as costas para os dois e sair da caverna acompanhado pelo macabro Radcliffe.
Houve alguns instantes de silêncio entre Roxton e Marguerite. Pairava um ar pesado sobre eles naquele lugar. Foi Roxton quem rompeu primeiro o silêncio ao dizer:
- Devo confessar que pela forma como ele a olhava...Pela declaração que fez a você na frente de todos...E por ter nos deixado vivos...Que talvez ele goste realmente de você, Marguerite! Por que você não aproveitou a chance de sair do platô com ele? Marguerite continuou calada e ele voltou a falar:
- Aquelas palavras que você disse a ele foram realmente cruéis! Não que ele não as merecesse, é claro! Mas...Nenhum homem, que quisesse viver com uma mulher, poderia perdoar tais palavras!
Roxton estava perplexo como ela tratou o Sunderland. Foi uma atitude corajosa, mas contraditória ao mesmo tempo. Foram palavras e atitudes, completamente contrárias a conversa que ela estava tendo com aquele mafioso, pouco antes dele adentrar à caverna.
- Por que você não foi com ele? Apesar de sentir-se aliviado por Marguerite ter dito tudo aquilo ao inimigo, John gostaria de saber o que a impediu de partir, sendo esse o maior desejo dela. Foi então que ela começou a falar:
- Eu adoraria poder ter uma criança...Talvez duas, no máximo! Viver numa casa elegante...Cercada de todo o conforto, além de possuir belas jóias e vestidos! Marguerite sorria um sorriso triste enquanto olhava para frente.
- Mas o homem com quem eu dividiria a minha cama, e que gerasse em mim os seus filhos, teria que ser um homem de coragem! Carinhoso e gentil! Dono de um coração piedoso e protetor! Não sou o tipo de mulher que aceitaria menos que isso! Marguerite disse essas palavras, olhando para a parede repleta de cristais de quartzo, que brilhavam intensamente, com o raio de sol que adentrava à caverna!
De repente, ela sentiu os dedos dele roçarem as pontas dos dedos dela. E no instante seguinte, eles viraram simultaneamente as suas cabeças, olhando-se de frente. Encontraram o brilho úmido no olhar de cada um! Não precisavam de palavras naquele momento! A magia tomara conta do lugar! O olhar de Roxton percorreu todo o rosto de Marguerite, como se a acariciasse! Os grandes olhos dela, acompanhavam os dele. Ela temia que se aquele olhar se escondesse debaixo dos cílios, por um segundo sequer, ela viesse a se perder, sem luz, nem caminho!
- Tenho que tirá-la daqui, mas não sei como? A voz grave e rouca dele, confessava ali, naquelas poucas palavras, ser o homem certo na vida dela!
- Estou com aquele canivete aqui comigo, John! Só que ele está num lugar muito bem escondido! Eu sabia que poderia ser revistada quando vim para cá! Só que você terá que pegá-lo? Ela disse, devolvendo-lhe a esperança de fugirem dali.
- Onde você o colocou, Marguerite? Ele perguntou surpreso, arqueando uma sombrancelha e o canto da boca.
- Está debaixo do meu seio esquerdo, dentro do meu corpete! Ela disse divertida.
- Que lugar mais...Digamos...Estranho para guardar uma arma! Ele arregalou os olhos, olhando para os seios dela.
- Aproxime-se mais, John! E o retire daqui! A voz dela soava serena e ela percebeu o quanto ele ficou perturbado e titubeante, até que aceitou retirar o canivete dali.
Ambos se aproximaram o máximo que puderam. Ela tentou elevar o corpo, enquanto John abaixava seu rosto no vale entre os seios dela. Em seguida, ele afastou com os dentes, o lado esquerdo do corpete, deixando aquele seio claro de bico rosado à mostra, e por um momento ficou a contemplá-los, paralisado diante daquela visão!
- Pegue o canivete, John! Marguerite estava impaciente e nervosa. Aquela não era a hora nem lugar para seduções! Precisavam sair dali o quanto antes! Temia por Veronica!
Engolindo em seco, Roxton deslizou seu rosto pela extensão daquela pele branca e quente, até que abocanhou o canivete com os dentes e o jogou ao chão! Depois de alguns malabarismos, eles conseguiram empurrar o canivete próximo as mãos dele. Minutos depois ele conseguira cortar as cordas que o atavam, e desamarrou rapidamente Marguerite. Levantou-se e a puxou pelas mãos para que ela se pusesse também em pé. Ficaram então, frente a frente. Então foi a vez de Marguerite lhe falar:
- Eu não o traí, John! Nem a você, nem aos nossos amigos, eu lhe juro! Você precisa acreditar em mim! Ela o segurou pelo braço. Mas Roxton, num esforço maior que o seu desejo, desvencilhou-se abruptamente daquele toque.
- Não foi o que vi e ouvi, ao entrar aqui, Marguerite! Você estava prestes a dar as coordenadas para terras dos Zanga, em troca de uma fuga do platô! Você traiu a mim, a expedição e a todos que a receberam com hospitalidade neste mundo perdido! Você teria traído a Veronica e toda a aldeia Zanga, se eu não tivesse chegado a tempo! Continuarei a proteger você, mulher! Pois essa é a minha missão! Mas não peça o meu perdão! Este eu nunca mais lhe darei, Marguerite! E dando-lhe às costas, pegou o rifle do chão e saiu da caverna determinado a pegar Sunderland e Radcliffe.
- John! Por favor, me espere! E Marguerite, após refazer-se do choque que aquelas palavras ásperas provocara nela, correu atrás do seu anjo da guarda na terra! Mas ele já estava bem longe dela...
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