Obrigada pelas reviews, meninas! Obrigada a todas vocês que acompanharem esta fic tão longa, me incentivando e dando grandes conselhos! Beijos para a Lady K, Lady F, Spirita, Cris, Nessa, Mila, Marie, Pat, Claudia B, Jess Nobre, Rosa, Jessyca Pinheiro, Ju Avalon, Taiza, Aline e Kakau.

Nessa: Muito obrigada amiga por ter me ajudado a consertar o deslize no nome da Selena!

OXFORD UNIVERSITY

Chapter 26 - Plateau Sunrise

Author: BETTIN

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- Aqui está o seu chá...Morno e levemente adocicado! Era a voz masculina e terna de John Roxton.

- Veronica poderia ter trazido. Disse Marguerite tranquila, ajeitando o travesseiro e recostando-se na cama enquanto pegava a xícara das mãos dele.

- Mas Veronica foi clara ao dizer que você queria que eu preparasse o seu chá! E já que eu o preparei, estou aqui lhe servindo, bem ao estilo inglês, com torradas. Ele sorria, ao vê-la saboreando o chá e após alguns instantes ele lhe disse:

- Olha Marguerite...Sobre hoje, lá naquela caverna, eu quero lhe dizer que...

- Não! Eu não quero falar sobre isso agora, Roxton! E Marguerite devolvendo-lhe a xícara vazia, colocou os dedos sobre as têmporas, indicando que estava com dor de cabeça.

Roxton entendeu o recado, e sem dizer mais uma palavra, levantou-se do banco de tronco de árvore ao lado da cama dela e estava quase saindo do quarto, quando Marguerite o chamou:

- Roxton! Espere!

- Sim... Ele se virou e ficou a fitá-la.

- Obrigada pelo chá! Foi muito gentil da sua parte! Ela lhe deu um sorriso triste.

Ele apenas meneou a cabeça, antes de fechar a cortina atrás de si.

O dia amanheceu radiante mais uma vez no platô. Como era maravilhoso, os raios fracos e luminosos da manhã a passar pelos troncos da casa de árvore iluminando tudo. As borboletas, uma infinidade delas, revoavam por toda a casa. Era um verdadeiro espetáculo de cores e tamanhos!

Malone como sempre, fora o primeiro a levantar-se e já estava a moer os grãos de café, quando Veronica entrou em seguida no ambiente e foi ajudá-lo a preparar a mesa do café da manhã. Nela pôs as torradas feitas de pão de mandioca e as frutas.

- Estamos como poucos mantimentos, Ned! Observou Veronica.

- Não se preocupe! Temos mantimentos para mais um dia. Se você quiser, podemos ir buscar mais, lá na aldeia dos Zanga. Assim você aproveita para ver a Assai, que você acha? Ele arregalou os olhos, sorrindo.

- Acho uma ótima idéia! Veronica sempre ficava radiante quando ele a convidava para fazerem as tarefas juntos. Sempre envolvido com seus diários e pensamentos, ele dificilmente tinha olhos para ela.

A mesa já estava posta, e ambos tomavam seu café, sentados na grande mesa de toras de madeira. Conversavam animadamente, quando Challenger apareceu e foi juntar-se a eles. Mostrou-se revigorado. Sua reabilitação fora surpreendente. E após tomar o seu desjejum, desceu para o seu laboratório, mastigando uma torrada com geléia, enquanto os olhos de Malone e Veronica o acompanhavam.

- Nossa! Ele esta ótimo! Veronica disse sorrindo.

- Graças a sua pomada milagrosa! Ned colocou a sua mão forte sobre a mão pequena dela.

- E graças também aos seus cuidados de enfermeiro de guerra! E foi ela desta vez a colocar a sua outra mão sobre a dele. E assim os dois se olharam e sorriram um para o outro.

Roxton já estava acordado algum tempo. Mas relutava em levantar-se da cama. Queria saborear um pouco mais o sonho que tivera com a Marguerite durante a madrugada.

Sonhou que tiveram uma maravilhosa e ardente noite de amor! E foi custoso para ele vestir-se e se juntar aos outros na cozinha. E quando sentou-se à mesa, disse animado:

- Bom dia a todos! Marguerite ainda não se levantou? Mesmo com esse aroma maravilhoso de café! Ele falava alto para que ela o ouvisse:

- Pode parar de chamá-la, Roxton! Marguerite já tomou rapidamente uma xícara de café e saiu neste instante! Nem adianta perguntar para onde ela foi, pois como sempre, ela diz que não é da minha conta! Malone respondeu, sempre indignado com atitudes rudes de Marguerite para com ele.

- Bom...Vou tomar o meu café também e depois irei atrás dela. Eu acho que sei onde encontrá-la...

Marguerite foi até o riacho, onde ela gostava de tomar banho ou apenas ficar sentada, pensando na vida. Ela sentou-se numa pedra e voltou a chorar. As lágrimas brotavam de seus olhos, sem que ela pudesse controlá-las. Eram as suas emoções que desordenadas, explodiam num choro compulsivo.

- Isso, minha menina, chore! Chorar fará bem para seu coração! Aliviará a pressão no seu peito! Era uma voz feminina, suave e tranquilizadora.

Imediatamente, Marguerite sacou a arma do seu coltre e virou-se em direção daquela voz. Era Morgana, sentada na outra pedra, com seu lindo vestido azul cintilante, com a Excalibur, pendendo ao lado do corpo dela, presa à sua cintura fina.

- Morgana, que surpresa! Não me diga que vou encontrá-la em todos os riachos e lagos por onde eu passar? E sem cobrar ingressos? Disse Marguerite, enquanto enxugava as lágrimas.

- O que mais admiro em você, Marguerite... É o fato de você ser tão espirituosa, mesmo nas situações mais adversas! Morgana soltou uma gargalhada serena.

- Que bom revê-la, Morgana! Outro dia você me disse, claramente, que me daria o conhecimento necessário! E tudo que eu ganhei até agora, foram sonhos desagradáveis, precedidos de acontecimentos terríveis! Se por um minuto eu soubesse que esse era o tal conhecimento necessário, fugiria de você, como fugiria de um T-Rex! Desabafou Marguerite.

- Sinto muito por tudo o que aconteceu nestes últimos dias! Não apareci para você para fazê-la sofrer! Era minha missão alertá-la para o que estava para acontecer! Morgana tentava acalmá-la.

- Como assim? Me explique melhor... Pois estou muito abalada e meu discernimento não anda lá estas coisas! Marguerite sentou-se novamente na pedra.

- Todos nós temos o nosso destino traçado desde o momento em que nascemos. Inevitavelmente, pessoas predestinadas entrarão e sairão de nossas vidas. Mas todos nós também possuímos o livre arbítrio, ou seja, o desejo de querer que aquele acontecimento continue ou que seja interrompido. Está me compreeendendo? Morgana olhava para o rosto triste de Marguerite.

- Mais ou menos! Continue...

- Você foi deixada no orfanato de Avebury por motivos que, neste momento, eu não tenho permissão de revelá-los! O que posso revelar é que você foi amada, e muito, pelos seus pais! Ou não traria consigo o camafeu que carrega a declaração de amor deles por você! Morgana continuou o seu relato calmamente.

- O que aconteceu com os meus pais? Por que eu fui deixada no orfanato? Era precisava daquelas respostas.

- Agora não posso lhe dizer! Mas para compensá-la, Ian Sinclair foi um escolhido para proteger-lhe durante a sua infância! Neste caso, ele fazia parte do seu destino! Ela esclareceu.

- Mas não era o casal Krux quem deveria adotá-la. Essa escolha foi sua e você sabe disso muito bem! E a partir daí seu destino continuou a transcorrer a cada escolha feita por você mesma!

- Quando eu a fiz sonhar com todo o seu passado, era porque, para defender-se, você esquecera de detalhes muito importantes, vitais para a atitude que você deveria ter agora, no presente.

- Estava no seu destino que você iria estudar naquela grande escola na Bretanha! Também estava no seu destino que aquele homem, que você tanto amou, o Andrew, entraria na sua vida! Ele também descende da mesma civilização celta que você!

- Apesar de sabermos de determinados acontecimentos, nós os celtas, não podemos prever o comportamento humano! Foi por isso que naquela noite, a beira do lago da escola, um dos nossos magos lhe entregou a jóia vermelha! Foi para sua proteção! Você demonstrou desapego e amor ao usá-la para salvar o Andrew! Foi um gesto muito nobre! Mas aquela pedra era para sua proteção!

- Se vocês sabiam do perigo que eu corria, por que não me avisaram? Marguerite a desafiou.

- Se não fosse o sonho que eu a induzi vivenciar, você teria lembrado destes fatos? Claro que não! Você nunca acreditou em nada que não fosse palpável e provável não é mesmo? Quando Morgana disse isso, Marguerite abaixou a cabeça.

- Pois bem! Não foi à toa que os pássaros de metal pousaram nestas terras. Estava no destino seu e no dele, se encontrarem novamente, neste período das suas vidas. E por mais que se esforçasse, você nunca deixou de amar aquele homem, durante todos esses anos!

- Sendo assim, tornou-se necessário que você tivesse todas as imagens bem claras na sua memória e que ao reencontrá-lo, fizesse novamente a sua escolha! Eu só vim para orientá-la a fazer a escolha certa! Pois as escolhas e os atos de cada vida, pertence somente ao dono dela!

- Sei, claramente, que tudo foi muito doloroso, cruel e que em parte você sente que morreu um pouco! Mas lembre-se que quem morreu foi seu passado e você está viva para viver o seu presente e fazer as escolhas certas para o seu futuro!

- Ah, Marguerite... Tenho tantas coisas para lhe dizer, mas agora não tenho permissão! Um dia... Nos veremos novamente, minha menina! Agora estou ouvindo o seu fiel cavaleiro aproximar-se... Seja feliz, Morrigan! E Morgana desapareceu da mesma forma como surgiu.

- Morgana! Morgana! Volte aqui! É a segunda vez que ouço me chamarem por este nome! Volte aqui! Eu exijo uma explicação! Marguerite a procurava por todo o riacho em vão.

- Com quem falava, Marguerite? Era Roxton saindo do meio das folhagens, com o rifle em punhos, curioso.

- Com a Morgana! Que droga! Eu preciso saber de tantas coisas! Marguerite falava baixinho ainda olhando para o riacho, na expectativa de reencontrá-la.

- Ela ainda não lhe deu o tal "conhecimento necessário" como prometera? Ou a minha chegada atrapalhou novamente a conversa de vocês? Roxton ficou meio sem jeito.

- Está tudo bem! Ela já me fez compreender o que eu precisava saber! Deixou algumas lacunas, é claro! Mas entendi o porque do aparecimento dela! E Marguerite sentou novamente na pedra, desolada.

- E o que você está fazendo aqui, tão cedo? Não deveria estar recolhendo os minerais para o Challenger fabricar a pólvora? Marguerite foi áspera com ele.

- É que quando eu me levantei, você já havia saído. E você não costuma acordar tão cedo, quando esta em casa. Assim, eu fiquei preocupado com você e imaginei que estivesse por aqui! Foi a explicação sincera dele.

- De duas, uma, Lord Roxton... Ou você veio me olhar tomar banho, coisa que não me surpreende, visto que já fez isto outras vezes, ou...

- Eu? Nunca! Roxton negou veemente. Mas a verdade é que já foi observá-la tomar banho várias vezes.

- Ou veio me cercar feito um cão perdigueiro! Será que você pode me deixar sozinha umas poucas horas? E depois destas palavras, ela levantou-se da pedra e ao passar por ele, John a segurou pelo braço:

- Estou aqui não por ser seu cão fiel, Marguerite! Mas porque realmente eu me importo com você! Embora, às vezes, você não mereça! Sei que você está chorando desde ontem, seus olhos avermelhados não negam isso! E acredito que tenha a ver com o que eu lhe disse! Mas eu não sabia que desta vez você estava defendendo a todos nós ao invés de conseguir um jeito rápido e fácil de sair do platô! Achei que você continuava a Marguerite egoísta de sempre e agora sei que você mudou! Depois de tudo que a Veronica me disse, eu de repente... Me senti envergonhado e quero lhe dizer que...Que confio em você! E você? Acredita em mim? Ele olhava profundamente nos olhos dela.

- Acredito, Roxton! Agora por favor, solte o meu braço... Estou ainda muito desgastada com toda esta situação! Ela tentou se desvencilhar daquele toque.

Então Roxton tirou o rifle dos ombros de Marguerite e removeu delicadamente o chapéu da cabeça dela e os colocou sobre a pedra.

- Ei! O que você está fazendo! Ela ainda estava atordoada.

- Estou tentando consertar as coisas! Como você sempre diz... "Do meu jeito"!

Então ele a puxou pela cintura, fazendo seus corpos se colarem! Com o braço esquerdo a enlaçava, trazendo-a junto ao seu peito, enquanto que com a sua mão direita, enxugava os vestígios de lágrimas daqueles cílios longos.

- Não, John! Por favor, pare! A voz dela soava fraca.

- Adoro quando você me chama de John! Sinto mais próximo de você, milady! A voz dele era rouca e mansa.

- Você disse "milady"? Marguerite sentiu seu coração aquecer com essa reverência serviçal dele. Quem era o nobre ali, afinal?

Ele não respondeu, apenas enfiou suas mãos entre os cachos dos cabelos dela, trazendo-a mais próxima e beijando-a com vontade profunda! Com a sua língua, explorou toda a boca daquela mulher! Ele podia sentir o seu coração bater descompassado enquanto roçava sua barba por fazer naquela pele clara e macia.

- Eu sei que não sou tão bom com as palavras, mas quero dizer que fico desorientado quando estou tão perto de você! E abraçando-a com força, suas mãos esfregavam com loucura as costas dela, enquanto a beijava com uma paixão alucinante. A loucura era tamanha que as mãos dele, deslizaram para os quadris dela, e num ímpeto, ele os puxou para que ela sentisse a rigidez e o volume do seu desejo!

- Me solte, Roxton! Estou realmente cansada e quero voltar para casa agora! Marguerite precisava se recompor. Ela precisava dele a muito tempo. Ela sabia que ele também a desejava, a notar pelo volume sob as calças claras!

Mas como Morgana havia dito, ela renasceu. Seu coração agora estava no presente e pertencia a Lord John Roxton! Mas ele só prometera momentos de prazer e proteção. Marguerite precisava mais que isso. Ela tinha fome de amor! O amor que nascera há poucos dias, por John, precisava amadurecer um pouco mais! E ele? Será que sentia o mesmo por ela, ou só a cortejava até que adquirisse o seu troféu? Não, desta vez, ela faria a coisa certa!

Roxton percebeu que Marguerite passava por um momento de fragilidade e numa atitude impulsiva, soube que excedeu novamente. Então ele pegou o rifle e o chapéu dela e os entregou. E assim, os dois caminharam rumo a casa da árvore silenciosamente.

Após um bom percurso, os dois se depararam com Veronica e Malone puxando uma pequena carroça de madeira. Roxton, com sua curiosidade habitual, foi conferir o conteúdo e verificou que nela haviam seis leiteiras grandes vazias, duas espreguiçadeiras, e uma cesta de piquenique.

- Hum! Hum! Que tarefa interessante! Seria indelicado da minha parte, perguntar para onde vocês estão indo? Roxton arqueou uma sombrancelha e deu aquele sorriso de canto de boca.

Malone, adiantando-se na explicação, respondeu que o Challenger afirmara que o sal estava acabando e que precisava de mais água salgada para a produção deste tempero!

Disse também, que já que o mar interior estava um pouco longe da casa da árvore, que os dois jovens mereciam um dia de folga e nada mais divertido do que banhos de mar.

Enquanto Malone se explicava para o Roxton, Marguerite foi bem perto de Veronica e disse-lhe baixinho:

- Providencie que haja muita diversão! O lugar é realmente deslumbrante! E deu uma piscada para Veronica.

Veronica soltou aquele sorrisinho de quem entendeu direitinho a recomendação. E lá se foram os dois jovens, passar o dia todo às margens do mar interior.

Marguerite ficou olhando-os se distanciarem com aquela pequena carroça, como duas crianças que vão para a praça brincarem, e sorriu. Em seguida deu-lhes às costas e voltou para a trilha. Enquanto caminhava, pisou em falso e parou de repente. Levou uma trombada do Roxton, que a seguia bem próximo.

- Pelo amor de Deus, Roxton! Pare de me acompanhar tão perto! Eu já tenho a minha própria sombra, obrigada! Ao invés de você ficar me seguindo pela floresta, por que você não vai colher algumas frutas, pois os nossos mantimentos estão no fim! As prateleiras então... Vazias! Ela o repreendeu.

- Tudo bem! Não precisa ficar brava, comigo! Eu vou colher as frutas e ficar bem longe de você, conforme o seu desejo! Ele saiu bronqueado e pisando firme.

- Otimo! Ela gritou.

- Otimo! Ele retrucou.

Roxton fizera um balaio improvisado com folhas de palmeiras e ela estava repleta de frutas, especialmente de ameixas, as preferidas da sua "Megera Domada".

Roxton ria sozinho ao lembrar-se da peça que assistira no Teatro Royal, na cidade praiana de Brighton, na Inglaterra. Por um momento imaginou se William Shakespeare não escrevera esta comédia para ele e Marguerite.

A peça era sobre a história das belas filhas de um homem rico da cidade de Pádua, na Itália. A mais velha das filhas, era a bela e irascível Catarina. Que não admitia ser subjugada. Com sua língua ferina, ela afastava todos os pretendentes. O problema é que a sua irmã caçula, a doce Bianca, só poderia casar-se depois de Catarina. Só um louco para casar com uma mulher geniosa como aquela! E ele existia e chamava-se Petruccio. Homem tão destemido e ousado quanto a bela Catarina. Os dois aprontam de tudo: mentem, trapaceiam, dominam e são dominados. Até que um cede daqui e outro dali e terminam felizes e completos.

Será que um dia, ele domaria a sua geniosa Dama de Vermelho? Roxton estava com o balaio de frutas nos braços, envolto nos seus pensamentos. Ao descer do elevador e foi logo dizendo:

- Veja, Marguerite! Aqui estão todas as frutas que você gosta e...

Plaft! O som do tapa no rosto do Roxton ecoou pela sala. O pobre sentiu o ardor queimando sua face esquerda e, desnorteado, deixou escapar o balaio. Rolaram frutas por toda a sala.

- O que eu fiz desta fez, Marguerite! Roxton olhou-a nervoso, enquanto esfregava o rosto com mão.

- Veja isto aqui, Lord Roxton! Sacas de café, sacas de farinha de mandioca, cigarros, ervas adocicadas! Três nativos da aldeia dos Zanga, trouxeram estes suprimentos em nome do Supremo Chefe dos Zanga para o Grande Caçador Branco! E eu não precisei perguntar muito para saber o que foi que você barganhou por lá, não é mesmo? Ela gritava, e os seus olhos passaram do azulado celestial para o verde mar bravio.

- Espera, Marguerite...Deixa que eu esclareça algumas coisas...

- Esclarecer? Esclarecer o que seu... Seu... Conquistador barato, mestre das alcovas, libertino duma figa! Ela despejou todas estas palavras nele e em seguida subiu no elevador e acionou o dispositivo de descida.

- Marguerite! Marguerite espera! Deixa eu lhe explicar o que aconteceu! Ele gritava para baixo enquanto o elevador descia.

- Não se preocupe, Roxton! Depois eu e o Malone explicaremos tudo para ela. Disse Challenger, colocando as mãos sobre o ombro do John.

- Você acha que perderá a sua amada assim tão fácil, John? Eu não acredito! Mesmo porque, só você tem a paciência e a devoção necessárias para conquistar o coração de uma mulher tão voluntariosa quanto ela! Disse Challenger.

- Que história é essa de minha amada, Challenger? É mais fácil cortejar uma fêmea de triceratops do que Marguerite Krux, a terrível! Não sei aonde você quer chegar com isso? Roxton tentava disfarçar.

- Ora, meu velho! Sou o seu amigo e o conheço o suficiente para saber o que você sente pela Marguerite! Concluiu George.

- O Malone está certo mesmo... Ele disse que você anda bem diferente de uns tempos pra cá! Está mais... Digamos...Deliberadamente divertido! Aposto que foi visitar a rainha das amazonas, Selena, não foi? Perguntou Roxton, na sua habitual curiosidade.

- Realmente me encontrei novamente com Selena! Ela é uma mulher de uma sabedoria extraordinária e de uma beleza etérea! Veja bem... Eu não deixei de amar a minha doce Jessie! Mas é que estamos a mais de dois anos neste platô e às vezes temo que nunca sairemos daqui! Fui sincero nas minhas confissões, John, agora é a sua vez! Challenger ficou aguardando a resposta do amigo.

- É verdade! Está tão evidente assim? Mas quanto mais eu me aproximo, mais ainda ela se afasta! Realmente eu não sei o que fazer, George! Desabafou Roxton.

- Diga a verdade para ela! Seja sincero e diga que a ama! Foi a orientação do Challenger.

- Para quem? Para Miss Marguerite Krux? E ser ironicamente rechaçado por ela? Desculpe, meu velho! É mais fácil enfrentar os dinossauros lá fora, do que levar um sonoro não desta mulher! Roxton meneava negativamente a cabeça.

- Vamos recolher essas frutas espalhadas pela sala e guardar esses mantimentos. Depois iremos para o meu laboratório. Quero lhe mostrar algumas coisas.

E juntos arrumaram tudo e depois seguiram para o laboratório do Challenger. George foi até uma das prateleiras e retirou um vaso. E de dentro deste, retirou um pano amarrado com um laço vermelho e ao desembrulhá-lo, mostrou-lhe a adaga de Selena.

- Veja, só você sabe disso! Selena me deu esta adaga de presente, naquela primeira vez em que estivemos na aldeia dela. Não é uma peça maravilhosa, Roxton? Challenger olhava com emoção para o punhal cravejado de pedras preciosas.

- Roxton pegou a adaga e observando-a melhor, notou que estava cravejada de rubis e esmeraldas, além do punhal ter contornos de lápis lazuli.

- Realmente é uma peça formidável! Então a devolveu para que Challenger a embrulhasse novamente naquele tecido e a guardasse no vaso.

- Mas não foi só por isso que eu o trouxe aqui! Outro dia, eu encontrei esse diamante, em estado bruto é claro, numa caverna não muito longe daqui. E resolvi lapidá-lo conforme alguns estudos que obtive com mestres em gemologia e lapidação na Antuérpia.

- Tentei lapidá-lo da melhor forma possível para que ficasse tão fascinante quanto uma jóia. Foi o melhor que consegui, pois esta não é a minha especialidade. E pretendia com essa jóia, presentear Selena.

- Mas quando as amazonas vieram me buscar na semana passada, perguntei se Selena gostaria de ser presenteada com uma jóia. Elas me disseram que o que não faltava na aldeia delas, era justamente pedras e metais preciosos. Mas que a rainha adorava ler livros! E realmente, quando eu entreguei o exemplar A Odisséia de Homero para ela... Seus olhos brilhavam, meu caro! Challenger deu um soco fraquinho no peito de Roxton.

- Só espero que Veronica não descubra o furto! Eu o tirei da biblioteca dos Leyton! George fez uma cara de quem acabara de aprontar uma transgressão juvenil.

- Mas voltando a falar sobre essa jóia... Eu acho que ela fará mais sucesso com a Marguerite, você não acha? Que tal você convidá-la para um banho no lago de águas quentes esta noite? É noite de lua cheia! E devido as pedras claras ao fundo e com a incidência da luz, ele ficará todo azulado esta noite! George estava eufórico com sua nova idéia.

- Challenger, não! Roxton estava nervoso com a idéia.

- Eu posso preparar as velas para dar um ar de sofisticação ao lugar, além de ajudá-lo a acender uma fogueira para espantar os mosquitos! Você levará... Vejamos...Esta colcha! É a mais bonita da casa! E uma cesta de frutas, taças e vinhos!

- Não, Challenger! Eu não posso!

- Deixarei o disco de Verdi tocando no gramofone! Todas as árias de Verdi são muito românticas! Nada como um fundo musical, hein! George agora esfregava as mãos.

- Challenger! Você está me saindo um grande alcoviteiro! Foi pelo mesmo motivo que enviou Veronica e Malone para o mar interior, não foi? Você escondeu o sal, propositadamente, só para que os dois passassem o dia todo nas areias, não foi? Roxton perguntava com as duas mãos na cintura.

- Sim! De certa forma... Mas o problema ali não é tanto a Veronica! Aquele doce de menina! Mais sim, os desejos conflitantes do nosso jovem repórter! Aquele caso em específico requer um pouco mais de cuidados e estudos! Challenger falava tranquilamente, enquanto averiguava seus tubos de ensaio, dispostos sobre a mesa do laboratório.

- George! Você abandonou suas pesquisas arqueológicas para estudar o comportamento de casais? Por acaso não esteve assistindo as palestras daquele médico austríaco, o Dr. Sigmund Freud, esteve? Roxton arqueou uma sombrancelha.

- Também sou formado em antropologia pela Universidade de Edimburg, Roxton! Como eu deixaria de me interessar pelo comportamento humano? Eu além de assistir as palestras deste grande neurologista, o Dr. Freud, homem de caráter confiável e de maneiras educadas, ainda tivemos conversas incríveis! E durante a minha permanência em Viena, eu fui convidado por ele para dois jantares em sua residência, onde ele me mostrou seu complexo trabalho sobre o comportamento humano! Challenger elevou seu tom de voz.

- Agradeço ao Dr. Freud e aos seus estudos, a qualidade que obtive em meu casamento com Jessie! Sempre respondeu, com embasamento científico, a todas as minhas cartas! E só paramos de nos corresponder, quando resolvi voltar para a América do Sul, nesta expedição! Agora era o Challenger erudito de sempre quem falava.

- Desculpe-me, George! Não quis ofendê-lo! Mas eu acho que essa história de lago quente, à noite... Não combina com Marguerite! Roxton se jogou na cadeira desanimado.

- Roxton...Arrependa-se apenas pelo que fez, pois houve a tentativa! Mas arrepender-se pelo que não fez...É pura burrice, meu caro! Challenger foi conclusivo.

- É verdade! Se eu não saberei, não é mesmo? Aceito a sua ajuda sim, meu bom amigo! E decidido, Roxton abraçou George e ambos riram e começaram os preparativos.

Já estava anoitecendo, quando Veronica e Malone voltaram da selva com a carroça e as leiteiras repletas de água salgada. Com a ajuda do Challenger, Malone embarcou as leiteiras lá para cima.

Veronica mal chegou e Marguerite a puxou pela mão e foram conversar na varanda.

- Me conta, Veronica! Como foi o dia de vocês lá no mar interior? Marguerite perguntava baixinho. Ela era toda curiosidade.

- Ah! Marguerite! Foi maravilhoso! A princípio o Ned, todo formal, disse que "Precisamos encher estas leiteiras com água salgada!". Veronica estava imitando a voz do Malone, para divertimento da Marguerite.

- Enquanto ele fazia isso, eu coloquei as espreguiçadeiras e a cesta de piquenique perto de uma árvore com uma copa enorme, que fazia uma deliciosa sombra. Tirei as minhas botas e deitei-me nela. Ele foi até mim e disse que aquela não era hora de descansar e então eu falei:

- O Challenger disse que era para nós tirarmos um dia de folga, lembra-se? Temos o dia todo para encher essas leiteiras, Ned! O mar não vai secar nas próximas horas...Venha cá, sente aqui perto! Ele ficou meio relutante, mas enfim sentou. Depois conversamos muito sobre tudo um pouco, menos sobre a tal Gladys, pois toda vez que ele ia falar dela eu o convidava para nadarmos no mar.

- E ele? Nadou de roupa e tudo? Como toda mulher, Marguerite queria saber todos os detalhes.

- Que nada! Depois do segundo copo de vinho, ele ficou apenas de cuecas! Brincamos muito na água, corremos pela praia, juntamos pedras e conchinhas...Até que cansados nos deitamos sob a árvore e acabamos dormindo um pouco. Quando acordei, ele me olhava de um jeito... Aí ele não sabia se ficava ali deitado ao meu lado na areia ou se ia encher as leiteiras de água. Mas antes que ele pensasse muito sobre o assunto, eu o puxei e comecei a beijá-lo! Veronica sorria feliz ao desabafar a felicidade que sentia.

- Ah! Ele me deu beijos maravilhosos, Marguerite! Nada como um bom copo de vinho para tirar a tensão! O Ned é muito rígido nas suas convicções! Mais o mais importante é não deixá-lo pensar muito. E passarmos um tempo maior sozinhos, num lugar tranqüilo e paradisíaco como aquele... Ainda bem que o sal acabou! Veronica ria e Marguerite estava feliz por ela.

- Se depender de mim... Eu mesma tratarei de esconder o sal! E rindo as duas voltaram para dentro, em direção a sala.

Enquanto Malone e Veronica preparavam o jantar, Marguerite estava sentada no sofá de troncos pregando um botão na sua blusa lilás. De repente era parou e ficou acompanhando o revoar de uma borboleta azul que para aquele horário, já deveria ter se recolhido em algum lugar no bosque.

- Ela esteve rodeando a casa o dia todo, não foi? Era a voz de Roxton, falando baixinho próximo ao ouvido de Marguerite.

- É verdade! Você também percebeu? Marguerite continuava a acompanhar o bater de asas suave, daquela borboleta num tom azul intenso com nuances negras nas bordas das asas.

- Geralmente, quando escurece, elas costumam se recolherem...Engraçado esta estar por aqui ainda? Disse Marguerite acompanhando o revoar.

- Esta, em especial, está aqui a pedido meu! Disse Roxton.

- A pedido seu? Você virou poeta ou agora é o mais novo membro da sociedade botânica? E ainda diz conversar com os insetos! Essa é boa! Ela ironizou.

Lembrando-se dos conselhos do Challenger e esforçando-se para não dar uma resposta à altura, Roxton se conteve e continuou:

- Pedi a borboleta azul que lhe trouxesse um convite, Marguerite! Ele sorria.

- Um convite? Vindo de uma borboleta? Roxton...Por favor, seja mais claro e fale a minha língua! Você já está me irritando com esses rodeios! Marguerite fez aquela cara de rispidez.

Ele respirou fundo, sugando de si suas últimas gotas de paciência e continuou:

- No convite da borboleta azul, diz o seguinte: "Querida Marguerite, convido-a para um jantar, hoje, às sete horas, a beira do lago de águas quentes. Aguardo a sua confirmação, respeitosamente, John Roxton".

Após um longa pausa, pensativa e embevecida com o convite, Marguerite disse:

- Que brincadeira boba é essa, Roxton! Vá cuidar do que fazer, que eu tenho que terminar a minha costura... Vai! E Marguerite continuou a pregar o botão.

Roxton se sentiu envergonhado, pois todos na sala estavam presentes, ouvindo a conversa, apesar de disfarçarem, mostrando atenção nos seus afazeres. Mas tomado de uma determinação maior que o seu orgulho ele falou em voz alta:

- Marguerite...Eu a espero, hoje, às sete horas, para jantar comigo a beira do lago quente! Estou indo me arrumar para o jantar! Não esqueça... Às sete em ponto! E sem mais uma palavra, ele foi para o quarto dele.

Marguerite o acompanhou com o olhar, e pelo tom da voz dele, aquilo realmente não era uma brincadeira.

Pouco tempo depois, Roxton saiu do seu quarto com os cabelos úmidos, a barba feita, as suas roupas de sempre, porém limpas. As calças claras, contrastavam com as botas cor castor, que nesta noite estavam brilhantes. Vestia o seu casaco de linho creme e um lenço azul escuro, estava impecavelmente ajeitado em volta do colarinho abotoado da sua melhor camisa em cor azul claro! Mesmo com poucos recursos, ele estava realmente elegante, isso ela tinha que admitir!

- Nossa Roxton! Você está muito bem! Disse Veronica deslumbrada, levando uma cotovelada do Malone, que não gostou nem um pouco do comentário dela! Malone com ciúmes da Veronica?

- Realmente, você está bem trajado, Roxton! Vai para algum jantar? Disse Malone, reforçando o convite que o Roxton fizera para a Marguerite.

- Eu convidei uma dama para um jantar a luz de velas, perto de um determinado lago! Ficarei muito feliz se ela não se atrasar! E sorrindo para todos eles, Roxton subiu no elevador. E enquanto acionava o dispositivo de descida, seu coração parecia sair pela boca ao pensar que se ela não aparecesse, ele não se perdoaria em parecer um tolo diante de todos!

De repente, todos pararam os seus afazeres e ficaram olhando para Marguerite.

- O que foi? Parem com isso! Vocês não esperam que eu vá lá embaixo, me encontrar com aquele rufião e conquistador leviano e ainda servir de comida para os mosquitos? Esperam? Sei que esperam, que pergunta a minha...Mas vocês precisam entender que...

- Marguerite! Eu e o Malone já explicamos o que houve na aldeia Zanga e você já entendeu! Roxton quer se desculpar, e você sabe disso! Disse Challenger com rigidez.

- A noite está clara e é possível ver até os peixes naquela água azulada! E nem os mosquitos e outros animais, chegarão perto de vocês se tiver uma fogueira acesa! Venha Marguerite, eu a ajudo a se aprontar! Veronica estendeu-lhe a mão.

- Vá, Marguerite! Há quanto tempo você não recebe um convite para um jantar a luz de velas? Roxton a está aguardando! Disse Malone.

- Deixa-me ver o relógio! São seis e meia! Aconselho que a dama se apresse, pois o cavalheiro em questão não é lá muito paciente! Challenger lhe deu um sorriso carinhoso depois de conferir as horas no seu relógio de bolso.

Marguerite olhou para todos e disse:

- Eu só irei porque sei que vocês querem se livrar de mim! É só por isso que estou indo! E aceitou que Veronica a levasse para o quarto.

Minutos depois, Maguerite saiu com os cabelos arrumados numa longa trança, com sua saia cáqui e uma blusa vermelha que ganhara da rainha dos ciganos, Isadore. Esta blusa deixava seus ombros e boa parte do colo à mostra. E pelos olhares que recebeu de Challenger e Malone ao entrar na sala, soube de imediato que estava bonita para o jantar.

- Desça rápido, Marguerite! Faltam apenas cinco minutos para às sete! E você sabe como são os britânicos! Disse Challenger, indo em sua direção, pegando-lhe a mão e beijando-a. Em seguida a levou até o elevador e acionou o dispositivo de descida.

Marguerite ao sair do elevador, olhou para o céu salpicado de estrelas e notou como estava linda aquela noite de lua cheia. O lago ficava apenas a duzentos metros da casa da árvore. Não havia como não localizar o caminho. Tochas acesas, enfileiradas lado a lado, demarcavam o caminho que ela deveria seguir. Marguerite foi andando calmamente, sentindo toda aquela magia que pairava sobre ela. Seu coração batia descompassado.

Ao chegar a beira do lago, viu velas espalhadas sobre as pedras, e em volta delas, flores tropicais diversas, coloridas. Flores de hibíscus, de boungavílias, vermelhas, amarelas, laranjas e multicores, formavam um tapete colorido em torno da colcha sobre a grama. E sobre a colcha estava a cesta de frutas, as garrafas de vinho e as taças! Era tudo tão lindo... Tão mágico... Parecia um destes sonhos fantásticos, se não fosse a presença real daquele homem, de costas para ela, com os braços para trás, olhando pensativo para o lago.

Roxton não a ouviu se aproximar, pois ela já tirara as botas e as meias, deixando-as num canto. Assim que adentrou naquele corredor iluminado, sentindo o tapete de grama sob os seus pés e o cheiro delicioso de mato que emanava dele.

- John! Ela o chamou suavemente, com aquele sorriso largo e bonito e entrelaçando as mãos à frente do corpo.

Ele então se virou e a viu! Porquê ela tinha que ser tão bonita? Meu Deus! E com esses cabelos presos... E essa blusa escarlate, deixando seus ombros e o vale entre os seios à mostra! Eu devo estar ficando louco...Ela é coisa mais linda que eu já vi! Perguntas e respostas vinham aos pensamentos de Roxton.

Da mesma forma que ele estava, com as mãos atrás das costas, assim ele se manteve, olhando-a com altivez. E andou lentamente até ela, tão elegante, como todos os lords deveriam ser! E estendendo-lhe a sua mão direita, curvou-se e beijou-lhe a mão pequena e delicada. Em seguida deu-lhe o braço, que Marguerite enlaçou prontamente.

Roxton então, a levou para que sentassem sobre a colcha à beira do lago.

- Por que tudo isso, John? Ela queria ouvir daquele homem encantador, rústico e ao mesmo tempo galante, o motivo daquela ceia.

- Eu preparei tudo isso por que nós merecemos, minha Dama de Vermelho! Porque merecemos um ao outro há muito tempo! E quero dizer que você sempre estará segura ao meu lado, Marguerite! Ele sorria e olhava para o ombros e o colo dela à mostra, pois aquela pele branca em contraste com o vermelho púrpura da blusa leve e insinuante, despertava nele seus instintos de macho, que ele escondia sob a sua cortesia nobre. Ele sabia que despertava nela os mesmos instintos, e que saberia satisfazê-la por completo.. Mas o momento presente pedia suavidade.

- John! Eu quero dizer a você que...Eu não estou preparada para... Ela queria falar, mas não conseguia pensar direito, com a boca dele, molhada, a beijar-lhe o pescoço.

- Calma, mulher! Não se assuste! Eu só a convidei para um jantar! Ele prontamente, percebeu a tensão que ela sentia e segurando o queixo dela com suavidade declarou:

- Eu nunca farei nada, que você também não queira! Só peço que aceite a minha corte... Agora.. Esta noite! O resto virá a seu tempo e a seu modo! Ele então a deitou suavemente sobre a colcha, enquanto que sentado com uma perna estendida e a outra dobrada, deslizava a ponta do dedo, pelo braço dela, desnudo, provocando-lhe sensações arrepiantes de prazer.

- Está mais tranqüila agora, milady? Ele acariciava o rosto dela com ternura.

- Sim, estou, John! Ela sorria confiante para aquele homem maravilhoso que diferente dos outros, sempre se deu tanto e pouco pediu em troca!

E fitando-a com os olhos brilhantes, ele finalmente deitou-se ao lado dela, e puxando-a para si, começou a beijá-la com sofreguidão, alternado com gestos de doçura.

Marguerite não estava pronta, a ponto de acreditar que Lord John Roxton a amava do jeito que ela era!

Mas era assim que ele a amava! Amava a mulher que sobreviveu com ele em meio a tantas adversidades que ocorreram naquela terra estranha selvagem!

Amava-a, porque para ele, pouco importava a mulher que ela fora um dia ou sobre o seu passado! Só importava o amor, esse sentimento que ele só sentiu por uma mulher, uma única vez na vida, ali, ao lado de Marguerite! Mas um dia, ela acreditaria nele e ele saberia esperar por sua dama misteriosa.

E deitando-se de costas, olhando-a embevecido, ele a puxou com calma, para que ela repousasse sua cabeça sobre o peito dele, para que juntos contemplassem o brilho azulado que vinha do lago, envolvidos pelo perfume suave das flores que coloriam a colcha e o gramado.

E enquanto eles namoravam, sob a luz da lua e das estrelas, o som de uma linda sinfonia de Verdi, tocava ao fundo, enlevando a primeira noite mágica de Marguerite e Roxton!

Fim....

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