Loucura Platônica

By Marmaduke Scarlet

Capítulo 8 – Natal com os Evans, parte 1: Entrelinhas

Novembro veio e se foi num piscar de olhos. Em pouco tempo as colinas de Hogwarts estavam completamente brancas, cobertas de neve. Quando eu era pequena e morava num pequeno povoado perdido no interior da Irlanda, um lugar muito lindo, expremido entre o mar, enormes penhascos e uma floresta, eu costumava pensar que quando tudo estava coberto de neve assim, era como se tivessem colocado uma cobertura muito doce de açúcar sobre as casas e as florestas e as colinas.

Eu vivi na Irlanda durante os meus primeiros nove anos. Nessa vila que eu falei, meu avô materno é dono do pub local. Ele lutava boxe quando era novo, e foi com ele que eu aprendi a lutar boxe. Eu sou a caçulinha da família, e sempre fui esquentadinha, então eu freqüentemente eu acabava me metendo em brigas e perdendo. Por isso, o meu avô, muito esperto, resolveu me ensinar a lutar boxe, pra que eu soubesse me defender. Eu costumo passar as férias de verão com ele e com a minha avó.

No início de Dezembro chegou a bomba. Eu estava tomando café como sempre, quando o correio-coruja chegou e eu recebi uma carta da minha mãe. O que é realmente raro, já que eu nunca recebo cartas. Não porque eu seja algum tipo de excluída social, sem amigos, mas é que, tirando a minha família, todas as pessoas que eu mais amo nesse mundo são bruxas, e estão em Hogwarts, Então simplesmente não há necessidade de cartas, entende?

Bom, a minha mãezinha querida dizia, entre coisas como "Estamos com saudades" e "Espero que esteja se alimentando direitinho" – nessa hora eu olhei culpada pro meu prato, onde um pedaço de torta de cereja coberta de açúcar repousava – que esse ano eu era obrigada a voltar pra casa. Como assim era obrigada? O que tinha dado na minha mãe? Será que ela ainda não sabe ainda que eu sou maior de idade e não posso ser mais obrigada a nada? Brincadeira, eu sei muito bem que, enquanto eu for sustentada pelos meus pais, eu vivo sob as regras deles.

Mas não foi isso que me deixou mais perplexa. Foi a frase seguinte que me fez engasgar com a comida, o que todos nós sabemos que pode ser mortal, já que se um pedaço de comida tranca a minha faringe ou laringe (eu nunca sei) e se eu não for socorrida a tempo, eu posso sufocar e então morrer.

Petúnia se casa dia 22, nós todos gostaríamos que você estivesse aqui, Lily, pois é uma ocasião muito especial para mim e para seu pai, e principalmente para a Petty.

MERLIN! PETÚNIA VAI SE CASAR!

Eu olhei para a carta, novamente, buscando informações sobre esse absurdo da natureza.

Se pai quase engasgou quando o Valter pediu a mão dela, em um jantar que nós fizemos lá por outubro. Foi realmente engraçado, querida.

O VÁLTER! Ela ia casar com o Sr. Napoleão!

Ah sim, claro, Napoleão era o nome de um porco que um vizinho nosso lá na Irlanda criava – em Bristol, onde nós moramos agora, isso é meio impossível. O porco era grandalhão, desajeitado, muito rosa e feio. Quando eu vi o Valter pela primeira vez eu lembrei dele, e desde então eu chamo ele secretamente assim.

"O que houve?" – Roxy perguntou, se sentando na cadeira ao lado da minha, num raro momento em que ela parecia se preocupar com o que eu estava fazendo. Sabe, eu não sou prepotente, e nem acho que todo mundo deve prestar atenção no que eu to fazendo. Alias, é bem o contrário. Quanto maior o número de pessoas me olhando, mais estabanada eu fico.

"Minha irmã vai casar e quer que eu volte pra casa no Natal, pro casamento."

"Que milagre esse. Uma Evans casando."

Eu levantei uma sobrancelha, desconfiada. Tudo bem que a Roxy era minha amiga, mas, como diz o ditado, gato escaldado tem medo de água fria.

Ela levantou os olhos das unhas, que eu reparei que estão bem feitinhas. Estranho. Não é costume meu nem da Jude, e aparentemente da Roxy também, fazer as unhas. Claro que nossas unhas não são cheias de sujeira e cobertas de sei lá eu o que, a gente corta e mantém elas limpinhas, mas não fica se preocupando muito com cor e formato da unha e essas coisas. Não dá pra manter as unhas bonitas quando você as rói o tempo todo, como eu faço.

"Não, não, Lily, não me entenda mal! Não quero dizer que vocês duas não consigam casar, mas, convenhamos, você e sua irmã não são do tipo que facilita a aproximação masculina."

Eu olhei bem pra ela. E naquele momento, não foi Roxy Lionel que eu vi sentada ali, olhando para as unhas, com o cabelo preso e a franja pro lado. Foi Jennifer Carlton.

" Sinto desaponta-la, Roxy, mas a verdade tem que ser dita. Tanto a Petúnia quanto eu fomos criadas de uma mesma maneira, e a verdade é que nenhuma de nós tem vocação pra puta."

A Roxy abriu a boca indignada, mas eu nem dei tempo pra ela responder. Uma mistura de raiva com satisfação subiu a minha cabeça. Eu tenho uma tendência estranha de me sentir bem quando consigo atingir as pessoas bem em cheio. Embora eu não seja muito boa em debates verbais, eu acho que de certo modo sei dizer algumas frases de impacto as vezes.

Esquecendo da torta de cereja que repousava no meu prato, eu levantei, pegando a mochila, a carta na mão, e fui de encontro aos Marotos que se encontravam entrando no Salão naquele exato momento.

Pausa.

Se existe uma coisa que eu amo, odeio e admiro nos Marotos é a capacidade incrível e absurda que eles tem de fazer entradas triunfais. Merlin, quando eles entram no Salão Comunhal, os quatro juntos, toda manhã, sempre atrasados, parecem astros do rock. As vezes eu me pergunto se não são mesmo. Parece aqueles filmes americanos, em que "os populares" entram no refeitório do colégio, todo mundo olha pra eles, em câmera lenta, os cabelos sacudindo com os passos deles.

Estávamos num momento daqueles. Eu quase me senti mal por estragar a entrada deles, indo encontra-los.

"Bom dia, Lily." – Sirius me comprimentou com um beijo na bochecha.

"Bom dia, vossa majestade." – ele torceu o nariz.

"Deu rolo, não foi?" – Tiago perguntou. Te juro, cara, se ele resolvesse virar vidente, ficava rico. Opa, ele já é rico.

"Não."

"Não mesmo?"

"Não, Tiago."

"Já tomou café?"

"Já."

"Legal. Ah, não cara. Ela não."

"O que foi?"

"Olha pra trás."

Eu olhei. Kelly Carlton vinha na nossa direção. Ela e a Carlton eram primas, e, aparentemente, dividiam mais que o sobrenome. Kelly era apaixonada pelo Tiago desde o momento que o viu pela primeira vez. Apaixonada não. A menina, uns três anos mais nova que nós, era viciada no Tiago. Do tipo que, se tivesse a chance, certamente iria roubar uma camisa suja dele só pra sentir o cheiro dele. Uma vez ela pegou um guardanapo usado dele, só porque ele tinha encostado os lábios ali. Nojento? Oh, sim, pode crer. Nem eu, no alto da minha loucura insana, sou capaz de fazer uma coisa dessas. E o Tiago a queria "de preferência a uma galáxia de distancia", nas palavras dele.

"Te vira, Pontas"

"Dançou, caro amigo"

Sirius e Remo deram o fora, e o Pedrinho foi atrás deles. Eu sorri, a cara do Tiago era muito engraçada.

"Vamos." – ele saí me puxando pela mão, saindo bem rápido do salão.

"Tiaguito, você ainda não tomou café." – eu lembrei.

Ele parou de caminhar e me olhou.

"Que foi?"

"Fazia muito tempo que você não me chamava assim."

"Assim como, Tiaguito?" – eu perguntei, zoando da cara dele. Ele odiava que o chamassem de Tiaguito. "Coisa de veado", ele dizia, e o Sirius quase se matava rindo.

Droga, começou o efeito Carta de Casa.

Eu sempre fico toda melancólica e carente quando recebo carta de casa. É uma coisa meio inconsciente. Eu bem que tento, mas não dá. Preciso de um chocolate.

Já na cozinha, eu pensando na morte da Bezerra, o Tiago tomendo café da manhã. Você pode trazer algum amigo, se quiser, querida.

Quem, meu Merlin, quem?

"O que houve no café?" – Tiago perguntou.

"A Roxy está estranha."

"Você já tinha comentado alguma coisa comigo. É o namorado, não é?"

Eu não falei nada. Droga, essa história da Roxy já estava me deixando passada. Não sou contra namoros, mas também não acho legal começar a deixar as amigas de lado por causa disso.

"Tiago, você acha que a Roxy pode começar a me deixar de lado só porque eu não tenho um namorado?"

Tiago engasgou com o café.

"Merlin, de onde você tirou isso? Você e a Roxy são como irmãs, óbvio que isso não acontecer!"

"Será?"

"É"

"É que ultimamente eu tenho pensado..."

"Bobagem."

"É, mas sabe o que é, eu me sinto..."

"Insegura."

"De todos nós, eu sou a mais..."

"Amada."

"Desastrada."

De repente me veio uma idéia na cabeça.

"Tiago, minha irmã vai casar agora no Natal, e minha mãe deixou eu convidar alguém pra ir junto, você..."

"Claro."

N/A: /Itálico pra Lílian, normal para mim e negrito pro Sirius/

Sim, pessoas, eu sei que esse capítulo ficou curtinho. É que, quando eu comecei a escrever o capítulo 8, ele era uma coisa só, mas como ficou muito grande, eu dividi em capítulos menores.

Reviews, dona Duka, reviews...

Espera, Lily, eu preciso...

Responder às reviews.

Dar avisos.

Dá na mesma.

Não viaja, Lily.

Ok então. /se senta e começa a ler o diário da Duka sem ela perceber/

Bom, esse capítulo também não vai ter pergunta. Nem no outro acho. Bom, não sei. Talvez o outro tenha.

/Lendo o diário da Duka/ "Querido Diário, hoje fiz uma descoberta incrível. Acho que estou apaixonada pelo..."

LÍLIAN! SOLTA O MEU DIÁRIO AGORA!

Não.

/Duka começa a perseguir Lily, que foge com o diário na mão/

Lílian, me dá isso aqui! Ou eu faço você casar com o Snape e ter muito sebosinhos.

Ah Duka, não precisa ofender, ta?

/Sirius aparece na porta do quarto da Duka/

Oi garotas!

O que você está fazendo aqui? Essa é a MINHA fic! Você faz no máximo uma ponta...

Lily querida, aprenda uma coisa: Sirius Black é perfeito demais para fazer uma ponta.

Concordo.

Ta vendo, Lily? A Dukinha sabe o que é bom. /passa o braço por cima dos ombros da Duka, que quase desmaia/

Sirius, essa é a minha fic! Você não pode ficar se metendo, ou pior, ficar dando em cima da Duka para ela aumentar a sua participação!

Pensando bem, ele pode...

E por que você acha que dar em cima da Duka funcionaria? Eu sei que a próxima fic da Duka será totalmente dedicada ao meu perfeito ser!

Na verdade, não era... /Sirius faz carinha de cachorro abandonado/ Mas p...p...pode ser sim!

Sirius! Isso é trapaça! Você sabe que ela é apaixonada por você!

E quem não é?

Ta escrito aqui no diário dela! E você viu!

/Duka totalmente envergonhada/

CHEGA VOCÊS DOIS! PAREM AGORA OU EU FAÇO VOCÊ CASAR COM O SNAPE, LÍLIAN, E VOCÊ VIRAR UM TRAVESTI, VIU SIRIUS?

Nãããããããããããããããão! Por favor, não!

Duka, eu te imploro. Não faça isso, por favor. Tenha pena do seu pobre Sirius.

Calem a boca e me deixem responder as reviews.

Posso responder também?

Claro que não, Sirius. Essa é a minha fic, você não se meta.

Nenhum dos dois podem responder. E ai do primeiro que abrir a boca!

ArthurCadarn/Lemon: Você achou boa? Eu não sabia o que as pessoas iriam achar, acho que foi a cena mais quente que eu já escrevi na vida /risos/

Ele estava dormindo sim... E como assim, não quero ver o óbvio?

Não querendo, Lily. Deixa ver se eu entendi: você quase agarrou meu amigo? Merlin, onde esse mundo vai parar...

Mimi Granger: Alguém pelo menos nesse mundo me entende! Só eu sei o que eu sofro com esses rapazes... /suspira/

Pra mim isso se chama loucura... ou outra coisa bem pior.

Sirius, não pôe mais lenha na fogueira que eu não quero sangue nessa fic. E sim, meus bloqueios já acabaram, sim! Kissus!

Kissus!

Hey! E eu? Eu não ganho beijinhos também/carinha de cachorro abandonado/ Assim me magoa...

Babi Evans: Olha, guria, se tem eu não sei não... Mas pode deixar que se eu achar, eu divido contigo também, ta? Hauhsuahsuaha

"O amor é uma flor roxa que nasce no coração dos troxa"

Doces? Crianças? Boiei.

Óbvio. É isso que dá se meter na fic dos outros...

Lílian, você deveria me agradecer. Graças a minha aparição, eu tenho certeza que o Ibope dessa fic vai dobrar.

É, com ameaças de morte pra mim e pra Duka, por termos deixado você aparecer aqui e estragado...

Kissus, Babi!

Lilica Soneghet: Lindo? É porque você não me conhece pessoalmente ainda.

Sirius, me faz um favor?

Não, hoje não.

Atualizações mais rápidas, dessa vez. Kissus e continue comentando!

Joana: Nossa, obrigada! Que bom que você gostou da MINHA fic /olhar significativo pro Sirius/

É que você, querida Joana, não teve oportunidade de ler a MINHA fic ainda.

Mas vocês dois estão impossíveis hoje, hein? Vão acabar assustando os leitores!

Ta vendo, Sirius, eu te disse...

Disse nada, você...

Querem que eu cumpra o que eu prometi? Hein, Sirius? Quer virar Sissi,a Rainha da Noite, é?

Carolmamoru: Obrigada Carol! Vou ver se escrevo bem rápido os próximos! Kissus e continue comentando!

Palas: Obrigada! Que bom que você gosta do que eu escrevo! Eu fico ABSURDAMENTE HONRADA em saber que você acha o que eu escrevo ao menos remotamente parecido com o que a Meg escreve. Ela é a minha segunda escritora favorita, só perde para a JK! Obriga, obrigada, obrigada, obrigada...

Tá, chega, Duka.

Sirius, vá olhar as prateleiras da Duka, vai, vai ler o diário dela, vai fazer alguma útil.

Ai, conversar com certas malucas taradas me dá sono... /boceja/ Boa noite. /deita na cama da Duka e dorme/

Pronto, agora ele dorme e nos deixa em paz.

Eu quero saber onde eu vou dormir depois.

Dorme ali com ele, ué. Que coisa mais óbvia.

Ficou louca? Nem vou comentar isso...

Tamy Black: Certo, da próxima vez, agarrarei ele! Sabe o que é? Eu sou meio anormal, e por isso sou regida mais pela impulsão do que por qualquer outra coisa.

Ninguém recebeu as cenas porque ninguém acertou as perguntas. Hehehe... Kissus!

Kisyu Black: Boa pergunta...

A Lily faz tudo errado mesmo... Tarada e mal-educada ainda por cima.

Ué, você não estava dormindo?

Estava, mas mudei de idéia. Aquela cama era muito grande para um cara como eu... /olha espichado para a Duka/

/Duka levanta uma sobrancelha/ Sirius, se você quer dormir comigo, pode falar, viu?

Por favor, dá para respeitar a minha pessoa, hein?

Gente, é melhor nós irmos embora antes que aqueles dois resolvam transformar a MINHA fic numa NC17. Eras isso. Kissus.