Cap. 21: Diário.
Mel me procurou uma semana depois do acontecido. Mas não pensem que era pra fazer as pazes comigo. Mel tinha um gênio horrível, e não me perdoou tão cedo.
Ela apareceu com um longo casaco preto de frio e um capuz que escondia seu cabelo e seu rosto, então eu demorei reconhece-la. Ela estava lá, encostada na minha moto voadora recém comprada. E que devo acrescentar também, era motivo de muitos ciúmes pra mim.
- Macia né? – Falei sarcástico ao ver um aparente intruso encostado na minha moto novinha como se fosse um banco de praça.
- Não na verdade e fria e insensível como o dono. – Disse Mel tirando o capuz e desencostado da moto.
- Mel! Desculpe eu não vi que era você, sabe eu estava mesmo pensando em ir na loja pra...
- ...Incomodar? ...
- ...Fazer uma visita, e pedir desculpas pra você, e também esclarecer as coisas com o Sr. Harries, afinal eu sai de lá e nem dei satisfações pra ele.
- É eu entendo que você deve ter estado muito ocupado gastando o seu dinheirinho né? Bom mas – Continuou Mel antes que eu pudesse abrir a boca pra responder.- isso não importa, eu falei com o Sr. Harries, disse que você tinha ficado muito abalado com a morte do seu tio, e que não tinha mais cabeça pra trabalhar, disse que você tinha me pedido pra falar que sentia muito e que sempre que precisasse de uma vassoura iria lá. Não sei se ele acreditou em tudo mas ele não tocou mais no assunto. Só pediu pra que eu procurasse você pra entregar o equivalente do seu salário pelo que você trabalhou esse mês. E não recuse, ele faz questão. Sabe ele é um homem muito justo mas é claro que você não percebeu isso também, e ele também pediu pra dizer que sente muito pelo seu tio, e se você mudar de idéia você pode voltar pra lá.
Eu queria, mas não consegui dizer nada pra me justificar naquele momento. Então, aceitei calado o dinheiro que Mel tinha ido me entregar.
- E, se você estiver preocupado, o que eu duvido, como o Sr. Harries lhe disse no seu primeiro dia de trabalho eu e ele damos muito bem conta de tudo. Você não vai fazer nenhuma falta. Então...bom, eu já fiz o que vim fazer, então agora já vou indo.
- Mel, sabe, você está me julgando errado! Eu não sou esse monstro insensível que você está achando. Só que eu não vou aturar um velho grosseiro que...
- Sirius, um dia, eu espero, você vai aprender a observar as pessoas. No dia que você aprender isso, você me diz o que acha do Sr. Harries, mas tome cuidado, porque do mesmo jeito que você julga as pessoas um dia você pode ser julgado. Ai você vai ver como é bom.
Essas palavras da Mel nunca saíram da minha cabeça. Mesmo depois que nós nos entendemos. Eu sempre me lembrei disso.
Bom, dias depois nós voltamos para Hogwarts, na nossa velha rotina. Mas alguma coisa havia mudado. Sabendo que aquele era meu último ano naquela escola tudo tinha uma cara diferente, cada parede, cada quadro, cada passagem secreta que nós tantas vezes usamos para as nossas aventuras. Era difícil ver tudo aquilo sabendo que em breve eu nunca mais poderia viver tudo aquilo, que em breve tudo seria lembranças da minha juventude.
O salão principal ainda estava decorado com os enfeites de natal, mas que em breve seriam tirados. A última vez que eu veria aqueles enfeites. De repente eu me arrependi de ter passado o natal na casa dos pais de Tiago, é claro que tinha sido legal, mas achei que deveria ter aproveitado pra passar aquele natal em Hogwarts, afinal, seria o último que eu passaria ali.
Mas depois eu falo mais sobre isso, ainda tem mais coisas a lembrar.
Uma em especial.
Um certo dia de primavera, onde estávamos nos preparando para os N.I.E.M.s, onde todos andavam correndo sem nem saber direito o que faziam eu tive uma oportunidade única.
Mel e Lily, que aliás devo dizer, aquela altura estava um pouco mais paciente com Tiago, andavam com vários livros debaixo de um braço, enquanto no outro carregavam um livro aberto que liam com muita atenção. Atenção que aliás era o suficiente para fazer Mel esbarrar distraidamente em mim, e Lily em Tiago, é claro que nós dois tínhamos esbarrado nelas de propósito.
- Ai! – Exclamou Mel.- Cuidado!
Eu que andava procurando a todo custo uma oportunidade pra me reaproximar da Mel me abaixei na hora pra recolher os livros que tinham caído com o esbarrão.
- Tiago você é cego? Esses óculos que você usa não servem pra nada? – Disse Lily furiosa(tá, eu sei que disse que ela andava mais calminha com Tiago, mas entendam que era época de exames, e todo mundo ficava estressado com isso).
- Desculpe Lily. – Tiago falou com uma cara muito lavada.
- Ai como é que seus pais aguentam um filho tão idiota que nem você?
- Ei! Meus pais não criaram um filho idiota! – Tiago fingiu estar ofendido.
- Não você merece todo crédito por isso! – E em seguida ela saiu arrastando Mel que só deu alguns resmungos mal-humorados e saiu.
- Por que a Lily não pode ser como as outras garotas?
- Porque se fosse você não a amaria. – Agora devo dizer que eu estava distraído e nervoso devido a uma coisas que tinha acabado de fazer, e que não sabia se deveria ter feito.
- O que foi? Que cara é essa? – Perguntou Tiago.
- Nada, escuta, porque você não vai atrás da Lily tentar convencer ela a sair com você? Eu tenho que fazer uma coisa.
- Tá...se você tá dizendo, já volto.- E Tiago saiu animado atrás da Lily.
Em seguida eu sai apressado para o salão comunal da Grifinória onde passei sem falar com ninguém e me tranquei no dormitório masculino.
No esbarrão que eu dei em Mel fez é claro que os livros dela caíssem, mas juntos com os livros tinha um caderno de capa preta que eu sabia o que era. Mel já tinha falado dele, uma vez que eu peguei ela escrevendo na loja do Sr. Harries. Era um diário, o diário da Mel.
Na pressa de recolher todos os livros e sair logo dali, Mel não tinha se dado conta de que faltava essa agenda, que eu, num impulso, peguei e escondi na capa.
Eu sabia que mexer nele era errado, mas talvez, eu conseguisse entender um pouco do que se passava naquela cabeça teimosa dela.
Eu não podia pensar muito, pois a qualquer momento Mel podia sentir falta da agenda e vir busca-la. Se eu ia ler, tinha que ser naquela hora.
O diário começava a partir do quarto ano, um pouco depois das férias de natal.
Eu me lembro de algumas páginas, as que mais me chamaram a atenção, é claro que eu não lembro das palavras exatas, mas lembro que eram mais ou menos assim:
Querido diário...Nossa que maneira mais idiota de começar um diário.
Logo se vê que eu não estou acostumada a escrever em agendas.
Mas, ultimamente eu ando me sentindo tão sozinha sabe? Tão sozinha a ponto de desabafar com um diário. Eu sempre achei que isso é uma coisa meia boba, afinal, não dá pra conversar, ou pedir conselhos a um diário. Mas se eu não falar um pouquinho do que eu sinto, eu acho que vou ter um troço.
Bom, a verdade, eu não sei muito bem o que escrever, eu sinto que estou sendo um pouco injusta com a minha vida, afinal, eu estudo numa boa escola, eu tenho uma boa família, bom, uma boa mãe pra falar a verdade, afinal o meu pai morreu bem cedo. Mas mesmo assim, minha mãe foi mãe e pai pra mim, e é o suficiente.
Bom, eu também, tenho amigas, não muitas, mas eu tenho, a melhor dela e a Lily, ela é meio temperamental as vezes sabe? Mas é muito engraçado quando isso acontece, ela fica toda vermelha e histérica. Eu tenho que me controlar pra não rir na frente dela. Ela fica particularmente brava com um menino chamado Tiago Potter, eu acho que ele mexe com ela de algum jeito. Ela que nunca leia esse diário ou ela me mata.
Ele é um garoto meio metido, que anda com um outro grupinho igual, as meninas sonham com eles, e bom, eu tenho que admitir que eles são bem bonitos mesmo, menos o Pedro, esse parece que não faz nada direito, apesar que eu também não posso falar muito, minha notas não são lá as melhores. Eu sou simplesmente péssima em transfiguração, o resto até que vai indo.
Bom, deixa eu ver... eu não sei mais o que falar, eu não tenho nada pra falar da minha vida, nada emocionante acontece nela, eu não tenho um namorado, não sou popular, e nem corajosa pra sair por ai andando pelos corredores da escola a noite como eu sei que muita gente faz, embora morra de vontade de fazer isso. Eu ouvi dizer que tem uma passagem que leva pra fora de Hogwarts, se eu descobrisse poderia ir até Hogsmeade. Seria muito legal.
De repente se eu fosse um pouquinho mais corajosa eu fizesse mais amigos, e não me sentiria tão só. Há.. não me entenda mal, eu tenho a Lily como amiga, e uma boa amiga, mas tem alguma coisa, eu não sei o que é, eu não consigo me abrir com ela, contar algum segredo, desabafar, eu realmente acho que ela me escutaria, mas, não sei, não consigo.
Espero poder resolver isso logo, odeio me sentir assim.
E em seguida virando a página outra data.
Olá, bom, faz algum tempo que eu não escrevo eu sei, é que como eu disse a minha vida e muito parada, eu não vou gastas as páginas do meu diário relatando as aulas chatas que tenho. Eu deixo pra escrever quando tenho algo interessante pra contar. Talvez assim de a impressão que a minha vida é mais emocionante do que ela é, não sei...
Mas a verdade é que já que são poucos os dias em que algo emocionante acontece na minha vida, eu acabo me lembrando deles com mais facilidade, e mais carinho, esses dias acabam se tornando mais preciosos pra mim, justamente porque são raros.
Na verdade minha vida toda e assim, pequena, valiosa, mais pequena.
Mas, não dizem que são mesmo desses pequenos momentos que se formam a vida? Então, talvez eu não seja tão diferente dos outros assim, sabe, hoje eu estava reparando em um dos garotos que andam com Tiago, o nome dele é Sirius Black, na minha opinião ele é o pior, está sempre com cara de quem quer aprontar alguma. Mas hoje ele estava quieto, pensativo, olhando pra lareira, totalmente indiferente para o que estava acontecendo na sala, bom, geralmente ele é sempre indiferente, mas dessa vez ele estava normal, e não com a postura arrogante que ele sempre fica, seus olhos estavam vidrados, ele estava mesmo muito concentrado no que estava pensando. Eu me custo a acreditar que era em alguma travessura, ele parecia mais...reflexivo. Eu comecei a pensar sobre o que as meninas dizem sobre ele, que ele vem de uma família horrível. Mas no entanto ele havia ficado na Grifinória. Então, será que ele é tão ruim assim? Talvez ele tenha herdado a arrogância da família mas, ele pareceu tão normal, um simples garoto pensando na vida, agora, eu é que não sei o que pensar dele. Mas acho que vou tomar mais cuidado ao julgar as pessoas.
Aliás, tem algo sobre isso que eu queria falar, eu acho tão errado o que dizem sobre a lufa-lufa, quer dizer, dizem que eles são os bobos de Hogwarts, mas eu não acho isso, afinal, olhe para as características da casa, justiça, lealdade, paciência, sinceridade, e sem medo da dor. Não características ruins, pelo contrário são ótimas, agora ser um amigo leal, paciente e sincero e ser bobo? Eu me acho muito parecida com essas características, o chapéu até pensou em me colocar lá, mas se decidiu por Grifinória.
Eu acho que as pessoas julgam depressa demais, e errado demais. E eu não vou ficar assim também, a não vou mesmo.
Eu lia tudo muito rápido com medo de que ela chegasse a qualquer momento.
Sabe, tudo que eu vivo me lembra algo que eu li num livro, não deveria ser o contrário? Queria que fosse, mas pelo menos nada de ruim está acontecendo na minha vida. Ao contrário na vida do coitado do Sr. Harries, ele é meu chefe sabe? Eu trabalho com ele em quase todas as férias de Hogwarts, e agora nas férias de verão do quinto ano o filho dele morreu, parece que um bruxo maluco o matou, dizem que a morte dele está associada com algumas outras mortes que estão acontecendo aos poucos por ai, sempre com bruxos meio trouxas, como o filho do Sr. Harries, a mãe dele era trouxa. Ela já morreu a muito tempo, o Sr. Harries só tinha o filho, não sei o que vai ser dele agora, ele está arrasado, eu até queria que ele me desse broncas de novo, mas ele não parece ter forças nem pra isso, estou com medo que ele tente fechar a loja, seria tão triste se ele fizesse isso, mas não sei se ele vai conseguir segurar a loja sozinho, eu estou trabalhando o máximo pra deixar tudo bem com a loja, espero que ele supere isso. Eu vou ajudar ele no que eu puder.
A data seguinte era de um pouco depois dessa última.
O Sr. Harries está melhor, ontem ele até me repreendeu por colocar as vassouras na ordem de fabricação errada. Nunca pensei que fosse ficar feliz com uma bronca, sabe, eu não sei se foi impressão minha, mas eu acho que ele realmente me olhou com gratidão, e eu tenho a impressão que a loja também está salva, ele é um homem forte, vai dar conta do tranco, eu sei que vai.
Pulei muitas páginas queria chegar logo para a época que nós nos conhecemos, e achei.
Sabe essas coisas que acontecem com a gente que não dá nem pra acreditar? Pois é, eu não acredito que aconteceu comigo! Eu ouvi a turma do Potter(como a Lily chama) dizendo que ia para Hogsmeade através de uma passagem, você acredita que eles tem uma capa da invisibilidade? Bom, eu fui atrás deles e acabei vendo o Filch no caminho, sai correndo e gritando, alguém me puxou pelo braço e me puxou pra uma passagem, o Sirius começou a gritar comigo, grosso do jeito que ele é, ai o túnel começou a cair nas nossas cabeças, o coitado do Sirius quase morreu, mas a cabeça dele e dura e ele ficou bem, acabamos sendo pegos pelo Filch que quase nos esfolou. Mas como ele não tem poder pra nada só pode fazer cara feia.
Bom, acabamos recebendo uma detenção(nem acredito! Eu! Recebendo detenção! Que incrível!), cumpri ela hoje com Remo, ele é um fofo, eu adorei ele! Ele disse que na hora que agente conhece os marotos (é assim que eles se chamam) dá a impressão que eles são arrogantes mesmo, mas que no fundo eles são muito legais, bom, hoje de manha eles me cumprimentaram simpaticamente(ainda bem a Lily não viu) no corredor hoje então...Talvez seja o inicio de uma boa amizade.
Dei uma olhada rápida em várias páginas, vi ela falando sobre a minha tentativa de cupido, sobre algumas outras ocasiões em que nos encontramos, até achar uma página que é a que eu melhor me recordo.
Acabei de falar com o Sirius, sabe, ele é realmente uma pessoa legal, ele estava preocupado com o pai dele, que mesmo aparentemente tendo o coração de pedra conseguiu preocupar o Sirius.
Sirius bateu no irmão e fugiu de casa, mas aqui ele encontrou o irmão (que aliás estava ainda dando sinais de ter levado uma bela surra) que disse pra ele que o pai estava doente de desgosto, ele é um garotinho horrível sabe?
Eu fiquei mesmo com dó do Sirius, eu nunca tinha percebido como ele era fofo.
É legal ser amiga dele, sabe aquela sensação de solidão que eu tinha? De alguma forma sumiu, esses garotos dão uma segurança tão grande pra você, eles dão a impressão que realmente vão te proteger se algo te acontecer.
Mas o que me deixa um pouco triste é que eles não confiam muito em mim. Eu queria saber porque o Remo some as vezes, e porque sempre perto dessas ocasiões os meninos ficam todos excitados e cochichando pelos cantos, fora que eu tenho certeza que uma vez eles saíram escondidos durante a noite, eu ouvi uns cochichos e a porta da sala comunal abrindo, tenho certeza que eles estavam sobre a capa da invisibilidade. Eu queria tanto que eles confiassem em mim, eu sou compreensiva, eu entendo muita coisas, eu acho que eu realmente entenderia o que quer que fosse, poxa, eu gosto tanto deles! Seria muito bom.
- SIRIUS! Corre e se esconde porque eu não sei o que você fez mas a Mel tá vindo ai com uma cara nada boa! – Tiago entrou correndo e eufórico no quarto.
Eu dei um pulo da cama e escondi o diário. Peguei o mapa do maroto pra ver em que ponto do castelo ela estava e a localizei bem perto vindo pra sala comunal. Corri a toda pra chegar no corredor a tempo e impedir que ela entrasse na sala comunal, se ela conseguisse entrar no dormitório masculino, se ela descobrisse, ela nunca me perdoaria.
- SIRIUS! VOCÊ PEGOU! EU SEI QUE VOCÊ PEGOU! VOCÊ NÃO TINHA O DIREITO! EU ODEIO VOCÊ! ME DEVOLVA AGORA!
- Mel...calma, eu não sei do que você está falando!
- É CLARO QUE SABE! SENÃO PORQUE ESTÁRIA PARADO AI NO MEIO DO CORREDOR COM ESSA CARA?
- Porque o Tiago me avisou que você estava furiosa e vinha falar comigo.
Aparentemente Mel acreditou porque se calou e começou a corar. Mas antes que qualquer um dos dois pudesse falar algo Filch apareceu mancando a apenas alguns passos da gente, pelo visto tinha ouvido os gritos da Mel e tinha ido ver o que estava acontecendo.
Eu só tive tempo pra apagar desesperadamente as inscrições do mapa que ainda estava apertado na minha mão, quando Filch chegou com a sua habitual cara que dizia claramente que ia nos ferrar.
- Então o que é que está acontecendo aqui Srs.? E o que é isso? – Perguntou Filch agarrando o meu braço com força.
- É só um pergaminho, não vai servir pra nada pra você. – Falei um pouco mais desesperado do que deveria ter falado.
- Então não vai se importar se eu ficar com ele não é? – Disse Filch já puxando o mapa da minha mão e guardando no seu bolso.
- Filch...
- Mas nada! E os dois vão resolver seus problemas em outro lugar! E não no meio o corredor.
E assim, Filch saiu mancando novamente, levando com ele o nosso querido mapa. Enquanto eu, ficava para trás desolado.
- Aquele pergaminho era importante pra você? – A voz de Mel mais uma vez me tirou de meus pensamentos.
- O que? Há.. é.. um pouco ele...- Olhei bem nos olhos dela, e me lembrei do que tinha lido no seu diário, como ela queria que confiássemos nela, eu podia fazer isso.
- Tudo bem se você não pode cont...
- Era um mapa. Um mapa que eu e os meninos fizemos no quinto ano, mostra as passagens de Hogwarts e as pessoas que andam no castelo. Ele é enfeitiçado pra só se revelar pra quem souber a senha.
- Vocês fizeram? Vocês são mesmo bem inteligentes não é? – Mel falou timidamente, lembro que ainda estava bem corada por causa da briga.
- É parece que somos...
- Escuta Sirius, desculpe pelos gritos, eu achei que a Lily é que fosse a histérica escandalosa.
- Vai ver você pegou esse costume dela.
- É vai ver foi.
- Er... Você, achava que eu tinha pego alguma coisa sua? O que?
- Há, foi a minha agenda, mas, eu devo ter deixado em algum lugar por ai, e que na hora que eu esbarrei com você, eu achei que você poderia ter pegado. Desculpe.
- Tudo bem. Você... Viu se está com a Lily? Talvez na hora do esbarrão sua agenda tenha ido parar com os livros dela.
- Claro! Eu não tinha pensado nisso. Desculpe Sirius.
Mel saiu pra procurar Lily, enquanto eu corri pra sala comunal e subornei uma primeiranista pra entrar no dormitório feminino do 7º ano e jogar o diário lá em qualquer lugar.
É claro que eu me senti culpado com tudo isso, mas eu sentia que tinha sido melhor assim, de algum jeito eu tinha conseguido me reaproximar dela. E eu não queria jogar isso fora. Não mesmo.
