Nota: não, eu não sou dona dos personagens. Mas isso não me impede de amá-los...
DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).
TowandaBR: represália? Moi? (leia-se "moa?", com sotaque francês e biquinho indignado). Imagine! Eu nunca mataria a Verônica só porque você decidiu assassinar a coitadinha da Marguerite em Primordium – buá buá buá... Agora para Si: saiba que eu também adoro quando você planta as sementes de idéias que vão ficar me perturbando a mente até que eu finalmente decida coloca-las no papel... Você é uma das responsáveis por alimentar meu vício em escrever fics... Beijo!
Rafinha: obrigada, espero que você continue gostando nessa segunda parte! Beijão!
Maga: Maguinha querida, as valkírias e a mitologia nórdica são realmente fascinantes, como, aliás, todas as mitologias. Sobre colocar a carroça na frente dos bois, não se desespere: aqui está o segundo capítulo... Espero que ele satisfaça sua curiosidade... Pelo menos em parte... Beijos!
Kakau: puxa, obrigada! Você realmente se entusiasmou escrevendo sua review – adorei... Descobrir o que é mais importante na nossa vida é certamente um desafio – e não acho que vá ser diferente pros nossos exploradores. Depois, abrir mão disso, uma vez que se descubra o que é, é outro desafio. Mas, o que a gente não faz por um amigo de verdade, não é mesmo? Leia o capítulo de hoje para descobrir o que é mais importante – pelo menos para alguns dos exploradores... Beijão!
Syse: menina, bem-vinda! Leitora nova e já sabendo que escritor de fic é movido a reviews he he he. Comigo é assim: toda semana tem capítulo, durante a publicação da fic. E todos saem na sexta-feira à tarde... Pro pessoal não poder ter a desculpa de que não teve tempo de ler e deixar review há há há! Então, espero que goste da continuação! Um beijo grande!
Claudia: Sis, você voltou! Nem acredito! (embora ainda esteja esperando sua visita, leitura e reviews/comentários nos capítulos finais de Uma Aventura Inusitada e também em O Cavaleiro Vermelho – do mal eu, né? Já vou cobrando na cara dura!). A Valkíria de Conan, o Bárbaro? Nossa, nem lembrava dessa. Mas se ela era uma valkíria, com certeza deve estar por ali. Asgard vs Stargate – ah, como diria o Challenger no final de Tapestry, será que estamos todos aqui por um propósito? Beijão e espero que continue lendo!
Nessa: my favorite pupil! Há há há, a Si está boicotando minha fic só porque eu matei a Verônica – será que ela pensa que só ela tem direito a matar a Marguerite, é? Descobrir o que cada um mais preza é certamente o ponto central dessa fic, e é o que também vai selar e decidir o destino deles todos... Tomara que eles façam a escolha certa... XOXO!
Jess: nossa, perguntas filosóficas, minha amiga... Na verdade, as valkírias não escolhem ajudar alguém. Os heróis nascem heróis, e uma vez reconhecidos como tais, as valkírias sempre os recuperam no campo de batalhas. Verônica, na verdade, está tendo um privilégio... Ela pode ter a chance de voltar a viver dependendo de uma combinação de escolhas... Bem que eu gostaria na vida real que as pessoas tivessem uma chance de não morrer, mesmo que fosse às custas de escolhas e sacrifícios – mas isso só acontece nas lendas, e nas fics... E você tem razão... Será que a gente realmente sabe o que é mais importante para nós? E, se souber, estaria disposto a ser sincero nisso, sabendo que a partir daí vai perder o direito de lutar pelo que é mais importante? Nossos exploradores estão certamente diante da maior prova de lealdade que se poderá esperar deles – vamos ver como eles vão se sair... Sobre a morte da Verônica, apesar das brincadeiras, não foi uma vingança contra a morte de Marguerite em Primordius, não é um duelo com a Si, nem nada ;-). Assim como, apesar de eu ter chorado, sofrido, me lamentado e rangido os dentes, tenho que admitir que a morte de Marguerite é essencial para Primordium fazer sentido, também em Valhalla a morte de Verônica é fundamental como mola propulsora da estória... Agora, o que vem por diante, dependerá da sinceridade das escolhas e da capacidade de doação dos exploradores – que estão a partir de agora com a palavra nesse capitulo... Beijos!
Recado especial pra d. Rosa e pra d. Máline Luthor: vocês estão na minha lista negra de devedoras, mocinhas! Rosa está devendo Reviews em O Cavaleiro Vermelho e no primeiro capítulo de Valhalla – vou fazer como a Si: sem fic nova pra você enquanto não ler e deixar review em tuuuuuudinho que está faltando... Aline só não leu Valhalla – my preferred student, eu sei que seu computador bixou na semana passada, que era o final do seu inferno astral (que terminou dia 14, com seu niver), mas agora não tem desculpa, ok? Beijos pras duas!
Parte II – Das Escolhas
Capítulo 4 – A primeira pessoa
Verônica foi acordada por uma das Valkírias.
'Pronto. A primeira pessoa fará sua opção. Você poderá assistir. A pessoa não a verá. Mas você poderá ver – e ouvir – tudo o que está sendo dito.'
Verônica assentiu. Parecia estar num sonho. Foi levada para uma sala ampla, e no meio da sala se formou uma fumaça esbranquiçada. E naquela fumaça, como numa tela de projeção, ela podia ver e ouvir o que acontecia no interior de uma grande casa de madeira.
Uma mulher linda e com olhos de uma sabedoria ancestral estava sentada ao fundo da peça. Seus olhos perscrutavam alguém que chegava, e que ela saudava.
'Aproxime-se, meu jovem. Não tema. As regras já lhe foram explicadas?'
O coração de Verônica pulou uma batida quando ouviu a voz responder à mulher, e finalmente viu a imagem de Ned aparecer no seu campo de visão:
'Sim, senhora. Sei que estou aqui porque a Protetora me escolheu para fazer uma opção que pode salvá-la.'
'Você conheceu a Protetora?'
'Sim.' Ned respondeu, sem hesitar.
'E sabe o que houve com ela?'
Ele suspirou e a tristeza cobriu seu semblante.
'Sim, foi-me explicado que ela tombou em batalha com forças sobrenaturais.'
'E foi-lhe dado tempo para pensar na coisa mais importante da sua vida?'
'Sim, senhora.'
'Mas você foi rápido...'
'Digamos que eu tive os últimos meses inteiros para descobrir isso, senhora. E justamente quando tinha descoberto e me preparava para voltar, tudo isso aconteceu.'
'Certo. Diga-me então, meu rapaz, qual a coisa mais importante de sua vida. Apenas fale, deixe que eu julgue e faça as perguntas que achar necessárias.'
Ele parou por um instante, tentando organizar o que ia dizer.
'A coisa mais importante da minha vida é Verônica. Ela é a mulher da minha vida, a mulher que eu amo, por causa de quem eu me afastei de casa, e por quem eu estava voltando para casa.'
Freyja – esse era o nome da deusa-mulher que interrogava Malone – o questionou:
'Então você ama a Protetora?'
'Sim, eu amo.'
'E ela sabe disso? Ou soube?'
'Eu nunca disse isso a ela.' Ele parecia triste. Verônica tinha vontade de lhe gritar que ele tinha lhe dito isso sim, não com palavras, mas com seus gestos e atitudes. Mas ele não a ouviria, pois ela apenas acompanhava a visão.
'Mas ela está morta agora. Do que você abre mão?'
'Eu abro mão de voltar para ela, de reencontrá-la, de dizer a ela que a amo, e de lutar pelo meu amor por ela. Eu a continuarei amando pela vida a fora. Mas não farei absolutamente nada para obter a recíproca desse amor.'
'E se ela oferecer-lhe seu amor?'
'Eu não o aceitarei, mesmo se ele me for oferecido. A vida de Verônica é mais importante que qualquer outra coisa, para mim. Mesmo que isso signifique amá-la em silêncio através da eternidade.'
'Você voltará para casa?'
Ele a olhou, antes de responder:
'Se for necessário que eu não volte para não trazer maiores sofrimentos a eles, então eu permanecerei afastado, enquanto durarem meus dias. Desde que Verônica viva.'
Freyja, que tudo podia julgar, sabia que o rapaz estava sendo sincero.
'Sua escolha está registrada, meu jovem. Vá em paz.'
Ele se curvou, respeitoso, antes de virar-se e sair daquele lugar.
Verônica notou seu próprio rosto banhado em lágrimas. Quanta saudade daquele homem, daquele único homem que ela amava. Que tinha desaparecido, que ela não via há meses, que tinha saído para se encontrar, mas que, pelo que dissera a Freyja, tinha encontrado o amor por ela em seu caminho. Que estava em seu caminho de volta quando teve que decidir. E que não hesitou por um instante em abrir mão de sua felicidade a dois apenas para que ela pudesse sobreviver.
A Valkíria que acompanhava Verônica disse-lhe apenas:
'Cada escolha deles vai tocá-la de alguma forma. É parte desse processo. Eles estão doando aquilo que há de mais precioso para cada um deles, assim como você doou sua vida para salvá-los e para salvar o platô.'
Capítulo 5 – A segunda pessoa
Verônica ainda estava digerindo o que a Valkíria acabara de lhe dizer, quando ouviu novamente a voz de Freyja.
'Aproxime-se, bondoso senhor.'
'Creio que precisarei de alguma ajuda.' Foi a resposta humilde na saudosa voz de Summerlee! Sim, ele viera por ela!
Freyja bateu palmas duas vezes, e Summerlee viu-se amparado por mãos invisíveis, mas que tornaram subitamente mais fácil que ele se aproximasse do trono.
Ele estava bastante mais envelhecido que da última vez em que Verônica o vira, naquela batalha sobre a ponte ou nas visões que tinham tido logo após aquela estranha tempestade que varrera o platô há pouco mais de um ano. Mas era o mesmo bondoso senhor que ela conhecera, de olhar límpido por detrás dos óculos de aro fino, aparentemente remendado muitas vezes.
'Você sabe por que está aqui, senhor?'
'Sim, senhora.' Os olhos dele também demonstravam uma tristeza infinita. 'Contaram-me que alguém que eu amo muito perdeu sua vida em batalha, e que há algo que eu posso fazer em favor dessa pessoa.'
'Há quanto tempo não vê A Protetora?'
'A Protetora... É assim que chamam Verônica agora? Ela certamente tem o porte, a postura e a atitude para esse título. Mas em meu coração ela será sempre a caçadora, a menina-mulher que nos acolheu sob seu teto e nos reuniu em família, novamente. Mas estou divagando. Não a vejo há alguns anos, desde que uma batalha me separou dos meus amigos.'
'E onde você estava?'
'Seus guerreiros avatares me localizaram, e ninguém ousaria impedi-los. Mas quando tudo isso terminar, me levarão de volta à tribo onde eu sou apenas um escravo.'
'Explicaram-lhe as regras do que está para ocorrer aqui?'
'Sim, senhora, da forma mais clara e objetiva possível.'
'E deram-lhe tempo para pensar na coisa mais importante para o senhor?'
'Sim. Tempo mais que suficiente.'
'O senhor também foi rápido em sua escolha.'
Os olhos dele se embaçaram por um instante:
'Tenho tido todo o tempo do mundo, cada segundo de cada minuto de cada hora de cada dia dos últimos dois anos para pensar no que é a coisa mais importante para mim, senhora.'
'E o que seria?'
'Voltar para meus amigos, estar de novo com eles em nossa Casa da Árvore. Estar de volta ao seio dessa família construída por laços não-sanguíneos, mas ainda mais fortes e duradouros.'
'E você abriria mão disto?'
'Sim, senhora. Se isso significar um destino para Verônica, eu me disponho a livremente abrir mão disso. Não vou deixar de desejar a volta, mas vou sim deixar de lutar por ela, de planejar fugas impossíveis ou de almejar minha liberdade.'
'E se a sua volta lhe fosse oferecida por outrem?'
'Ainda assim eu não aceitaria, se isso significasse qualquer mal para Verônica. Para que ela viva, eu continuarei, de bom grado, como um simples escravo naquela tribo, exilado de meus amigos.'
'Sabe que sua opção é irrevogável, não sabe?'
'Sim, senhora.'
'Mas sua liberdade é um alto preço a pagar...'
'Que valor teria essa liberdade se cada vez que eu olhasse para esses amigos sentisse a falta de Verônica e soubesse que ela não estava lá devido simplesmente ao meu egoísmo de ter colocado a minha liberdade e conforto acima da vida dela? Minha escolha está feita, senhora.'
Mais uma vez Freyja sabia que ele dizia a verdade.
'E está registrada, meu bom senhor. Vá em paz.'
Assim como Malone, Summerlee se inclinou suavemente, e foi auxiliado novamente a deixar aqueles aposentos.
Verônica não estava certa se suportaria o que ainda estava por vir...
Primeiro, Ned. Agora, o saudoso Summerlee. Que abrira mão de sua liberdade e da companhia de seus amigos para que ela vivesse. E sabia que tudo estava apenas começando. Faltavam ainda três opções para serem ouvidas...
Capítulo 6 – A terceira pessoa
Cada um dos exploradores estava em seu chalé. Tinham tido tempo de pensar longamente, em silêncio absoluto, sem serem interrompidos. A gravidade de toda aquela situação pairava no ar.
Restava saber agora a quem caberia ser o primeiro. E os três se perguntavam ainda quem seriam as duas outras pessoas que Verônica teria escolhido para opinar junto a eles.
Challenger estava absorto em seus pensamentos quando ouviu duas batidas discretas em sua porta. Sabia que era chegada sua vez.
Uma Valkíria perguntou se ele estava pronto, ao que ele assentiu. Então, ela o conduziu até a porta da grande casa de madeira ao redor da qual ficavam os chalés, e foi conduzido ao vestíbulo. A Valkíria que o acompanhava fechou a porta atrás de si.
Seus olhos demoraram um pouco para se habituarem à menor quantidade de luz no ambiente, mas logo divisaram ao fundo uma linda mulher loura, de olhos claros, e infinitamente sábia, como tudo nela transmitia.
'Aproxime-se, senhor, não tema.'
Ele empertigou-se e caminhou até ela.
'Você me parece um homem sábio.'
Challenger ruborizou-se. Não havia nada que ele quisesse esquecer mais, naquele momento.
'Era assim que eu me considerava até há algumas horas atrás, senhora.' Ele respondeu, humilde.
'Creio que já fez sua escolha, não?'
'Sim, senhora.'
'Importa-se em me explicar qual a coisa mais importante em sua vida?'
'Não, senhora. Não é segredo para ninguém que me conheça qual a coisa mais importante da minha vida. Eu não poderia mentir, nem esconder. A ciência é a minha vida – não teria como resumir isso melhor. É minha paixão e minha companheira de sempre. Foi para a ciência que eu sempre vivi, e foi a ela que dediquei cada instante de minha vida, e cada grama de força de meu ser.'
'Entendo. E?'
Ele levantou os olhos, para encará-la antes de responder. Aquilo lhe daria coragem para prosseguir.
'E eu estou disposto, senhora, a abrir mão da ciência. De agora em diante, serei apenas mais um dos exploradores do nosso grupo, e, tanto quanto eles, vou igualmente buscar a sobrevivência no platô.'
'E se saírem do platô, algum dia?'
'Ainda assim, se isso for para a sobrevivência de Verônica, eu não voltaria à ciência – e nem divulgaria tudo o que encontrei. Guardaria para comigo o que encontrei. Destruiria as provas, se fosse necessário.'
'Mas essa não era sua razão de viver?'
'Sim, o que deixa de fazer sentido quando o preço disso é a vida de Verônica...' ele divagou. Mas se recompôs rapidamente. 'A vida da Protetora e a continuidade do platô são muito mais importantes que qualquer descoberta científica e reconhecimento que eles poderiam trazer para um velho cientista como eu. De bom grado eu trocaria qualquer sonho vão de voltar a Londres por passar o resto dos meus dias no platô, se isso significar ter Verônica novamente entre nós.'
'Entendo... Sabe que sua escolha é irreversível?'
'Sim, sei.'
'E não haverá arrependimentos?'
'Não, senhora. Nada pode me tirar o conhecimento e a realização pessoal que adquiri ao longo dos anos com tudo o que aprendi. Mas Verônica e o próprio platô me ensinaram que o conhecimento elementar é que tem um valor enorme. Não me arrependerei, portanto. '
'E seus amigos? Você não os têm ajudado a sobreviver através de sua ciência?'
'Sim, tenho.' Ele hesitou por um instante. 'Mas de agora em diante eles terão que contar com o que eventualmente aprenderam de mim até hoje, ou com o que puderem vir a aprender sozinhos ou com a própria Verônica – tão sábia que não precisou de toda a minha ciência para sobreviver durante onze anos sozinha.' Ele finalmente sorriu apesar de toda a seriedade da situação. 'Todos estaremos mais seguros e felizes se tivermos Verônica de volta, do que jamais estaríamos com toda a minha pretensa ciência acadêmica.'
Nada escapava aos olhos da deusa, muito menos a verdade.
'Sua decisão está registrada. Pode ir, senhor.'
Challenger fez uma mesura antes de virar-se e sair. À saída, a Valkíria que o acompanhara o esperava, e ofereceu-lhe um pergaminho. Ele aceitou, e calmamente sentou-se para escrever sua decisão. Sabia que Marguerite e Roxton entenderiam sua opção, e o apoiariam nela – afinal, tanto quanto ele, todos queriam o bem de Verônica.
Quando ele terminou de escrever e lhe entregou o pergaminho, ela o conduziu para uma bandeja, onde ele depositou o pergaminho. Já havia dois ali... Roxton e Marguerite teriam antecedido-o? Ela apenas fez um sinal, autorizando-o a lê-los. Ele pegou os dois pergaminhos, mas ao desenrolar o primeiro teve que sentar-se. Reconheceu imediatamente a letra acadêmica de Summerlee. Não sabia se estava mais emocionado por rever sua letra – e portanto descobrir que ele estava vivo – ou por ler sua opção. Sentiu-se pequeno por sua decisão ser tão mais fácil de ser tomada quando comparada à de seu velho e ausente amigo. Mas, cada um podia colocar em jogo apenas aquilo que tinha em suas mãos. E ele, Challenger, colocara tudo que havia nas dele.
Enrolou cuidadoso e pensativo o pergaminho de Summerlee, e tomou o outro em suas mãos. Quando o desenrolou, dessa vez não pôde conter um sorriso. Era de Malone! O rapaz estava vivo, bem, e estava voltando – ou não? Ficou em dúvida após ler o que ele escrevera. Mas enrolou os pergaminhos e, depois de agradecer à Valkíria que o acompanhava, voltou ao seu chalé.
Capítulo 7 – A quarta pessoa
Verônica mal podia acreditar no que vira. Challenger, abrindo mão de sua amada ciência. Definitivamente ela sabia que ele gostava dela, mas nunca imaginara que ele seria capaz de ir tão longe.
Marguerite estava de pé, no chalé, os braços cruzados sobre o peito, na sua eterna atitude de auto-defesa. Estava mais calma do que seria capaz de se imaginar numa situação dessa. Mas tinha que reconhecer que, se havia algo em sua vida que ela aprendera, era a fazer a coisa certa, pelo menos o que era certo perante seu próprio coração.
Mas ao mesmo tempo estava triste porque sabia que uma vez tomada sua decisão, não haveria volta. Não que ela costumasse voltar atrás – e sempre tinha pagado altos preços em sua vida por causa disso. Pelo menos dessa vez o não voltar atrás era também a coisa certa a fazer.
Estava assim perdida em seus devaneios quando ouviu as batidas na porta. Abriu, resoluta. E a Valkíria não ousou sequer lhe perguntar se ela estava pronta: era óbvio que estava, na resolução do seu olhar e dos seus traços.
Assim como fizera com Challenger, a Valkíria conduziu Marguerite, fechando a pesada porta de madeira atrás dela.
Marguerite rapidamente divisou a bela figura da deidade feminina ao fundo do salão, mas aguardou as ordens de se aproximar. Toda a aura de Freyja inspirava respeito, e mesmo Marguerite sabia quando devia respeito a alguém. Sentiu-se profundamente observada, e finalmente ouviu que a chamavam:
'Aproxime-se, você não precisa temer. É uma Escolhida, como a Protetora.'
Marguerite se aproximou – estava começando a se habituar quando a chamavam de escolhida, isto é, quase não se surpreendia mais quando alguém se dirigia a ela dessa forma.
'Chegue mais perto. Deixe-me olhar para você. Não é todos os dias que uma Escolhida chega aos nossos umbrais.'
Marguerite chegou mais perto, e podia ver a beleza da deusa a sua frente. Via-a observá-la com interesse.
'Você é muito bonita, e muito forte também. Mas você sofreu muito. E eu leio em seus olhos que aquilo de que você vai abrir mão a fará sofrer ainda mais.'
Marguerite, que a encarara desde o primeiro momento, pela primeira vez baixou os olhos, confusa.
'Talvez sim, senhora. Mas o que precisa ser feito está sempre acima do sofrimento de qualquer pessoa.'
'Você teve então tempo de escolher o que era mais importante em sua vida?'
'Sim, senhora.'
'Vá em frente.' Freyja incentivou-a.
Marguerite respirou fundo, antes de começar.
'Minha vida sempre foi movida por um único propósito, senhora. Durante toda a minha vida eu quis saber quem eu era. Foi esse o motivo subliminar que guiou todas as minhas atitudes. Passei por cima de tudo e de todos, até de mim mesma, perseguindo essa meta. Até chegar ao platô. Vim para cá por causa dessa busca.'
Ela parou mais uma vez, e novamente respirou fundo antes de retomar o que tinha a dizer.
'Mas, chegando aqui, eu aprendi que independentemente de quem eu fosse, isso não mudava quem eu tinha me tornado. Um grupo de pessoas me ensinou isso. A começar por Verônica, que nos abrigou em sua casa. E eu tentei vendê-la na primeira oportunidade.' Marguerite parou por um instante. 'Mas aos poucos eu percebi que eles tinham se tornado minha família, e a mesma Verônica que eu tentara vender era mais importante para mim que qualquer irmão que a vida pudesse ter me dado.'
Sabia que estava fazendo rodeios, antes de chegar ao assunto principal. Freyja a incentivou.
'Não há vergonha em hesitar colocar à disposição algo que realmente a move.'
Marguerite prosseguiu.
'Aqui eu finalmente encontrei o homem que amo.'
Verônica, que acompanhava tudo, não podia acreditar. Sabia que Marguerite amava Roxton, mas vê-la admitindo isso era uma novidade. Porém, acima de tudo, tinha vontade de gritar para pará-la, pois não podia permitir que ela abrisse mão desse amor para salvá-la.
'Sim?'
'Um homem que me mostrou que eu sou quem eu sou, não onde eu nasci, de onde eu vim ou o que eu fiz antes de chegar aqui. Um homem em quem eu confio, a quem eu entregaria minha vida sem pestanejar, e por quem eu daria minha vida também. E o amor desse homem tomou o espaço de qualquer outra prioridade que eu tivesse. O amor que tenho por Lord Roxton é a coisa mais importante da minha vida hoje.'
Como a deusa continuasse em silêncio, Marguerite prosseguiu.
'É dessas duas coisas que eu abro mão, por Verônica. Eu desisto de procurar qualquer informação sobre o meu passado, sobre quem eu sou, de onde vim, quem são meus pais e porque me abandonaram. Isso certamente importa muito menos que a vida de Verônica.'
E aí vinha a parte mais difícil para Marguerite. Mas ela sabia que precisava ser feito.
'E eu também abro mão do meu amor por Lord Roxton. Não posso me impedir de senti-lo. Mas posso, e vou, continuar não demonstrando-o, não lutando por ele, não o deixando aflorar ou aparecer.'
'Você sabe que precisa apenas abrir mão de apenas uma coisa para salvar a Protetora.'
'O amor de Lord Roxton é a coisa mais importante para mim hoje, senhora. E eu estaria mentindo antes de tudo para mim mesma se abrisse mão de algo diferente.'
'Portanto, você pode continuar buscando suas origens.'
'É difícil explicar isso, senhora, mas eu encontrei Lord Roxton, Verônica e essa família que eu adotei em meu coração por causa da busca de minhas origens. E esse sentimento chamado amor é tão novo para mim, me preenche de uma maneira tão mais plena que qualquer coisa que eu tenha tido antes, que meu coração não hesita em dizer que isso é a coisa mais importante. Mas minha razão, que sempre me guiou, ainda não acredita em amor depois de todas as coisas que eu já vivi. E eu não arriscaria jamais que qualquer possibilidade ou chance que Verônica venha a ter de voltar à vida lhe seja tirada apenas por eu ter considerado minha razão, ou meu coração. Eu sempre ouvi os dois em minha vida, e não será diferente agora. Portanto, eu abro mão de tudo.'
'Mas você já sofreu tanto na vida, criança, tem certeza que não vai se arrepender?' Freyja tinha que testar todos eles, para certificar-se que estavam absolutamente seguros de sua decisão.
Marguerite riu um riso amargo...
'É o que eu sempre digo: quando fazemos algo bom, normalmente não tem ninguém para ver. Eu sei o que é certo ser feito, senhora, e não importa o quanto isso custe, é isso que eu vou fazer. Toda vez que eu acho que ganhei alguma coisa, eu a perco. Pelo menos dessa vez não é a vida que está tirando isso de mim. Sou eu que estou doando, de livre e espontânea vontade, pela vida de Verônica, a irmã que meu coração adotou, a mulher mais íntegra que eu já conheci, e que tanto têm me ensinado generosamente desde o primeiro momento que nos encontramos.'
'E se o seu Lord não doar o amor dele por você? Se essa não for a coisa mais importante para ele, e ele vier oferecer o amor dele a você?'
'Mesmo que ele continue me amando, eu não corresponderei abertamente, e nunca usufruirei do que ele puder me oferecer. Não se isso significar ter Verônica de volta.' Marguerite concluiu, sabendo que não poderia dizer mais nada. Uma vez mais em sua vida assinalava seu destino. Era a coisa certa a fazer. Por Verônica e por todos. Mas isso não significava que doesse menos.
A deusa ainda a observou longamente, pois a luta interior de Marguerite era visível. Admirava-se da coragem da Escolhida ao negar aquilo que toda a lógica lhe mandava fazer – afinal, para Freyja, que podia ler o passado abertamente, todas as provas faziam daquela Escolhida alguém que tinha tido toda a realidade lhe gritando que a lógica ou a nobreza não levariam a nenhum benefício. Mas ainda assim, Marguerite não voltou atrás – estava decidida e sua alma estava leve por estar fazendo aquilo em que acreditava. Finalmente Freyja a dispensou:
'Está bem, minha criança. Pode ir – e que seu coração encontre paz e consolo.'
Marguerite fez uma mesura gentil, mas já não via mais a deusa. Seus olhos estavam toldados pelas lágrimas teimosas que insistiam em fluir. Virou-se e caminhou lentamente até a saída. A Valkíria que a esperava ofereceu-lhe um pergaminho. Ela pediu dois, o que soou estranho para a Valkíria, mas ela atendeu ao pedido, e afastou-se, para dar àquela mulher privacidade para registrar seu desejo.
Em um dos papéis Marguerite escreveu sua doação da busca por si mesma. Em outro, sua doação do amor por John. Mas esse último ela enrolou, e por fora do pergaminho colocou "Apenas para os olhos de Lord John Richard Roxton". Afinal, não precisava se expor aos olhos de ninguém mais. Mas, ao mesmo tempo, precisava ter certeza que John soubesse de tudo, mesmo que daquele momento em diante ela não pudesse jamais tê-lo.
Olhou longamente os dois papéis, e a Valkíria voltou, como por encanto, depositando-os na mesma bandeja onde já estavam os outros. Marguerite, então, leu os papéis que já estavam ali.
Não pôde deixar de sorrir ao ver o de Challenger – o grande cientista vencido pelo amor paternal – e fraternal – por Verônica. Nem de emocionar-se com o de Ned – eles tinham muito mais em comum a compartilhar do que qualquer um dos dois poderia imaginar. Mas seu coração definitivamente se partiu ao ler o pergaminho de Summerlee. Ele estava vivo, mas agora nunca mais voltaria para eles, era definitivo.
Devolveu os pergaminhos à bandeja, e sem sequer notar a Valkíria que a observava atônita, voltou para o chalé que tinha-lhe sido destinado, fechando a porta com estrondo atrás de si. A Valkíria nunca entenderia que ela precisava sentar-se num canto escuro, abraçar os joelhos, e abafar seus soluços nos braços, para que ninguém a visse ou ouvisse. Era o que ela sempre tinha feito. Era o que precisava continuar a fazer. Mas tudo isso valeria a pena para ela se apenas Verônica pudesse sobreviver.
Capítulo 8 – A quinta pessoa
Roxton estava andando dentro do chalé – sempre pensara melhor quando se movimentava. Sabia o que precisava ser feito. Ele só tinha uma coisa importante na vida. Não tinha o que pensar, não tinha dúvidas sobre isso. Também não tinha dúvidas que o que precisava ser feito era abrir mão disso, por Verônica. Mas era muito mais difícil que o que ele pensava. Não por Verônica, sua irmã que ele amava desinteressadamente, e que tanto lhe ensinara, obviamente. Mas porque ele sentia que estaria fechando uma porta que demorara anos para apenas entreabrir, e pela qual tivera apenas oportunidade de entrever o que poderia estar por vir.
Ouviu as batidas na porta, e abriu-a, sendo saudado pela Valkíria:
'Vamos?'
Ele assentiu, acompanhando-a. Tinha um ar grave e circunspecto enquanto caminhava. Como os outros antes dele, foi conduzido à grande construção de madeira, e ouviu a porta se fechar atrás de si.
Seus olhos de caçador rapidamente reconheceram a formosa mulher ao fundo da peça.
'Aproxime-se, meu jovem.'
Ele caminhou até ela.
'Parece que você carrega o peso do mundo nos ombros, rapaz.'
Verônica, que tudo observava em sua visão, tinha que concordar com Freyja. Roxton parecia mais sério que de costume, como nos primeiros tempos, quando se afastava de todos devido à morte de seu irmão.
'E como eu deveria estar, senhora?' ele respondeu, entre tímido e ousado. Precisava dizer o que pensava.
'Primeiro, ceifam a vida da minha irmã. Sim, aquela que vocês chamam de Protetora, Verônica, foi a irmã que encontrei, na coragem e na força, nos objetivos e na maneira de pensar, mas acima de tudo em meu coração. E agora, para salvá-la, é-nos pedido para abrir mão da coisa mais importante da minha vida. E só há uma coisa importante na vida de um ser humano. O seu amor. E o que é ser humano sem amor?' Ele se interrompeu, bruscamente, pois tinha falado o que precisava dizer para não sufocar, mas não queria ser ofensivo.
'Não há nada de errado em dizer o que pensa.' Ela disse, e ele percebeu que ela podia ler seus pensamentos. Obviamente, já que Freyja era uma deusa.
Ele se manteve em silêncio por mais alguns instantes, como que se acalmando, antes de prosseguir.
'Desculpe pela forma como me manifestei. Verônica está fazendo muita falta para mim. Sinto-me repentinamente sozinho sem contar com a parceria dessa amiga que nunca fraquejou em sua coragem e em sua amizade para comigo. Foi um choque ver-me de repente diante da terrível possibilidade de não tê-la mais conosco. Fico sinceramente feliz que tenha sido dada a ela uma chance – e que ela tenha confiado a nós a possibilidade de tornar essa chance realidade. É uma honra saber que não apenas eu a amo como uma amiga e uma irmã, mas que também ela nos ama e confia em nós como seus maiores e mais leais amigos.' Ele falou, sorrindo pela primeira vez – ele e Verônica quase nunca falavam sobre amizade ou assuntos assim – era simplesmente como era, ambos tinham exatamente a mesma natureza, e para eles era absolutamente claro e indiscutível aquele sentimento fraterno, não sendo necessária qualquer filosofia sobre ele – bastava para ambos vivê-lo!
Ele finalmente continuou. 'Como eu disse antes, só há uma coisa importante na vida de um ser humano: seu amor. Eu vim encontrar esse amor no platô. Numa mulher, têmpera de aço e fogo, que só se encontra uma vez na vida. É o amor a essa mulher que eu deposito a seus pés agora. Eu abro mão dele, pela vida de minha querida Verônica. Vou continuar amando Marguerite – Deus é testemunha que mesmo que eu quisesse não poderia deixar de amá-la – mas vou abandonar toda e qualquer investida para concretizar esse amor, e para encontrar a recíproca dele, para ter Verônica viva e de volta conosco.'
'E se o seu amor para com a Escolhida não for a prioridade dela? Ela teve muitas prioridades na vida antes de chegar ao platô e de conhecê-lo...'
Roxton rapidamente entendeu que a Escolhida era ninguém mais ninguém menos que Marguerite. Ele já tinha pensado nisso. Sabia que ele era o último dos exploradores a fazer sua escolha – vira estranhamente cinco papéis já na bandeja quando entrara no salão (era de se esperar que o dele fosse o quinto). E Marguerite não ostentava abertamente seu amor por ele, e ele sabia que isso não necessariamente era uma prioridade na vida atribulada da mulher que ele amava.
'Eu não preciso ser o primeiro na lista de prioridades de Marguerite, senhora. Isso não muda em absoluto o que sinto por ela. De qualquer forma, mesmo que eu não seja a coisa mais importante para ela, e que ela não tenha aberto mão de mim, eu não aceitarei o amor que ela tiver para me oferecer. Porque isso também nunca poderá mudar meus sentimentos de fraterna amizade que meu coração vota à Verônica. Eu jamais poderia ser e estar feliz com Marguerite, a mulher da minha vida, às custas da vida de minha irmã de coração.'
A deusa não precisava fazê-lo sofrer mais. Sabia o quanto aquilo era custoso, mas também sabia da sinceridade da decisão dele.
'Vá em paz, meu rapaz. Você tem um nobre coração.'
Ele anuiu em uma mesura educada, e retirou-se. Já fora do recinto, a Valkíria lhe ofereceu o pergaminho. Ele rapidamente encheu a página, sua mão se movendo febrilmente sobre o papel, embora seu corpo estivesse numa postura firme, mas relaxada. Enrolou o pergaminho e, quando ia colocá-lo na bandeja, lembrou-se de um detalhe: sabia que aquilo só interessava a uma pessoa, que não gostaria de se ver exposta. Sobrescreveu por fora do papel "Para Lady Marguerite Krux". Sabia que de agora em diante deveria omitir qualquer sonho com Lady Marguerite Krux Roxton, Lady Marguerite Roxton ou qualquer outra combinação envolvendo seu nome. Tudo isso ficava para trás. Mas não tinha dúvidas de que valia a pena, se isso apenas pudesse trazer Verônica de volta e reuni-los todos novamente.
Depois, pegando a bandeja, leu o papel de Challenger, sorrindo ao ver a declaração do cientista – ou, melhor dizendo agora, ex-cientista. Alegrou-se por se ver subitamente irmanando Ned, e seu coração se confrangeu por Summerlee. Finalmente, ficou tocado com o despreendimento de Marguerite ao abrir mão de encontrar suas origens – ele sabia o quanto aquilo era importante para ela, e ele sabia, como a deusa dissera, que isso estava acima de qualquer outra coisa para Marguerite. Já ia deixando a bandeja quando viu novamente seu pergaminho enrolado e sobrescrito para ela – mas quando o pegou, notou que era também um pergaminho enrolado e sobrescrito, mas dela para ele – a letra em que seu nome estava escrito era inconfundivelmente a letra longa e feminina de Marguerite.
Hesitou antes de abrir o papel – preferiria mil vezes fazê-lo longe dos olhos de qualquer pessoa, pois a Valkíria, mesmo afastada, era uma estranha. Mas sabia que as regras eram de ler o que fora escrito, ali. Desenrolou o papel e leu, bebendo as palavras. Quando terminou, vivia um misto de emoções. De um lado, seu coração explodia de alegria porque ele era tão – ou mais – importante para ela, até mesmo quando comparado à busca de suas origens. Ela dizia claramente ali que o amor dele era a coisa mais importante em sua vida! Por outro lado, Roxton sentia um vazio imenso porque ela, assim como ele, sabia que essa admissão ao mesmo tempo significava a negação deles a esse sentimento, como fora a de Ned, para salvar Verônica. E mais uma vez Roxton não tinha dúvidas que a doação sincera de cada um deles ainda era uma moeda pequena quando se tratava da vida de Verônica – uma moeda pequena, mas que ele e seus amigos todos estavam dispostos a doar sem pestanejar.
Depois de um tempo pensativo, ele finalmente sorriu: todos eles tinham efetivamente dado o melhor de si, o mais importante. E se isso fosse o suficiente para salvar Verônica, então isso bastava para justificar tudo. Todos eles seriam capazes de conviver com as restrições, pelo simples fato de tê-la de volta. Não apenas por trazerem de volta a Protetora, que fora tão desprendida ao doar a própria vida, sem hesitar, por eles e pelo platô – mas principalmente por trazerem de volta Verônica, amiga, caçadora, irmã e amada por todos eles, cada um à sua maneira.
Devolvendo a bandeja à Valkíria, retornou ao seu chalé.
Marguerite ouvia atenta. Depois de ter notado a porta do outro chalé bater, saiu. Precisava saber se John já tinha entrado. Precisava saber se ele tinha lido o que ela tinha escrito.
Saiu de seu chalé, e vendo a bandeja, notou que o pergaminho que ela tinha escrito tinha sido desenrolado e re-enrolado – e podia reconhecer as mãos de John fazendo aquilo, pois ele não tinha conseguido fazer com que ele ficasse tão "justo" quanto ela o tinha deixado antes. E ela notou que havia mais um pergaminho enrolado na bandeja, mas dessa vez sobrescrito para ela.
Suas mãos tremeram: estava enrolado como o dela, mas nem precisaria disso para saber que era de John... A letra máscula dele era absolutamente reconhecível. Sentou-se e começou a ler. Suas mãos tremeram e por duas vezes teve que erguer os olhos do papel para que suas lágrimas não a impedissem de continuar a leitura. Enrolou o pergaminho novamente e colocou-o na bandeja. Ficou ainda sentada ali, mas decididamente precisava uma vez mais de um canto no chalé, onde pudesse "doer" tudo o que estava sentindo. Mas não pôde deixar de sorrir: se tudo que ela e seus amigos tinham tão generosamente oferecido não fosse capaz de trazer Verônica de volta, nada mais seria! E ela acreditava que realmente todos eles tinham cumprido muito melhor que o esperado seu papel de dar a chance necessária à sua amiga para retornar à vida...
CONTINUA...
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