Capítulo XVI- O Baile (Parte II)

- As horas estão demorando a passar, não é? - Sirius perguntou para os amigos à mesa.

- Almofadinhas... - Tiago deu um sorriso maroto - Você aprontou alguma e não vai nos contar?

- Espere, Pontas... Uma idéia de gênio...

- Sirius, que merda você fez dessa vez?

- Você nunca vai confiar em mim, Lidi?

- Não!

Os amigos riram e ele lhe lançou um olhar 43.

- Certo... Pela última vez, que horas tem? - Sirius perguntou. Havia acabado de perceber Snape do outro lado do Salão o encarando.

- Certo... 00:47! Satisfeito, Almofadinhas? - Remo perguntou.

- Amor, você não tem que ir? - Lara perguntou discretamente, sendo observada com curiosidade por Amos.

- Tem razão... - ele suspirou tristemente - Bem, vou indo, pessoal...

Depois de se despedir de todos e dar um beijo em Lara, ele saiu do Salão Principal para ir até o dormitório masculino buscar a capa que Tiago já havia deixado preparada.

Alguns minutos depois, Lara também foi dormir.

Sirius continuava sentado, batendo os dedos nervosamente na mesa.

- Sirius, o que você aprontou? - Lílian perguntou.

- Algo genial!

- Contra quem?

- Relaxa, Lilyzinha!

- Lilyzinha? - a ruiva o olhou com a sobrancelha erguida, intrigada.

- É, não gostou?

- Para ser sincera, não...

- Você está meio agitado hoje, hein, Sirius?!

- Tenho meus motivos, Alice, tenho meus motivos...

- Que com certeza não são bons!

- Confiem em mim! - ele deu um grande sorriso.

- É difícil... - Alice, Lílian e Lidiane suspiraram juntas.

Eles ficaram conversando, e depois de algum tempo, Sirius carregou Lidi para dançar. Passados mais alguns minutos, eles seguiram de mãos dadas para os jardins.

- Sabia que eu te amo? - Sirius sussurrou no ouvido da namorada, lhe causando um arrepio.

Eles estavam abraçados em frente ao lago, olhando para a lua cheia, que começava a aparecer por sobre as nuvens. Os jardins estavam vazios, coisa realmente difícil em uma noite de baile.

- Eu também... - ela sorriu e o beijou.

Enquanto isso, Tiago olhava emburrado para a pista de dança, enquanto Alice acompanhava o seu olhar e sorria.

- Vá lá e a agarre!

- Do que você está falando?

- Você está aí, todo irritado, olhando para a Lily. Largue de ser idiota, vá lá e a agarre!

- Eu não estou olhando para Evans!

- E eu sou Morgana!

- Muito prazer, sou Tiago Potter, seu humilde servo... - ele fez uma reverência enquanto falava com um tom sarcástico.

- Tudo bem, Tiago... Eu desisto de tentar ajudar...

- Deixe a Evans idiota, lá! Ela vai dar uns amassos com o Amos hoje, e amanhã vai descobrir que ele voltou com a ex - namorada! Pedro é que se deu bem... Está por aí se divertindo com alguém.

- Vá se divertir também, Tiago, eu não me importo de ficar aqui.

- Mas eu me importo de te deixar aqui. Frank me pediu para cuidar muito bem de você.

- Você não está cuidando... - ela sorriu - Está mais concentrado em cuidar da Lily!

Ele resmungou algo e ela achou melhor ficar quieta, pois Tiago estava começando a ficar irritado.

- Eu nem acredito que você me perdoou, sabia? - Sirius falou para Lidiane, olhando para a lua cheia que as nuvens começavam a deixar aparecer.

- Nem eu... - a morena sorriu - Nem eu...

- Eu juro que eu nunca mais vou te magoar...

- Espero que não, Sirius...

- Eu não costumo quebrar as minhas promessas... - ele a fez virar-se e olhou-a olhos nos olhos - Eu te amo e vou tentar te fazer a mulher mais feliz do mundo... tanto quanto for possível!

Ela lhe lançou o mais lindo sorriso e o beijou delicadamente.

Quando Sirius a soltou, puxou Lidiane para si, abraçando-a e no memso instante pôde ver Snape se esgueirando por entre as árvores e ir em direção ao Salgueiro Lutador.

Andando do modo mais silencioso do qual era capaz, Snape chegou perto do Salgueiro Lutador, pegou um toco de árvore e, levemente, tocou um dos nós das árvores. Nada. Os galhos continuavam a se movimentar. O Black só podia Ter mentido, desgraçado! E ele caíra feito um pato! Com raiva, jogou o galho com força em cima de outro nó, e, subitamente, todo o Salgueiro parou.

Então era verdade, o Sonserino sorriu e entrou na pequena passagem que se abriu, sem poder ver um garoto que sorria vitorioso, olhando em sua direção ao mesmo tempo que a lua cheia aparecia inteiramente no céu.

- Vamos entrar, Lidi... Preciso falar com Tiago! - ele sorria alegremente.

- O que aconteceu, Sirius?

- Logo você vai saber... - ele falou, puxando-a em direção ao Salão - Eu não acredito que deu certo!

Ele chegou perto da mesa dos amigos gargalhando.

- O que foi, Almofadinhas?

- Meu plano deu certo, eu sou um gênio e o Snape é um idiota!

- O que você aprontou com o Ranhoso, Sirius? - Tiago perguntou, com um grande sorriso no rosto.

- Uma idéia de gênio, Pontas, uma idéia de gênio!

- Fala logo, Sirius, estamos curiosos! - Alice falou, também sorrindo.

- Simples e inteligente, Alice... O Ranhoso sempre quis saber o que acontecia com o Remo para ele sumir uma vez por mês, então hoje, na hora do café da manhã, eu fui falar com ele. Mandei ele ir até o Salgueiro Lutador por volta de 1:30 da madrugada, apertar o nó do Salgueiro com um galho e entrar na passagem que apareceria, que ele descobriria o que aconteceria com o Remo! Podem dizer que eu sou um gênio, eu deixo! - ele ria como uma criança.

- VOCÊ É MALUCO, SIRIUS? OU VOCÊ BEBEU DEMAIS? - Tiago gritou, mas por sorte apenas os amigos ouviram, porque o som estridente da música não permitia com que ninguém distante ouvisse.

- Por que, Tiago?

- SERÁ QUE VOCÊ NÃO PERCEBE A BESTEIRA QUE VOCÊ FEZ, SIRIUS?

- Eu não fiz besteira nenhuma, apenas fiz uma brincadeira...

- SIRIUS! - Lidiane gritou - VOCÊ NÃO TEM LIMITES?

Sirius ainda não havia entendido.

- PELO AMOR DE DEUS, SIRIUS! O REMO JÁ SE TRANSFORMOU EM LOBISOMEM, E OS LOBISOMENS ATACAM HUMANOS! SE O REMO VER O SNAPE, ELE ESTÁ MORTO, OU VOCÊ ESQUECEU QUE ELE SÓ NÃO NOS MORDE PORQUE NÓS SOMOS ANIMAGOS?!

- Ah, merda, eu esqueci completamente disso... - o moreno falou, percebendo o perigo da sua brincadeira.

- E agora? O que nós vamos fazer?

- Eu vou entrar lá, Alice... - Tiago passou a mão nos cabelos nervosamente, bagunçando-os.

- Não, Tiago, eu fiz a besteira, eu vou entrar lá...

- Não mesmo, Sirius! Se você entrar lá, pode acontecer outra tragédia! Eu vou lá, chamem o Dumbledore e a Profª MacGonagall!

Acenando em concordância, as meninas foram procurar os professores, enquanto Tiago ia para fora do Salão, correndo.

Sirius ficou parado no meio do Salão, desolado, passando a mão pelos cabelos. Era capaz de, depois disso, Tiago nunca mais olhar na sua cara...

- Sirius... - Lílian o chamou, fazendo-o perder o rumo de seus pensamentos.

- O que foi, Lily?

- O que aconteceu? Cadê o Potter e as meninas?

- Eu fiz a maior besteira da minha vida e agora o Tiago está correndo perigo...

- O que aconteceu?

Depois de Sirius contar toda a história para a garota, Lílian o olhou com decepção.

- Você parece que bebe, hein, Sirius?! - ela suspirou - Vamos lá para fora, perto do Salgueiro, caso aconteça algo com o Potter e o Snape.

- Será que o Tiago vai me perdoar?

- Vai, Sirius, claro que vai... Vocês são melhores amigos, não se esqueça disso!

- E o Remo?

- Aí eu já não sei, depois vocês conversam...

Ela pegou o garoto pela mão e o puxou para fora do Castelo.

Enquanto isso, Tiago se esgueirava por entre os corredores da Casa dos Gritos, com apenas a luz da varinha para iluminar o caminho.

- O Sirius é maluco... - ele falava para si mesmo - Ele nunca pensa no que faz?

O pior de tudo é que ele não podia se transformar, porque perigava o Snape aparecer por ali e vê-lo na forma de cervo.

- Espero que o Remo não nos pegue, se não vai acontecer um belo estrago...

Passando a mão pelos cabelos ele continuou procurando o Sonserino.

- Snape? Snape, aparece! - ele chamava, mas não muito alto - Onde ele pode estar? Será que aconteceu alguma coisa com ele? Mais também, ele é um idiota! Por que tinha de ser tão curioso?

Continuou andando pelos corredores, quando bateu com força em alguma coisa.

- Mais... O quê? - Tiago olhou para os lados, e, depois de pegar a varinha que tinha caído no chão, iluminou o rosto assustado de Snape.

- Potter? O que você está fazendo aqui?

- Vim salvar a tua vida! Vamos embora daqui!

- Não mesmo, Potter... Você acha mesmo que eu vou cair nessa? Eu sei muito bem que você não quer que eu descubra o segredo do Lupin, mas agora que eu estou aqui, daqui não saio!

- Se você não sair daqui, idiota, você vai morrer, será que é difícil para você entender isso?

- Porque eu morreria, Potter? O segredo do seu amigo é tão cabeludo assim?

Mas Tiago não teve tempo de responder, porque no mesmo momento um som parecido com um latido foi-se ouvido, quando um bicho, coberto pelas sombras apareceu no corredor.

- CORRE! - Tiago gritou, e, empurrando Snape na sua frente, começou a correr.

- Então é isso? O Lupin é um lobisomem?

- CALA A MERDA DESSA BOCA E CORRE SE VOCÊ QUER SAIR DAQUI VIVO!

- Ele não te atacaria, atacaria?

- Para alguém que acha que entende tanto de DCAT, você está parecendo um idiota, Ranhoso! Será que você esqueceu que, um homem, ao se transformar em lobisomem, perde a consciência e não consegue identificar quem é amigo ou inimigo? Que ele só não ataca animais?

Snape ficou em silêncioso e continuou correndo, mas ao olhar para trás, viu que o Lupín lobisomem estava muito perto.

- NÃO VAI DAR TEMPO, POTTER!

- CALA A BOCA E CORRE QUE A ENTRADA É LOGO ALI!

Era verdade... Se corresse um pouco mais rápido daria tempo. E foi isso que Snape fez: Acelerando o máximo que podia, deixando Potter para trás, ele deu um salto que nunca imaginou ser capaz, e, alcançando a entrada, desapareceu para fora do túnel.

- FILHO DA... AHHHHHHHHHH - antes de Tiago conseguir terminar a frase, sentiu uma coisa cortando sua perna, e, ao cair no chão, percebeu que era Remo, que o tinha alcansado.

O lobisomem o observava sem qualquer sinal de reconhecimento, e avançava devagar em sua direção.

- Talvez se... - Tiago teve uma repentina idéia, e, pegando a varinha que havia caído a uma curta distância de si, para alguém com a perna cortada, ele fechou os olhos, e, se concentranbdo, se transformou num cervo no mesmo momento que Remo se preparava para atacá-lo.

Tiago, na forma de cervo, tentou se levantar, mas com a pata machucada, não conseguiu ficar em pé.

O Remo lobisomem, ao reconhecer o amigo, recuou e observou a pata machucada, soltando um ganido leve. Foi em direção a pata do cervo, e deu uma lambida no local machucado.

Tiago cervo soltou um estranho som e fez uma careta na sua fuça, que parecia um sorriso e Remo fez o mesmo, enquanto se aproximava e fazia um gesto que parecia ser um abraço entre os dois animais.

No segundo seguinte, Remo virou as costas e saiu correndo.

Tiago, voltando a sua forma normal, e, sentindo muita dor, e com um esforço fora do comum, conseguiu pegar impulso e sair da passagem.

Ali fora, em frente ao Salgueiro Lutador, o Diretor, a vice-diretora, Alice, Snape, Sirius, Lílian e Lidiane o esperavam.

- Tiago! - Lidiane correu em sua direção e o abraçou com força, e embora a dor fosse muito grande, ele não pôde deixar de sorrir para a amiga.

- Srta. Armstrong, contenha-se... - a profª MacGonagall falou - O sr. Potter está machucado.

- Não se preocupe, profª... - Tiago sorriu para a garota, que o soltava, exitante.

- Sr. Black e Sr. Snape, acompanhem-me até a Diretoria - Dumbledore tomou a dianteira - Srtas. Armstrong e Hastings, vão para os seus dormitórios, e srta. Evans, leve o sr. Potter até a enfermaria, por favor.

Todos seguiram as ordens do Diretor e, usando um feitiço de levitação, Lílian foi levando Potter até a Enfermaria.

Lílian tentava fingir indiferença, mas estava preocupada com o machucado na perna de Potter. E se ele virasse também um lobisomem?

Bem, de qualquer forma, ele não parecia muito preocupado.

Quando finalmente chegaram à enfermaria, Madame Pomfrey já os esperava, e pediu à Lílian que o colocasse em uma das camas.

- Fique uns instante fazendo companhia a ele, srta Evans. - a enfermeira falou depois de Líliam explicar tudo o que aconteceu para ela - Eu vou fazer uma poção, ainda dá tempo de salvar o sr. Potter, o machucado ainda não completou um dia, então não há nada com o que se preocupar.

Ela sorriu para a garota, que suspirou aliviada.

- Tudo isso era preocupação comigo, Evans? - Tiago perguntou, da cama em que estava, enquanto a enfermeira sumia numa porta e Lílian se jogava numa poltrona perto da cama do garoto.

- Cale a boca, moleque!

- Já vi que era...

- Você é tão presunçoso...

- Você é tão linda irritada...

- Afff... - ela virou o rosto para que o garoto não a visse corada.

Eles ficaram em profundo silêncio até Mada Pomfrey voltar, quase uma hora depois de Ter ido fazer a poação.

Ela colocou o líquido azul numa taça e fez o garoto beber.

Lílian começou a se levantar para ir embora, quando Tiago a segurou.

- Fica aqui hoje?

- Para quê?

- Eu não quero ficar aqui sozinho, e como Sirius está na sala do Diretor, não posso pedir isso a ele.

Ela o olhou de lado, mas se sentou novamente, se ajeitando no sofá.

- Obrigado... - ele sorriu como uma criança - Posso te fazer uma pergunta?

- Não...

- Tudo bem, vou fazer do mesmo jeito - ele deu de ombros - O que aconteceu com o Amos?

- Eu deixei ele falando sozinho no meio da pista e fui atrás de Sirius, e quando olhei de novo, ele estava dançando com a ex namorada dele. Não foi uma perda muito drástica... - ela falou simplesmente.

Escondendo um sorriso, Tiago ficou em silêncio e logo os dois adormeceram.

No mesmo instante em que Lílian conversava com Tiago na enfermaria, Sirius e Snape se sentavam de frente para o Diretor, na sala do mesmo.

- Muito bem, crianças, vocês podem me explicar o que aconteceu? - a expressão do velho homem não se alterara em nenhum momento.

- Foi culpa do Black, Diretor! - Snape se apressou a dizer.

- Desgraçado... - Sirius sussurrou, olhando feio para o garoto.

- Mas eu acredito que a culpa não tenha sido só dele, não é mesmo, sr. Snape?

- Ele que me mandou ir lá hoje, 1:30 da manhã, enquanto o pessoal estava no baile!

- Você foi porque quis! - Sirius falou, indignado - Eu não mando em você!

- Nesse ponto, tenho que concordar com o sr. Black, sr. Snape...

Sirius não escondeu um sorriso vitorioso.

- Bem, sr. Black, me explique tudo o que aconteceu, por favor...

- A culpa foi minha, sim, Diretor, mas o Snape foi lá porque quis! - ele falou, dando de ombros.

- Sim, continue...

- Bem, como o sr. e a escola inteira sabem, eu não vou com a cara do Ranhoso aqui...

Dumbeldore evitou um sorriso.

- Então, de manhã, eu tive uma idéia para provocá-lo, porque eu sabia que ele sempre desejou saber porque o Remo sumia uma vez por mês, então eu fui falar com ele no Saguão, e disse para ele ir no Salgueiro Lutador, à 1:30 da manhã,a pertar o nó da raiz, que uma passagem se abriria e ele descobriria o motivo dos desaparecimentos, mas eu juro que eu não lembrei que lobismens atacavam humanos, eu esqueci completamente! Eu só queria dar um susto no Ranhoso aqui...

- Bem, eu deveria expulsar o sr. Por isso, sr. Black...

- Por favor, não me expulsa, não...

- Eu irei notificar seus pais sobre o acontecido, mas não irei te expulsar, mas você irá receber detensões nos fins de semana pelo resto do ano, não poderá jogar a final de Quadribol e está proíbido de ir a Hogsmeade nos finais de semana liberados!

- Ah, não, Diretor... O time vai ficar em desfalque, o reserva não é tão bom assim, é muito inexperiente...

- Sinto muito, sr. Black, mas você devia Ter pensado nisso antes. - e se virou para Snape - E o sr. está proíbido de contar o que viu para qualquer outra pessoa, se não o sr. será expulso desta escola, entendeu?

O garoto acenou em concordância.

- E a Grifinória perderá 150 pontos pela brincadeira do sr. Black...

- Ah, calma aí, né, Diretor?! Assim nós vamos perder a Taça!

- Eu não terminei, sr. Black... E ganharão 150 pontos pela coragem do sr. Potter em entrar lá para salvar o sr. Snape.

- Isso quer dizer que nós não perdemos pontos? Uhuuuuulllll! - Sirius gritou de felicidade.

- Mas, Diretor... - Snape começou.

- E eu espero que você agradeça o sr. Pottere depois, porque ele se machucou para te salvar! Vocês estão liberados. Sr. Black, amanhã procure o sr. Filch para saber sobre as suas detenções.

- Tudo bem, Diretor... - o garoto falou e foi embora para os seus Dormitórios, feliz por não Ter acontecido nada de mais.